1. Spirit Fanfics >
  2. Do I Wanna Know!? - Norminah >
  3. Good Night Dear

História Do I Wanna Know!? - Norminah - Good Night Dear


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey Sweets ❣

Você de novo tia!? Sim, porque sou atoa mesmo. 😂🍃

Esse não é lá meus melhores capítulos mas será essencial. Espero que gostem.

Enjoy 😊

Capítulo 20 - Good Night Dear


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Good Night Dear

 

Dinah Jane Hansen Point Of View

Miami, Flórida, 16 de Abril  de 2016.

 

A luz solar que atingia meu rosto causava-me um incômodo implacável. Gemi ao sentir uma pontada aguda em minha cabeça.

Merda, Merda, Merda.

Abri os olhos e gemi mais uma vez, me arrependi no último segundo, fechando minhas pálpebras com força e girando meu corpo contra a grande janela que expandia claridade ao quarto deixando partículas de pó se esvaírem pelo ar. Me apressei em senta sobre a cama esfregando meus olhos, tentando me ajustar com a luz ambiente, a claridade acabará de se tornar minha inimiga mortal. Bocejei algumas vezes olhando aos arredores e prontamente franzindo meu cenho ao constatar que não estava em casa.

Sendo extremamente sincera não reconhecia aquele lugar, se não ser o cômodo, ou simplesmente não estava lembrada.

Tentei me desprender dos lençóis, quando feito reparei estar vestida apenas com uma camiseta do Guns N' Roses - mas era claro que não era o quarto de Lauren. Respirei fundo puxando um tanto o tecido da camiseta podendo inalar o aroma impregnado no tecido preto da veste em meu corpo, framboesa...NORMANI!

Bati com a mão em minha testa - algo que não deveria ter feito em hipótese alguma - resmungando baixo pelos milhares de motivos que o invadiram minha cabeça em questão de segundos.

Levantei lentamente prendendo minhas longas madeixas loiras ao topo da minha cabeça deixando ainda alguns poucos fios soltos, a cada passo dado por mim sobre o chão gélido me acostumava com o lugar onde me encontrava, lembrando em flashes a última vez na qual estive presente por aqui.

Encontrei-me com Normani colocando uma travessa com Waffles, trajando apenas uma lingerie rendada caindo perfeitamente em contraste a sua pele negra. Suspirei tomando sua atenção, minha cabeça estava em um turbilhão de confusões e motivos para querer esclarecer tudo.

:- Bom dia, Jane. - Sorriu minimamente.

:- Normani? - Declarei perplexa demais para acreditar na sequência que se passavam por minha mente.

Sua feição era tão bela que eu queria esmurrar-lá por ser tão graciosa.

Maldita seja você, Normani Kordei.

Sorriu acanhada colocando uma algumas mínimas frutas vermelhas em uma vasilha, devidamente lavadas.

:- Bem, contando que estou em minha residência, um tanto confortável e cozinhando, algo que realmente sou péssima. - Ri nasalmente. - Então devo realmente ser essa tal de Normani. - Brincou. - Eu planejava levar seu café da manhã na cama, mas a senhorita apressada acordou antes do tempo.

:- Como eu vim parar aqui? - Disparei ignorando tais atos meigos da morena. - Eu não lembro de nada que aconteceu ontem, bem, grande parte. - Abaixei meu olhar. - Er...Normani?

:- Sim? - Perguntou pegando um copo com água logo se voltando a mim com um comprimido em mãos. - Imagino que esteja lhe matando, então, talvez melhore. - Estendeu em minha direção.

Quem ela pensa que é para me alimentar com más esperanças de tal forma?. Hesitei porém peguei ambos elevando aos lábios e tomando o remédio juntamente a uma pequena porção de água.

:- Nós... Er...Eu...Você... A gente... - Franzi o cenho.

:- Nós...? - Me ajudou a prosseguir.

:- Nós transamos? - Fitei seus olhos e sua face sem tantas expressões. - É que...Eu não lembro de nada e tenho medo de me arrepender por algo e...

:- Nós não transamos. - Disse risonha. Pousei o copo sobre a mesa. - E creio que transar com minha pessoa não seja algo tão horrível a ponto de se arrepender mais tarde. - Sentou-se acomodando sobre uma das cadeiras.

Prontamente fiz o mesmo.

:- Então... - Suspirei mais aliviada. - Quero detalhes. - Ela que se servia com café parou bruscamente me fitando, arqueei minhas sobrancelhas.

:- Detalhes? - Sua voz soou um tanto rouca e seca. Engoli em seco e afirmei. - Do que exatamente?

:- De tudo. - Peguei a jarra de suco me servindo. - Até a parte na qual sussurrou meu nome. - Ela franziu o cenho talvez tentando lembrar do momento. - Quando não respondi.

:- Pensei que estivesse dormindo. - Murmurou pegando dois Waffles e me servi com apenas um, fizemos o mesmo processo de Creme de Avelã e frutas vermelhas para degustar junto ao "principal".

:- Impressão sua.- Ri quando fechou a cara. - Me desculpe, bem...

:- Você se lembra de tudo? - Neguei elevando o copo aos meus lábios degustando a bebida gélida. - Do que exatamente?

:- Do que rolou antes de tirar minha roupa.

:- Foi necessário. - Defendeu a si mesma.

:- E eu não lhe julgo por isso. - Sorri maliciosa fazendo a morena rolar os olhos.

:- Bem... - Limpou a garganta. Elevei uma garfada de meu café da manhã a boca degustando lentamente. - Você estava bêbada demais, Lauren estava ocupada para se preocupar com a amiga bêbada e não a levaria para casa pois sua mãe acabaria descobrindo sobre você. - Assenti ela abaixou o olhar cortando um pequeno pedaço de sua comida, era esbelta de todas as maneiras. - E ela afirmou que sua mãe estava a cuidados de Seth em sua casa e causaria uma grande confusão. - Riu baixo.

:- Mas e... - Antes de prosseguir ela constatou.

:- Eu não deixaria você a cuidados de Thomas.

:- Mas porquê?....Espera! - Franziu o cenho. - Como sabe o nome dele?

:- Ele é meu ex. - Respondeu simples mastigando tal garfada seguida de mais uma.

Observei o movimentar de seus suculentos lábios.

:- Wow.. .É verdade que ele tem ejaculação precoce? - Perguntei em um tom mais baixo fitando seus olhos. - Er...Desculp...

Foi o necessário para a morena jogar sua cabeça para trás gargalhando alto. Reprimo meus lábios encolhendo os ombros.

:- Como assim? - Perguntou ainda entre risadas. - Quem disse isso? - Me fitou cessando algumas lágrimas que haviam escorrido de seus brilhantes olhos.

:- Boatos. - Ela riu baixo. - É verdade? - Ela negou bebericando seu café.

:- Bem, não sei ao certo, sempre deixei ele na vontade e quando foi a primeira e última vez ele pareceu agir normalmente, para ser sincera não reparo muito nisso. - Deu de ombros.

:- Você é malvada. - Ela elevou seu olhar ao meu. - Coitado, talvez tinha que bater uma para se aliviar. - Novamente negou. - Não? Você batia pra ele? - Ela riu.

:- Claro que não. - Mordeu seu lábio inferior alcançando um morango na vasilha. - Ele marcava com alguma prostituta ou ia a uma casa noturna mais próxima. - Disse simples mergulhando a fruta vermelha na Nutella.

:- Isso seria considerado traição certo? - Me fitou enquanto afirmava mordendo o mesmo levemente.

:- Acha que eu me importava com homem? Era só por aparências, não sentimentos. - Comentou com a boca um tanto cheia.

Finalizei meu Waffle um tanto atenta a ela.

:- Então você não nutre sentimentos? - Ela pareceu pensativa.

:- Na verdade, eu posso até nutrir, mas duvido deles.

Limpei o canto de meus lábios com o polegar observando a morena com o olhar baixo.

:- Desculpe se lhe trouxe más lembranças. - Sussurrei e ela apenas sorriu frouxo.

:- Já fiz as pazes com o meu passado. - Levantou-se pegando as louças sujas e indo em direção a pia de lavar louças, repeti seu ato e aproveitei para lhe ajudar.

:- Então... - Ela me fitou rapidamente antes de colocar as luvas rosadas.

:- Me julgue, amo rosa. - Deu de ombros alcançando a esponja.

:- Eu acho fofo. - Sorri lhe entregando o detergente incolor.

:- Você parece madura demais para nunca levar as coisas ao literal. - Comentou despejando um pouco do mesmo sobre a camada mais áspera da esponja. - Ou é impressão?

:- A vida é feita de aparências. - Rebati encostando meu quadril na bancada pegando um pano de prato.

:- Erradas?

:- Vulneráveis e ilícitas. - Respondi alcançando um prato no escorredor secando-o com o pano em mãos.

Ela apenas assentiu.

Minutos se passavam e só ouvia a calma respiração de Normani, a porcelana dos pratos e xícaras colindido a base metálica do escorredor e o soar da água saindo pela torneira.

:- Qual a primeira coisa que você repara em uma garota? - Ela riu de minha pergunta e desligou a torneira.

:- Sério mesmo, Jane? - Revirei os olhos e sorri.

:- É uma pergunta inocente, eu juro. - Brinquei.

:- Bom, a primeira coisa que reparo em uma garota são os olhos, eu os acho uma coisa inexplicável, é como com quem enxerga a alma da pessoa, é bonito. - Sorriu analisando as mãos cobertas pelas luvas. - Os seus olhos são lindos, Jane. - Comentou elevando seu olhar ao meu. 

:- Eu gosto dos seus, me lembram um lugar calmo, as ondas do mar é um belo exemplo.

:- Mas eles não são azuis.

:- Não leve a sério. - Ela riu e assentiu no mesmo momento. - Uma paz é visível, são os olhos que eu gostaria de ver acordando.

:- Quem sabe um dia, Hansen? - Brincou. - Mas e você, garota crescida? Qual a primeira coisa que nota em uma garota? - Passou sua mão sobre minha bochecha sujando com espuma.

Gargalho baixinho limpando com o pano de prato ainda em mãos. Estava bastante pensativa, mas ao ter uma resposta em mente a fitei com um sorriso nos meus lábios.

:- A primeira coisa que eu reparo em uma garota é que ela não é você. - Ela pareceu ficar sem reação, meu sorriso era nítido ao encarar suas expressões surpresas.

:- Esta dizendo isso só para me agradar, Dinah.

Neguei sorrindo.

:- Não gosto de agradar as pessoas, eu falo aquilo que é verdade para mim.

:- Você é uma completa mentirosa, Jane. - Sorriu retirando suas luvas.

:- E você é uma mimada e nem por isso eu esfrego na sua cara. - Sorri abertamente.

Ela revirou seus olhos e me socou levemente nos ombros, murmurei ainda sim sorrindo de forma que estivesse estampado em minha face. Antes que constasse algo uma Camila eufórica adentrava ao apartamento, onde da cozinha se tinha uma visão privilegiada.

:- Você me deve vinte dólares? - Apontou seu indicador a morena que elevou as mãos em forma de rendição, logo fitou-me. - E você mais vinte!

Franzi o cenho.

:- Deixa elas, Camz. - Resmungou Jauregui sonolenta. - Você que me deve vinte dólares, elas não estavam se beijando.

:- Eu disse transando. - Estendeu a mão para a branquela cosplay de Gasparzinho anos dois mil.

:- Elas estão vestidas. - Revirou os olhos.

Eu e Normani nos entreolhamos negando no mesmo momento a infantilidade de ambas, só então notei meu filho mais ao canto noa braços de Brooke que encobria seus ouvidos, sorri em sua direção abrindo os braços para lhe envolver em um forte abraço.

Assim o fez.

:- Já que está rica com o MEU DINHEIRO, porque não vão comprar algumas bebidas? - Aclamou Camila.

:- São quarenta dólares. - Intrigou Ally.

:- E nove da manhã! - Lauren jogou os braços no ar desacreditada.

:- E quem sem importa? - Cruzou os braços fazendo um biquinho entre seus lábios rosados. - Mani! Elas não concordam, vai deixar? - Olhou a morena por cima do ombro.

Levantei com Seth sentado sobre meu antebraço e olhei em direção de Kordei que respirou fundo.

:- Eu não vou me meter nos assuntos de vocês. - Saiu deixando-a de lado porém todas a seguiram a sala de estar, sentei o braço do sofá.

:- Ela é sempre assim? - Sussurrei.

:- Acredite, consegue ser pior. - Respondeu-me.

:- Laur... Então me compra bananas? - Bateu palmas sorrindo abertamente.

:- Mas o dinheiro agora é meu. - Deu de ombros o enfiando em um de seus bolsos.

:- Eu lhe recompenso mais tarde. - Pareceu pensativa. - Chocolate?

:- Eu prefiro morango. - Respondeu.

:- Estão decidindo o aroma da camisinha? - Perguntei fazendo Normani e Ally rirem.

Lauren me reaprendeu com o olhar e Camila gargalhou gostosamente.

:- Não sabia que dedos tinham esperma. - Comentou a latina menor.

:- Dois não engravidam. - Completou Jauregui e voltou-se a Karla. - E eu aceito o milkshake. - Piscou e a mesma corou.

 

[ ... ]

 

:- Ah não, Ally. - Normani soou incrédula. - Eu não acredito que você está tão sentimental assim!

Brooke fungou, desistindo de tentar esconder o pranto. A novela "A Usurpadora" passava na televisão e Ally parecia realmente levando para si os sentimentos sobre Paulina em um canal da televisão à cabo que só deveria ser acessado por si.

:- Ela está chorando, de novo? - Camila indagou mordendo um grande pedaço de sua banana, sua boca já se encontrava cheia quando voltava da cozinha.

:- Nem eu sou tão sensível assim, pela Queen B. - Revirei os olhos alisando os cabelos de Seth. - A Paulina só sofreu um pouco, coitada. Mas é tudo ficção, Ally!

Era cômico mas por implicação de Camila e Ally estávamos assistindo novela mexicana.

:- Além do que isso é novela mexicana! - Lauren exclamou fazendo careta elevando sua cerveja aos lábios.

:- Conserve suas culturas, Jauregui. - Rebateu a bunduda. 

:- Parem vocês! - A pequena exclamou revoltada. - A pobre Paulina sofre demais. Coitada. E aí preconceito com as novelas mexicanas? São as melhores.

:- Concordo. - Apoiou Camila ainda de boca cheia.

Normani bufou esticando as pernas agora apoiadas sobre a mesa de centro.

:- Ally, por favor né?! - A morena falou mastigando um punhado de pipoca.

:- Menos drama nessa vida, Girl. Purpurina! - Ditei.

:- Ah lá a purpurinada espalhando glitter pelo mundo. - Lauren resmungou e joguei uma almofada em sua direção lhe fazendo derramar um pouco de cerveja.

:- Purpurinada é a sua raba, Jauregui. - Retruquei mostrando o dedo médio. - Eu, em toda a minha áurea diva, peguei mais mulher que você. Libertem essas suas almas purpurinadas. 

As meninas gargalharam enquanto Ally tentava assistir a novela, Seth logo se juntou a ela.

:- Caralho, vocês se comem, só pode ser. - Normani comentou e fiz cara de nojo.

Lauren afirmou fervorosamente.

:- Eu sei que anseia as visitas noturnas de Jane. - Comentou divertida, faltava pouco para Camila se engasgar.

:- Altas revelações aqui, o que está ocorrendo? - Camila gritou quando finalmente conseguiu engolir a banana.

Normani estava vermelha de tanto rir.

:- Eu já disse a vocês que gosto de homem! - Esbravejou Lauren com as bochechas coradas de vergonha.

:- Eu já disse pra você que posso ser o que você quiser. - Rebati mordendo meu lábio inferior.

:- Alto nível de purpurina rolando aqui! - Caçoou Camila rindo.

E subitamente, Ally pegou a vassoura que se encontrava apoiada a parede e começou a bater em mim e claro, nas meninas. Em conjunto exclamamos, levantando-se de seus assentos, assim como eu, assustadas com a inesperada reação de Brooke.

:- Calem a boca suas imbecis! - Exclamou dando vassouradas. - Saiam daqui! Saiam, saiam!

:- Calma, Ally! - Lauren implorou gemendo de dor ao levar uma vassourada na nuca.

:- Puta Merda. - Camila praguejou alisando seus braços.

E assim nos colocou para fora da sala de estar, berrando:

:- E não voltem aqui até que minha novela tenha acabado, suas pestes! - Sentou-se no sofá que parecia mais espaçoso agora e uniu  as mãos como com quem pedisse preces. - Perdão Deus, as vezes esqueço ser evangélica.

Da cozinha observávamos gargalhando. Era um ótimo dia para implicar com a raiva de Brooke.

 

[ ... ] 

 

:- Eu preferia estar comendo Pizza. - Resmungou Ally enquanto tentava se acomodar no banco de trás entre Camila e Lauren.

Seth estava agitado no colo de sua madrinha, animado com os momentos seguintes.

:- Eu preferia que você ficasse quieta. - Ditou Camila impaciente. - DJ troca a estação, ninguém merece ouvir a pregação desse pastor. - Cruzou os braços.

:- Vocês precisam de Jesus e ainda reclamam das oportunidades que tem. - Retrucou Brooke e prontamente troquei a estação deixando ecoar uma música um tanto conhecida por mim. Eu e Normani rapidamente nos entreolhamos e sorrimos quase que no mesmo instante.

:- Casal maravilha vai se comer mais tarde. - Camila cochichou porém foi alto o suficiente para ouvirmos.

Mas foi ignorando as opiniões alheias, demos de ombros e olhamos para frente já tendo a brisa fresca em nossos rostos.

:- Você me faz mal, eu entendi isso claramente. - Normani iniciou e prontamente me lembrei de quão bela era sua voz. - Não vejo como algo bom pode vir amando você.

:- A minha morte deve ser sua missão porque com cada abraço e beijo você rouba cada pedaço de força. - Prossegui. -  Que vou precisar pra lutar contra o inevitável e é uma situação de partir o coração.

:- Eu estou nela, mas não posso controlar. - Respirei tomando fôlego e então observando o caminho com certa atenção. - Você é como veneno, entrando devagar no meu sistema com o tempo acabando com todas as minhas defesas.

:- Você é como veneno e eu não entendo como algo tão mortal pode me fazer tão bem? Não sei bem o que fazer é uma armadilha. Porque a cura é encontrada em você, eu não quero mas eu aceito. - Cantava com os olhos fechados como com quem sentisse a música.

:- Você é como veneno Minha aflição, estou viciada, não posso mentir Me beije mais uma vez antes que eu morra... - Suspirei abaixando levemente meus olhos encarando a morena uma última vez antes de estacionar o carro em uma vaga livre na praia. 

Levei minhas mãos as laterais do banco de couro retirando o cinto de seu ponto principal deslocando do meu corpo onde antes traçado, me aprontei para descer do veículo sem antes esquecer de desligar o rádio, Beyoncé jamais me decepcionaria. Como imaginado estava quase como sozinha, Seth corria em direção a beira do mar acompanhado da supervisão de Brooke, provavelmente para procurar conchas, mas o fato era que estava no lugar certo agora.  Camila se apoiou em uma palmeira onde observava de fundo o sol já se pondo de forma monótona, o dia percorreu rápido, já Lauren contemplava ao seu lado hora ou outra sorrindo.

Eu apostaria até mais que quarenta dólares nelas.

Já Normani? Bem, se isolou um tanto sentando-se sobre uma rocha e abraçando seus olhos, parecia estar em outro universo, a ponto de não perceber que me aproximava de seu corpo e seus pensamentos. Me sentir levemente ao seu lado por com tomando sua atenção, sorriu minimamente e voltou a observar a beleza do alaranjado céu sobre nós.

:- Eu poderia tirar uma dúvida? - Ela assentiu silenciosamente. - Eu queria saber se temos algo... - Sussurrei cautelosamente podendo perceber seu olhar elevado ao meu. No qual prontamente abaixei.

:- Nós temos algo? - Perguntou em baixo tom fazendo-me suspirar.

:- Sinceramente? - Ela soltou um nasal em concordância. - Eu não faço a mínima ideia. - Fitei seus olhos. - Temos?

:- Foram só beijos. - Deu de ombros e respirei fundo. - Sem sentimentos certo?

:- Eu não cometo algo sem antes saber dos meus sentimentos, afinal não queria machucar você com ilusões. - Ela fechou os olhos e abracei meu corpo encolhendo os ombros.

:- Então teve atenção suficiente para não cometer algo capaz de me machucar? - Afirmei silenciosamente, sua expressão parecia pensativa dos olhos fundos.

Embora suas pupilas estivessem dilatadas.

:- Eu sei o que é uma decepção por mínimo sentimento que seja. Como passar a faca sobre manteiga e perceber que ainda não havia cortado o pão. - Ela riu nasalmente de forma mínima. - Mas também sei o que é chorar por dias e não reconstruir aquilo no qual cuidou para nunca se partir em duas metades.

:- Costumam dizer que quando algo está pela metade... - Me fitou. - É porque outra metade pertence a um outro alguém.

:- Onde ouviu isso? - Estreitei meu olhar ao seu.

:- Experiência própria. - Abaixou o olhar.

:- Foi falho? - Ela afirmou fungando. Lhe abracei pelos ombros. - Talvez estava crente na metade errada.

:- E existe uma certa? - Perguntou deixando sua cabeça em meu ombro direito.

:- Talvez uma pessoa capaz de lhe fazer sentir o contrário de um passado doloroso. - Iniciei beijando seus cachos. - Ela não seria perfeita, cheia de cicatrizes como você, imperfeições que aos seus olhos seriam perfeitas, e o melhor, teria passado pelo mesmo que você.

:- Mas isso é terrível. - Comentou com os olhos fechados.

:- Mas ela saberia que isso seria doloroso, seria capaz de não cometer esse mesmo erro com alguém que já sentiu na pele, como a própria. - Suspirei. - Não são com peças iguais que se completa um quebra-cabeça, mas com sentimentos desgastados que se constrói uma bela imagem de momentos esses em cada peça da vida.

Ela sorriu me fitando no fundo dos olhos.

:- Então isso é uma promessa? - Franzi o cenho. - Podemos tentar...

:- Tentar? - Perguntei receosa. - Eu...

:- Desculpe... - Abaixou seu olhar.

Segurei em seu queixo elevando seu olhar ao meu e sorri fraco.

:- Eu prometo. - Respondi simples e ela sorriu abertamente envolvendo meu corpo em seus braços.

Ficamos assim em um silêncio gostoso, ouvindo a respiração uma da outra, Normani fitava suas mãos agitadas como se tivesse tomando coragem para algo, suspirei apertando seus ombros.

:- O que houve, hein? - Umedeci meus lábios que se encontravam ressecados pelo vento gelado que colidia contra nós.

:- Eu... Irei a Los Angeles para o campeonato nacional de dança. - Enxugou uma lágrima solitária e me encarou abraçando seus joelhos, me ajoelho a sua frente.

:- Mas isso é ótimo. - Sorri. - Mas porquê está aproveitando para sair da minha vida sem ao menos mal ter entrado nela? - Brinquei recebendo um leve soco no braço.

Ela curvou seus lábios em um biquinho extremamente manhoso.

Seus olhos haviam perdido completamente a intensidade,  estavam inundados, a visão opaca, sem vida, abarrotada por lamúria e amargura, parecia ser algo desgostoso demais. Abarrotada ao seu perder em seus pensamentos.

:- Eu não faria isso. - Riu fraco. - É que eu... - Deixou algumas lágrimas escorrem. - Tenho fobia de aviões. - Desabou em soluçar por mais melodramático que parecia soar.

Tirei seus cachos de seu rosto avermelhado, e a envolvi em um abraço apertado, parecia ser demais para ela, seus olhos que antes castanhos avermelhados como a ponta de seu nariz, ela fungava baixinho, sorri fazendo-a encarar o fundo de meus olhos querendo descobrir o que havia além deles.

:- Querida não chore, isso me parte o coração. - Sussurrei. - Tenha confiança que irá dar tudo certo. - Comentei beijando sua bochecha sentindo o sabor salgado de suas lágrimas.

:- Ficarei bem... Afinal eu sempre fico. - Afirmou.

:- Eu... - Seus olhos se encheram com uma chama de esperança como com quem aguardava por palavras bonitas. - Eu quero que me traga algo da viagem. - Abusei.

Seu sorriso fraco se formou em uma linha fina entre seus lábios, como dar esperanças demais e crer que ficaria tudo bem fosse esforço jogado na lata do lixo.

:- Irei trazer sua vassoura. - Piscou.

Ri fitando seus olhos negros.

:- Você é uma completa idiota, Kordei. - Comentei mordendo os lábios.

:- Mama... - O olhar pidão de Seth nos chamou a atenção, ele estava sem sua camiseta e tinha um baldinho com algumas conchas.

:- Sim? - Perguntei me levantando fazendo Normani me encarar novamente.

:- Ajuda Seth? - Perguntou erguendo o baldinho no ar.

:- Mas está ficando tarde querido... - Fiz biquinho e ele negou seriamente.

Quem dera agir com infantilidade em frente a uma criança de três anos.

:- Tia Laur disse que se deixar tia Mani livre dois minutos, ela me dá chocolate. - Estendeu sua mãozinha em minha direção.

Normani riu.

:- Quer ajuda pequeno? - Ela assentiu manhoso, ela desceu da rocha se agachado a sua frente. - Posso ver suas conchas? - Ela assentiu. - São bonitas. - Ditou analisando-as.

:- Mas ainda falta algumas... - Ditou tristonho. - Podemos levar pra casa, mama? - Neguei.

Normani colocou algumas em seus bolsos e sorriu piscando ao menor, ao entender o recado abraçou seu pescoço.

:- Vamos? - Ele negou agarrado a Normani.

:- Ela pode dolmir lá em casa mama? - Fitei Normani.

:- Dinah!! - Gritou Camila se aproximando. - Diga a Lauren que já podemos beber. - Sorriu de canto.

 

[ ... ]

 

Me aproximei lentamente da morena com um porta retrato em mãos, talvez admirando minha beleza que eu sei que não é pouca, toquei seus ombros fazendo a mesma saltitar e resmungar baixo com a mão no peito, gargalhei baixo.

:- Atrapalho algo? - Perguntei calmamente por trás da morena.

:- Você me deu um susto, Dinah. Vai que eu tenha uma parada cardíaca? Já pensou nisso?

Revirei os olhos sorrindo.

:- O mundo ainda não está preparado para fluir sem Normani Kordei. - Pontuei fazendo-a revirar os olhos e sorrir sarcástica.

:- Juro que se eu não conhecesse você um pouco melhor, estaria completamente apaixonada por você e todas essas palavras meigas e cheias de sentidos.

:- A senhorita só está encontrando pretexto para me enrolar, o que de tão interessante viu nessa foto que se quer notou que eu me aproximava?

Ela deu uma tossida de leve, ela parecia realmente não querer  falar, mas parecia não saber mentir, quando abriu sua boca as meninas apareceram na ponta da escada.

:- O tempo se esgotou, Kordei. - Sorriu sarcástica seguindo em direção a sala de estar.

:- Não pense que essa conversa terminou, é apenas o começo. - Sussurrei lhe seguindo.

:- VAMOS BEBER! - Gritou Camila que já havia se sentado no sofá com uma cerveja em mãos. 

:- Camila me fez perder metade do meu dinheiro em bebidas. - Murmurou Lauren.

A latina a olhou indignada.

:- Ei! Era meu dinheiro, okay? Eu só comprei o que me pertencia. - Se defendeu.

:- Cale a boca, vocês já causaram uma dor de cabeça com essa discussão de vocês. - Normani prontificou.

 

[ ... ]

 

:- Me lembre de nunca mais deixa-las tomar bebidas alcoólicas quando eu estiver presente. - Murmurou Normani enquanto tentava carregar Camila alegre que estava quase desmaiando.

Ri de sua ironia.

:- Vai cuidar da sua latina falsificada, já que da mais atenção a ela do que pra mim que sou sua parceria de sorrisos. - Me rebelei enquanto tentava parar Lauren que se debatia.

Ela revirou os olhos.

:- Menos drama, Hansen. Você continua sendo uma babaca. - Sorri.

:- Que você adora, né Kordei? - Devolveu o sorriso provocativo.

:- Prefiro deixar que sua mente fértil possa criar  em suas memórias.

Levamos ambas que até o momento não paravam de gritar, as empurramos em direção ao banheiro e Normani iria começar a retirar a blusa de Lauren, porém fui mais rápida.

:- Você não vai vê-las assim, pode deixar que eu dou banho nelas. - Se prontificou. - Pode ir tomar banho, eu deparo algo para você.

:- Educação mandou lembranças. - Falou alto suficiente.

:- VAI LOGO! - Exclamei impaciente.

Ela revirou os olhos e se retirou.

Como necessário deixei ambas já prontas, melhor dizendo, deixando-as sobre a cama de casal ao quarto de hóspedes, me voltei ao quarto. Abri a porta prontamente me deparando, vestindo um blusão que chegava ao meio de suas coxas grossas, tinha os cabelos úmidos e os secava com a toalha branca em mãos.

:- Perdeu alguma coisa, Jane? - Sorriu sarcástica. - Limpa a baba que está escorrendo ai do lado.

Despertei-me fechando a boca voltando a fitar seus olhos sorrindo fraco. Me direcionei ao closet pegando uma camiseta que serviria de vestido para mim.

:- Só uma pergunta. - Voltei-me à cacheada. - A onde irei dormir? Camila e Lauren estão no quarto de hóspedes.

Dei uma risada rouca e me voltei a porta do banheiro abrindo-a.

:- Não é óbvio, irá dormir comigo. -  Falei como se fosse o suficiente.

Ela me encarou com os olhos arregalados de forma totalmente surpresa.

:- O que? Mas é claro que não, Jane, você é uma aproveitadora. - Acusou.

Ergui as mãos em sinal de rendição.

:- Prometo que não iriei tentar nenhuma gracinha... hoje. - Sorri travessa.

Revirou os olhos.

:- Tudo bem. - Suspirou derrotada.

Tomei um banho longo, estava cansada o suficiente, que quase acabei cochilando no chuveiro mesmo, mas Normnai interrompeu meus sonhos com uma batida na porta perguntando se estava tudo bem, a respondo prontamente e a mesma não me interrompeu mais. Saí do pequeno cubículo ao abrir as portas do box me enrolando na toalha branca, aproveitei para escovar meus dentes sem pressa, ao terminar me vesti com o blusão, me encarando meu reflexo rindo baixo de meu estado. Destranquei a porta percebendo Normani me olhar de cima a baixo ainda sentada na cama, com um sorriso nos lábios.

:- Caiu perfeitamente em você. - Admitiu.

:- Essa frase é tão clichê senhorita romântica. - Caçoei.

:- Algumas coisas nunca mudam.

Fui até a cama me deitando levemente ao lado de Normani que logo se acomodou com todo cuidado, ajeitou-se virando em minha direção. Sorri.

:- Você fica mais bonita quando está sem maquiagem.

:- Não sabia que tinha fetiches com zumbis. - Riu sarcástica.

:- Não dar nem para ser romântica com você, Mani. - Murmurei risonha.

Deu de ombros sorrindo.

:- Minhas fantasias me mantém viva. Me mantém sã, por isso gosto de imaginar um Zumbi.

Rolei os olhos e envolvi seu corpo com meus braços, trazendo-a para mim.

:- Não gosto de muita distância entre nós. - Sussurrou. - Assim está bem melhor.

:- Você está cheirosa, Jane. - Murmurou embriagada. - Eu gosto.

Ri baixinho.

:- Eu gosto de você perto de mim, é bom. - Ela fechou seus olhos sorrindo e acariciei suas cacheadas.

:- Boa noite, Dinah.

:- Boa noite, Querida.

 

" Mas não é que você é algo para admirar? Porque o seu brilho é algo como um espelho e eu não posso evitar reparar. "


Notas Finais


O que acharam? ❣

Sobre a Fanfic, logo irei postar o primeiro capítulo, dêem olá a: The Words Of My Soul. E será Norminah por dois motivos:

1- É uma ideia que nutri desde que comecei essa conta com DIWK, seria a história por vez mas preferi usar uma ideia do momento. É meu xodó, portanto será Norminah.

2- Caminah para muitos parece soar apenas como amizade, mas Fanfics nem sempre geram no tema 'romance' isso é spoiler ou não, e como a ideia é preferida por mim, usarei Caminah mais tarde.

XoXo 💙💜


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...