1. Spirit Fanfics >
  2. Divididos pelas Cores >
  3. O príncipe Rafael

História Divididos pelas Cores - O príncipe Rafael


Escrita por: SraOnyx

Notas do Autor


Amarelos - Estudantes
Vermelhas - Donas de casas
Azuis - Trabalhadores
Pratas - Donos de empresas
Dourados - Estudantes (porém filhos dos Pratas)
Entre outras demais cores.

Capítulo 2 - O príncipe Rafael


Rebeca já não estava mais ao meu lado, já estava na porta organizando cabelo embaraçado e vestido amaçado, minha mãe imitava os passos de minha amiga, que treinava desde que soube da notícia sobre o príncipe. Shay estava sentado no chão ao lado de uma mesinha redonda de ferro que temos para almoço e janta, eu ao lado de minha amiga parada, parecendo uma estatua, não ousava nem respirar.

Apareceu uma mecha de cabelo dourada na pequena fresta. Hailey escancarou a porta e colocou a mão na cintura exibindo um corpo esbelto.

─ Oi! Vim me divertir aqui com você! – ela exclamou, mostrando os dentes.

─ O que você quer? – perguntei com rispidez.

─ Nossa, é assim que você trata uma amiga?

─ Não somos amigas - eu disse e ela revirou os olhos.

─ O príncipe Rafael não passa em casas Pratas… então, como somos amigas podíamos dividir um príncipe.

Certo ódio invadiu o coração meigo de Rebeca, o que a fez segurar no braço pálido de Hailey e a levar "gentilmente" para o lado de fora da minha casa roxa. Assim que a soltou no meio da rua dava para ver uma marca de mão vermelha estampada no braço de Hailey.

─ Não aguento mais ela! Ela é muito irritante - Rebeca gritou.

─ Concordo – disse assentindo com a cabeça.

─ A prefiro ao príncipe enxerido – Shay nos chamou atenção como uma voz rouca.

─ Claro que prefere! – ironizei a voz o máximo possível, mas falhei.

─ Ciúmes? – ele arqueou as sobrancelhas e me fitava com um olhar malicioso.

─ Eca! Não, para – empurrei-o para longe e sai correndo para o meu quarto.

Ele foi atrás de mim, cutucando minhas costelas e meus braços com a Rebeca grudada nos pescoço dele tentando-o fazer parar.

Aquela vida era falida, cultura zero, dinheiro zero, mas amizade cem. Não consigo viver sem eles. Sem minha família. Ou melhor… minha mãe, quase não conseguia ficar com meu pai, ele que sustentava a família inteira. Às vezes da mais saudade ter um pai do que dinheiro. Tenho medo de ele ir para o Promovimento. Pro de promoção e movimento, ou seja, ele irá para outro lugar, se distanciará de nós. Trabalhará longe, seu trabalho recompensará mais do que trabalha hoje. Na verdade o Promovimento dá quase seis vezes o que ele ganha. Mandarão o dinheiro para nós. Isso melhorará nossa vida tanto. Mas como eu disse. Às vezes da mais saudade ter um pai do que dinheiro.

Ouvimos pela terceira vez, uma batida na porta. Corremos novamente para a cozinha e respiramos devagar.

A porta rangeu, todos prenderam a respiração assim que viram os olhos azuis envolventes do príncipe, Beca amassou minha mão, suas unhas estavam quase me tirando sangue, mas não me importei, estava prestando atenção em cada movimento de Rafael, analisando minha casa – sendo o mais discreto possível – e cumprimentando-nos com um belo sorriso de dentes retos e brancos.

─ Meninas – ele cumprimentou abaixando levemente a cabeça e apertando as nossas mãos – é uma honra estar com vocês.

─ É uma honra estar com você! Quero dizer, na sua presença, isso! Devia nos visitar mais vezes. Claro só se o senhor quiser pera, senhor não. Você não é velho você é lin… quer dizer – apertei a mão de Rebeca que parou de falar na hora e abaixou a cabeça constrangida, mas isso só tirou uma risada divertida do príncipe -  me desculpe – ela sussurrou.

─ Fique tranquila, eu não me importo – ele deu mais um belo sorriso antes de se voltar pra mim – prazer senhorita.

─ Prazer – eu fui perto da bochecha dele e sussurrei – ignore-a, acho que ela só te ama muito.

Outra risada gostosa que saiu entre os dentes do príncipe, como se quisesse segura-las. Olhei para o lado a procura de manifestamento, mas apenas encontrei Rebeca de cabeça baixa e minha mãe esfregando o braço dela com o polegar. Droga! Fui muito ousada nesse último movimento, não acredito nisso. Revirei os olhos evitando um pouco daquele drama todo.

─ Está… tudo bem? Eu posso voltar mais tarde – ambos sabíamos que não voltaria. Shay já farto daquilo tudo, se levantou, passou pelo príncipe, mas sem toca-lo e foi embora – Hã… acho melhor ir…

─ Por favor, não – Rebeca segurara no braço dele para impedir que ele tocasse na porta – me desculpa, estou sendo dramática.

─ Está mesmo – cutuquei-a no ombro e em troca recebi uma cotovelada no braço.

─ Gente, eu tenho que visitar muitas Casas-Cores então, eu estou propondo uma resposta para uma pergunta.

A Rebeca arregalou seus olhos castanhos e sussurrou algo no ouvido de minha mãe que sorriu e concordou.

─ Eu tenho uma pergunta, quem é sua pretende? -  os olhos dele perderam as cores e o  brilho.

─ Sara Fuminus – ele sussurrou tão baixo que quase ele não conseguira ouvir.

Rebeca percebera que ele não sentia nenhuma atração por ela e sorriu satisfeita.

─ Próxima -  ele decidiu mudar de assunto.

─ Como os Pratas conseguem minérios, petróleo entre essas coisas?

Antes que ele pudesse responder, uma batida na porta nos assusta. Girei os olhos, sabia quem era.

─ O que você quer Hailey? – resmunguei,  ela não estava com a mesma roupa, estava com uma menor um vestido que devia estar pelo menos na metade de sua coxa e usava uma tiara de pérolas.

─ Hailey? Hailey Woodly? – ele olhou para a porta a procura de um rosto familiar.

─ Eu sim, príncipe Rafael.

─ Nossa! O que houve com o seu braço? – ele perguntou gesticulando com a mão, a marca estava pior que antes!  Provavelmente alguns minutos apertando no mesmo local da mão de minha amiga.

─ Isso? Nada de mais, a Rebeca que apertou - ela disse, ele fez uma careta de indignação e olhou para Rebeca assustado.

─ Mas… mas, foi de brincadeira! – ela se explicou, se embolando.

─ Hailey, estou respondendo perguntas, já que está aqui, por que não faz uma – ela sorriu com a oferta e fez um biquinho como se estivesse pensando.

─ Posso ser uma pretendente sua? - ele corou.

Enrolou-se todo quando foi explicar que tinha outra na fila da preferencia dos pais, entrei no meio daquela baboseira e perguntei:

─ Como a conhece?

─ Uma pergunta por pessoa – ele brincou, mas não engoli aquilo.

─ Você não respondeu a minha – relembrei – essa daí chegou antes que pudesse – obtive um suspiro de resposta.

─ O pai dela tem uma das maiores empresas de minério. Acabei tendo que a conheces. E não me arrependo – Pude ver por cima de meu ombro Rebeca cerrando os punhos para não dar na cara dela.

Ele devia ter por volta de dezenove anos, nós três tínhamos dezesseis. Não era tão diferente.
Hailey falava com certa “seduzencia” na voz. Como se quisesse realmente ficar com ele para si. Ou melhor… um objeto aleatório, porém a coisa mais importante… a coroa.

Rebeca saiu dali e sentou-se ao lado de Shay, que até o momento eu havia esquecido que ele estava lá. Ele dizia algo para ela, mas isso só a deixava mais brava ainda. Com tudo.

─ Certo Hailey – comecei – você já paquerou o príncipe por muito tempo – comecei a empurra-la para fora de minha casa.

─ Calma! – ela virou-se para o lado e tascou um beijo na bochecha do príncipe, nesse exato momento a empurrei com tanta força para fora que ela quase caiu ao pisar nas escadas de pedra que ajudavam para entrar em minha casa.

─ Acho que você tem que ir ajudar outras pessoas, então por que não responde minha pergunta?

Ele pensou por um tempo antes de pegar no meu cotovelo e me levar para fora.

─ Usamos máquinas – ele percebeu minha cara de interrogação porque emendou o que era uma máquina – é uma espécie de “humano”, digamos assim, que facilita nossa vida.

─ Eu sei o que é maquina. E ela não melhora a nossa vida – sussurrei tão baixo que o vento levou minha frase consigo. Porém ele ouvira. Ficou frio, seus olhos com sonhos estampados sumira.

─ Pratas só querem ajudar, vocês!

─ Querem é nos esnobar! – aumentei o nível da voz, porém me arrependi na hora, havia me esquecido com quem falava – desculpa.

─ Não importa, tchau – ele virara e fora em bora.

─ Tchau… amigo…? - após ouvir a palavra "amigo", ele parou, respirou, voltou para trás e me abraçou. Eu gelei. Não sabia o que fazer, apenas olhava pela janela a espera de Rebeca aparecer e brigar comigo por me ver naquela situação – Hã… tudo bem?

─ Desculpa.

Essa foi à última coisa que ouvira do príncipe antes que Pretos aparecessem e o levasse para o outro lado da rua.

 

─ Para de roubar meu marido! – Rebeca gritou quase pulando no meu pescoço, porém Shay foi mais rápido agarrando a blusa dela e a levou para meu quarto como uma cachorrinha; em uma coleira e bem comportadinha.

Entrei no meu quarto grudando nas paredes para que Beca não me atacasse, descobri que ela já trocara de música para Watch Me. Ela cantava conforme os barulhos faziam e ecoavam pelo quarto.

─ Break your legs – ela canta repetidamente.

Então a letra da música muda e Shay a acompanha:

─ Bop, Bop, Bop.

─ Vocês são as melhores pessoas do mundo – disse sentando com perna de índio entre eles.

─ Eu sei que sou – brincou Rebeca jogando seus cabelos castanhos para o lado.

─ É – Shay disse – eu também sei – e ele imitou o movimento de Rebeca com seus cabelos negros.

Rimos com a piada dele, deitei na barriga de Shay que havia deitado de comprido na cama, Rebeca estava ao lado dele e eu simplesmente entro no meio dos dois.

─ Droga! – Gritou Rebeca – Droga! Droga! Droga!

─ Que foi? – perguntamos em coro.

─ Não fiz minha pergunta ao príncipe.

─ Fácil de resolver – ele comentou – vão a Rua dos Pratas.


Notas Finais


Espero que gostem <3
Boa leitura.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...