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História Divididos pelas Cores - Viagem


Escrita por: SraOnyx

Notas do Autor


Amarelos - Estudantes
Vermelhas - Donas de casas
Azuis - Trabalhadores
Pratas - Donos de empresas
Dourados - Estudantes (porém filhos dos Pratas)
Entre outras demais cores.

Capítulo 7 - Viagem


Acordamos cedo para pegarmos as melhores coisas que tinham no bazar. Não sabíamos quanto tempo ficaríamos fora, então pegaríamos o máximo de coisa possível. Estava colocando o resto da blusa, de costas para eles dois, quando escuto um ruído da cama.

─ Bom dia Rê – eu disse, claramente percebia-se o tom de medo em minha voz.

─ Bom dia flor do dia – ela respondeu carinhosamente. Começara a se trocar também, mas lembrou de que Shay estava lá e correu para o banheiro.

─ Bom dia Gi – murmurou Shay ainda cansado – que horas são?

─ Umas seis horas da manhã.

─ Seis horas? – gritou espantado, ri da reação dele.

Pude o ouvir andando por trás de mim, me abraçou pela cintura.

─ Não sei por que você acha que pode ficar me beijando, colocando a mão na cintura. Não estamos namorando. E você disse que ia me dar um tempo.

Tentei dar um choque nele, não funcionou. Ele roubou um beijo rápido e colocou a camiseta amarela dele.

─ Você tirou a blusa a noite? – perguntei e falhei em tentar parecer distante.

─ Sim, eu queria que você me visse assim, sem blusa – ele piscou para mim.

Joguei o pente, que estava usando para pentear meu cabelo, nele. Que conseguiu desviar com uma tranquilidade imensa.

─ Oi galera – voltou a Rebeca.

─ Trouxeram as bolsas da escola? – perguntei.

─ Sim – eles disseram em dueto.

─ Ok. O plano é o seguinte…

 

As bolsas tinham tudo o que precisássemos. A do Shay tinha comida, e um cobertor. A minha tinhas antigas roupas, um cobertor e espaço para as outras roupas. A de Rebeca, a maior, levava um cobertor e espaço para três lençóis. Faltava alguma coisa para estar tudo perfeito. Minha mãe. Já havia perdido o papai e agora perderia a filha… por um tempo.

─ Filha, o que são todas essas bolsas? – ela perguntou a mim quando saiu de seu quarto – é algum tipo de estudo?

Agarrei o braço de minha mãe e a levei para minha cama, ela sentou-se ao meu lado confusa.

─ O que houve? – ela perguntou.

─ Mãe, eu e meus amigos vamos… ir para um lugar longe.

─ O… oque? É algum tipo de excursão escolar?

─ Sim… é sim.

─ Para onde vão?

─ Não temos destino, vamos ver: cidades, rios… fábricas.

─ Fábricas? Achei que queria ser Vermelha.

─ Sim mãe, mas tem pessoas que querem ser Azuis.

─ Tenho que assinar algo?

─ Não – murmurei.

─ Mas sempre temos que assinar!

─ Mãe, eu assinei em seu lugar! – eu gritei. Menti… menti para minha mãe.

─ O que?

─ Achei que não fosse deixar.

Ela ficou em silêncio, depois me puxou para um abraço carinhoso. Ela sussurrou “eu te amo” em meu ouvido, abracei-a com mais força, mal sabia ela do que estávamos prestes a fazer.

─ Quando vão?

─ Hoje. Depois das roupas.

─ Ok. E voltaram quando?

O que dizer? Nada, apenas dei mais um abraço nela e corri para a sala. Eles estavam prontos.

Caminhamos em silêncio, na bolsa da Rebeca tinha as roupas das “Douradas”, assim que pegássemos as roupas nos vestiríamos em um banheiro perto do bazar. Enfiamos as nossas bolsas em uma moita esverdeada com flores roxas. Entramos no banheiro e colocamos as barrigas grávidas falsas, aquilo incomodava muito. Só precisávamos pegar as roupas, eu pegaria um short para o Shay e a Rebeca a blusa, ai que bagunça por causa disso…

Eu e Rebeca entramos, Shay foi à casa da mãe buscar três lençóis que ela havia feito para nós, Sra.Leilan começara apoiar a gente quando descobriu da “escravidão”.

Entramos no bazar lotado, por causa da “barriga”, conseguimos passar pela fila. Começamos pela parte feminina, peguei um short e uma camiseta cinza. Os dois muito básicos, eu vi por cima do ombro que Rebeca pegou um vestido rodado, caminhei até um lugar vazio e enfiei as roupas dentro da “barriga”, andei até a parte masculina que era perto da ala de crianças, fingi que observava uma roupa de bebê masculino e puxei a jeans que estava bem atrás de mim. Fiz o mesmo processo de enfiar a calça dentro da barriga falsa. Eu estava pronta, mas precisaria justificar minha saída sem roupas, eles provavelmente colocariam a mão na minha barriga para verificar se não era uma pilha de roupas. Rebeca grudou seu braço no meu e começamos a andar devagar até a saída. Uma moça que estava atrás de um balcão de pedra nos olhou com desgosto.

─ Nomes.

─ Não pegamos nada – falei com frieza.

─ Por quê?

─ Não trouxemos as roupas antigas.

Ela fechou os olhos devagar. Vanessa, nome que mostrava no crachá grudado na blusa dela, chamou um Preto que passou a mão na barriga.

─ Não são novas para ter essas… barrigas? – ele perguntou.

─ Diz isso para meu namorado – eu falei.

Rebeca ficou quieta e saímos da bagunça. Corremos para a moita e pegamos as mochilas, fomos ao banheiro e magicamente viramos Douradas.

Eu suava; que calor. Não aguentava mais… a bagunça daquele dia. Minha visão estava turva. Voltamos para o início da ponte onde Shay nos esperava, ele nos deu dois lençóis que enfiamos dentro da mochila. Demos as mochilas a ele.

─ Estarei esperando vocês na frente da floresta, Rebeca, onde eu pego o alicate?

─ Ao lado da minha casa, tem uma moita da casa vizinha, lá terá uma caixa de ferramentas.

─ Por quê? – ele riu.  

─ Explico na floresta – respondeu rindo.

Desfilamos até o portão e esfregamos a pulseira no scanner.

─ Nomes?

─ Não estamos na lista.

─ Então não entram.

─ Não precisamos falar com a família real, mesmo por que eles estão fora.

─ Então por que querem entrar?

Ficamos quietas, chegou uma menina com cabelos curtos e pretos, usava um óculos colorido e vestido vinho, ela cochichou algo no ouvido do homem que concordou com a cabeça.

─ Entrem.

Andamos rápido.

─ Será que ele esperava que viéssemos? – perguntei.

─ Sei lá.

Andamos até a biblioteca enorme e colorida, fomos até a estante do fundo.

─ Aqui está – eu disse puxando o livro.

─ Não podemos pegar o livro, mas pegue o mapa.

Arranquei a página e apontei por onde iriamos. Enfiei o mapa na blusa. Senti alguém segurando meu braço. Um Preto me levava e Rebeca a força para algum lugar.

─ Me larga! – gritei.

─ Me solta seu louco – Rebeca começou a se debater.

Descemos uma escada que ficava no fundo do castelo, ele galopava com uma velocidade incrível. Chegamos a uma espécie de prisão; ele nos jogou em uma cela.

─ Por que estamos aqui? – gritei - o que fizemos?           

─ Roubaram roupas do bazar e estão fingindo ser Douradas, deixarei vocês aqui até o rei chegar. Isso vai melhorar o aniversário dele.

O Preto foi embora. Largou-nos na cela vazia. Comecei a chorar, Rebeca me abraçou e chorou comigo.

─ Isso causa morte? – perguntei.

Ela ficou calada e concordou com a cabeça. Ouvimos pisadas na escada e gelamos. Era aquela menina que conseguiu permitir a nossa entrada.

─ Por favor, nos ajude – implorei.

─ Caladas – ela respondeu-me.

Camila, nome do crachá, abriu o portão e começou a passar a mão pela parede que se abriu, fomos hesitantes até a porta que dava para a floresta.

─ Obrigada – Rebeca disse e correu pela floresta a frente.

Eu a segui passando no meio das árvores até chegarmos perto de Shay.

─ Oi - eu disse.

─ Ai! Que susto! Como chegaram ai? – ele perguntou.

─ Abre logo e vem.

Joguei meu sapato de salto em uma moita aleatória. Rebeca apertava os dedos e o barulho do ferro sendo cortado me arrepiava.

─ Eu não vou – disse Rebeca.

─ O que? – eu e Shay falamos em coro.

─ Não vou, se não… como serei Marrom?

─ O que? – comecei a gritar.

─ Para, para de gritar! Eu não vou e ponto. Levem minha mochila… isso não importa! Eu não vou e não vou. Desculpa.

Rebeca correu pela grade, agora aberta, e sumiu entre as casas. Ela não vai com a gente… minha melhor amiga me abandonou… por uma cor…

Senti um buraco negro me sugando.


Notas Finais


Obrigada por ler <3


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