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História Divã - Apenas Impressão


Escrita por: UchihaSpears e Icunha

Notas do Autor


Ciao,

Demoramos sei, mas a culpada dessa demora foi dona Ingrid, podem brigar com ela. (como eu já fiz) Ela que cuida dos caps da Sakura.
Mas vamos lá bambinos.

Capítulo 5 - Apenas Impressão


Por Sakura,

Desde a primeira vez que o vi passar por essa mesma porta, eu pensei “Nossa, faz tempo que não vem um homem bonito aqui”. Claro, ética em primeiro lugar, mas isso não significa que não posso admirá-lo, certo?

Certo!

Até ele ficar mudo por quatro semanas.

— Seu tempo por hoje acabou. — digo, antes que ele rebata — Tenha um bom dia, senhor Yoshida. — ele sorri, e nem preciso conhecê-lo para saber que foi um sorriso forçado.

Ele tranca a porta, e logo em seguida olho para meu divã e começo a sorrir satisfeita. Nada como “Que o quadro da sua recepção é horrível.” ou “Como assim, você não receita a merda do remédio?”, afetariam meu sentimento de satisfação. Ele finalmente havia respondido, de forma bruta, mas ainda sim eram respostas.

Deixo minha euforia de lado para analisar seu prontuário mais uma vez, e, mesmo achando que muitas dessas respostas não sejam verdadeiras, me apego em alguns detalhes que, talvez, sejam seus reais motivos, porém disfarçados. Grifo de vermelho a palavra família, se algo o incomoda e tira o sono, isso com certeza têm a ver com esse assunto. Trabalho sempre estará envolvido, seja ele qual for.

Destaco, também, a palavra mãe a qual já está acompanhada de um asterisco. Releio suas respostas que apesar de vagas têm bastante significado para mim. Eu não me considero a melhor psicóloga de Nápoles, mas também não sou nenhuma “tapada”, estou acostumada a lidar com a mente das pessoas, e elas sempre falam qualquer coisa que vem à mente quando não querem falar de determinada questão. Sua a mãe, possivelmente, deve ser algo ser tratado.

— Doutora? — ouço a voz de Tenten — A senhorita Mitarashi ligou e pediu para cancelar sua consulta.

— Ah sim! — digo, consultando as horas no relógio de parede — Ainda temos algo hoje?

— Não.

— São onze horas, acho que vou almoçar. Cuide das coisas por mim.

***

— Você é a pontualidade em pessoa. Bem-vinda de volta!

— Obrigada, Suigetsu.

— Disponha. — respondeu, enquanto guardava suas pistolas na cintura — Seus alvos já estão aguardando por você.

Agradeço novamente, e sigo para a área de treino, retiro da mochila os componentes do meu rifle, os óculos de proteção e o tampão de ouvido. Ao longe posso ver os círculos onde devo acertar, me posiciono, miro e atiro. Em segundos todos os meus alvos estão perfurados.

Eu descobri o amor por armas bem cedo, e desde então treinei e me dediquei bastante ao esporte. Porque tudo na vida merece um foco, e o meu era esse, talvez seja por isso que eu não tenha me dado tão bem nos relacionamentos.

— Você gosta mesmo de alvos distantes, não é? — ouvi Karin, minha companheira de equipe, comentar — Podia ser mais humilde e treinar cinquenta metros.

— E eu vou, mas virou um hábito usar esses alvos, seu marido me conhece muito bem.

— O Sui é espetacular. — ela sorri — E então, preparada para o aquecimento?

— Toda hora. — respondo, enquanto caminhamos até os novos alvos.

Novamente estou em frente a um muro de proteção, mirando e acertando os alvos espalhados pelo terreno. Ao meu lado Karin realiza, com êxito, a mesma ação. Assim como Tenten, ela também é minha parceira de longa data, tanto nos treinos quanto na vida.

— A mira afiada de sempre. — diz, enquanto recarrego meu rifle — Daqui a pouco as meninas irão chegar, já dá pra fazer um treino em equipe.

— Estou aguardando. — respondo, e repito mais duas séries no mesmo ponto.

— Até sábado. — digo, despedindo-me de uma das novas alunas do clube.

Meus treinos são sempre nas segundas, quartas e sábados, dias estratégicos, porque quando eu penso em me estressar com alguma situação, eu lembro que tenho treino, então extravaso atirando, aliás, já perdi as contas de quantas vezes imaginei o rosto daquele homem e daquele paciente, no alvo.

Eu sou psicóloga, mas antes de tudo sou humana.

— Mulheres não deveriam atirar, na verdade, nem deveriam usar armas. — ouço alguém se pronunciar atrás de mim, e nem consigo acreditar que essa voz seja a de quem estou pensando. Continuo guardando meus equipamentos na mochila, e espero que ele vá embora.

— Uma esposa minha nunca faria isso.

 Mas ele não vai.

— Que bom que sou só sua psicóloga. — respondo, controlando-me para não demonstrar irritação. Eu estava acostumada com o machismo de muitas pessoas, seria mais fácil ignorar.

— É assim que você trata seus pacientes fora da clínica? — questiona, tirando seus óculos escuros.

— Aqui fora eu sou só a Sakura, não tenho obrigação de ouvir a opinião de ninguém, principalmente, sobre o que faço ou deixo de fazer. Aliás, você está me seguindo?

— Porque eu seguiria você? — ele responde como se estivesse dizendo um simples bom dia. — Que eu saiba aqui é um campo aberto para o público assistir, a não ser que você queira atirar em alguém.

Escuto atentamente cada palavra e penso no quanto valeu a pena cada vez que, em minha mente, ele foi meu alvo. Mas agora, parando para analisá-lo eu posso constatar que ele é uma pessoa impulsiva, e deve se deixar levar pela emoção na maioria das vezes.

— Oh, sim! Desculpe-me. Eu havia esquecido.

Ele sorri entendendo meu deboche e diz: — Vamos, alegre-se, eu respondi seu questionário.

— Não fez mais do que sua obrigação. — sorrio — No entanto, eu preciso lhe dar os seus devidos créditos, tivemos resultados graças a você. Mas, falaremos sobre isso na nossa próxima consulta, se houver.

— Haverá.

— Isso é ótimo, ajudarei no que for preciso.

— Bom, eu vim aqui assistir e, por acaso encontrei com você, por isso vim cumprimentá-la, mas você já está de saída. Então, com licença. — despede-se.

Ele está vestindo roupas leves e usa um tênis visivelmente caro, tão diferente de como estou acostumada a vê-lo. O homem caminha calmamente rumo à arquibancada, provavelmente iria assistir o treino masculino. Repenso nosso diálogo e me pergunto se agi de forma muito grossa.

Oras! Eu estava até feliz pelo nosso progresso e, de repente, ele surge exalando machismo, eu não poderia evitar.

Termino de organizar minhas coisas e sigo para o estacionamento, eu ainda passaria em casa antes de ir para clínica. Desativo o alarme, e, antes que eu entre no carro sou barrada por outra voz.

— Você continua com esse maldito hobbie.

— Não é hoje que eu saio daqui. — suspiro, jogando minhas coisas no banco de passageiro — Qual é o problema da vez?

— Não sabia que estava proibido de ver minha companheira.

— EX — dou ênfase — companheira. Você sabe muito bem, que não tenho nada com você há mais de três anos. Por favor, não me procure.

— Você não decide as coisas aqui. — ele diz, puxando-me agressivamente pelo pulso — Eu não quero vê-la próxima desse homem. Você entendeu?

Certa vez tivemos uma discussão, o motivo era o mais besta possível: ciúmes.

Foi em uma social, realizada pelo pessoal do clube de tiro. Suigetsu, que naquela época apenas namorava Karin, nos recebeu com todo seu carisma. Brincou, sorriu, beijou minha mão, mas tudo dentro dos seus limites, eu não me importei e muito menos sua namorada, porém, Sasori não soube levar isso como um gesto entre amigos.

Na primeira oportunidade que teve, ele começou uma briga com o Suigetsu. Naquela época eu estava no inicio da minha atuação como psicóloga, mas pude perceber, claramente, que ele se aproveitou da desculpa de ter ingerido álcool, e usou isso para tentar amenizar a situação para o lado dele.

Desde esse dia, ele nunca mais aceitou meu passatempo, mas também esqueceu de que eu nunca aceitaria ser controlada.

E há também um fato sobre mim, aliás, sobre nós, que eu omiti principalmente da Ino.

Nessa mesma ocasião, fui agredida com um soco e um empurrão, que me causou uma bela queda na frente de todos. E bom, juntando isso às outras situações que ele me fez passar, chegamos ao fim, que era inevitável.

— Dele quem? Você está delirando novamente?

— Você sabe! — agora ele aperta meu queixo sua mão livre — Não se faça de sonsa.

Eu com certeza sabia de quem ele estava falando, mas eu não daria o prazer e nem brechas para que ele tentasse impor algo. Apesar de não estar em total sincronia com Sasuke, ele ainda era um paciente, que não tinha nada a ver com minha vida. Então eu não poderia enfiá-lo em um problema com esse.

Nunca.

— Não lhe devo satisfações de nada. — respondo, enquanto ele aperta ainda mais meu pulso.

— Você não entende mesmo, não é? Tudo isso que estou fazendo é por amor, e farei você enxergar isso

— Amor? — ri debochada — Você pode sentir tudo por mim, menos amor.

Ele aumenta a força que estava colocando em seu aperto, e tenta beijar meus lábios a força, porém, desvio. Eu já estava preparada para uma situação como essa, sou perseguida por esse homem há bastante tempo, nunca consegui me livrar por completo. Ele é um verdadeiro encosto.

Diversas vezes eu cogitei a ideia de sair da cidade, mas sempre desistia, porque eu tenho um consultório e uma vida aqui, não era tão fácil abandonar tudo, por causa de um perseguidor.

Apesar de ser um grande problema.

Sasori continuava com suas investidas, enquanto eu tentava me manter calma perante a situação. Eu não conseguiria me soltar tão fácil, afinal de contas, ainda sou uma mulher, e infelizmente em questão de força ele ganharia. Entrar em desespero e gritar também não me ajudaria em nada, então eu só poderia convencê-lo por meio de uma conversa, mesmo que fosse difícil.

— Você está me machucando, por favor, me solte! — digo, olhando para os lados em busca de ajuda. Talvez eu não conseguisse de modo civilizado.

— Não.

— Seu louco, me solta. — tento novamente, mas sem sucesso.

— Eu acho que ela disse para você soltá-la. — ouço uma terceira voz, seguida de um estalo. Sasori leva sua mão até o local acertado, e eu volto minha atenção para o dono da voz.

 — Você precisa de ajuda? — ele questiona a mim. É um homem alto, magro e com sobrancelhas espessas.

— Sim. — respondo, massageando meu pulso.

— Se eu encontrar com você em qualquer lugar, eu juro que irei matá-lo. Suma da minha frente. — diz o estranho para Sasori, que se levanta o encarando enfurecido, encosto-me a porta do carro temendo uma reação, mas ela não vem.

— Nós não terminamos, ainda iremos nos encontrar. — ouço sua voz, até que ele some em meio aos carros.

— Perdoe minha intromissão, mas eu não poderia assistir a essa cena calado.

— Tudo bem, eu agradeço, talvez eu precisasse de ajuda mesmo. — digo, observando seu rosto que me parece familiar e questiono: — Desculpa, mas já nos conhecemos?

— Não. Talvez você tenha me visto por aqui, eu aprecio o esporte.

— Ah! Entendi. Bom, obrigada mais uma vez. — agradeço, entrando em meu carro. O homem se distancia, mas não o vejo entrar em nenhum veículo.

“Sinto que já o vi em algum lugar”. — penso, enquanto o observo até que desapareça do meu campo de visão.

***

— As mesas estão todas organizadas, e em breve as entradas serão servidas. — dizia, caminhando de um lado para o outro — Será que já verifiquei se o vinho é o mesmo que eles pediram? — continuou pensativa — Será que me esqueci de algo?

O sábado sempre chega rápido, após passarmos do meio da semana. Hoje era dia de treino, acordei mais cedo que o normal e realizei todas as minhas atividades numa verdadeira correria.

Há alguns dias atrás, Ino pediu para que eu a ajudasse em mais uma das festas que a Yamanaka Buffet iria organizar, seria o aniversário de trinta anos de algum homem mimado pela mãe, já que foi a mesma quem nos solicitou.

— Está tudo sob controle. Sai já está averiguando isso. — respondo, vendo sua inquietação — Agora senta aqui, e relaxa.

— Obrigada pela ajuda. — ela suspira — Hoje deu trabalho.

— O que eu não faço por você, não é mesmo?

— Fico apreensiva quando faço eventos desse nível, temo que me achem incapaz.

Ino sempre foi ansiosa, e como eu convivo com ela faço o possível para ajudá-la a controlar-se, principalmente quando era contratada ara eventos grandes como esse. Os donos daquela mansão deveriam ter bastante dinheiro, o que triplicava a preocupação de minha amiga.

— Ino, tenho péssimas notícias. — diz Sai, assim que nos encontra.

— Não me diga que eu me esqueci de algo. Droga! Eu sabia!

— Não, não fizemos nada de errado. O problema é outro.

— O quê? — questiono.

— O aniversariante não vem.

— Ué, por quê? — agora Ino se pronuncia, mas é arrastada por uma mulher, que eu acredito ser a dona da festa.

Per favore, desculpem-nos pelo transtorno que causamos, mio figlio é testa dura.

— Ah, tudo bem.

Non, eu insisto em recompensá-los pelo tempo gasto. Pagarei o dobro por tudo, não se preocupe.

Noto a decepção no olhar de Ino, eu sabia o quanto ela estava esperando por isso. Era o segundo evento, em menos de dois meses, que ela tentava fechar com aquela família e que novamente seria cancelado. Na primeira vez, era um casamento, porém, o noivo fugiu, e o aniversário de outro que também não viria.

— Acontece, não é culpa sua. — digo, tentando acalmar a mulher que também estava desapontada.

Madona mia. — diz assustada e bate palmas — Eu já vi você em algum lugar, mas não me lembro de onde, donna.

— Eu? Acredito que seja um engano. — digo, buscando seu rosto em minha memória, mas não consigo me recordar de nada — Qual o seu nome? — pergunto. Quem sabe ela não é uma paciente que se consultou apenas uma vez.

— Mikoto.


Notas Finais


Donna em italiano significa Mulher.
E olha onde a dona Sakura está arrumando problemas para vida. Sasori vai render muito ainda.
E mamma Mikoto que bom que tem alzheimer.

Vejo vocês nos comentários abaixo, vocês dando aquela velha força para nós pobres autoras aqui hehe

Beijos e prometemos não demorar.
Ciao.


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