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História Divididos pelas Cores - Sh... Shay?


Escrita por: SraOnyx

Notas do Autor


Amarelos - Estudantes
Vermelhas - Donas de casas
Azuis - Trabalhadores
Pratas - Donos de empresas
Dourados - Estudantes (porém filhos dos Pratas)
Entre outras demais cores.

Capítulo 5 - Sh... Shay?


Fiquei abraçada no braço de gélido de Shay, respirava devagar e prestava atenção a qualquer ruído ou movimento ao meu redor. A parte Cinza era monótona, poucas vezes vi alguém, geralmente mães segurando nas mãos pequenas das crianças agitadas. Os ladrilhos acinzentados sujos de barro eram o eu nos guiava entre casas opacas e escuras, ás vezes dava para ver uma chama numa vela dançando sobre alguma mesa velha e empoeirada. Shay rodava e esgueirava-se dentro dos becos nos levando junto, parávamos a cada rua para ele verificar se era visível a casa dos pais.

─ Precisamos falar sobre a Lana – ele sussurrou enquanto atravessávamos uma passarela.

─ Agora não respondi revirando os olhos.

Paramos diante de uma casa cinza igual às outras, sem tirar nem pôr, mas uma aura tensa pesava nas minhas costas. A neblina densa impedia-me de ver e averiguar onde estávamos e como eram os pais de meu amigo.

─ Querido! – uma voz feminina ecoou dentro da casa – Shay está aqui! Oh querido! Finalmente veio nos visitar, você me deixou preocupada!

─ Mãe – ele disse com voz rouca e chorosa.

Abanei um pouco o ar para enxergar a cena do filho e a mãe demonstrando carinho e se abraçando. Uma moça que aparentava ter  quarenta anos, carregava rugas de cansaço nos cantos dos olhos verdes. Igualzinho a do filho. Ela era baixinha e gordinha, seus cabelos castanhos batiam um pouco abaixo de sua nuca, segurava uma vassoura estragada e imunda. Ela não era Vermelha, mas cuidava de sua casa e marido como se fosse uma. Ele revirou a cabeça para os lados em uma sacudida pesada mostrando a mãe que não estava sozinho, assim que ela me identificou mostrou-me um sorriso amarelo, ela sorria com muito amor e carinho.

─ Filho, meninas entrem, por favor – sua voz suave incomodou meus ouvidos.

A casa de um andar tinha um enorme cômodo dividido por colchões e bancadas de madeira podre, havia apenas sete móveis; três camas, um fogão, uma geladeira, um vaso e pia. O pai de Shay descansava na cama encostada  numa parede mofada. Acho que a Sra.Leilan desistiu de acordar o marido para receber o filho, mas por que ele dorme agora, nesse horário? Não faz nada na vida.

─ Lindas garotas querido, só queria entender por que as trouxe não que seja ruim, mas – ela virou-se para mim e Rebeca, porém continuou a varrer o chão que continha pó imaginário – ele nunca trás ninguém porque tem vergonha de morarmos aqui.

─ Mãe! Para com isso, eu já te expliquei o motivo várias vezes. Só que é verdade que nós viemos com um interesse.

─ Estou ouvindo.

─ Preciso de duas roupas de Douradas. Para elas.

Sra.Leilan remexeu o maxilar com a mão, aparentemente pensando.

─ Pra que? – surpreendeu-nos.

Eu sabia pra que, mas não o porquê. Aquela bagunça toda é para revermos nossos pais? É para passarmos mais tempo com eles? Mas não passou? Sei lá, isso tudo é muito confuso.

Explicamos com detalhes a situação para ela, que ficou pensativa e tentava entender isso, tentava raciocinar todas as palavras que falamos e como eu, não entendia o porquê de tentarmos achar os nossos pais.

─ Venham pra cá daqui a pouco. Voltem daqui a três horas.

─ Três? – bufei ingrata.

─ Ok… duas.                                                                                             

Saímos da casa e andamos em silêncio vergonhoso, a pacata cidade foi deixada para trás com hesitação por parte de Shay que queria falar com o pai.

O paralelepípedo pisoteado da praça estava molhado, eu havia deixado a Rebeca em sua casa, Shay queria falar comigo, quando o vi remexendo em um lápis, engoli em seco. Arrumei meu cabelo e a blusa amarrotada. Eu usava a única roupa que tinha, por pouco tempo, irão distribuir mais algumas peças de roupas amanhã, acham que dando “presentes” vão nos acalmar, dão cobertores e sapatos também.

Aconcheguei-me no suéter amarelo e de lã o que fez ecoar ainda mais a música FireWork, sorri e suspirei. Hora de enfrentar meu pior medo, o relacionamento.

─ Oi – sussurrei.

─ Oi! Sente-se, temos muito o que conversar.

─ Eu sei.

Sentei-me no banco de madeira e olhei rapidamente ao chão, ele segurou meu queixo e levantou minha cabeça forçando-me a encara-lo nos olhos e na sua alma, ele se aproximou e nossas testas se encostaram, pude sentir seu hálito de menta, me arrepiei com a aproximação. Não o deixaria continuar com aquilo. Afastei-me com cuidado e devagar para não quebrar a cara de pau dele e sorri mostrando que ele estava sendo exagerado demais, o banco duro e frio piorava as coisas, como o vento gelado apunhalando-me que até um mero suspiro saia como uma nuvem branca.

─ Por que o ciúme? – perguntou sorrindo – assume que gosta de mim.

─ Não se ache tanto, eu só quero que você seja feliz.

─ Frase de menina que gosta do melhor amigo – ele me pegou desprevenida, ainda teve capacidade de piscar.

─ Não… não é… é que… - gaguejei tentando encontrar uma saída – preciso de um tempo para mim mesma e saber o que sinto.

─ Gosta de outro?

─ Não!

─ Então…?

─ E você? – perguntei remexendo os braços – você gosta de mim?
─ Gostar? – ele soltou uma risada carinhosa – Eu te amo -  ele me puxou para si e roubou um beijo.

Meu primeiro beijo, meu primeiro amor, primeira demonstração de carinho. Tudo isso com ele. Algo quente percorreu meu braço, depois minha bochecha, indo até a minha nuca e me aproximando ainda mais dele.

Respiração rápida e ofegante, toques suados e grudados, olhos brilhantes e carinhosos, deste modo fomos aos soltando e encarando um ao outro. Quando estava completamente solta, pisquei algumas vezes para conter as lágrimas, nesse momento feliz fiz o que chamo de “minha cara de trouxa” que consiste em testa franzida, lábios tão contraídos que viram uma fina linha e olhos esbugalhados. Ele riu da minha reação.

─ Giovanna, eu te conheço desde que tínhamos dez anos, eu te amo, esperei a vida toda, posso esperar mais alguns dias.

Ele tascou-me um selinho rápido antes de correr para qualquer lugar.

                                                                                                                                                                                                          

Passara-se o tempo, nós combinamos de nos encontrar na frente do portão do condomínio Cinza. Caminhei rápido com a Rebeca do meu lado, não conversávamos. Nem nos olhávamos, estávamos tensas.

─ Por que você está estranha? – Rebeca perguntou apertando os próprios dedos.

─ Porque vamos entrar no condomínio Prata. Isso é meio assustador – menti.

─ Não é isso.

─ Claro que é.

─ Fala logo! – insistiu.

Suspirei lentamente e mordi o lábio inferior, em um passe de mágica, eu estava abraçando-a com lágrimas nos olhos.

─ O que foi? – agora em um tom preocupado, Rebeca parou de andar para me dar atenção.

─ Shay… beijou-me.

Uma explosão de sentimentos estampou-se nos olhos de Rebeca que sorriu após digerir estas palavras.

─ Que ótimo – foi o que conseguiu dizer ainda pensando – vai namorar ele?

─ Estou confusa.

─ Tudo bem. Não quero foçar à barra pra você, mas o que vai perder com isso?

Aquelas palavras rondaram minha mente, sempre voltando para me assombrar, mas por que o medo? Eu não amo o Shay? Vou deixar isso para lá, pelo menos agora, vou me concentrar na nossa missão.

Shay esperava-nos com um sorriso orelha a orelha, Rebeca apertou minha mão e murmurou algo como “eu queria encontra alguém que me amasse”.

─ Vai achar.

─ Vou achar – repetiu.

Descemos as escadas com fungos exibindo-se, havia uma poça de água em um degrau que me fez escorregar e jogar minha amiga para o lado que não tem parede, ela caiu em cima de Shay que gemeu de dor.

─ Eu ajudo vocês e agora querem me matar. Garotas.

Corei assim que o vi e ouvi, ele percebeu e lançou-me um sorriso malicioso.

─ Oi – ele disse forçando uma voz grossa.

─ Não enche.

O pai de Shay estava acordado nos esperando, fomos recebidos com um abraço caloroso e gentil.

─ Tomem – Sra.Leilan mostrou as roupas limpas – não entrem em confusão, por favor.

Concordamos, agarrei a roupa branca e dourada, Rebeca a roupa preta e dourada. Vamos parecer idiotas.

─ Terão de fazer um teatro para o porteiro – disse Sra.Leilan.

─ Eu cuido disso – disse Shay mexendo as sobrancelhas.

─ Vamos nos vestir – Rebeca disse guiando-me para um cubículo feito de colchão, aparentemente usado como banheiro, pois o vaso e a pia se encontravam ali.

─ Quer ajuda Giovanna? -  gritou meu amigo levando em seguida um tapa alto e agudo.

─ Ai sim em filhão! – outro tapa.

O vestido é de cetim, a parte do busto é branca com faixas douradas em baixo dos seios e acima da cinturam o que prendia o vestido em mim são duas faixas douradas que fica sob meu ombro com pedras verdes que combinam perfeitamente com as pulseiras, a parte da saia está colada na minha coxa, de cor dourada com outras esmeraldas brilhantes no canto da cintura. Os sapatos de salto são básicos e brancos.

Eu estava linda. Rebeca estava com a mesma roupa que eu, porém nos lugares brancos da minha roupa a dela era preta, onde tem esmeraldas no meu tem rubis na dela. Apenas a partes dourada era igual. Viramos uma deles agora.

─ Parecemos gêmeas – Rebeca sibilou.

─ Gêmeas lindas – Shay disse me encarando.

─ Chega dessa melação, vamos – Rebeca implorou.

─ Então vamos.


Notas Finais


Espero que gostem <3


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