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História Do I Wanna Know!? - Norminah - Smiles Hunter


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey Sweets 💜
Voltei com o último capítulo do dia, so sad 😭

Enjoy ^-^

Capítulo 11 - Smiles Hunter


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Smiles Hunter


Dinah Jane Hansen, Point Of View
Miami, Flórida, 07 de Abril de 2016.

O que é o amor? 

Não há resposta correta para essa pergunta, não há ninguém que possa dizer o que é o amor, porque todo mundo ama de uma maneira diferente. Dizem que é uma vergonha amar alguém que você não pode ter, mas eu acho que é ainda mais vergonhoso não amar a todos.

Vivemos em um mundo onde as pessoas dizem-lhe como você deve ser, como você deve se vestir, como deve agir, mas nunca deixe ninguém lhe dizer como amar alguém. Você pode amar quem quiser, quando quiser, mas você não pode impedir alguém de amar alguém. Quem se importa com que você ama? Quem se importa se essa pessoa não conhece você? Quem lhe diz para parar de amar?

Vivemos em um mundo onde julgamentos e estereótipos parecem ser as coisas mais importantes na terra. 

Vivemos em um mundo onde as pessoas vão julgá-lo, não importa o que você diz, não importa o que você faz. Eles estão sempre aqui para lembrá-lo constantemente de seus erros. Então se você ama alguém 'imaginário', você está cometendo um erro.

Então tudo bem.

Todos cometemos erros.

Mas eles não sabem quem é a pessoa, e eles nem se quer tentam aprender ou conhecê-lo. Então porque eles estão julgando-o?

Porque eles estão tentando fazer as pessoas tristes? Porque?.

Não é um conto de fadas ou um livro de histórias, e nem sempre vem fácil. O amor é uma superação de obstáculos, enfrentar desafios, lutar para ficar juntos, segurando-se e nunca deixar partir. 

É uma palavra curta.

Fácil de soletrar.

Difícil de definir.

E impossível de viver sem. 

O amor é trabalho, mas acima de tudo, o amor é perceber a cada hora, cada minuto, cada segundo valeu a pena porque você fez um conjunto. O amor pode machucar às vezes, as coisas ficam difíceis, o amor é a única coisa que nos faz nos sentir vivos. 

Lembro de alguns anos atrás, alguém me disse que eu deveria tomar cuidado quando se trata de amor eu tomei, e você era forte e eu não. Minha ilusão, meu erro, eu era descuidada, eu esqueci e agora quando tudo está feito não há nada a dizer.

Você se foi e sem esforço você ganhou. você pode ir em frente, diga a eles, diga a eles tudo o que eu sei agora, grite de cima dos telhado, escreva no horizonte, tudo o que tínhamos se foi agora. Diga a eles que eu era feliz e meu coração está quebrado, todas minhas cicatrizes estão abertas, diga a eles o que eu esperava ser impossível.

A pior coisa que poderia acontecer, na verdade aconteceu. Significa que para o resto da eternidade, eu vou ter um buraco no meu coração onde alguém deveria ocupar. Quando perdemos alguém, eles se vão, para sempre, e não há nada, não há nada, nada que eu possa fazer para trazer de volta. 

Eu não posso fazer isso, eu não posso. 

Eu não posso seguir em frente. 

Eu não posso lidar com você, eu não posso lidar com você ter ido. 

Eu não posso lidar com esse sentimento. 

Quando você perde alguém. Cada vela, cada oração, não está indo para compensar o fato de que a única coisa que você tem, se foi para sempre. Há uma esperança em sua vida, onde alguém que se preocupava, costumava estar. 

O pior dia de amar alguém, é o dia que seu coração está em pedaços, receoso e com medo de amar outro alguém.

Pois quem o ocupava, você perdeu.

Viajei do céu ao inferno, do sol a lua. As melhores coisas da vida foram construídas por mim.

Dormir naquela noite estava tão impossível quanto ter uma noite estrelada, e não parar um mísero segundo para adimirá-la. Me sentia acabada, energia esgotadas e olheiras fundas, eu não me importava se teria trabalho na manhã seguinte, muito menos se qualquer ato importuno, em plenas três horas da manhã, pudessem atrapalhar um bom dia de trabalho horas mais tarde.

Porém, quem se importa em um bom dia, quando não se tem uma boa noite!? 

Não deixaria que palavras alheias me mantivessem acordada pela noite, iluminada sobre a luz do luar. Meus pés não conseguem tocar ao chão, eu não ouço nenhum som, exceto a suas palavras repetidas em minha mente, palavras suas. Palavras que podem significar tudo, ou talvez nada, sejam elas, sinceras ou não. Não iria desperdiçar minha vida ouvindo-as, por mais impossível que fosse, elas jamais poderiam me deter, pois asas foram feitas para voar, serem livres e lhe guiar, por mais que minhas mentiras machuquem a mim mesma, por mais que minhas lágrimas ardem e incomodem meus olhos, os soluços baixos passando despercebidos, suspiros, respirações descontroladas. Por mais que eu caia, eu não me preocuparia em levantar, pois essas asas foram feitas para voar.

Oh mente tão propícia. 

Como um sobressalto, eu já estava sobre o chão gélido, que por meses, talvez até anos, me acolheu como uma criança indefesa nos braços do mundo. Eu não estava me importando com os cabelos desgrenhados, as marcas em meu corpo ao trocar repentinamente as posições sobre a cama, que parecia tão desconfortável na presença da monótona insônia, ou até mesmo dos olhos fundos. Alcancei um sobretudo que estava jogado sobre uma poltrona já no Closet, a desorganização ajudava em alguns momentos, caía perfeitamente naquela ocasião, não era tão quente, nem fresco, a temperatura se mantinha estável e eu estava com poucas vestes então...

Contraste perfeito. 

A cada degrau, ouvia o ranger da madeira e o resultado de uma noite friorenta, estava gélido, aclamando pelo carpete acomodativo do andar principal, aquilo estava corroendo minhas veias como um coração em busca de sangue, apressando meus passos, tentão não ecoar ruídos ou qualquer barulho importuno. 

Alcancei as chaves do carro na mesinha de centro, a saída me esperava.

E não vou negar, não sentia medo do que poderia encontrar. 


...

 

 '' Acordado, olhos arregalados, estou gritando comigo.

Tentando manter a fé e imaginar o rosto dele 

Me encarando. 

Sem perder uma parte de mim

Como posso chegar no céu? 

Sem mudar uma parte de mim? Como posso chegar no céu? 

Todo meu tempo desperdiçado, sentindo que meu coração está errado, oh 

Então, se estou perdendo uma parte de mim

 Talvez eu não queira o céu 

A verdade corre solta, como a chuva no mar 

Tentar acertar as linhas que eu traço 

Para achar um conforto 

Essa voz interior 

Vem me consumindo 

Tentando aceitar essa imagem que pinto 

E me pintar livre 

Sem perder uma parte de mim.''

Essa palavra era como a melodia viciosa, melodia tão viciosa quanto a voz de Normani, vê-la em uma situação ruim era como ver a mim mesma, ver alguém que a tão pouco tempo esteve comigo se afundando em uma poça de lama.

Na noite na qual havíamos passado juntas em companhia as meninas, me vi tão perdida a ponto de não sentir o sangue correr por minhas veias como o álcool que desce rasgando minha garganta em minhas noites mais loucas. Não tinha sã consciência, mas o aroma de seu perfume estava impregnado na coberta que pousou sobre meu corpo naquela madrugada.

De alguma forma aquilo me deixou mais sóbria.

Ela chorava calada em um canto daquela sala, lembrava-me de que todas já tinham suas pálpebras pesando, que mal notaram a morena aos prantos. Ela enxugava constantemente na esperança que não vissem sua tristeza refletida em lágrimas de dor, ao menos foi o que ressenti. 

Eram apenas flashes em minha cabeça, queria fazer algo, mas não sabia como. Antes de qualquer ato, apenas vi tudo escurecer e a visão de sua tristeza, sumir por minha memória noturna. 

 Mas, esquecemos que, muitas vezes passamos tempo demais sendo o que a sociedade quer que sejamos, você já parou para pensar no que você é o quanto a sua pequena imensidão é perfeita, do jeito dela, porém é. Tentar seguir os gostos da sociedade é como tentar resolver uma incógnita indecifrável, eles estavam lá apenas para te derrubar e zombar de você.

Fraca, derrotada.

É o que eles dirão.

Mas se meia dúzia de pessoas de bom coração resolvem intervir por essa grande bola azul que vivemos, eu quero fazer parte desse meio, pois a mudança começa em nós mesmos e depois poderemos ajudar os outros a construírem suas próprias personalidades, pois era perfeita para mim. 

Ouvi passos se aproximando, não era impossível ter meu ouvido próximo a estrutura da porta, queria ter certeza que não estaria ali atoa, insistia em deixar a campainha soar. Pensamentos a mil, corpo a mil, o peso do mundo tentando me levar para baixo e desistir, eu poderia ser uma perdedora, porém eu seria a perdedora que fará a diferença, pelo menos ao meu redor. 

“O peso do mundo tentará nos levar para baixo, porém, todos nós somos fortes o suficiente para enfrenta-los, apenas encontre sua voz interior”

Minha mente gritava isso enquanto eu tentava me manter em pé até que Normani abrisse a porta, eu apenas precisava abraçar ela e dizer que todos nós somos perfeitos.

Fecho meus olhos e fecho minhas mãos ao ouvir o som da porta ser aberta, receosa suspirei, dando-me a visão após longos e torturantes segundos e lá estava ela.

Enrolada em seu roupão apenas com um blusão que iria até metade de minhas coxas, havia percebido naquela mesma noite. O porteiro nem ao menos questionou o fato de estar fazendo uma visita naquele mesmo horário, deveria estar em seu segundo sono. 

:- Olá... - Tais palavras soaram como o vento.

Não sei se era meu psicológico pregando mais uma de centenas peças comigo mas o intervalo de tempo entre minhas batidas na porta de madeira até o momento em que ela foi aberta por Normani durou uma eternidade. 

Talvez fossem as malditas borboletas em meu estômago que não se aquietaram um só segundo. Mas logo eu sorrio ao encarar a mulher a minha frente, Normani era simplesmente linda, dos pés a cabeça, um conjunto de perfeições e pequenas imperfeições que a tornavam perfeita diante de mim e de quem a observasse de perto. 

:- Olá

Aquela pequena palavra formada por duas vogais e apenas uma consoante pareceu sair de minha boca de forma tão difícil, assim como uma criança tentando pronunciar paralelepípedo pela primeira vez.

 Seguro uma das mãos de Normani e adentro o apartamente dela sem aviso prévio, trancando a porta atrás de nós antes de prender a morena contra a mesma, eu tinha um sorriso enorme pairando oe lábios, um sorriso tão verdadeiro e único, o sorriso que eu tinha ao ver Normani. Eu mantinha nossos rostos próximos, agora nossas duas mãos estavam juntas e nossas respirações era a única coisa que conseguia se ouvir naquele quarto. Percebi seu peito estufar devido tais atos, como se sentimentos florescessem.

Não seja trouxa, Dinah! Seus olhos não mentiam, estava mais do que confusa.

Sentia a suavidade em que minhas palavras eram ditas e transparecidas em sua mente, eram tão simples como o fato de minha presença, de modo inusitado, era possível me fazer sorrir tão rapidamente, me sentia conduzida por meus sentimentos, nos quais já não era possível falar, sabia que iria tropeçar em meio a minhas frases, gaguejar, confundir sílabas e complicar as coisas, seria cômico, a ponto de ser irônico. 

Tentei parecer firme.

Seguro apenas uma mão de Normani e passo a caminhar pelo quarto junto dela, eu parecia estar voando, me sentia leve como nunca antes, parecíamos duas borboletas trilhando seu caminho pelo céu, talvez fossemos realmente borboletas assim como as de minha barriga. 

Seguia meus passos lentamente observando cada detalhe de meu rosto, em principal o sorriso jamais desfeito

:- Imagine que estamos deitadas em uma grama verdinha, embaixo de uma grande árvore e olhando o céu a noite. - Digo e solto uma risada nasal, eu estava nervosa e sabia perfeitamente bem que poderia me confundir completamente.

Logo o sorriso volta para meus lábios e eu aperto sua mão levemente, eu apenas deixaria fluir.

Levanto um de meus braços e faço a morena girar duas vezes diante de si mesma, como a terra girando a sua órbita, mantendo seu eixo, fez com que me sentisse mais leve, mais livre, era uma ótima sensação, não tão boa quanto a presença da morena, ao menos quisesse que fosse esse o sentimento sentido. 

Umedeço meus lábios e caminho até a sala ainda trazendo a loira junto de mim, sento no estofado macio e peço para que se sente ao meu lado e segure minha mão, eu mantinha meus olhos fechados até que sinto sua mão tocar a minha de maneira um pouco insegura.

Suas costas entraram em contato ao  estofado macio no qual relaxei seus ombros ficando completamente incapacitada de se preocupar com o restante. Fechou seus olhos tornando imaginar, assim como pedido.

Ao menos acredito que sim. 

:- Seria maravilhoso sentir o toque da grama verde e molhada pelo sereno sobre nossas peles, o ar puro da noite estrelada sobre nossos olhos e o vento gélido contra nossos rostos nos quais refletidos nas folhas da grande árvore, tão perfeito... - Murmurou encostrando uma posição melhor sobre o sofá, sem desfazer nosso 'laço', ou melhor, desunir nossas mãos. 

Creio que era possível perceber o modo nervoso em que soava minhas palavras, estava um tanto quanto confusa, bastaram algumas frases minhas, que pareciam ecoar como melodias calmas em minha mente, para que seu olhar fosse ao encontro do meu. 

Me levanto da cama e paro enfrente ao seu corpo que estava parcialmente ereto sobre o sofá, já que suas pernas estavam para fora dela, apoio uma de minhas mãos sobre sua coxa, deixando que seu olhar siga tal ato, e  passo a mão livre por seu rosto sorrindo de leve.

:- Olhe para mim... - Novamente o seu castanho negro teve contato ao meu. - Coloque a máscara para baixo e olhe para mim com seu coração através de olhos lacrimejantes... Nós poderíamos falar durante horas sobre como algumas coisas terríveis acontecem com pessoas tão boas, mas uma coisa que eu aprendi com você é que até mesmo os girassóis não duram para sempre, eles mostram um pouco como é a mudança das estações, para lembrar: “ei, o mundo é bonito as vezes”. - Ela franziu o cenho meramente confusa. - Olha... - Suspirei voltando a me sentar ao seu lado, fecho meus olhos e os abro novamente tentando regular as batidas do meu coração, por que diabos eu estava nervosa? - Sei que lhe conheço a tão pouco tempo, que nem ao menos posso contestar algo, mas eu já vi suas lágrimas e isso me destruiu por dentro. 

Seus lábios tornaram-se levemente trêmulos, como minhas mãos, minha feição mudou-se bruscamente enquanto meus olhos lacrimejaram sem pudor.

Negou  levemente com a cabeça, nem ao menos controlava seus atos, suspirou pesadamente deixando que lágrimas pesadas caíssem e rolassem por minhas bochechas, escorrendo pelo maxilar e dando espaço a mais e mais delas. Fechou meus olhos assim como os punhos encolhendo seus ombros e soluçando baixo tentando se recompor, toquei a pele molhada porém macia de seu rosto, fazendo com que virasse o mesmo na posição contrária, não sabia qual efeito tinha sobre ela.

Mas pareceu machucar.

 Era impossível ceder a minha carícia, perante meus olhos.  Levou sua mão livre, que logo pousou sobre a minha, que ainda se encontrava em seu rosto, sua visão turva foi a encontro da minha mais uma vez. 

Respirou fundo. 

:- Quando as cortinas se fecham, queria poder retirar minha máscara e apenas transparecer para o mundo a forma em que penso e quero agir. Queria viver intensamente com todas minhas virtudes e imperfeições, assim como defeitos, tenho muitos. - Em momento algum quebrou aquele contato visual. 

A cada lágrima que escorria sem rumo sobre seu rosto, enxuguei sem importância com tal situação, suas bochechas pareciam queimar.

Nunca fui de chorar perto de alguém, a não ser meu travesseiro pressionado contra meu corpo. Talvez ela estivesse pensando o mesmo. 

:- Talvez me ache uma maníaca incontrolável, mas eu sinto que devo fazer algo, e não é de hoje. Portanto apenas se deixe permitir, o mundo não é e nem nunca será uma fábrica onde os desejos são realizados, mas o amor é como um quebra cabeça, ele é formado por pequenas incógnitas, essas pequenas incógnitas formam um infinto, como o do céu que estamos imaginando. O amor pode estar nos sorrisos mais sinceros, quero ser a responsável por pelo menos alguns deles. - Abaixou seu olhar cessando suas lágrimas, seu semblante se tornou pensativo em meio ao silêncio torturante que invadiu o quarto.

Suspirei sem questionar, logo prosseguindo.

Eu tinha que dizer algo. 

:- Quero que você seja alegre mesmo quando vier a chorar. Que você seja sempre jovem, mesmo quando o tempo passar. Que você tenha esperança, mesmo quando o sol não nascer. Que você ame seus íntimos, mesmo quando sofrer frustrações. Que você jamais deixe de sonhar, mesmo quando vier a fracassar. Isso é ser feliz e eu quero ser o motivo da sua felicidade, por uma parte mínima, eu não me importaria com quantidade, apenas queria lhe lembrar que a fiz sorrir em algum momento, saber que fiz a diferença em sua vida. Pois, sabe, eu queria ser uma pessoa melhor. Tento fazer coisas boas, mas, falando sério? Acho que faço, mas não faço. Acho que sou uma daquelas pessoas que pensa em seus próprios problemas, apesar de desejar fazer algo útil. Mas acho que sou mais velha do que eu sou, afinal, vinte e quatro anos é quase nada. Talvez ainda não entenda o verdadeiro motivo da minha vida.  Viver para esconder lágrimas que doem como feridas, marcas de sangue, sentimentos fracassados, quebrada por dentro, como uma boneca de porcelana, sem poder encontrar meu interior.

:- Nós somos o impossível, Normani! Apenas acredite em mim, em nós e eu lhe mostrarei o pequeno infinito variável. - Finalizei.

Ela ergueu seu olhar a mim, porém logo se tornou baixo mais uma vez.

:- Dinah, nós somos o impossível. Apenas acredite em mim, em nós, e eu lhe mostrarei o pequeno infinito variável. 

Sabe quando você tira um peso das suas costas e consegue se sentir livre? É assim que eu me sinto e espero que Normani se sinta assim. Ouvir as palavras dela me fizeram a pessoa mais especial do mundo, era como se entre esse comodo monótono e essas quatro paredes pintadas de branco que nos cercava eram o lugar mais bonito do mundo. 

Vai me dizer que ninguém nunca pensou em beber até não aguentar mais? Ou jogar tudo para o alto e fugir de suas responsabilidades? O pecado existe, porém o pecado pode ser baseado em nossos desejos. Talvez Normani seja o meu pecado, o pecado pelo qual eu não tenho como esconder, não é algo como, pecar ou não pecar? Ao olhar para ela você terá certeza de que não pecar é apenas retórico, pecar é o melhor! Pecar com Normani Kordei!

Ao menos por uma noite, queria ser alguém que nunca fui.

Caçadora de seus sorrisos.

O que você faria? O que você diria?

Como se sente? Fingindo que estar tudo bem

Meus olhos me enganam, mas ainda é o mesmo

Fingindo estar tudo bem.

As pedras me ensinaram a voar, o amor me ensinou a mentir, a vida me ensinou a morrer. Então não é difícil cair, quando já se voou como uma bala de canhão.

:- E se essa merda de luz no final do túnel realmente existir? - Questionei quando percebi que havia deixado-a sem resposta alguma. -  Tudo o que fazemos é mentir, tudo o que fazemos é pensar nos sentimentos escondidos, tudo que fazemos é sentar em silêncio, esperando um sinal. Cansados e cheios deste orgulho.Tudo o que sempre fazemos é mentir, pois pertencer a outras pessoas nunca foi uma casa para mim, e o coração deles nunca foi um lar para mim, e todas as mentiras que dissemos nunca foram boas para mim, pois todos os outros corações continuavam me deixando vazia. 

:- Dinah, o que houve? Você está estranha... - Resmungou saindo daquele transe. 

:- E se fôssemos nossa própria casa desta vez? - Ignorei totalmente tal questão.

Ela riu nasalmente. 

E se fôssemos para longe? Se deixássemos toda essa falsidade para trás? Se deixássemos dessa vez, somente dessa vez as cortinas realmente se fecharem? Se fôssemos apenas eu e ela contra todos eles? Se vivêssemos esse dia nos arriscando? O mundo é feito de ladrões, e por que não caber a nós quebra-los? Pois quebraríamos.

:- Se realmente existir a merda de luz no final do túnel eu quero que saiba que ela poderá ser apenas a luz dos seus olhos, a luz dos olhos que encantam a mim e ao mundo. Nós podemos ser jovens deusas, virar lendas, mas sejamos humanas pelo menos um dia.

Eu e você, vamos fugir hoje, longe de todos, sendo nós mesmas e nossos paradigmas. Eu sei que todos nós queremos o céu, mas o céu pode ser uma foda comigo, você sabe disso. 

Ela franziu o cenho, no mesmo momento tentei repensar em minhas palavras.

:- Você tem desejos carnais comigo? - Perguntou reprimindo seus lábios, provavelmente queria estar rindo nessa situação.

Neguei freneticamente com a cabeça após cair na grande e dolorosa realidade.

:- Não é que, eu...eu... - Posiciono uma das mãos atrás da nuca, estava pensativa. - Eu vi em um desenho no qual assistia com Seth, eu fiquei repetindo mentalmente e... - Fiz uma breve pausa ao ouvir sua risada ecoar pelo cômodo, era incrível de se observar. - Caramba, como deixo ele assistir essas coisas!? - Arregalo levemente meus olhos. 

Balanço a cabeça negativamente ouvindo-a rir mais ainda. 

:- Vamos lá, fuja comigo. Só hoje. Apenas saía daqui comigo, você aceita? - Sussurrei antes que contestasse algo, sem me importar com sua risada, que logo cessou. 

Eu a encarava com expectativa, seus olhos de encontro ao meu, eu tinha certeza que ela os analisava, analisava cada palavra do que eu havia dito, talvez essa tenha sido uma das poucas vezes que eu fui tão ousada a ponto de querer fugir, porém eu realmente queria, dessa vez eu seria humana, nós seríamos de titânio.

:- Estou disposta a tudo, seja hoje ou amanhã, eu não me importo. Não me importo o que pensem ou deixem de pensar, apenas quero ser livre de tudo isso, nem que seja uma única vez. - Respondeu após longos minutos de extremo silêncio. 

O sorriso em meus lábios, era claro em meu rosto, no qual a felicidade tomou conta. Meu coração a mil, ele parecia que poderia errar a batida a qualquer momento, ele parecia animado, como se todo o meu íntimo, tudo que houvesse dentro de mim estivesse alegre com o modo que eu me sentia, até as borboletas em meu estômago estavam alegres.

:- Nós precisamos ir agora, eu quero aproveitar o máximo com você e se demorarmos aqui nosso dia vai acabar em um estalar de dedos. - Ela riu nasalmente afirmando. 


...

 

Não espere ver minhas lágrimas mais uma vez, muito menos me ver caindo sobre seus pés, aceitando suas ordens, embora estava fraca e sem qualquer outra saída. Como uma rua obscura, eu correria até encontrar a luz dos olhos capazes de me salvar, enquanto deixo todo aquele passado por trás da porta, sete chaves, segredos e más lembranças. 

Lagrimas caem e os vidros quebram, dentro dessas paredes, o chão treme. Por fora, está tudo bem, desde que você olhe a cinquenta pés. 

Eu tenho tentado, manter minha cabeça erguida. Eu tenho mentido, mantendo tudo isso dentro.Tentando não confiar em você, pegue outra folha, estou quebrada.

Estou exausta, eu desisto, eu não quero mais continuar fingindo. É isso, e daí? Eu já perdi amigos antes, vou dizer como é. Não ser mais perguntada se essa não é melhor forma de se viver, porque eu não quero que você me ame, se você não me amar pelo que sou

Uma casa de boneca é tudo que você pode ver, mas isso está muito longe da minha realidade. Eu tenho problemas, eu tenho inseguranças, as vezes isso tudo é muito pra mim, envolvo tudo com um laço bonito, mas existem coisas que não posso adoçar.  Dei isso a você de qualquer maneira, apesar do gosto não ser tão doce.

Cansada de todas as lutas, de todas as portas batendo. A dor, os pais, muito pesado e você sabe, para trás. Você pode olhar nos meus olhos?

Eu sei, talvez me surpreenda.

Você pode deixar uma mensagem para mim após o sinal.

Eu já não fazia ideia de quantas garrafas de Vodka haviam ao nosso redor, não que tivéssemos bebido tal quantidade, muito menos entrado em coma alcoólico, não desejávamos isso, embora pudesse ser algo insano até demais. Uma coisa era certa, não estávamos sóbrias, não mais. 

Sentir os grãos de areia adentrando por meio de meus dedos, deixando a sensação refrescante proporcionada a meus pés, em uma massagem natural, amava aquilo. A brisa do mar batia contra nossos rostos e em sintonia nossos cabelos balançavam.

Seus cachos negros destacavam o doce aroma de framboesa, era magnífico. 

Minha respiração se encontrava acelerada, coração batendo de forma descompassada enquanto meus lábios entreabertos recebiam novamente a boca da garrafa, deixando que o líquido descesse rasgando minha garganta, causando-me a sensação de ardência. Minhas mãos eram trêmulas e minha consciência pesada, meu corpo repousado sobre a cama de areia cujos lençóis eram em beje e o teto branco, representado pelas poucas constelações de estrelas, eu mantinha meus olhos fechados enquanto fazia meu próprio exame de consciência, assim como um pecador faz diante de seus últimos suspiros, diante de sua morte. Porém eu não morreria, talvez morresse nesse momento as minhas angústias e dores, dando lugar a alguém decidida, alguém que pode enfrentar a vida com a cabeça erguida, de mente aberta e boca devidamente fechada, pois ninguém pode ser capaz de lhe julgar, todos somos perfeitos de nossa maneira. A festa psicológica servira para que eu colocasse minha consciência no lugar, talvez uma dose tenha me sido muito valiosa, pois a voz em minha cabeça não falava, ela gritava, berrava em busca de que eu ouvisse-a, mal sabia ela que eu ouvia perfeitamente, palavras pela qual meu coração já levemente machucado doía a cada vez que tais palavras eram repetidas e atiradas contra mim como sal, sal que queimava minha consciência.

Sempre tem aquelas que não te interessam logo de cara, essas são as piores, essas são as que imploram sua atenção. Tem também aquelas que você morre de vontade de conhecer, mas não sabe por onde começar. Tem aquelas que parecem esconder o mundo todo antes de falar, abrem a boca, e mostram que a embalagem era enganosa. Tem aquelas pessoas que não gostam de pessoas, essas são as melhores, você acaba se identificando de alguma forma, no entanto, tem medo de se aproximar. Tem também pessoas insuportáveis, que dão ânsia só de ver, e fazem questão de irritar. Tem aquelas pessoas chatas que te fazem sorrir fácil contando qualquer besteira aleatória, você sempre tenta evitar, e acaba sentindo falta quando essa pessoa não está. Tem pessoas fechadas no próprio mundo, que são caladas e parecem saber de tudo sem dizer uma palavra se quer. Vivemos em um mundo tão diverso, onde cada pequeno ser é capaz de mudar a si próprio, ser o seu melhor independente de fulano achar que isso é correto ou algo assim, mas nós perdemos tempo de nossa pequena e preciosa vida nos importando com os outros, acho que todo mundo deveria ter o seu dia de insanidade, de loucura. 

Devaneios frequentes. 

:- Dinah... -  Meu corpo estremeceu, o perfume único da garota chegava a minhas narinas, trazendo-me grande ondas de estabilidade. 

Tinha certeza que estava deitada ao meu lado, e não devidamente sentada como antes, isso aflorou minha mente, o sussurrar de sua voz de levava as alturas, deve ser efeito das incontáveis doses tomadas anteriormente. 

Por um simples sinal sonoro lhe respondi, recebendo um silêncio seguidamente. Franzi o cenho abrindo lentamente meus olhos, talvez tivesse relaxado tanto, a ponto de sentir pontadas em minha cabeça, uma pré-ressacada.

E o sol ainda nem surgia no horizonte. 

Vejo que convier com Normani, é o que, tem de mais intenso. Ela é intensa, intimidade. Intimidade é ler os olhos, os lábios e as mãos de quem está com você. 

:- É uma noite que seremos quem nunca fomos, certo? - Afirmei, ela se remexeu, parecia desconfortável. - Pois bem, sei que talvez não esteja consciente o suficiente, talvez eu não esteja falando coisa com coisa. - Riu nasalmente, não hesitei em sorrir. - Mas quero uma lembrança bem guardada desse dia, e não, não me importo se for um simples flash... Confia em mim? - Mordeu a carne de seu lábio inferior. 

Então olhei em seus olhos, e vi a doçura com que ela olhava-me. 

Aquilo estava estranho, mas gostava de sua inciativa. Sem nada a dizer, apenas observando-a como se fosse a coisa mais importante naquele momento.

E era. 

Ela apoiou uma de suas mãos sobre meu peito, podendo tomar impulso para ter a metade de seu corpo sobre o meu, sua pele continha pequenos grãos de areias, minúsculos, porém visíveis. Sua perna direita, ficou entre as minhas, enquanto sua mãos esquerda estava apoiada no chão, apalpando a areia gélida. 

Não consigo desviar meus olhos da beleza fascinante de Normani. Meu pescoço, a sensação de seus lábios macios que já os tocaram, deixando aquela sensação marcada ali para sempre.Tudo que já vivemos contribui para que ela não saia de minha cabeça já que essa garota parecia ser a obra prima de Picasso. Seu corpo sobre o meu, enquanto eu apenas me deliciava com o pequeno infinito que aqueles olhos me proporcionavam, ela estava sendo minha perdição.

Sua mão que antes em meu peito, aproximou-se de meus lábios, passando a ponta de meus dedos gélidos sobre eles, nossas respirações se encontrando e toda a tensão que haviam naquele lugar só me deixavam ainda mais nervosa, aproximo meus lábios dos seus de maneira sucinta, os encaixando em perfeita sincronia, eu não queria mais do que toca-los, sentir sua maciez. O sabor suculento como pêssego, delicado ao mesmo instante, aquilo me levava ao céus em segundos, ao mesmo momento seus lábios ardiam feito fogo, deixando o clima mais prazeroso.  

De que vale o delírio dos olhos, se eles se fecham quando os lábios se tocam?

Sua língua adentrou por minha boca, causando-me suspiros, não haviam toques ou mãos bobas, apenas apreciação do doce sabor de seus lábios, explorando cada canto de minha boca, uma dominante. Como um leão corre atrás de sua presa, embora fosse calmo, era delirante. 

E antes que o oxigênio faltasse, ela fez por merecer, afastando-se lentamente e contragosto.

Por impulso rolamos na areia. 

Sentei-me sobre sua cintura fina, prendi seus pulsos deixando-os colados contra o chão, sobre sua cabeça, curvei meu corpo aproximando nossos rostos, respirações que se tornaram uma só. Sorrio contra seus lábios, próximos aos meus e colei nossas testas encarando o mar negro de seus olhos com mais vivacidade e avidez.

Mesmo que nossos lábios não se cruzem novamente, posso dizer em silêncio, tudo aquilo que ficou escondido para sempre.

Haverá momentos em que nossos pensamentos se encontrarão no espaço, e assim,sentiremos falta de estarmos juntos novamente.

Novamente os tive para mim.

Afinal, seriam apenas flashes, e quem sabe eu já estivesse bêbada tempos antes. 

" E quando o mundo cair sobre você, dance sobre os destroços." 
 


Notas Finais


Até a próxima, XoXo 💙💜


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