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História Do I Wanna Know!? - Norminah - Loss Of Felings


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey Sweets 💜

Como prometido, o passado da Dinah, desculpe a demora, ocorreram alguns devaneios, mas o capítulo está salvo! 😂 Enfim, só quero avisar que não estou me responsabilizando.

Enjoy 😋

Capítulo 10 - Loss Of Felings


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Loss Of Felings


Dinah Jane Hansen, Point Of View
Miami, Flórida, 04 de Fevereiro de 2011

Era hoje, depois de três dolorosos anos sem vê-lo, ele finalmente estaria conosco novamente. A dor estava presente, a notícia do óbito veio como uma bala, colidindo em nossos peitos como fofo ardente, trazendo a dor, que ainda estava presente. Minhas mãos tremiam, meu estômago encolhia e revirava, como se houvessem borboletas, trilhando seus caminhos em um conjunto. Havia várias outras pessoas com seus filhos, esperando como eu, na esperança de que aquele grande portão de ferro fosse aberto.

Assim que as portas se abriram, pude sentir meu coração acelerar ou até mesmo errar a batida. O batalhão dividido em seis fileiras, marchou até o centro, em ordens do general, meu avô paterno.

:- Bem vindos de volta, soldados - Disse o superior. - Foi uma longa e cansativa batalha nos últimos anos, infelizmente sofremos perdas de alguns de nossos companheiros.

O alinhamento de todos eles era algo incrível, como se fosse milimetricamente pensado, meu coroa era exigente, a base de muito treino e broncas.

Eu o conhecia bem.

:- Eles estão em um lugar melhor agora! - Gritaram em coro sem mover um único músculo.

Deixei que alguns mechas, na época castanhas, caíssem sobre meus olhos. Porém não impediam minha visão sobre o mais velho.

:- Eu desejo que tenham um tranquilo descanso, curtam seus filhos e família, não desistam da base principal dessa batalha, o sonho de carrega a vitória e justiça sobre os ombros. - Pude ver alguns afirmarem, creio que não era necessário estar estático nesse momento. - E sonhos nunca acabam, pois sonhos são involuntários. - Moveu seus ombros. - Descansar! - Ordenou e todos bateram continência.

Nesse momento não havia mais tensão, ordem ou afeto ilustrativo de um trabalho puxado. Haviam lágrimas de felicidade, abraços em grupo, beijos apaixonantes e dizeres de anos, presos em suas gargantas de tanto esperar o momento do reencontro.

Suspirei me debatendo em algumas pessoas, não era proposital, logo a figura de um homem dos cabelos grisalhos, uma estrutura maior que á mim, uma jovem descrença do mundo ao meu redor, no auge de seus 16 anos. Ele tinha uma pequena elevação na barriga, algo que vovó costumava dizer que era um estoque para a ceia do final do ano. Os braços másculos do mais velho me retiraram do solo, rodopiando meu corpo no ar enquanto me envolvia em um abraço caloroso e cheio de sussurros amorosos.

Como eu o amava. 

:- Senti sua falta, vovô. - Joguei levemente minha cabeça para trás podendo assim encarar seus olhos negros, no momento já me encontrava firme sobre o chão, sorri sem mostrar os dentes logo apoiando minha cabeça em seu peito. 

Ele acariciou minhas madeixas, não queria que visse minhas fundas olheiras, por mais visíveis que fossem. Suspirei me aconchegando aproveitando-me daquele momento tão desejado por mim.

Porém não nessa situação. 

:- Eu sinto muito, Dih... - Resmungou baixo, quase que inaudível.

Franzi o cenho quando seu corpo não se tornou presente, ele ainda vestia sua companheira de batalhas, a farda tão bem cuidada por anos. Retirou de seu bolso uma pequena medalha dourada, sua base era composta pelas cores da bandeira dos Estados Unidos. 

Minha visão estava turva perante as lágrimas, embora ainda pudesse enxergar com tal clareza o ouro em mãos. Sempre soube que um dos maiores desejos de meu avô, era ter um de seus filhos servindo ao exército, e meu pai não foi aquele capaz de realizar seu desejo, quando assumiu que estaria partindo a uma universidade, anos após já tinha sua própria empresa.

A base de trabalho duro. 

:- Isso é seu? - Perguntei com a voz embargada pelo choro.

Senti a ponta de seus polegares enxugarem as poucas lágrimas, sorri sem mostrar os dentes. O primeiro, e provavelmente ultimo sorriso daquele mesmo dia. 

:- Não querida, era de seu pai, eu guardei para tê-lo sempre por perto, mesmo que nunca tivesse alguma informação sobre esse pequeno objeto inútil... - Comentou deixando algumas lágrimas rolarem.

Eu nunca havia visto nada a mais que sorrisos em sua face.

:- Eu não quero uma medalha, vovô... - Resmunguei. - Eu quero o meu pai! 

:- Fizeram de tudo para salvá-lo, acredite... - Tentou explicar, mas nada raciocinava direito. - Um tiro no peito pode ser mais grave do que imaginamos, ele perdeu muito sangue, era questão de sorte... - Suspirou maneando levemente sua cabeça em negação. 

:- Não, não! - Gritei caindo no chão. - Eu quero o meu pai, vovô! - Apertei com força a medalha em minhas mãos, era com certeza uma das minhas piores perdas.

 A pelo menos dois anos, minha pior notícia foi saber que meu peixe havia morrido, até hoje me questiono se não foi afogado. 

:- Dinah, me escute. - Ele se abaixou para alcançar a altura, me encontrava ajoelhada sobre as pequenas pedras do chão, embora estivesse machucando meus joelhos, a dor interna supria qualquer outro sentimento. - Você precisa ser forte. 

:- Eu não consigo. - Solucei entre as lágrimas que já caíam sem rumo. - Eu quero morrer! - Gritava na esperança da dor ir embora, não tinha forças, apenas deixava meu choro fluir. 

Ele me envolveu com seus braços másculos, enquanto enterrei meu rosto em seu peito, deixando que as lágrimas formassem uma mancha ao molharem sua farda, aquilo estava me destruindo aos poucos. 

 

Cemitério Municipal de Miami, 05 de Fevereiro de 2011. 

:- Estamos presentes aqui hoje em homenagem a Gordon Hansen, melhor conhecido apenas por Gordon. - Disse o padre. - Nascido em 18 de Setembro de 1968, Senhor Gordon foi um grande pai de família, podemos o considerar um verdadeiro guerreiro, em busca de mais um sonho. 

:- Ele está em um lugar melhor, agora. - Gritamos em coro. 

Vovô Gordon fez questão de um velório 'digno', em suas palavras. Haviam alguns de seus soldados vestindo suas fardas bem cuidadas, mantinham sua postura onipotente, enquanto alguns dos familiares ao outro lado tinham o rosto coberto por lágrimas. 

:- Queria chamar agora, Dinah Jane, filha de Senhor Gordon, para falar algumas de suas palavras. - Chamou-me o padre. 

Respirei fundo recebendo o calor dos lábios de minha mãe, aquecendo minha bochecha, Regina, na época com seus cinco anos, não fazia ideia do que acontecia ao redor, embora fosse mais inteligente do que muitos imaginam. Tornei meus calcanhares andando em direção a meu avô, ficando atrás do caixão de mármore, coberto com a bandeira dos Estados Unidos, me segurou em meus ombros, tentando passar confiança á mim. 

:- Eu sempre tive uma rotina monótona, de levantar nas noites mais frias, das tempestades mais pesadas ou raios capazes de ensurdecer qualquer um devido sua força, eu pegava minha coberta e ia ao quarto de meus pais, eu sabia que lá estaria mais segura quando em seus braços. - Comentei sentindo meus olhos marejarem. - Muitas vezes ele não foi um pai presente, pois seu trabalho lhe exigia muito, mas foi um grande pai, e saber que, não o verei chegando tarde, sentado em sua poltrona de descanso, ou até mesmo lendo seu jornal todas as manhãs, me machuca internamente. - Senti poucas lágrimas escorrendo, tentava não demonstrar fraqueza. - E então eu me pergunto, porque deixamos tudo pra depois?

O silêncio pairou, tinha alguns olhares atentos sobre mim, outros afirmavam em questão a pergunta feita, entreabriam seus lábios, mas som algum se tornava audível. Suspirei apertando a medalha em mãos, tendo meu olhar baixo. 

:- Às vezes o problema é amar demais, e às vezes amar de menos. - Iniciei. - Eu nunca fui daquelas que fazem sentido. O que não entendemos é que, depois o café esfria, depois a prioridade muda, depois o encanto se perde, depois o cedo fica tarde, depois a saudade passa, depois tanta coisa muda, depois a vida acaba. - Senti o aperto sobre meus ombros e de relance vi meu avô encarando-me atento. - Se eu pudesse, uma última vez dizer que o amava eternamente, eu diria sem ao menos pensar duas vezes, sem receios. Mas é tarde demais. - Finalizei. 

:- Sentido. - Gritou meu avô, general Hansen.

Soltou meus ombros, ficando em sua posição ereta. 

:- Preparar armas. - Os soldados fizeram três movimentos com as armas em mãos, deixando-as apontadas para o chão. Os demais fizeram sinal de sentido, deixando suas mãos aproximadas da cabeça. - Por Gordon Hansen, e pelos Estados Unidos. - Aos poucos vi o caixão sumindo de meu campo de visão. - Disparar armas. - E então vários tiros foram disparados.

Caí no chão sem ao menos controlar meu choro, estava descontrolada.

:- Pai. - Sussurrei fechando os olhos com força. - Pai, pai.

:- Dinah. - O superior tentou me levantar do chão.

:- Tire suas mãos de mim! - Esbravejei tentando me afastar, porém foi mais ágil. 

:- Dinah, não pode ficar jogada no chão desse jeito. - Disse me puxando com força, fazendo-me debater contra seu peito, porém logo fui cessando deixando o choro me prender á aquela dor insuportável. 

:- Mas eu não quero! - Gritei. - Só quero ir embora, me trancar em meu quarto e chorar. - Disse completamente desnorteada.


...

 

:- O que foi agora? - Resmungou Lauren sonolenta da sacada de seu quarto. 

Sorri tendo em vista a morena com os cabelos desgrenhados, soltei o punhado de pedras em mãos e ajustei a alça da mochila em meus ombros enquanto relaxava os mesmos. Pareceu funcionar o ecoar das pedras colidindo contra a janela de seu quarto. 

:- Vai me acompanhar, querida? - Sorri de canto retirando as passagens do bolso. 

:- Quantas já chamou de querida, essa noite? - Sabia o quanto Lauren poderia ser ciumenta, embora não seja afeta a demonstração de sentimentos.

Suspirei quando analisou meu corpo de cima a baixo. 

:- Muitas, e aparentemente pareceram gostar. - Sorri cafajeste vendo-a revirar os olhos e fazer um sinal para que me aproximasse.

Me posicionei abaixo da sacada, podendo segurar assim sua mala, na qual jogou daquela altura. Lauren não era nem um pouco normal. Ri baixo me recompondo logo em seguida. 

:- É exatamente por isso que eu não gostei. - Comentou ainda lá em cima, enquanto vestia sua jaqueta de couro. 

:- Não seja tão ingrata, querida. - Resmunguei contragosto.

Percebi o verde de seus olhos me fuzilarem, reprimi meus lábios tentando não rir. Lauren sumiu por alguns minutos de meu campo de visão, porém soube estar tudo bem quando a maçaneta da porta principal girou-se sentido anti-horário, me dando a visão de sua silhueta definida, éramos duas jovens imprudentes, em busca de novas confusões. 

Indaguei de não ter trago sua mala junto á mesma, ao invés de quase provocar suicídio de suas roupas, que segundo ela, eram sagradas.

Todo aquele verde que se passava feito vulto diante de meus olhos, lembrando-me da morena ao lado, que batucava a ponta de suas unhas contra o jeans surrados, a janela tinha pequenas gotículas de chuva, que era fraca do lado de fora do veículo. Perdida no simultâneo mundo paralelo, lembrava-me de quando apostava corrida junto ao meu pai para ver quem chegava primeiro na cozinha, nos almoços de Domingo. Porém não pense que tudo na minha eram flores, confesso sentir falta dos puxões de orelha e as brigas constantes, sabia que era passageiro, porém não sabia que quando ele passaria dessa para melhor, eu ficaria pior. Nunca imaginei-me sem ele agora, e agora estou vivendo no mundo real com apenas um par de Louboutin nos pés, e a coragem no peito.

Tudo parece ser tão hostil quando a adrenalina me corrói. 

:- Tudo pronto quando chegarmos? - Comentei tirando Lauren de seus devaneios. 

:- Sim, meu pai liberou o apartamento, foi fácil suborná-lo. - Riu nasalmente. 

:- Minha mãe disse que era um momento deplorável, que não sou responsável, e tudo isso será uma grande burrice daqui á alguns anos. - Suspirei voltando-me para a janela, tendo em vista a avenida praticamente vazia naquela madrugada. - Mas enfim, eu realmente quero fazer isso. 

:- Está ciente que é um risco? Ele é um assassino, e se acontecer algo com você? - Colocou uma de suas madeixas morenas, para trás de sua orelha. 

:- Eu realmente não me importo, sendo sincera, nenhuma dor será maior que lembrar da imagem de meu pai partindo desse mundo. - Respirei fundo, já haviam se passado algumas semanas.

Porém as memórias seriam sempre presentes. 

:- Desejo lhe boa sorte. - Sorri radiante.

Amava o sorriso de Lauren, aproveitei e lhe roubei um selinho, deixando-a sem reação. 

Então durante todo aquele dia eu estava inquieta, a morena de olhos verdes não saía de minha mente. Me vi como uma dependente física, sem ao menos provar do vício, e quando eu provei... Ah, grandes relatos não propícios, embora por fim, ficamos apenas na amizade constante que se estende por anos. 


...


Las Vegas, Nevada, 26 de Novembro de 2011.

Faziam algumas semanas desde que enjoos e mal estar contínuos estavam presentes em minha vida, a indisposição parecia ser de outro mundo. Não havia comprimido capaz de me fazer suprir a ausência de um bom dia vivido. Não havia comida que adentrava de minha boca, e horas depois permanecesse em meu estômago, ia tudo descarga a baixo. 

Encolhi meu corpo sobre a cama de casal no quarto opaco aos fundos do apartamento, era possível ouvir o barulho da movimentação ao lado de fora, a cidade dos pecados nunca parava, hoje não seria diferente. 

Queria ser independente sozinha, Vegas tinha lá seus empregos férteis, desejava, apenas dinheiro para me sustentar por talvez meses, em busca da justiça na qual desejava. Trabalhando em uma cafeteria em dois turnos de meu dia, conseguia eu o suficiente para consegui estar "estável" e ainda gastar a herança de forma burra aos cassinos dos mais grandiosos.

Estava sem apoio financeiro, mas tinha jeito com a coisa. 

Não tinha medo dos venenos mais amargos. 

Siope é conhecido pelos olhos escuros e os cabelos sempre muito bem organizados sobre a cabeça. Tem uma beleza natural, sendo considerado um homem de muitos atributos, entre eles, os lábios chamativos que aclamam pelo doce sabor que transmitem. Nariz mediano em conjunto a seu rosto esbelto, um rosto bem modelado, dando um pequeno charme. Possuí músculos definidos para sua idade, considerado alto e bastante atraente. 

Ele buscava um trabalho sem afins das fortunas roubadas de seu pai, roubadas era um hipótese, até então eu nem ao menos fazia ideia disso. Ele fazia questão de estar sempre nas ruas mais desertas para as mesmas corridas, esperando-me. E em minha mera ingenuidade, jamais duvidaria de suas intenções. Mais que colegas de divertimento, éramos mais que amigos, tivemos nossos momentos únicos e muitos sabem disso, porém nada sério, apenas um divertimento pelo fim de semana.

Eu compreendia, embora não me sinta tão atraída a ponto de manter uma relacionamento. Mas quando menos esperava, estava perdidamente apaixonada. É vergonhoso. 

Já havia me agredido fisicamente, porém sempre me mantive calada, pois não gostava de tocar no assunto. Sofrer alguns abusos vindo do mesmo já não era novidade, se é que podemos dizer assim, não tem nada sério, e as vezes era forçada a lhe dar prazer e gemer seu nome quase que diariamente, como se ele domasse um animal. E eu era, sua presa mais fácil em seus tempos de caçada.

Apaixonada por um canalha, que vinha ao menos duas vezes no mês, quando seu "serviço extra" não poupa seu tempo livre. Em alguns momentos nos odiávamos como gato e rato, em outros, nos amávamos como dois adolescentes com hormônios a flor da pele.

Embora não fosse correspondida, e toda a violência aumentava brutalmente em todos os sentidos possíveis. 

Meu olhar voltou-se a porta quando Lauren adentrou trazendo duas pequenas caixinhas em mãos, fazendo-me indagar automaticamente. Sentei meu corpo sobre a maciez da cama, podendo absorver o aroma de seu perfume, que nem mesmo tão doce, fazia meu estomago embrulhar repentinamente. 

:- Você está tomando pílula? - Questionou simples.

Lhe encarei incrédula. 

:- Eu não estou grávida. - Embora a resposta contrária estivesse martelando minha cabeça nos últimos dias. 

Suspirei sentindo minha testa ser atingida por ambos objetos, que antes se encontrava sobre a palma da mão de Lauren. Respirei fundo dilatando minhas narinas quando percebi ser um teste de gravidez, ela não perdia uma.

Encolhi meus ombros receosa. Fui praticamente forçada a ter os pés firmes no chão, Lauren me empurrava levemente em direção ao banheiro, uma gravidez precoce, eu não saberia reagir. Suspirei quando a porta se fechou como uma bala, por trás de mim.

Tinha certeza que ela iria aguardar. 

Sem delongas, segui as instruções necessárias, nunca pensei em ler e reler uma bula, como havia feito naquele mesmo dia.

Alonguei meu pescoço, enquanto me sentava sobre o mármore gélido da bancada, aguardando o resulto indesejado.

Embora era quase certo e... positivo.

:- Não pode ser. - Coloquei a mão na boca, de onde jamais me questionei por tirar forças, direcionando meu olhar ao segundo teste, marcando o mesmo resultado, naquele momento me vi sem chão. 

Eu não queria lágrimas, mas era impossível quando a caiu a ficha. Estava aos prantos apoiada sobre o armário do banheiro, as pernas trêmulas que foram cessando aos poucos. Tive total certeza de que Lauren pode ouvir minha dor, quando adentrou as pressas do pequeno cômodo, seus braços finos e brancos como papel, envolveram meu corpo em um abraço que apenas ela tinha. O som de chiado que saía de seus lábios, parecia apenas piorar minha situação. 

Era nesses momentos que queria gritar ao mundo, que desse valor a um amigo, mesmo que ele seja rude, grosso ou calculista, idiota, ou até te irrite. As vezes podem haver brigas, mesmo que por raiva ele te ignore, ou o orgulho lhe suba a cabeça, fazendo o sangue ferver por suas veias. Mas se for necessário tire sarro dele, bata nele e sempre que possível o abrace, encha o saco, mas valorize, sabe o porque? Porque não importa o que aconteça, ele estará sempre contigo, mesmo longe, ele vai estar por perto.

Esteja sempre com ele. Acredite, será retribuído.

Precisa de mais motivos? Amizades verdadeiras, hoje em dia estão raras. 

Fitei meus pés com as unhas devidamente feitas, o tapete felpudo que antes acolhia meus pés, parecia comodativo agora. O mármore por baixo de meu corpo, apenas transmitia um frio maior em minha barriga, deixando a sensação mais torturante. Lauren beijo meus cabelos e seguro firme nas laterais de meu rosto, erguendo-o em sua direção, com um sorriso acolhedor nos lábios. 

:- Laur... - Murmurei chorosa, recebendo um sinal sonoro como resposta. - Eu estou sozinha nessa, me tira daqui... - Sussurrei piedosa. Ela franziu o cenho. - Tira daqui, eu não quero, não quero! - Esbravejei deixando as lágrimas caírem. 

:- Dinah... - Disse entre suspiros. - Você senta aqui, e diz que ninguém quer você, como repete ultimamente. Eu realmente não sei por onde começar, mas, eu não entendo de onde isso está vindo. - Juntei as sobrancelhas, encarando o verde de seus olhos, estavam mais opacos e levemente dilatados. - Eu não entendo onde me tornei ninguém, quer dizer... - Fez uma pequena pausa. - Em meus olhos eu sou alguém. Em meus olhos em sou alguém importante, e minhas opiniões realmente importam, mas eu sou muito estúpida. Mas eu definitivamente não sou 'ninguém' - Fez aspas com seus indicadores no ar. - Então, quando você diz que ninguém quer você, machuca. Por que...Eu não entendo como você pode dizer isso, quando há alguém lutando por você. 

Entreabri meus lábios querendo questionar. Porém seu dedo indicador, devidamente posicionado em frente a minha boca, desejou silêncio.

Estava realmente confusa. 

:- Todos os dias, bem na sua frente. - Prosseguiu. - Porque eles se importam com você, eles se preocupam. Então, se você não pode me ouvir quando eu lhe digo que: você importa, talvez agora você vá me ouvi. - Meus olhos transmitiam a visão turva, devido as lágrimas que se acumularam. - Eu NÃO sou ninguém, então, não diga que ninguém quer você, porque eu quero você e eu luto por você todos os dias, penso em você todos os dias, eu me pergunto como você está, porque eu, eu não posso estar com você todos os dias, a todo momento, o tempo todo! - Abaixei meu olhar, porém novamente suas mãos ergueram meu rosto. - Mas isso não significa que eu não sou ''ninguém''. - Suspirou. - Eu me importo! E você sabe, a pessoa que diz que ninguém se preocupa com eles é a pessoa que tem a maioria das pessoas que cuidam deles. Maneei levemente com a cabeça, as lágrimas desciam sem pudor, e a pressão de seus polegares as enxugavam. - Então...Essa é a pessoa por que eu tenho, lutando a pessoa que diz que ninguém se preocupa, quando existe alguém. E sabe, eu me sinto bem com isso, mas há uma linha que, quando você atravessa, sabe, isso, isso realmente dói. 

Ela abaixou a cabeça, e naquele momento pensei que fossem lágrimas em seus olhos, estava enganada.

:- Você me disse...Ninguém queria você. Mas então você tem a coragem de me dizer, que não existe a felicidade ou o amor. Bem ali, eu sei que é uma mentira, você me diz que o amor e a felicidade são uma mentira e que tudo não passa de um conto de fadas, e histórias, você diz que é uma mentira tudo isso! - Aumentou seu tom de voz, meus lábios tremiam pelo choro baixo que vinha a tona. - Agora você está mentindo para mim, quando diz isso, porque eu sei o que é a felicidade, eu sei o que é o amor! Você sabe também, mas você é cega demais para ver! - Eu já não me controlava, ela me envolveu com mais força e meu rosto foi ao encontro da curvatura do seu pescoço, em meio a soluços baixos. - Okay, isso pode soar como eu esteja sendo dura demais, agora? Isso é chamado de amor, amor, amor, AMOR. - Fechei meus olhos com força. - Coloca isso na sua cabeça, é real! E está bem na sua frente! - Sabe, eu tenho sorrido todos os dias, e se você realmente me conhece pode me achar hipócrita, mas eu sorrio todos os dias porque eu encontro algo para ser feliz! Todos os dias! 

Lauren com certeza era a cabeça de um grupo de amigos, não a veríamos como uma líder, pois não haveria isso entre nós, mas a Lauren sempre tinha as melhores decisões, perante as situações complicadas, além de ser uma ótima ouvinte, ela é realmente muito centrada, e mesmo com sua insegurança que foi sendo superada ao longo dos anos, ela nunca perdeu a integridade, o carisma, e todo aquele jeitinho único no qual tanto amava. 

:- Mesmo quando é meu pior dia na terra, mas alguém me faz sorrir, mesmo que não tenha relação alguma comigo. - Meus soluços já ecoavam por todo o ambiente, aquilo estava me reconstruindo de alguma forma internamente. - Você sabe por quê? Eu reconheço a felicidade. - Fungou. - Eu entendo isso, aprecio, acredito que algo aconteceu ao longo do caminho e você já não vê que é uma possibilidade. Você diz que é uma mentira como nos contos de fadas, acontece, que contos de fadas não são mentiras, eles deveriam inspirar você. - Apoiou seu queixo sobre minha cabeça, enquanto deslizava uma de suas mãos sobre minha coluna, era uma boa carícia. - Você olha para essa personagem, vendo-a passar por uma situação difícil, que parece totalmente quase que impossível. Que nenhum humano conseguiria passar por isso. Mas você os vê perseverantes! Você os vê passarem por isso, e você os vê com a cabeça erguida, mesmo quando caem, lá estão eles, todos eles, de pé novamente. Erguidos!

:- Não existe um final feliz... - Sussurrei em meio as lágrimas turbulentas. 

:- E então você vê o fim. Há algo de bom do que acabou de passar, eles deveriam dizer-lhe que você deve apenas continuar. -

Constatou chorosa. - Porque há um bom momento para acontecer, e não importa quem você é, você vai ter um bom momento em sua vida! Então não me diga que não há finais felizes, pois você não é Deus, você não poder ler o final de seu livro, e nunca, jamais, escreva em apenas um página. - Me reconfortou e aos poucos fui cessando ao choro. - Você não pode ler a última página. Mas se você fechar esse livro e se você parar de escrever...Eu vou pegar o seu livro, e colocar junto ao meu. - Um soluço escapou de sua boca, o que me fez elevar meu olhar em sua direção. 

Meu coração se apertou ao não ter mais o verde visível devido seus pálpebras fechadas com força, as bochechas ruborizadas, assim como a ponta do nariz, as lágrimas caíam em vão, sem direção, em grande proporção. 

:- Eu vou escrever o seu e o meu ao mesmo tempo. Vou pensar sobre fechar o meu, sobre fechar o seu, sobre o pensamento de ambos. Porque é difícil para mim, escreve dois livros de uma só vez, afinal, não tenho duas vidas. Mas adivinhe, a vida é difícil. - Apertou mais seus olhos, se é que isso fosse possível, me apertando contra seu peito, como um refúgio. - Escrever seu livro da vida vai ser difícil, e se eu estou aqui disposta a pegar seu livro da vida e escrevê-lo, mesmo depois que você estiver feita com ele...por Deus, é melhor abrir seus olhos. Apenas um cego não enxerga o que há a sua frente, e se você não pode ver que há alguém tão disposto a fazer algo por você, porque eles se preocupam e estão felizes, e eles querem que você seja feliz, eles te amam! - Engoli em seco, colocando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.

E sem aviso prévio, o verde, agora musgo, se encontrou ao meu castanho. Foi nesse momento que percebi que mesmo ao chão, eu não poderia estar com alguém melhor, e isso estava me trazendo de volta á vida. 

:- Porque...Há finais felizes, eu os vejo. Há amor porque eu já vi isso, eu senti e eu experimentei. E parte do amor, parte da felicidade, parte da vida, é a dor. - Fitou-me intensamente, fazendo meu corpo ter calafrios com seu singelo ato. - Porque se você experimentar a dor quando estiver feliz, você sabe que está feliz. Quando está apaixonada, você sabe que está apaixonada. Você sabe! - Respirou fundo. - Não me diga que é mentira, não tente me derrubar com você, porque eu não estou te colocan...Eu não estou me colocando para baixo, e eu não vou deixar você para baixo, e não vou deixar você se colocar para baixo também. - Abaixou seu olhar quebrando aquele contato. - Vou pegar você, vou levar você, então me ajude! Mesmo depois que você esteja morta, eu vou lutar por você. Vou lutar por sua memória, porque adivinha? Tudo o que você faz é gravado no tempo, você não pode se livrar dele assim que termina a vida, terminando esse livro, não vale a pena. - Ouvi atenciosamente, como automático eu afirmava a toda e qualquer palavra. - Então, não diga que não é querida quando alguém quer você. Porque isso, é o que você terá. 

Então percebi o quão incertava estava. 

Você pode ver através de meus olhos, como portas abertas, conduzindo você até meu interior, onde eu me tornei tão entorpecido.

Sem uma alma, meu espirito dorme em algum lugar frio, até que você o encontre e o leve de volta pra casa. Acorde-me por dentro, salve-me, chame meu nome e salve-me da escuridão.

Obrigue meu sangue a fluir, antes que eu me desfaça, salve-me do nada que eu me tornei.

Agora que eu sei o que eu não tenho, você não pode simplesmente me deixar, respire através de mim me faça real. Traga-me para a vida! Congelada por dentro, sem o seu toque sem o amor. Só você é a vida entre os mortos

Todo esse tempo, eu não posso acreditar que eu não pude ver, me mantive no escuro, mas você estava lá na minha frente. Eu tenho dormido há 1000 anos, eu tenho que abrir meus olhos para tudo, sem um pensamento, sem uma voz, sem uma alma.

Não me deixe morrer aqui deve haver algo a mais.

Então por que eu me importaria? Eu tenho que mentir sobre o quão bem que você me faz sentir. Me diga, me diga que você não vai partir o meu coração, você não vai destruir o meu mundo, que você vai estar lá quando eu precisar.

Porque quero dizer à eles: Eles não te conhecem, eles não te conhecem. Eles não te conhecem como eu conheço

Falar é fácil e os boatos se espalham como o vento,não se trata do que ela disse que ele está cansado disso, porque eu sei onde termina, eu sei a verdade e a única verdade é você. É engraçado porque às vezes, parece que estamos contra o mundo, eles te tratam como um criminoso, mas prefiro morrer com você, ando na linha, se você me pedir

Eles não te conhecem, eles não sabem do nosso amor, você escolhe o que você vê, porque você só se sente assim no nosso amor. Você apenas deixa acontecer, você não sabe dos momentos, quando é apenas ele e eu. Porque você só se sente assim no nosso amor

Você apenas deixa acontecer.

Aí percebo, o quão fútil, inútil e desprezível estava sendo comigo mesma. Estava cega do mundo real no qual me cercava. 
Precisava sair daquela bolha na qual me entoquei, do mundo paralelo que me confundia internamente. 

"Ela não é perfeita, mas ela faz o melhor que pode para ser a melhor pessoa do mundo."
 


Notas Finais


Sofri um pouco com esse moment Laurinah, espero que tenham gostado!

Baseado em "I'm Not Nobody".

Então mais tarde eu volto, XoXo 💙💜


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