1. Spirit Fanfics >
  2. Do I Wanna Know!? - Norminah >
  3. Good Enough

História Do I Wanna Know!? - Norminah - Good Enough


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey Sweets♡

Demorei? 🙃 Eu sinceramente espero que não, pois nem ao menos sei que dia realmente é hoje. Mas enfim, espero que gostem...

Enjoy!

Capítulo 27 - Good Enough


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Good Enough

Normani Kordei Hamilton, Point Of View
Miami, Flórida, 24 de Abril de 2016.

" Um dia seremos apenas memórias dentro de um livro "

 

 

Sei lá às vezes parecem que tão me engano, pressentimento quem sabe, só queria respostas pra todas essas perguntas que veem na minha cabeça, é só medo de ser enganado, medo de ter uma decepção, o tempo passa e as perguntas aumentam, o medo e a angustia também. Espero que meus pensamentos estejam errados, só espero.

Me sentia esgotada e sem motivos, como se todas as respostas de minhas perguntas  estivessem ao outro lado do oceano, da cidade, estado ou país. Quem sabe até em outro continente? Até então era incerta.

Suspirei.

O sol já deixava seus rastros pelo céu e as frestas das janelas de meu quarto, respirei fundo tentando me conter com a claridade em minha face, tentando quebrar o contato com meu antebraço e assim voltar a dormir. Frustada por não me adaptar a voltar ao sono, me levantei rumando a janela fechando as grandes cortinas.

:- Notal mental, sempre fechar as cortinas. - Murmurei para mim mesma.

Esfreguei meus olhos tentando me vencer a vontade imensa de me jogar na espaçosa cama. Deixei-me arrastar em direção ao banheiro, me livrando daquelas vestes finas e frescas de cetim, jogando-as no cesto antes de adentrar ao pequeno cubículo rodeado por vidro, e girar o registro para tomar um banho digno para relaxar meus músculos.

Entrei de baixo do chuveiro apenas de calcinha, talvez a exaustão da noite passada me motivou a esquecer de encobrir meus seios, meu próprio perfume revirava meu estômago.

Desliguei o chuveiro após retirar o que sobrou da maquiagem ali mesmo, tratei de ficar devidamente nua apanhando uma toalha no suspensor atrás da porta, envolvendo-a em meu corpo e seguindo em direção a cozinha, e se não fosse novidade, lá estava Camila servindo-se com uma xícara de café.

:- Uh...Bom dia? - Perguntei incerta enquanto me aproximava.

:- Isso lá são horas de acordar? - Perguntou sem ao menos olhar em minha face. Franzi o cenho me aproximando do armário pegando uma outra xícara. - Você já foi mais convidativa.

:- O que eu fiz dessa vez? - Resmunguei alcançando a cafeteira retirando o suporte de vidro com o líquido fervente e escuro, despejando em minha xícara de porcelana branca.

:- Trancou a porta do quarto.

:- Eu sabia que viria. - Dei de ombros.

:- O que custa levantar e me deixar dormir em seu peito?

:- Camila, você ronca. - Resmunguei elevando a xícara aos lábios bebericando a bebida que descia rasgando por minha garganta.

:- Eu sei que você me ama.

:- Que horas são? - Perguntei sentindo o calor refletido sobre a louça apoiada pelas laterais da palma de minhas mãos.

:- Onze e quarenta. - Ditou analisando o ecrã de seu celular. - Se estivesse um sono mais leve teria ouvido a ligação de Thompson.

Franzi o cenho.

:- O que ele quer comigo?

:- Um almoço, em vinte minutos.

Praticamente cuspi toda bebida instalada em minha boca, fazendo Camila soltar um grito histérico e a mim praticamente me engasgar com a própria saliva.

:- Como?

:- Um almoço, em vinte minutos. - Repetiu. - Naquele restaurante perto da empresa que Ally trabalha. - Deu de ombros e arregalei levemente os olhos.

:- E porque não me avisou?

:- Você não me perguntou. - Deu de ombros e acertei um tapa em sua nuca. - Ouch!

:- Idiota. - Gritei rumando passos acelerados em direção ao meu quarto.

:- A que você ama! - Gritou do mesmo cômodo e apenas revirei meus olhos pegando algumas peças de roupa.

...

Entreguei a quantia necessária ao taxista agradecendo a viagem, pousei minha bolsa sobre o ombro descendo do carro e suspirando vendo o veículo acelerar dando partida a outro ponto da cidade. Atravessei a rua rapidamente indo a encontro de Félix devidamente trajado com uma calça social - assim como seus sapatos - preta - como a gravata - e uma blusa social branca. Provavelmente voltando de seu trabalho.

O que estranhei ser Domingo. Ele dorme assim!?

:- Me sinto lisonjeado em aceitar meu convite. - Sorriu me envolvendo em um rápido abraço. E o mesmo inconfundível perfume.  - E bom lhe ver novamente. - Constatou apoiando suas mãos nas laterais de meu rosto fitando meus olhos com vivacidade.

Me sentia uma tímida adolescente visitando aquele tio distante. Ri baixo com meus pensamentos sendo conduzida a uma mesa um tanto distante, por ser Domingo, estava um tanto movimentando.

:- Senti falta de suas conversas. - Admiti sorrindo agradecida ao puxar a cadeira para mim e logo tratei de me sentar. - Obrigada.

Ele sorriu de forma sincera, ao menos deduzi assim.

:- Bem...Então... - Começou colocando sua maleta apoiada na cadeira antes de sentar a minha frente, apenas observei atenta. - Espero não ter atrapalhado seu Domingo em família.

Ri irônica negando brevemente.

:- Eu passo sozinha. - Comentei simples sorrindo sem muito humor. - Quando Camila não  meu apartamento e afim. - Mordisquei meu lábio inferior.

:- Então está solteira? - Estranhei devida pergunta que me levou a franzir o cenho.

:- É um pouco confuso. - Tombei levemente a cabeça para o lado, hora ou outra observando a movimentação do restaurante.

:- Amando alguém? - Limpou sua garganta antes de relaxar suas costas na cadeira.

:- Diga-se de passagem. - Pontuei voltando a fitar seus olhos. - O senhor é sozinho?

:- Casado.

:- Oh...Meus parabéns, eu acho. - Franzi a testa antes de lhe apresentar um sorriso frouxo.

:- Nossa relação é pacífica. - Sorriu olhando por cima de meus ombros, como de encarasse o horizonte lembrando-se de algo ou alguém. - Tenho um filho também. - Comentou.

Engoli em seco e novamente um pressentimento ruim tomou conta de meu corpo. Respirei fundo balançando a cabeça lentamente em negação para dispersar-me de alguns pensamentos.

Aqueles que iam além da realidade.

:- Deve ter orgulho do pai. - Comentei sorrindo fraco. Um garçom apareceu para marcar nossos pedidos, obrigando-nos à sair do foco daquele assunto por um tempo para lhe dar atenção. Novamente me pego observando o movimento do ambiente, barulhos de garfos, coisas sendo fritas e bastante conversas. - Netos?

:- Um. - Sorriu. - Mas não o conheço, a mãe dispensou meu filho e veio para Miami, estavam em Vegas, onde a criança nasceu. - Assenti.

:- Meio errado da parte dela. - Suspirei estranhando um tanto.

:- Mas não vem ao caso. - Apoiou seus cotovelos sobre a mesa e cruzou seus dedos entre si. - Vim tratar de um assunto em especial e creio que já venha a descobrir. - Assenti suspirando. - Sinceramente fico muito feliz em saber que conseguiu o que desejava com a quantia que depositei. Falta o restante, em uma semana no máximo estará na sua conta.

Sorri minimamente.

:- Sou extremamente grata pelo o que fez por mim. - Respirei aliviada, após semanas de certo desespero. - Mas não gostava da visão de uma garota de programa, se é que me entende.

:- Alguns pensam ser prostitutas e os pensamentos vão longe. - Assenti entre suspiros e elevei a taça de vidro com água aos lábios, bebendo lentamente.

:- Uma péssima visão.

:- Mas então, espero ter lhe ajudado, em momento algum queria parte de seu corpo e lábios. - Riu nasalmente ao me ver ruborizada. - Mas espero que de alguma forma, não tenha passado uma má visão a você.

:- Em momento algum. - Pousei a mesma sobre a mesa e o encarei na mesma posição que anteriormente. - Camila me disse coisas bastante boas de você em si, e confesso ficar curiosa. - Ri vendo o garçom se aproximar deixando nossos pedidos sobre a mesa, agradecemos em uníssono e suspirei voltando a tocar no assunto. - Confio bastante nela e como dito, ela não estava mentindo.

Assentiu sorrindo minimamente.

Peguei meu talher pegando uma pequena porção de salada avermelhada, devido as aulas e cuidado ao corpo, era um tanto chata nesse quesito tentando ao máximo não extrapolar. Elevei a boca mastigando levemente ao degustar o sabor dos legumes e verduras frescos e bem temperados.

:- Então você gosta de crianças? - Elevei meu olhar ao seu e prontamente assenti.

:- Sim, minha segunda paixão depois de Queen B... - Fiz uma pausa rápida. - Terceira paixão. - Sorri levemente corada lembrando de uma certa pessoa. 

Começar a gostar de alguém é um momento marcante e muito especial para qualquer pessoa. Quem nunca se apaixonou antes, pode achar confuso e bastante estranho, pois os sintomas surgem sem avisos, deixando quem está amando sem saber o que realmente está acontecendo, transformando também de uma forma rápida sua vida.

De um dia para o outro, a mente começa a funcionar como se tivesse vida própria, e tal pessoa passa a ser o foco principal de seus pensamentos, como se fosse o único assunto existente. Mesmo que eu não queira me comportar dessa forma, minhas emoções passam a ser mais fortes que minha razão, deixando os sentimento controlarem as atitudes.

Era claro em meus olhos, porém indiferente em outros pontos de vista.

Passamos o restante daquele almoço em completo silêncio, era torturante. Estava tão perdida em pensamentos alheios que pouco me importava com os olhares fuzilantes sobre mim.

Estava diferente, de um modo estranho.

:- Não irá atender? - Questionou o mais velho e franzi o cenho saindo do pequeno transe.

:- Como? - Perguntei meramente confusa. Ele balançou a cabeça negativamente fazendo um sinal mínimo para meu celular sobre a mesa que vibrava freneticamente, deixando-me mais perdida quando o ecrã me mostrava a foto de uma Dinah sorridente. - Oh... - Engoli em seco tomando o mesmo em mãos. - Com licença. - Assentiu e afastei a cadeira para me levantar e atender o celular em um local mais distante.

Me dirigi em direção ao banheiro, que por sorte estava vazio, só então aceitei a chamada suspirando.

:- Dinah, desculpe eu estava ocupada com... - Fui interrompida por uma voz infantil e divertida, como com quem ri de alguma situação com um sorriso sapeca nos lábios.

:- Oi tia Mani! - A voz riu baixinho mostrando sua vergonha apenas pelo soar da voz.

:- Seth? - Franzi o cenho tentando raciocinar direito, apoiei meu quadril no balcão de mármore ficando de costas para o espelho. - Aconteceu algo?

:- Sim! - Exclamou animado e não evitei em sorrir. - Aconteceu. - Parecia mais calmo.

:- E eu posso saber o que? - Perguntei sem deixar que meu sorriso se destacasse mais ainda.

Eru era um tanto abobada perante a crianças.

:- Mama. - Ressou. - Ela disse que me tinha uma surplesa.

:- Uma surpresa é? - Concordou nasalmente. - E qual seria ela?

:- Ela me tlouxe um amigo que vi na tela de um compultador. - Comentou. - Ele é muito legal,tia Mani!

Respirei fundo tentando ao menos me encaixar naquela situação, parecia não fazer sentido. Me dispersei de alguns pensamentos por vozes alteradas de fundo.

:- Vamos, Seth, temos um problema. - Uma voz mais próxima ressoou calma, porém trêmula....Ally!

:- Ally? - Perguntei e nada responderam.

Aos poucos eram gritos abafados, sons intrigantes e perturbadores como...socos!?. Arregalei os olhos sentindo minha respiração descompensada e os olhos arregalados, desliguei a ligação rapidamente me voltando onde Félix se encontrava sentado. Peguei minha bolsa jogando o celular lá dentro, tais atos o deixaram confuso, apenas lhe apresentei uma desculpa esfarrapada, que aceitou calmamente. A empresa onde Dinah estava era próxima, menos movimentada que os dias úteis, estranhei a falta de seguranças e recepcionistas.

Escolheria as escadas, mas eram andares demais. Ela era presidente desse local, tendo tudo em mãos - como se diz o nome - deduzi ser na cobertura, até então pressionei o botão que me levaria ao último andar.

A cada passo uma voz alterada, um grito abafado e ressonantes dúvidas em minha cabeça.

:- ME SOLTA ALLYSON, EU VOU ACABAR COM ESSE FILHO DA PUTA. - Gritava uma grave e grossa voz.

Encarei a porta mais ao fundo, dando-me a imagem de Seth estático em frente a mesma, Ally grudando os braços de Thomas que e debatia como um cão raivoso.

:- VOCÊ JÁ FEZ UM ESTRAGO NELE. - Argumentou a mais baixa de cabelos platinados.

:- ELE SOCOU DINAH, CARAMBA. NINGUÉM BATE NELA. - Se debatia Thomas contra a menor que parecia querer entender o que se passava.

Arregalei meus olhos acelerando meus passos por aquele corredor que parecia ficar mais distante. 

Minha respiração já se encontrava descompensada mais uma vez.

:- Ele fez o que? - Perguntou perplexa.

:- SIM, ESSE IDIOTA SOCOU DINAH, ELE MERECE IR PARA O INFERNO! - Acusou irritado.

Nunca havia visto o rapaz de tal forma, era assustador.

Ally decidiu lhe soltar e Thomas não pensou duas vezes antes de partir para cima de alguém que as paredes me impediam de deduzir com mais clareza. Brooke tomou Seth em seus braços tentando acalmar o estado crítico de choro de seus olhos negros, passou por mim estranhando minha presença, mas nada questionou.

Parei em frente a porta engolindo em seco.

 Alguns seguranças tentavam separar ambos, Thomas estava sobre um cara bronzeado de cabelos negros, o mesmo cuspia sangue e tossia violentamente porém era claro que Hansen poderia ser o dobro do homem de baixo.

Sua raiva parecia ser descontada a cada murro que dava no indivíduo que até então tinha seu rosto sendo desfigurado, ele persistia se não fosse um grito desesperado.

:- CHEGA! - Exaltou uma Dinah chorosa. - PAREM COM ISSO AGORA, NÃO PERCEBEM O QUANTO ISSO ME MACHUCA? - Sua voz trêmula fez com que o mais novo perante ambos e percebesse seu estado.

Tinha seu olho direito inchado e levemente roxo ao redor, e o braço ensanguentado fazendo-me suspirar em desespero. Porém nenhuma dor era comparável a que provavelmente sentia era mais forte do que ver seu corpo ceder indo ao contato do chão. Estava estática, com os músculos relaxados, suas lágrimas não mais escorriam e vagavam sem rumo por suas bochechas deixando rastros em seu rosto. Sua boca formara uma linha fina, seus olhos que antes brilhavam, agora se encontravam fechados, me impedindo de almejar aquela beleza digna de Jane.

:- DINAH! - Gritei tendo atenção de todos no cômodo e corri em sua direção caindo de joelhos ao seu lado, estava pálida e sem vida, segurei levemente em sua cabeça a repousando em meu colo, deslizando meus dedos pelas madeixas douradas enquanto chorava baixinho. - Acorde, por favor... - Sussurrei sem receber uma resposta, encarei ambos os homens ali presentes e estreitei meus olhos sobre eles. - O QUE VOCÊS FIZERAM COM DINAH? TEM NOÇÃO DO QUE ESTAVAM FAZENDO? SEUS IDIOTAS! - Gritava descontrolada avançando para cima de ambos, porém impedida por alguns seguranças.

Respirava fundo repetidas vezes tentando me controlar com aquela situação que se passava diante de meus olhos, engoli em seco fitando Dinah sobre o ombro ainda ao chão.

...

Em momento algum deixei que se aproximassem de Dinah, como se fossem um perigo para a polinésia, e de fato parecia ser, em momento algum hesitei em acreditar nas desculpas que acusaram, portanto não deixei a mim entender a real história.

Dinah era o mais importante naquele momento.

:- Não seria melhor um hospital?

Encarei Allyson por reflexo do espelho do banheiro, mais ao fundo Dinah repousada sobre a cama, no trajeto no qual Ally fez questão de fazer, a polinésia acordava e voltava ao seu estado crítico sem muita consciência. Neguei alcançando mais acima a caixa de primeiros socorros.

:- Dinah ficará bem. - Suspirei voltando em direção ao quarto, me sentando na ponta da cama deixando a caixa sobre minhas coxas, vasculhando a mesma. - O que realmente aconteceu com Dinah? - Elevei meu olhar a mais baixa com Seth em seus braços.

:- Eu não sei ao certo, ela apenas entrou na sala dela um pouco antes da uma da tarde. - Ditou afagando os cabelos do menor. - Annabeth, a mulher que cuida da casa e de Seth teve problemas pessoais e nisso aceitei ficar algumas horas com o pequeno. - Suspirei. - Quando cheguei na sala Dinah já estava naquele estado.

:- E quem era aquele que Thomas descontava ódio? - Era nítida a curiosidade, e Ally pareceu perceber. Peguei algumas bolinhas de algodão me ajoelhando ao lado de Jane passando sobre o sangue ressecado em seu braço, com auxílio de soro.

:- Só Dinah para lhe responder, conheço-a a um tempo mas sempre foi muito fechada. - Assenti concordando. - Ela nunca falava de seu passado e tenho certeza que Dinah não o conheceu semanas atrás em uma semana qualquer. - Suspirei.

:- Sugere algo? - Estava mais atenta aos cuidados com Dinah, que mal percebi Ally sair do quarto antes de relacionar tal pergunta a mais baixa, aos poucos o sangue ia desvaindo-se e sendo absorvido pelo algodão.

Ela voltou com uma bolsa de água que pelo o que senti ao pegá-la, estava bastante gélida. Elevei meu olhar a mais baixa franzindo o cenho.

:- Vai ajudar com o inchaço. - Assenti elevando a pálpebra da loira, que remexeu com o contato, mas permaneceu estática, talvez adormecendo, deixei apoiado de forma que não lhe causasse incômodo. - E em relação ao rapaz, Dinah avisara em tempo certo.

Suspirei baixo.

:- E qual tempo seria esse? - Peguei alguns gazes e esparadrapos, em seu braço havia um corte pouco profundo, talvez algum vidro ou algo do gênero.

Preparava um curativo básico que lgoo encobriu o hematoma avermelhado.

:- O tempo dela.

:- Compreendo.

:- Acho melhor eu ir. - Ditou e fitei seus olhos afirmando enquanto suspirava profundamente.

:- Tudo bem.

:- Qualquer coisa, me liga. - Fez uma menção de telefone próximo ao ouvido e sorri minimamente. - Cuide dela, talvez mais do que agora precise de você. - Beijou minha testa com dificuldade devido ao pequeno que dormia em seus braços.

Piscou antes de sair do cômodo. E logo apartamento a fora.

Suspirei desviando meu olhar a Dinah, era incrível como simples detalhes podem fazer grande diferença.

Sim, eu poderia amar qualquer outra pessoa.  Aquele vizinho que esbarrou comigo na lavanderia, o colega do estágio que me chamou pra sair, ou até o rapaz do mercado. Mas meu coração escolheu ela. Mesmo com todos os defeitos, com todas as falhas e com todos...

E quando me pego observando Dinah, todo o mundo se esvai e eu só quero a aproveitar. Então, queria que deite aqui ao meu lado. Jurando que não tentaria nada, só quero ficar lhe observando.

Observar como o seu peito mexe quando ela respira regularmente, como ela sorri quando percebe que estou lhe fitando, e como após isso, seus olhos buscam os meus. Quero acariciar a pele macia que a pertence e contar suas belas pintas do pescoço e costas. Quero sentir o cheiro de seu sabonete e lhe fazer cafuné.

Eu só quero admirá-la.

Eu só quero ela.

Eu só quero nós.

Mas parece não querer o mesmo.

Reencontre seu equilíbrio. Não desista do que quer.

Me levantei entre suspiros pegando tudo o que utilizado e a caixa agora fechada, me arrastei até o banheiro jogando direto pela lixeira antes de guardar os pertences de volta no armário. Me aproximei da pia ligando a torneira e despejando um tanto de sabonete líquido, lavando-as calmamente enquanto me perdia naqueles devaneios frequentes, engoli em seco desligando a mesma e alcançando a toalha.

Sequei cada parte da palma de minha mão antes de deixar o pano mediano em seu devido lugar, me voltei ao quarto com una Dinah sonolenta esfregando os olhos e reclamando pela dor corporal que possivelmente sentia, em principal na região de seu olho.

Engulo em seco me aproximando calmamente me sentando na ponta da cama e a encarando com certo receio. A ponta do seu nariz estava avermelhada, o rosto inchado como seu olho roxeado, agora levado ao vermelho. Os olhos perdidos pelo cômodo até se encontrarem ao meu, receio propício me levando aos arrepios comunais na espinha.

Mordisquei meu lábio inferior fitando seu semblante sério.

:- O que estou fazendo aqui? - Perguntou um tanto rouca devido a seu estado sonolento, tentou sentar-se sem muitos esforços, optando por lhe ajudar recebi a primeira pedra atirada. - Eu sei fazer isso sozinha. - Ditou ríspida e afastei meus braços entrelaçando minhas mãos sobre meu colo.

:- Eu vi a situação... - Comentei em baixo tom. - E tive medo de que lhe machucassem mais do que feito. - Suspirei abaixando o olhar brincando com meus dedos.

Ela respirou fundo agora totalmente ereta, fuzilando a mim como se fosse a ultima pessoa do mundo diante de um policial armado.

Engulo em seco.

:- Por que estava lá? - Perguntou após torturantes minutos de silêncio.

:- Está brava por isso? - Elevei meu olhar ao seu.

:- Eu lhe fiz uma pergunta, poderia ao menos responder? - Estranhei seu jeito temperamental e bipolar, suas palavras soavam frias e rudes, como se fosse um problema do tamanho do mundo.

Abaixei meu olhar deixando que os fios - agora lisos - negros de meus cabelos desmoronassem sobre minha face. Encolho meus ombros reprimindo os lábios, como auto-defesa pessoal.

:- Seth me ligou.

:- Quando?

:- Um pouco depois da uma da tarde. - Percebi a mesma olhar aos arredores evitando encarar-me nos olhos. - Ele disse que havia feito uma surpresa a ele, levando um suposto homem que ele havia visto em alguma chamada de vídeo. - Suspirei com o brutal olhar fuzilante.

:- Siope... - Sussurrou.

:- Quem é esse? - Hesitei porém quando percebi já havia perguntado.

:- Não interessa. - Ríspida mais uma vez.

E eu realmente eu não a conhecia como imaginava, mas levei tempo, talvez demasiado tempo, para saber isso. Fazia real sentindo seu jeito inqueito e a forma na qual gozava de qualquer assunto alheio, piadinhas e gargalhadas contagiantes. A forma na qual mordia o lábio, deslizava as unhas por suas franjas, encarava um ponto fixo no horizonte, como batucava o pé quando nervosa, coçava a nuca ou até mesmo reparava cada detalhe de minha face e corpo com um olhar vibrante. Em questões, analisando a mim e ao arredores com clemência e atenção, seus olhos caídos quando manhosa, o biquinho entre os lábios e... Droga!

Quando soube também não soube o que fazer nem como lidar com a informação.

Suspirei limpando o canto de meus olhos dme que antes percebesse, mas a quem queria enganar? É Dinah Jane!

:- Hey! - Tocou meu antebraço porém ainda em modo avião me afastei bruscamente, sendo que antes de segurar-me pelos ombros, teria ido ao contato do chão. - Me desculpa. - Sussurrou.

Foi então que meus marejados olhos se encontraram aos seus, engoli em seco negando.

 

:- Normani? - Chamou minha atenção, o que me causou certa duvida.

Ela abaixou seu olhar, e por nítida curiosidade, o segui, parando sobre minha mão, que pousava sobre sua coxa coberta pelo justo tecido de sua calça social. Rapidamente me recompus, tendo meus olhos levemente arregalados.

Respirei fundo e pude ouvir sua risada soar novamente, pegou tão sutilmente minha mão, que pousou a mesma sobre a pele coberta de sua coxa, deixando agora, sua mão sobre a minha e seus lábios sobre minha bochecha.

Mesmo em meio ao escuro e minha pele negra, pude perceber que notou minhas bochechas devidamente vermelhas.

Apoiei minha cabeça na parede, enquanto me perdia em seus atos. Ela parecia se divertir.

 

:- Por que está agindo assim? - Perguntei quase que balbuciando, minha voz saiu como um fio, um misto de receio tomava conta de mim subindo como um calafrio sobre minha espinha.

:- É difícil explicar, nos conhecemos a pouco tempo e...

:- Quando percebeu que eu não era boa o suficiente?!

 

Ela estava intacta, analisando a curvatura e os detalhes de sua própria mão. Saiu de um pequeno transe quando completei aquela sombra com minha mão livre, formando assim, um coração quase perfeito.

Ergueu uma das sobrancelhas, no mesmo momento nos entreolhamos, o que levou ao contato total de ambos nossos lábios.

Arregalei levemente meus olhos, enquanto imaginava que suas bochechas se encontravam em seu tom corado, estavam normalizadas, sua face séria, agora com um sorriso entre os lábios, me proporcionando aquele sorriso que tanto idolatrava em tão pouco tempo.

Ela me encarou nos olhos, naquele momento pude me ver perdida na escuridão, sem saída, ou escapatória. E estava achando aquilo...

Bom!?

:- Ow... - Sussurrou percebendo todo o ambiente se iluminar, fazendo-me fechar os olhos com força.

 

Dinah arregalou os olhos me fitando incrédula, como com quem desacredita de algo bem a sua frente, como miragem, entende!?

Abaixei o olhar suspirando, negava a mim mesma estar naquela situação.

:- Você não notaria se eu desaparecesse certo? - Perguntei calmamente fitando seus olhos que estavam fixos aos meus. - Você roubou meus sentimentos, Dinah! - Engoli em seco. - Eu lhe entreguei todos eles, tão rápido, barracotada por agir rápido demais e me deixar cair nessa imensidão que causou aqui dentro. - Peguei em sua mão elevando ao meu peito esquerdo. - Sente? - Perguntei chorosa.

Ela estava estática, porém assentiu. Era notável os batimentos precipitados e acelerados.

 

:- Você é como as borboletas, elas não conseguem ver as próprias asas, elas não conseguem enxergar o quão verdadeiramente lindas elas realmente são, mas todos os outros podem ver, as pessoas são assim.

:- Quem me dera ser uma borboleta, mas eu preferia um pássaro. - Resmunguei puxando o lençol para cobrir os ombros de Jane que me encarou com um sorriso curioso.

:- Porque um pássaro?

:- Porque podem voar longe quando as coisas ficam difíceis, eles não precisam se preocupar com o resto. Eles são felizes e o mais importante, são livres.

:- Você também pode ser livre como um pássaro. Basta acreditar e fazer acontecer. - Começou a alisar minha barriga de forma lenta, eu apenas sorri em sua direção.

Minutos se passaram e ambas estávamos na mesma situação, era um silêncio agradável se não quebrado pela doce voz de Hansen.

:- Seu coração está agitado, estou conseguindo ouvir ele. - Comentou elevando seu olhar ao meu que a fitava ainda lhe transmitindo carícias em seus cabelos. - É assim que fica cada vez que estamos perto o suficiente? 

Os meus lábios se formaram em uma linha fina, fitava meus olhos a morena com um sorriso carregado de luxúria, Dinah estava certa, era tão monótono que já havia me acostumado.

:- Não comece a se achar só porque hoje resolveu ficar um pouco agitado. - Tentei disfarçar porém foi extremamente falho.

:- Irei fingir que não é. - Sorriu convincente.

:- Convencida. - Acusei provocando uma risada nasal de Jane que deu de ombros. - Hora de dormir. - Murmuro me ajeitando na cama deixando Dinah se acomodar ao lado.

 

:- Está acelerado. - Comentou quando larguei sua mão.

:- Está sempre assim quando está próxima e disso você tinha razão. - Enxuguei algumas lágrimas com meus polegares. - Eu encontrei a luz que se fechou a anos para mim, eu jamais acreditaria qur poderia ser correspondida outra vez e estava certa. - Ela prendeu sua respiração liberando o ar aos poucos por seus lábios entrabertos. - Você nunca correspondeu, não da mesma forma. - Abaixei meu olhar porém logo tratei de manter meu queixo firme. - Não pode me amar de tal forma, então por que tentou dar início a isso? Sentimentos não é papel para se amassar e jogar ao vento quanto estragados.

:- Normani, não é isso que está pensando, você entendeu errado... e ...

:- Eu ainda não sou boa o suficiente? Não sou digna tanto assim? Me desculpa por dizer que te amava, foi precipitado eu sei, mas foo verdadeiro. Desculpe pelos sorrisos e todas as maneiras que estive ao seu lado, só queria ser lembrada. Quem é bao o suficiente para você? Pois não de encaixa ao meu critério. - Gesticulava com as mãos.

:- Normani...

:- Dinah... - Suspirei exausta.

 

:- Afinal, que milagres um bom café faz, não é? - Eu ri novamente e Dinah não conteve seu sorriso. Meus olhos castanhos tinham um certo brilho e sabia que estava sendo sincera. - E presumo que pelo belo sorriso, você não me bata nem me dê um belo chute na bunda, o que já é um maravilhoso começo. - Comentei risonha. - Sabe, nunca fui ciumenta demais, possessiva ou irracional quando se trata de você, mas com todas essas idas e voltas em tão poucas semanas, percebi o quão imbecil fui em não ter lhe beijado no primeiro momento. - Gargalhou baixinho. - Afinal...E a garota do aeroporto, certo? - Assentiu sorrindo. - Mesmo algumas vezes às escondidas, tomei coragem e...Eu amo você.

Dizer que eu estava surpresa era realmente um eufemismo, estava completa sem reação.

Abriu um sorriso de orelha a orelha, percebendo que havia passado um tempo calada enquanto a mim contemplava seus olhos com um misto de receio e preocupação.

Não retribuída da mesma forma.

 

:- Você sabe que amar não é meu forte, muito menos ser amada. - Colocou algumas mechas douradas para trás das sua orelha. - Eu realmente me sinto apaixonada quando vejo sue rosto, mas minhas cicatrizes não podem ser substituídas tão rapidamente, você tem uma espécie de chama, que me atinge fortemente e não cabe a mim saber como reagir, eu realmente não sei. - Analisou suas mãos. - Não é a mesma coisa do que conviver a um alguém que lhe conhece a quilômetros de distância.

:- Então você dúvida da minha capacidade? - Levantei cruzando meus braços seguindo-a quando saiu em direção a outro cômodo no qual eu não estivesse presente. - Preciso de mais do que isso? - Questionei.

:- Por que quer tanto minha presença? - Virou-se bruscamente fazendo seu peito colidir ao meu e nossas respirações se descompensarem no mesmo instante.

:- Por que mesmo rápido, eu te amo. - Ditei em baixo tom.

:- E demosntra?

:- Da melhor maneira possível.

:- Talvez eu esteja cega. - Pegou sua bolsa que Ally havia deixado sobre o sofá, nem ao menos encarava meus olhos.

:- Porque a pressa?

:- Você me deixa desnorteada.

:- E isso é um problema? - Novamente a seguia, ela avançava seus passos em direção a porta de meu apartamento.

:- Sim! - Elevou sua mão a maçaneta porém segurei firme em seu braço.

:- E por que?

:- Você está me amando. - Sussurrou. - Mas eu não sei amar da mesma forma.

:- Posso lhe ensinar.

:- Seria falso.

:- Eu não sou falsa.

:- Os sentimentos.

:- Você saberia quando sentidos. - Afirmei soltando sua pele que já tinha indícios avermelhados, demonstrando a tensão ao segurar em seu braço.

:- Não sei se é um bom momento. - Ditou mais calma.

:- E quando seria?

:- Quando eu estivesse pronta.

:- E não está? Dinah! Sua forma foi a qual me conquistou tão rapidamente e não deveria mudar.

:- Não irei mudar isso. - Gesticulou mostrando seu corpo. - E sim, isso. - Colocou a mão no peito.

:- Pois boa sorte. - Comentei desviando meu olhar do seu.

:- Estamos bem? - Perguntou receosa.

:- Não temos nada. - Rosnei entre dentes antes de ver seu corpo sumir aos poucos e a prota ser fechada a força. Talvez proposital.

Aquelas palavras doeram.

Abaixei meu olhar apoiando minhas costas na porta deslizando ao chão na medida que as lágrimas rolavam. Queria mutio saber o porquê de estar tão sensível, mais ainda os motivos que nos levaram a isso.
 

Afinal...

Não tínhamos nada. 

 

 

 

 


Notas Finais


Queria compartilhar com vocês minha decepção, eu enrolei longos quatro meses para finalizar minha leitura aos dois últimos capítulos de "The Bitch" e PQP como fui trouxa a ponto disso? Chorei horrores mas me arrependi e tanto.

Deveria não seguir meus próprios conselhos...

NÃO ME MATEM! ❣


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...