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História Division of the heart - Chapter Four: And Carter's kryptonite


Escrita por: anavgomes

Notas do Autor


Não deu tempo de revisar, então se tiver algum erro, peço desculpas desde já. Espero que gostem do capítulo!

Boa leitura 💙

Capítulo 4 - Chapter Four: And Carter's kryptonite


Fanfic / Fanfiction Division of the heart - Chapter Four: And Carter's kryptonite

Você não tem que tentar muito, você não tem que provar nada
Você me ganhou no "Olá!"

 

22h54min

O resto da tarde passou rápido, e a noite já havia caído a um bom tempo quando começamos a nos preparar para fechar. Carter ficou comigo o dia todo e aprendeu tudo o que eu o ensinei bem rápido. Ele era fofo, engraçado e tinha o dom de me fazer ficar sem graça. Nós recebemos várias pessoas ao longo do dia e ele foi ótimo com todas elas. Tirando algumas cantadas, ele havia sido uma companhia maravilhosa pra mim.

- Você desligou tudo? – Alex perguntou, pela milésima vez.

- Eu já te disse, desliguei tudo. – Afirmei e ela me analisou com os olhos semicerrados, desconfiada.

- Emma, você tinha deixado um dos projetores ligados. – Carter diz, saindo da sala de projeções. Alex me olha com as sobrancelhas arqueadas.

- Ah, até parece que você nunca esqueceu nada! – Reclamei.

- Eu, não! – Ela diz e começa a se dirigir até a porta dos fundos.

- E o incidente do filme? – Digo, enquanto eu e Carter a seguimos para fora do cinema.

- Qual foi o incidente do filme? – Carter pergunta rindo, com interesse novo na conversa.

- Aquilo foi um acidente! – Ela grita e continua andando, sem olhar para trás.

- Ela deixou um rolo de filme dentro do projetor depois que ele já havia acabado. – Contei, passando com Carter por Alex que estava parada no corredor nos esperando sair.  – Só que o projetor era pré-histórico e ela também havia se esquecido de desligá-lo e na manhã seguinte..

- O filme tinha derretido e a gente perdeu o rolo e o projetor. – Ela fala, continuando. – Era a minha primeira semana, como eu poderia saber que aquilo ia acontecer? - Começamos a rir e Alex bufa, se virando para trancar a porta atrás de si.

- Eu te entendo, Alex. – Carter diz entre risos, dando tapinhas no braço da mesma.

- É.. – Diz, rindo e checando algo no celular. – Crianças, eu preciso ir andando.. – Ela brinca e me dá um abraço, fazendo o mesmo com o moreno. – Boa noite pra vocês!

Observamos Alex sair andando e Carter se vira para mim.

- Vai a pé? – Perguntou.

- O quê?

- Para a sua casa, - Ele se explicou. – Vai a pé?

- Vou, - Lhe dirigi um pequeno sorriso. - Minha casa é a uns três quarteirões daqui.

- Quer que eu te acompanhe até lá?

- Não vai te incomodar? – Indaguei.

- Não, claro que não. – Ele sorriu e começamos a andar.

As ruas estavam movimentadas e tudo estava iluminado como sempre. Essa era a beleza de Nova York, ela nunca dormia, em cada rua, beco ou estabelecimento, não importasse o horário, sempre haveria alguém, alguma luz, em qualquer horário. Era impossível estar sozinho. Eu sempre fui apaixonada por essa cidade. Ela guardava tantos segredos dentro de suas fronteiras e se mostrava perfeita para o mundo. 

Carter e eu, caminhávamos lado a lado, ombros encostando. O vento batia no meu cabelo e eu andava com os braços cruzados na frente do corpo. 

- E então, - Carter chamou minha atenção para si. – Você mora sozinha?

- Não.. – Respondi, me afastando um pouco para olhá-lo.

- Com seus pais? – Ele tentou de novo.

- Não, também. – Torci minhas mãos, desconfortável. O mencionar dos meus pais me deixava nervosa.  – Meus pais me abandonaram a uns bons anos atrás. – Sussurrei.  

- E-eu sinto muito. – Ele diminuiu o tom de voz, envergonhado.

- Tudo bem.. – Tentei sorrir. – Eu moro com a mulher que me criou e alguns outros.. – Irmãos? Amigos? Eu não sabia como descrevê-los. Por que eu não sabia como descrevê-los? – Minha família é complexa. – Eu ri, tentando concluir.

- Disso eu entendo. – Ele soltou uma risada sem humor.

- Problemas familiares? – Perguntei.

- Você não tem ideia de quantos. – Carter fitou a calçada, chutando uma pedrinha fora do caminho. – Mas vamos falar de assuntos melhores.

- Okay, - Vasculhei minha mente em busca de algo, mas tudo parecia inadequado. – Por que resolveu trabalhar em um cinema? – Meu Deus, isso foi horrível. Repreendi-me mentalmente, Carter riu e passou a andar de costas, na minha frente, me encarando.

- Eu precisava de dinheiro, saí da casa dos meus pais há algumas semanas, a situação estava apertando. E Carlos foi o único que concordou em me dar um adiantamento. – Ele explicava, dando algumas olhadas por cima do ombro de vez em quando, verificando se não havia nada no caminho com qual ele pudesse esbarrar.

- Você vai acabar caindo, andando desse jeito. – Avisei.

- Não vou, não. Esse é meu superpoder.  – Ele argumentou, dando mais uma olhada sobre o ombro.

- Andar de costas?

- Sim, não ria do meu superpoder, Emma. – Brincou. – Nem todos nós podemos dar choque nas pessoas, como você.

Eu tentei rir, mas meu corpo todo se enrijeceu. E a mínima possibilidade de que ele pudesse saber me assustou de uma maneira absurda. Encarei o chão, a fim de me acalmar. Ele não sabia, não tinha como saber. Nunca saberia.

- Mas e você, - Carter pigarreou e tentou continuar. – Por que foi trabalhar num cinema?

- Eu estava entediada. – Dei um meio sorriso e olhei para ele, que tinha a mesma expressão brincalhona de antes.

- Você arrumou um trabalho, sete dias da semana, por que estava entediada? – Ele perguntou, parecendo desacreditado.

- É! – Afirmei, rindo de forma nasalada.

- Você é realmente.. – Aquela sentença nunca chegou a ser terminada, Carter tropeçou em uma lata de tinta, que estava ao pé da escada de entrada de uma casa.

Ele foi ao chão, e ao tentar buscar apoio, levou-me junto. Me fazendo cair em cima de si.  As mãos dele estavam nas minhas costas, nossos rostos tão perto, que eu podia sentir sua respiração contra a minha bochecha. Olhares presos um no outro.

Ele deu um sorriso de lado e eu retribui, minhas mãos começaram a formigar e eu sentia a pele dos braços queimando. Um trovão se fez ouvir por todo o lugar. Agora? Sério mesmo? Controle seus poderes, Emma.

A chuva começou a cair e eu me coloquei de pé, ajudando Carter a se levantar também. Então ele me puxou pelo braço. Ainda ria, quando achamos refugio debaixo da varanda de alguém.

- De onde veio essa chuva? – Ele perguntou e olhou o céu, indignado, encostando-se à parede da casa.

Carter fitou o próprio braço e o mexeu, parecendo desconfortável.

- Você se machucou? – Perguntei.

- Não.. – Respondeu, mas ele não parecia estar falando a verdade. – E você, se machucou?

- Não, você amorteceu minha queda. – Ele arqueou as sobrancelhas e sorriu – A propósito, eu avisei, não avisei? – Disse e comecei a amarrar meu cabelo num coque.

- Você me fez perder meu superpoder. – Brincou, enquanto tirava a jaqueta molhada. – Emma Stuart, você é minha kriptonita!

. . .

Ficamos acobertados naquela varanda, até eu conseguir fazer aquela queda d’água parar. Quando o fiz, retomamos o caminho. Tentei fazer Carter desistir da ideia de me acompanhar, mas ele insistiu e andou comigo mais dois quarteirões.

- É aqui. – Eu parei, quando chegamos até a frente de casa.

- Nos vemos amanhã, certo?

- É, eu acho que sim. –Torci as mãos e ponderei um minuto se deveria chamá-lo para entrar. - Você não quer entrar? – Perguntei

- Obrigada, mas por mais que eu tenha gostado de andar, correr, cair e pegar chuva com você, eu ainda tenho que caminhar até em casa. - Ele se aproximou e depositou um beijo na minha bochecha. – Boa noite, Emma!

- Boa noite, Carter! – Eu o sorri e ele piscou pra mim, antes de girar nos calcanhares e se por a andar.

Dirige-me até a porta e entrei, encontrando Sofia e Luke em volta da mesinha de centro da sala de estar, na qual havia duas caixas de pizza.

- Emma! – Sofia exclamou. – Até que enfim, achei que tinha se perdido por aí.

- Eu nem demorei tanto assim, - Disse, jogando o celular e a bolsa no sofá e me sentando ao lado de Luke. – Demorei?

- Demorou, - Ela pegou o celular, que estava apoiado na mesa, e checou o horário. – É quase uma e meia da manhã.

- Sério?! – Me surpreendi, não parecia ser tão tarde. – Não havia notado.  

- E o que você estava fazendo para perder a noção assim? – Luke perguntou me olhando de um modo brincalhão.

- Tentando fugir da minha própria chuva. – Murmurei alto o suficiente para que fosse ouvida e me servi de um pedaço de pizza. – Mas e vocês, o que ficaram fazendo?

- Dormindo – Eles responderam em uníssono e eu não pude evitar rir.

- Acordamos era umas dez horas. – Sofia comentou.

- E ficamos ouvindo histórias sobre a viagem do Dylan. – Luke completou.

- Então foi um dia produtivo para todos nós. – Disse rindo e Luke se inclinou para pegar um guardanapo, nossas mãos se encostaram por um segundo, me fazendo sentir uma dorzinha no local. Ele parou por um instante e depois voltou a se acomodar.

– Ei, esse Carter parece gostar de você. – Disse e passou a me olhar de modo malicioso.

- Luke, o que eu já disse sobre me ler? – O repreendi.

- Desculpa! – Ele disse, levantando as mãos ao alto, num sinal de rendição, ainda rindo. – Mas acontece, ué.  – O encarei, com os olhos semicerrados e mordi mais um pedaço da minha pizza.

- Quem é Carter? – Sofia perguntou.

- O namoradinho da Emma. – Ele respondeu.

- O quê? Não! – Minha voz subiu uma oitava. – Ele é um amigo. – Fulminei Luke com os olhos. – Ele começou a trabalhar no cinema hoje.

- Aham, e ele tá a fim de te dar um trabalho. – Ele brincou.

- Cala a boca! – Bufei, lhe dando um tapa no braço.

- Ele é bonito? – Sof indagou. – Luke, ele é bonito?

- Ela achou ele bonito!

- Ai meu Deus! Querem parar? – Os dois começam a rir, me ignorando por completo.  

- Eu pensei ter escutado sua voz. – Dylan aparece, vindo da cozinha com algumas latas de refrigerante na mão.

Ele colocou as latas sobre a mesa e se sentou ao lado de Sofia. Nem ela, nem Luke continuaram as brincadeiras sobre Carter.

- E eu achei que te encontraria dormindo uma hora dessas. – Falei e peguei uma das latas, abrindo a mesma. – Você fez uma viagem longa, não está cansado?

- Por incrível que pareça, não. – Ele diz.

- Não consigo entender isso, se fosse eu, estaria por aí, desmaiada, o dia todo.  – Disse, já me levantando de novo.

- Aonde vai? – Luke perguntou, enquanto eu pegava minhas coisas no sofá.

- Tomar um banho e dormir. – Respondi, mordendo mais um pedaço de pizza e tomando um último gole de refrigerante, largando a borda e a lata dos mesmos em cima da mesa. 

– Dyl, eu sei que prometi ficar acordada, mas eu estou morta. Me desculpa? – Disse, indo até ele e o abraçando.

- Não tem problema! – Ele sorriu. – Daqui a pouco eu já vou subir também.

– Eu saio mais cedo do trabalho amanhã e terei todo o tempo do mundo pra você, juro – Baguncei o cabelo dele com uma das mãos e comecei a caminhar em direção a escada. – Boa noite, seus lindos! – Gritei por cima do ombro e subi os degraus até o corredor do meu quarto.

. . .

Eu havia tomado um banho extremamente longo, até para os meus padrões. E o ato de deitar na minha cama, nunca foi tão maravilhoso. Não me lembrava de ter ficado tão cansada, quanto me sentia. Minhas pálpebras pesaram assim que encostei a cabeça no travesseiro e tão rápido quanto me deitei, eu adormeci.

Flashback on:

15h47min, (December 20, 2003)

Emma não olhava para cima ou para frente, andava pelos corredores da escola de cabeça baixa, para evitar chamar atenção. Sua mãe não viria buscá-la hoje, teria que fazer o caminho até a casa sozinha, mas tudo bem era só uma rua. Seguia a rua, virava a esquina e estaria em casa, Certo? Certo.

A garota temia, com todos os ossos do corpo, encontrar Mike e as outras crianças no caminho. Murmurava baixinho consigo um desejo, enquanto andava até os portões. “Que ele não venha atrás de mim, não de novo. De novo não”.

- Ei aberração! – A voz a fez se arrepiar por inteiro, mas ela continuou andando de cabeça baixa. – Não está me ouvindo?

A pequena girou nos calcanhares e passou a encarar o menino a sua frente.

- Por favor, Mike, me deixa ir. – Ela pediu baixinho.

- Eu deixo você ir, pro buraco do inferno de onde saiu. – Emma fechou as mãos em punho, mas não disse ou fez nada, somente se virou e continuou andando.

- Sabe o que eu não entendo Emeralda? – Ele gritava enquanto a seguia. – É por que seus pais ficaram com você.

As pontas dos dedos da pequena queimavam. O céu acima deles passou de um azul claro para cinza escuro, e um raio cruzou o céu. Ela começou a correr, estava quase em casa, só mais alguns passos e podia estar em casa. De repente sentiu algo em suas costas e a dor se instalou por todo o lugar. A menina se virou para procurar Mike e foi atingida mais uma vez. Aos seus pés, viu pedras tomarem lugar. Cada pequena rocha que a atingia deixava uma marca, e alguns pontos em seu rosto e braços começaram a sangrar. Mas ela não correu.

Emma encarou o céu e ergueu os braços. Ao abrir uma das mãos, o céu se iluminou com um relâmpago. Quando abriu a outra, o firmamento também se abriu, e a chuva veio tão forte quanto a raiva da pequenina. Raios começaram a cair nas calçadas e um atingiu a árvore atrás da qual Mike se escondia. Alguns dos galhos começaram a pegar fogo e caírem, o menino correu para longe. E pela primeira vez, Emma viu nos olhos dele, o medo que ela sentia a apavorar todos os dias.

Flashback off.  


Notas Finais


(Música: Had Me At Hello by Olivia Holt)

(Para quem quiser, os links abaixo são fotos de como eu imagino a casa da Emma)
http://migre.me/vAmhT
http://migre.me/vAmip
http://migre.me/vAmj4
http://migre.me/vAmjM
http://migre.me/vAmkG

Trailer: https://youtu.be/j7aanXFEnNo (Ativem as legendas!)
Até a próxima, amores! 🌸


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