"All that we need is a rude awakening to know we're good enough."
Point of view – Maeve Braun.
Optei por um biquíni colorido. A parte de cima lembrava bastante um cropped, já à parte de baixo era mais simples, juntamente com um short jeans alto bem desfiado. Calcei um chinelo logo desci as escadas vendo os dois me esperando na sala com um ar de desanimo. Homens são exagerados desde sempre. Encarei Scooter que estava em uma posição engraçada com as mãos na bochecha bufando. Aquilo parecia ser combinado entre eles.
– Ué – Coloquei as mãos na cintura encarando as três pessoas bufando em minha frente.
– Para vestir isso – Justin apontou para minha roupa – Você demorou duas horas! – Levantou dois dedos falando alto. Como sempre exagerado.
– Ah – Ri debochada – Podemos passar na sua casa pra você colocar um biquíni – Apertei suas bochechas forte o fazendo grunhir e massageá-las. – Se esse é o problema.
– Vamos crianças – Scooter se levantou em prontidão e seu olhar desceu para meu short. Lá vem. – Isso não está meio curto?
– Meio... – O homem juntamente com Justin deixou a frase no ar me encarando.
– Não adianta – Dei as costas para os dois ali que ainda me encaravam com uma expressão indescritível. – Não vou trocar. Scooter suspirou fundo derrotado logo passando em minha frente. Soltei uma risadinha com seu gesto caminhando até o carro.
{...}
O dia em Los Angeles estava bastante ensolarado. A brisa era leve e acariciava meu rosto. O caminho foi descontraído, conversávamos sobre tudo, cantávamos juntos e eu agradeci mentalmente por todo aquele apoio mesmo que todos não soubessem de nada. Justin e eu, apesar das encaradas não muito amigáveis de Scooter que ainda não havia engolido aquela historia, conversamos o caminho todo. Gostava da companhia dele que me fazia rir com suas piadinhas inapropriadas. Scooter não gostava muito e já havia o mandando calar a boca duas vezes ao longo do caminho.
De certa forma, tentava ao máximo não confundir as coisas novamente, igual da vez passada. Sabia que aquilo que tínhamos não passava de uma amizade, e que não passaria disso. Justin havia me dado bastante apoio depois do ocorrido, não queria pensar que isso era algo como “vamos ter um romance e casar em Paris.” Queria ser mais forte dessa vez. Chegamos à praia, uma praia vazia que parecia ser uma área privada e logo avistei Augusto brincando com seu cachorro, que eu não sabia o nome ainda... Por falta de interesse, apenas. Logo desci do carro e ele veio ao meu encontro me abraçando forte bastante sorridente, retribui seu abraço fortemente como se não tivesse visto aquela criatura há meses. Erin logo veio ao nosso encontro também, nós cumprimentando enquanto terminávamos de tirar as coisas do carro.
Enquanto ajudava Augusto e Scooter, Justin e Erin andavam em direção ao mar conversando sobre algo que gostaria de saber. Com certeza ficar curiosa não era algo que eu gostava muito. Mas no momento só ignorei e me concentro no que Augusto dizia ao meu lado, ao mesmo tempo em que brincava com uma bola de vôlei.
– Você gosta dele, não é? – Me surpreendi com suas palavras, me virando e o encarando confusa.
– Do Bieber? – Augusto revirou seus olhos com a lentidão do meu raciocínio lógico. – Não sei ao certo o que sinto. – Desabafei sincera.
Augusto, apesar da idade, possuía uma maturidade além de que muitas pessoas mais velhas por aí.
– Você pode estar apaixonada por ele, ou simplesmente só sentindo atração. – Ele deu de ombros, sentando na areia. O encarei surpresa e atenta, esperando que ele continuasse – Quando você pensa na pessoa toda hora, todo momento, quando você sente seu coração disparar ao ouvir seu nome, quando você a vê, seu estômago se enche de borboletas. Você se sente bem, feliz.
– Onde aprendeu isso? – Indaguei risonha com seu julgamento sobre o amor. Não que ele estivesse totalmente errado, porém, era algo difícil de aceitar. Pelo menos pra mim.
– Em um filme de romance. Mamãe e eu assistimos, até que não era tão chato e tedioso. – Ri com sua fala, prestando a atenção no mar.
Talvez fosse verdade, talvez não fosse. Não sabia ao certo o que sentia, era confuso, porém forte e certeiro, dificilmente decifrado. O loiro me fazia sentir coisas, só que às vezes eu o via como um simples amigo nada mais. E ainda mais depois do ocorrido com aquela modelo, cujo nome não faço idéia. Parecíamos duas bombas prestes a colidir. Eu dificilmente entendia o que era aquilo que sentia.
Levantei-me tirando o short, sentei na areia brincando com Augusto e conversando sobre qualquer coisa. Queria passar mais tempo com meu irmão, já que eu o via raramente. Augusto sentia falta das nossas conversas, dos conselhos e demonstrava isso sempre, era bastante reclamão e não poupava no drama. Conversamos sobre vários assuntos e ele até tocou no assunto de uma garota na escola, mas logo calou a boca envergonhado, senti uma ponta de ciúmes por não estar disposta a dividir meu irmão, não nessa altura do campeonato. Avistamos Justin e Erin vindo em nossa direção e se sentando.
– O que os dois tanto conversavam? – Augusto questionou encarando Bieber com a sobrancelha arqueada. Ciumento.
– Coisas nossas – Justin respondeu bagunçando os fios do garotinho ao meu lado, trocando olhares de cumplicidade a Erin, sendo retribuído. Não disse mais nada, e ficamos ali, um conversando com o outro.
– Você se machucou? – Scooter chegou por trás de onde estávamos sentados me fazendo apertar os olhos sentindo meu corpo gelar. Como eu havia me esquecido disso? Mordi os lábios pensando em alguma desculpa válida. – Maeve?
– Ah – Cocei a cabeça levantando meu olhar para encará-lo. – Eu bebi um pouco demais e cai ontem.
– Machucando os dois braços? – Questionou mostrando desconfiança. Scooter era espero demais.
– Ela já se explicou – Erin apertou os olhos dele me fazendo respirar aliviada. – Pare de ser tão preocupado assim, querido.
– Vou dar um mergulho – Me levantei de prontidão mexendo na areia com os pés e encarando o mar. Mar sempre me trouxe uma calma imensurável e eu adorava isso.
Desde nova sempre dizia que moraria no fundo do mar como uma sereia. Dei alguns passos até sentir a água gelada molhar meus pés, respirei fundo inalando aquele ar puro mentalizando coisas boas. Seria difícil esquecer o que houve, e não era nada exagerado, Logan poderia ter perdido a cabeça e ter feito coisas piores, que não queria nem pensar. Abri os olhos sentindo alguém tocar meu braço carinhosamente, logo encarando aquelas íris douradas.
– Está tudo bem? – O loiro deu um passo à frente ficando ao meu lado, relaxou sua expressão encarando mar e colocando as mãos nos bolsos de sua bermuda.
– Até que está – Assenti com a cabeça sem encará-lo.
– Você não vai fazer nada quanto ao que aconteceu? – Questionou arqueando a sobrancelha me encarando de soslaio.
– Não.
– Maeve... – Passou a mão no rosto impaciente, levando até o cabelo passando forte em alguns dos poucos fios.
– Isso não é sobre você decidir – Virei meu rosto lentamente para encará-lo que me olhou sem expressão mordendo o lábio inferior forte. Abri a boca para dizer mais alguma coisa e logo desistindo. Passei as duas mãos no rosto indo à direção do mar. Precisava urgentemente de um mergulho.
Não caia, não caia, não caia. Meu subconsciente gritava a todo vapor em minha cabeça, impedindo com que mais pensamentos me ajudassem a sair desse ciclo vicioso em que eu sempre me encontrava. Senti meus olhos marejados e os apertei comprimindo os lábios. Burra, era assim que eu me sentia diante disso tudo. Parecia ter mil vezes menos o tamanho que eu tinha. Era como se eu estivesse no fundo do mar me afogando. Depois de tudo eu ainda não tinha me isolado para pensar nessas coisas. Na verdade era proposital, não queria ter tempo de pensar em nada. Meu orgulho estava totalmente ferido... Eu me julgava tão forte. O que tinha acontecido?
Abaixei meu corpo sentindo o mesmo bater contra a água e molhar meus cabelos. Bati os braços mergulhando algumas vezes no mar calma que vez ou outra encontrava algumas pequenas ondas, nada que fosse assustador. Fiquei ali mergulhando algumas vezes, brincando na água sozinha e pegando algumas conchinhas que eu adorava colecionar. Alias quem não gostava? Sentia-me bem melhor agora, mais leve. Virei o rosto pra trás vendo aquela barbie que eu tanto sentia saudades vindo em minha direção gritando.
– AH MEU DEUS – Caitlin chocou seu corpo contra o meu me fazendo pular em cima dela rindo. – Que saudade! – Me abraçou apertando gargalhando e caindo comigo na areia. – Você – Pegou meu rosto entre suas mãos analisando apavorada – Você está com olheiras. – Rolei os olhos rindo pelo nariz.
– Cait – Me levantei da areia puxando seu corpo. – São só olheiras. – Passei a ponta dos dedos na parte debaixo dos meus olhos. – Que saudade. – A abracei de novo apertando seu corpo magro.
– Me conte como está no seu novo trabalho – Se sentou na areia e logo fiz o mesmo. Colocou uma mecha atrás da orelha e sorriu docemente. – Deixando claro que eu acho uma idiotice você trabalhar.
– É a minha independência, amiga – A encarei um pouco chateada. – Dá pra entender?
– Se é importante pra você – Me encarou suspirando fundo. – É importante pra mim – Sorriu largo me encarando.
– Está tudo indo ótimo. Eu realmente adoro trabalhar lá. – Virei-me encarando o horizonte.
– Algum gatinho? – Virou seu olhar me encarando maliciosa e levantou as sobrancelhas.
– Amiga – Coloquei as mãos no coração de forma dramática. – São vários!
– Vou ir levar seu almoço um dia desses – Me mandou uma piscadela rindo.
– E você e o Ryan?
– Estamos muito bem – Seus olhos brilhavam entregando o quanto Cait o amava. – Queremos morar juntos.
– Você está brincando? – Gargalhei a encarando – Ele não vai te suportar.
– Ele me suporta, ok? – Levou os cotovelos para trás apoiando seu corpo. – Trago umas surpresas. – Mordeu os lábios maliciosa me fazendo arregalar os olhos.
– Caitlin! – A encarei rindo.
– Vai dizer que não fazia nada com o Logan? – Sua risada se cessou logo quando viu minha expressão se fechando. – Aconteceu algo? – Neguei com a cabeça sorrindo sem graça e Cait ficou calada me analisando.
– Olá! – Chris gritou nos assustando me abraçando forte acariciando meus fios. Sempre carinhoso.
– Que saudade de você também – O abracei fortemente fechando os olhos.
– Tem abraço pra mim? – Ryan abriu os braços sorrindo. Corri até ele o abraçando bem forte e recebi seu abraço caloroso. Eu adorava Ryan, de todo coração. – Como você está?
– Eu estou muito bem – Sorri ainda o abraçando.
– Fico feliz – Assentiu com a cabeça acariciando meu cabelo.
– Quem chega primeiro? – Chris se colocou em posição para correr e todos fizemos o mesmo rindo e parecendo crianças. – Um... – Pausou dramaticamente. – Dois... – Gargalhei alto vendo suas caretas. – Três!
Disparamos em direção ao mar, um empurrando o outro gargalhando. Eu amava meus amigos, mesmo que tivesse os roubado, mas amava. Eles sempre fizeram tudo para eu me sentir bem e em casa. Quando nossos corpos se chocaram com a água logo começamos uma guerra, gargalhadas já se confundiam e eu já havia me esquecido de todos os problemas. Chris me carregou lançando contra a água fazendo meu corpo se chocar e afundar por várias vezes, já que eu havia achado hilário. Subi em seus ombros juntamente com Caitlin e brincamos de empurrar uma a outra. Já não sentia falta deles, já que estava sendo suprida e eu havia amado esse encontro repentino. Mergulhamos e brincamos mais algumas vezes. Até que já cansada decidi sair da água deixando os outros ali. Coloquei os pés na areia já a sentindo seca quando Chaz veio ao meu encontro.
– Olá gatinha – Veio em minha direção esbanjando todo seu charme.
– Olá – Gargalhei baixo com sua gracinha e o encarei sorrindo.
– Mereço um abraço? – Abriu os braços vindo em minha direção aquecendo meu corpo, logo retribui. – Você é linda! – Disse em meu ouvido entre risadinhas. Afastei-me envergonhada e ele segurou minha mão. – Aceita me acompanhar? – Mostrou toda a trilha que havia ali dando no final da praia.
– Claro – Penteei meus fios com os dedos o encarando.
Caminhamos por alguns minutos pela orla da praia, conversando sobre vários assuntos e pude ver o quanto Chaz – Além da fama de cafajeste e tudo mais – Era um cara tranqüilo, que sabia discutir sobre vários assuntos sem dizer algo totalmente idiota. Ele me contou sobre sua faculdade, seus planos para o futuro de ter uma família com dois filhos como seus pais tiveram. Disse da saudade de casa, já que estavam todos no Canadá.
– Trabalhar na calvin é legal até – O encarei com uma sobrancelha erguida respondendo sua pergunta – Sé é meio cansativo às vezes. – Mordi o lábio inferior pensativa. – Chego em casa morta.
– Fico feliz que esteja procurando sua independência – Agradeci mentalmente por Chaz ter entendido realmente a minha vontade. – Vejo que é bem importante pra você. – O abracei sorrindo vendo ali uma grande amizade surgindo, Chaz apertou minha cintura devolvendo o gesto.
– Uh – Me virei ouvindo a voz de Justin que encarava a cena com uma expressão indecifrável. – Não queria atrapalhar o momento. – Lançou uma olhar para as mãos de Chaz que estavam em minha cintura e logo Chaz tirou as mesmas encarando a expressão do loiro a nossa frente. Virei meu pescoço encarando Chaz que tinha um sorriso sem graça em seu rosto.
– Cara... – Chaz disse baixo indo atrás de Justin que caminhava com o maxilar travado fazendo com que eu ficasse ali sem entender nada.
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