História Divergente - All For You - Pelos olhos dele.

Eu nunca fui um cara do tipo romântico, sempre fui do tipo que sai com uma aqui, e outra ali e sem apegos. Aprendi no dia a dia com meu pai, que mulheres eram ótimas quando estavam sendo submissas como minha mãe. Por um tempo eu cheguei a acreditar nessa versão tosca de uma mulher, imaginava que era só balançar um bolo de dinheiro, para que elas viessem correndo em nossa direção como loucas e submissas de fato. O estágio de cafajetismo que eu estava, era um nível bem alto, e eu pouco me lixava pelos comentários nos corredores da escola. Eu até que gostava. 

Mas, bastou eu vê-la para que toda aquela coisa de submissão sumisse por inteiro da minha mente, deixando espaço para o que era realmente bom. Não sabia o que era o amor, e nem o que era amar, até enfim olhar em seu olhos à fundo e beijar os lábios tão sempre convidativos. 

Meu pai nunca errara tanto na vida. 

Conhecer Tris e trazê-la para a minha vida, foi a coisa mais maravilhosa que eu poderia querer, tudo que vinha dela, vinha do coração e eu não tinha para onde correr. Eu já era encantando por ela, só demorei tempo de mais para entender. 

Caleb era meu amigo de turma, faziamos trabalhos juntos e vez ou outra nós saíamos para beber ou fazer alguma besteira. Eu sabia que Caleb era filho de um grande advogado da cidade, mas não tinha noção de que ele tinha uma irmã que foderia por completo a minha cabeça por semanas.

Era aniversário dele, e o comunicado de que teríamos uma festa regada a bebida e a gatas já se espalhava por todo o espaço estudantil, planos já estavam sendo feitos por todos e eu não vi mal nenhum em deixar a semente do mal plantar na minha cabeça. 

A casa de Caleb era de ser invejada, era um espaço aberto, com muitos verdes e janelas grandes , a piscina formidável já recebia alguns convidados da festa, e eu já conseguia me imaginar em uma bela diversão com algumas garotas. Havia muito bebida de fato, tinha gente trocando as pernas e rindo sem parar como loucos, um dia eu já fora daquele jeito, hoje eu já não via mais tanta graça assim.  

Em algum momento da festa, eu já tinha dado uns beijos, umas curtidas, mas nada de mais e já estava a ponto de ir embora, estava cansado, e apesar de boa a festa, eu queria descansar. 

Procurei Caleb por toda a extensão para me despedir dele, agradecer pelo convite, mas perdi o fio da meada quando a vi na pista de dança. 

Beatrice parecia um anjo de tão linda. Os cabelos loiros e lisos caiam em cascatas sobre seu ombro, emoldurando seu rosto tão perfeito, o vestido que ela usava torneava o corpo, deixando-a chamativa, e acabei notando isso pelo jeito como os caras a observava. Ainda conseguia acompanhar os olhos deles babando sobre ela, desejando-a, querendo-a ,e não pude deixar de me sentir incomodado com aquilo. Alguns cara ainda riam do outro lado, não dela é claro. Não tinha como rir de uma garota maravilhosa como ela, mas riam do cara que a acompanhava. 

Albert foi meu algóz por um tempo, passei a nutrir um sentimento totalmente oculto de raiva por ele, pelo simples fato dele ter ela e eu não. Os sorrisos que eu passara a notar com mais avides, o jeito de andar , de mexer no cabelo e o jeito como eles se olhava, aquilo me deixava louco, e eu sabia que se eu não me mostrasse, eu sairia perderdor. 

Passei a frequentar a casa de Caleb com mais frequência, torcendo para vê-la, torcendo para que ela me visse. Não tardou para que a aproximação acontecesse. Com o tempo fui conhecendo-a melhor, me inflando de um sentimento totalmente desconhecido e me queimando sempre que ela sorria ou me chamava pelo nome. Notei, que quando estava próxima de mim e Albert ligasse, ela desviava a ligação, ou botava no mudo, e vi naquele espaço a brecha que eu precisava para me aproximar, enfim. 

Começamos a namorar com o aval de Caleb que a todo custo queria ser o irmão coruja que cuida da irmãnzinha menor. Deixei ele fazer graça enquanto a única coisa que eu queria era aproveitar o tempo ao lado dela, e assim foi feito. Aproveitamos como nunca todos os dias enquanto ainda estava na cidade , e nos meus últimos dias por lá, tive a melhor noite da minha vida ao lado dela. 

Mesmo cursando a faculdade do outro lado do estado, tentava ao máximo ser presente em sua caminhada pelo último ano da escola, torcendo para que ela escolhesse a mesma faculdade que eu. Traçamos planos , fizemos uma rotina, e agora aqui estava ela, perto de mim novamente, queimando meu coração como sempre fazia quando me olhava, ou quando sorria. Tris era minha, e ninguém poderia tirar ela de mim. 

A primeira noite dela na faculdade, havia sido uma noite para guardar entre as melhores desde em que ela passou a estar na minha vida. Fizemos amor como nunca, afundados em um mar de saudades que uma noite ainda não fora capaz de saciar. 

- Tobias! - Zeke, meu amigo desde que eu entrara na faculdade e que dividia o quarto comigo, chamou, jogando em mim uma bolinha de papel com cuspe. Revirei os olhos encarando o cara que vez ou outra tinha atitudes meio infantis. - O que foi ? Ta pensando na morte do bezerro? 

- Não idiota, estou prestando atenção! - Apontei para o professor que explicava a matéria para a turma.

- Vai se lascar! Te conheço seu otário! Esta pensando na namorada que eu sei! - Riu picando para mim. 

Ignorei o comentário de Zeke por todo o resto de aula, ele implicaria comigo até na frente dela, e eu não queria ser a porra de um babaca apaixonado, eu queria ser o Tobias para ela. Sempre quis ser o Tobias para ela.

Por fim quando o sinal do almoço ecoou pela faculdade e todos nós levantamos para rumar em direção ao refeitório, senti minha mochila sendo puxada para trás, e uma mão macia segurar em meu rosto. 

O cheiro da pele era inebriante como de costume, não era preciso adivinhar para saber de quem se tratava. Beatrice tinha ido a minha sala me buscar e eu não tinha idéia de como ela tinha ido parar ali, sem eu vê-la entrar.

- Adivinha quem é? - Sussurrou em meu ouvido, dando um beijo em minha nuca.

- Não sei... Uma mão macia como essa, podem ser vária mulheres. - Brinquei com ela, e a senti morder minha nuca como reprovação. Eu até ri, mas saiu um riso rouco, e ela já entendia o porquê .

- Não me instigue senhor Eaton... - Sussurrou dessa vez roçando os lábios em meu ombro, depois subindo até minha orelha. - Eu posso te surpreender. 

Aquilo foi o estopim para mim. 

Virei-me para ela, e a envolvi em meus braços puxando-a para meu colo, aonde ela se encaixou prontamente. Amava isso nela. 

Cobri os lábio dela com os meus, començando um beijo afogueado, as mãos dela se perdiam entre os meus cabelos enquanto nossas respirações estavam totalmente perdidas. 

- Você me deixa louco garota! - Resmunguei entre os lábios dela.

- Quero te ver louco no quarto... - Sorriu para mim.

- É para lá que eu quero te levar nesse exato momento. - Disse beijando - a novamente e alisando suas costas por de baixo do tecino fino de sua blusa. Escutei quando ela gemeu baixinho ao apertá-la e já ia avançar com ela quando uma voz feminina nos fez parar. 

Olhamos na mesma direção que a voz , e uma garota de cabelos compridos escuro nos olhava sem jeito. 

Beatrice saiu rapidamente do meu colo, sentando-se na cadeira ao lado completamente vermelha pela situação. E eu tentava esconder o volume da minha calça.

- Desculpe atrapalhar vocês, eu não sabia que a sala ... Ou que vocês estivessem ocupados aqui. - Disse a estranha. 

- Tudo bem, nós é que estavamos fazendo algo errado em hora errada. - Disse Beatrice envergonhada de mais. Sorri de sua fofura.

- Eu estou perdida, não acho minha aula , poderiam me ajudar ?

Olhei para Tris que na mesma hora assentiu, imaginei que ela temia ser entregue para a reitoria, afinal poderia ser um professor a entrar na sala e nos pegar, e não uma aluna perdida. 

- Claro, nós vamos te ajudar. - Respondi para a menina assim que vi Tris se levantar e estender a mão para mim.