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História Do I Wanna Know!? - Norminah - Just Kids


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Desculpa a demora,Sweets. Boa leitura. 💜

Capítulo 3 - Just Kids


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Just Kids


Normani Kordei Hamilton Point Of View 
Miami, Flórida, 23 Março de 2016.

Cada nota deixa em cada um de nós uma lembrança, mas a melodia inteira conta uma história, trazida pela brisa fresca de um modo monótono que deixava meu corpo ser levado em sincronia a todo e qualquer passo importuno. Como se algo transparecesse assim como as estrelas em meio a todas constelações, atapetadas de astros e exterioriza-se num sorriso como canção tocada na harpa dos ventos. Era como um labirinto sombrio, como se cada pequena curva fosse um precipício a ponto de desabar. Sentimentos, sempre tão bipolares. 

Existe algo mais clichê que o "lago dos cisnes"? Realmente não me adaptava com uma melodia controversa, relaxava o cérebro me livrando de quaisquer pensamentos nos quais invadem minha mente pela noite. Música clássica desacelera tais quais estabiliza minha emoção, que quando se passava por meus olhos. Se o que fazia tirava-me o peso dos ombros, era certeza que me sentia muito bem. Quando não tenho palavras, a música fala por mim.

Quando ficava sozinha, boa parte de mim se entregava aos leves movimentos conduzidos pela música soando entre as quatro paredes que me cercavam, a sacada devidamente aberta deixando que a brisa fresca invadisse todo o cômodo, enquanto a cortina branca balançava em sincronia. Não que tal gênero musical, fosse meu favorito, Beyoncé nesses momentos seria muito importuno, imagine o fato de alongar seu corpo ao som de "Crazy In Love", "Flawless" ou até mesmo "7//11", o rebolado iria contagiar meu corpo tão rápido que não perceberia o mesmo já aquecido. 

:- Credo, Normani o que é isso? - Indagou Camila adentrando do pequeno apartamento, franzi o cenho parando bruscamente com meus atos devido ao pequeno susto. Levei uma das mãos ao peito direcionando meu olhar ao seu enquanto respirava fundo. 

:- Tchaikovsky - Respondi simples. Lembrei-me de quando mais nova, treinava em frente ao espelho para não fazer feio nas apresentações, era complicado demais, porém o esforço valeu a pena. A morena se apoiou no balcão localizado na cozinha enquanto mantinha seus olhos sobre mim e uma certa cara de dúvida. - Música clássica. - Desliguei o aparelho de som e me joguei completamente acabada sobre o sofá. - Afinal, que liberdade lhe dei para entrar aqui, sem menos?!.

:- Parece música de fundo para cortar os pulsos. - Indiferente, como sempre. Apoiou seus cotovelos sobre o móvel deixando seu corpo completamente apoiado sobre os mesmos. - Bom, deveria pensar duas vezes antes de me dar a cópia da chave, sua confiança sobre mim é tanta, que a qualquer momento posso entrar aqui e me encontrar ouvindo gemidos seus. - Deu de ombros, senti que automaticamente minhas bochechas ruborizaram, ao perceber deu risada.

Camila era sim extremamente confiável, aquela na qual poderia ligar três da manhã, de uma Quarta-Feira, que sem reclamar, viria com um sorriso no rosto para me aconchegar em seus braços e ouvir os piores de meus problemas, ou aguentar minhas crises de raiva que sempre resultam eu choro. Sei que deveria ser eu em seu lugar, talvez não cumpra um papel de 'irmã mais velha', tão bem quanto Karla. Claro, se for recompensada com bananas.

:- Não mexa com a minha sanidade, Camila. - Murmurei soltando meu cabelos do coque frouxo sobre a cabeça, deixando que os cachos levemente delineados caíssem sobre meus ombros.

 

:- Okay, Classe! - a professora de Biologia esbravejou em frente ao quadro negro, sempre as mesma bagunça e desordem, facilmente estressava a todos até o último fio de cabelo. - SILÊNCIO, POR FAVOR! - Gritou.

Aos poucos a turma se silenciou, assustados com os gritos e barulhos de régua colidindo contra a mesa, ecoando por todos os cantos. Abaixei minha cabeça sobre a mesa tentando controlar a risada devido as piadas de Camila sobre o sotaque britânico da professora gordinha á nossa frente, que parecia perder o tom com os incontáveis gritos.

:- Vocês acham isso legal, não acham? - Ela perguntou novamente batendo com a régua metálica sobre a estrutura da mesa, fazendo todos darem um pulo. - Pois bem, eu iria dar conteúdo novo como castigo, mas vou fazer algo que odeiam... - A atenção de todos se voltou para a porta, na qual foi possível ouvir breves batidas e logo ser aberta. 

:- Srta. Evans? - Perguntou o diretor de cabelos levemente esbranquiçados chamou a atenção da professora, que automaticamente teve suas bochechas avermelhadas, Camila não perdeu a chance de rir baixo. - Poderia me acompanhar? - A mais baixa apenas assentiu. 

Camila e eu nos entreolhamos ao ver a mesma arrumando os pequenos fios desgrenhados de seu cabelo enquanto seguia lentamente o superior, rimos nos desvencilhando da bancada tornando a seguir em direção a porta de entrada a sala, encarando o corredor devidamente vazio, apenas os passos de ambos era possível ser percebido. Fizemos um toque de mãos antes de nos virarmos bruscamente ao ouvir alguém chamando nossa atenção. 

:- Não acontecerá novamente. - Respondi a coordenadora, que até o momento, nem ao menos fazia ideia de como havia aparecido naquela sala. Voltamos aos nossos devidos lugares voltando as atividades anteriores. 

:- Achei que iria demorar tanto. - Comentei olhando o relógio ao centro da sala, marcando o início da segunda aula. Suspirei balançando meus pés por da baixo da bancada enquanto observava a morena ao lado. 

:- Tudo bem, gosto de me ocupar. - Disse mexendo em um béquer, melhor dizendo, um copo para medidas que serve também para fazer reações entre soluções. Havia algo gelatinoso com uma tonalidade esverdeada. - Afinal, não quero perder pontos, a coordenadora é rígida, e você sabe muito bem. - Comentou fazendo-me concordar. 

:- Então... - Peguei a prancheta ao meu lado com pequenas anotações. Deixei que meus olhos fizessem todo o trabalho, lendo e relendo as demais categorias. Suspirei. - Viscosidade, elasticidade, força atração e... - Camila cortou minha fala. 

:- Odeio essa professora. - murmurou anotando em seu caderno a parte que havia grifado em sua apostila. 

:- Ah, ela é legal. - Dei de ombros mascando a goma em minha boca enquanto desenhava aleatoriamente sobre o espaço em branco da folha da prancheta ainda em minhas mãos. Percebi sua atenção voltada a mim. 

:- Você está brincando? - Eu ri baixo girando meu corpo em noventa graus para encarar o mar castanho de seus olhos. Me encarava fixamente, boquiaberta. - Como aguenta a voz dela? 

:- Ela explica muito bem. - Respondi indiferente voltando a meus atos anteriores. 

:- Okay, você não é um ser humano comum. - Comentou ainda incrédula, eu apenas sabia dar risada. Por mais sincera que fosse, jamais alcançariam seu nível.

:- Não é a primeira vez que escuto isso. - Elevei meu olhar a mesma, que com a ponta de sua caneta estourou a bola de chiclete em minha boca. Neguei levemente com a cabeça.

Já havia dito o quanto consegue ser infantil em alguns momentos?. Muitas vezes poderia se passar por 'Arrogante', por mais que conhecesse Camila a tão pouco tempo, sabia que seria incrível de todas as maneiras. Eu não estava errada. 

:- Força gravitacional. - Risquei o teste completando assim todos que ainda restavam. Suspirei relaxando meus ombros. - Faltou algum? 

:- O modo indecifrável em descobrir como suporta aquela mulher. - Gargalhei vendo-a ainda remexendo no assunto passado. 

 

:- Normani! - Retirei a atenção do teto branco para poder encarar seus olhos, se encontrava devidamente sentada sobre o braço do sofá, havia me perdido em devaneios profundos, a ponto de não perceber sua movimentação. - Você ainda me deve aquele estoque de bananas que me prometeu dois anos atrás. 

Franzi o cenho. 

:- Eu estava em minha viagem ao Texas, você pode muito bem encontrar em qualquer lugar. - Disse me levantando. - Pensei que esqueceria, estávamos a quilômetros de distância. - Segui preguiçosamente em direção a cozinha sustentando meu corpo na ponta dos pés para alcançar o armário. - Como ainda lembra? - Indaguei completando o copo, que se encontrava agora sobre a bancada, com água.

:- Um bom predador, sempre reconhece sua presa. - Observei a mesma seguir em direção a pequena prateleira localizada na sala de estar. Levei a bebida gélida aos meus lábios, sentindo-a descer por minha garganta lentamente. - E realmente deixo todas as promessas anotadas, minha mãe me deve uma viagem para Disney. - Não hesitei em rir de suas palavras. 

A morena pegou um livro em meio a tantos outros e se dirigiu para a sacada, em compensação ao apartamento, era relativamente grande. Deixei o copo já vazio, sobre a bancada tornando a lhe seguir após receber da mesma um sinal, indicando que lhe acompanhasse. 

A noite já havia caído, o mesmo clima abafado permanecia em todo o canto, porém o vento levemente gelado ajudava na questão do calor. Na área mais coberta do local, haviam alguns edredons e almofadas distribuídas sobre o chão, era um tanto quanto reconfortante, um lugar de"refúgio" para ambas, quando queríamos esquecer de certos problemas. Me deitei ao seu lado, aconchegando-me até encontrar uma posição confortável para ficar. Me perdia na escuridão, apenas iluminada pelas estrelas e demais constelações, não podia negar, estava uma noite maravilhosa, causando-me suspiros, encantada com cada detalhe. Ao lado, Camila folheava incansavelmente cada página do livro em suas mãos. 

:- Vejo que também lhe encanta. - Camila tirou-me de devaneios, fazendo-me encarar seus olhos. A mesma flexionou seus joelhos, deixando os pés apoiados no chão enquanto deitava o livro sobre sua barriga e voltava sua atenção as estrelas. - Aquela é a Ursa maior. -Apontou para um amontoado de estrelas ao centro, concordei com um som nasal. 

:- Então aquela seria a menor? - Apontei a oeste, fazendo-a me acompanhar e negar com a cabeça enquanto deixava sua risada ecoar entre nós. Franzi o cenho abraçando seu braço enquanto me aconchegava mais. 

:- Ursa menor, é quando suas estrelas uma vez que menos brilhantes que a maior, é mais difícil de se encontrar. - Apontou para um canto a oeste do céu, havia poucas estrelas em tal local. - Ali se encontra a constelação de Órion. - Arqueio uma de minhas sobrancelhas. 

:- Eu não vejo nada, Camz. - Semicerrei meus olhos tentando estreitar meu olhar em tal direção, porém foi em vão. 

:- É apenas visível no Inverno, nesse meio tempo, desaparece a Oeste, mas é muito facilmente a identificar. - Às vezes a formalidade de suas palavras confundia meu psicológico. Ri baixo comigo mesma e elevei novamente meu olhar ao seu, observando cada detalhe da latina ao meu lado, ela ainda observava as constelações visivelmente atenta. 

O vento soava forte e gélido, mas em hipótese alguma saímos dali, haviam poucas constelações no céu acompanhadas da chuva caía fraca sobre nós enquanto encolhia meu corpo abraçada a morena, as nuvens cinzentas invadiram o céu tão rapidamente que foi dificilmente notado por ambas. Meus olhos custavam a ficar abertos, ao ponto de em segundos, tudo escurecer e entrar em sono profundo por ali mesmo. 

 

Dinah Jane Hansen Point Of View

:- Dinah, você não pode estar morando sozinha com uma criança, mal tem responsabilidade própria. Exijo que venha morar conosco. - Dona Milika tagarelava do outro lado da linha enquanto eu mantinha o telefone  entre meu ouvido e o ombro analisando a bagunça em toda a cozinha. 

Desde minha volta a Miami, morava junto ao menor em um soft no centro da cidade, considerado enorme para apenas duas pessoas, o choque foi forte quando descobriram de minha gravidez precoce, claramente tive que amadurecer bruscamente e me tornar mais independente em tão pouco tempo. Não posso dizer que foi fácil, porém valeu a pena. 

Minha mãe costuma ser auto protetora á todos ao seu redor, quando estive em solo floridense, sempre insistia em me ter em seus braços, talvez não tenha aceitado o fato de que sair debaixo de suas asas tenha sido mais cedo quanto imaginado. 

:- Mamãe... - Resmunguei manhosa. - Seth já está acostumado com toda essa movimentação - Comentei jogando alguns pacotes na lixeira. Bati com minhas mãos contra o avental em meu corpo, completamente sujo com farinha, ri baixo relembrando de horas atrás. - Estamos bem por aqui, não se preocupe. 

Não recebi resposta alguma, mas a concordância em um som nasal foi o suficiente antes de encerrar aquela ligação. Deixei o celular sobre a bancada me voltando para a pia colocando as luvas em minhas mãos.

Mantenha a calma, Dinah. Pensei comigo mesma.

:- Dih? - Regina, minha irmã mais nova, chamou minha atenção. Lhe encarei por cima do ombro indicando que prosseguisse. - Quer ajuda? - Sentou seu corpo sobre o balcão de mármore sem deixar de encarar meus olhos. 

Lembro-me de quando parti a Miami, era apenas uma garotinha de cinco anos cheia de energia, vejo que o tempo passou rápido demais, no auge de seus dez anos, era a mesma garota de mente fértil e imaginações fora do comum, era o que eu realmente admirava em Regina. 

:- Me desculpe pela bagunça. - Encolheu seus ombros cortando aquele silêncio, não havia recebido uma resposta, apenas um breve sorriso, quando me perdia em devaneios. Tinha um olhar de cachorro sem dono, o mesmo de anos atrás, quando fazia algo de errado.

:- Que nada. - Falei começando a dar um trato na louça, que não era pouca. - Sei o quanto esteve empolgada para ter um momento só nosso, Seth é uma boa companhia. - Ela sorriu como concordância.

Em alguns momentos, me pegava lhe observando. Cada detalhe, era como se visse um auto retrato meu, como nos invernos em frente a lareira com um xícara de chocolate quente e a família vendo as fotos do passado não muito distante. Quase como uma miniatura.

:- Eu não posso negar. - Balançava seus pés nos quais se encontravam suspensos. - Porque passou tanto tempo em Vegas? Afinal, eu não via motivos. - Suspirou mantendo seu olhar firme sobre mim.

:- Assim como você, sinto falta do papai. - Comentei, ela teve automaticamente seu olhar direcionado ao chão. Respirei fundo me concentrando na louça, na qual ainda lavava sem pressa alguma. - Eu fui atrás de justiça, já era maior de idade, mas de qualquer forma não aceitava o fato de perder brutalmente o nosso pai. - Fiz enfase em tal palavra, vendo-a concordar enquanto analisava suas mãos.

:- E resolveu em alguma coisa? - Respondeu, sua voz era trêmula. Soltei a esponja completa por espuma, tornando a retirar rapidamente as luvas em minhas mãos logo em seguida. Me aproximei ficando a sua frente, deixando ambas minhas mãos ao lado de seu corpo. 

:- A princípio, havia conseguido uma certa fortuna de herança, que mamãe havia depositado uma parte em minha conta, como a empresa andava um pouco parada não ajudou muita coisa em questões financeiras. - Suspirei passando a ponta da língua entre os lábios. Naturalmente secos. - Gastava em cassinos e bebidas, era uma adolescente fora do padrão e um pouco descontrolada, mas aos poucos conseguiria estatísticas suficientes e informações para entregar ele a polícia. Já que não tomaram as demais providências. 

:- Conseguiu? - Levei uma de minhas mãos ao seu queixo, erguendo seu olhar ao meu, mantendo-o firme em tal direção negando levemente com a cabeça. - O que aconteceu?

:- Sabe me dizer onde Seth está? - Perguntei querendo cortar de vez aquele assunto, ela não precisava saber, não agora. Pude lhe ouvir suspirar.

É visível a dor de ter que seguir longe de quem se queria por perto. A dor de perder quem nos é querido, pela astuta ação da morte deixa em todos nos a marca da saudade. Experimentamos a forte dor e a sensação de termos perdido o chão, perdido as raízes e estarmos, então, soltos no mundo. A falta do outro bagunça e desestrutura. Sofremos muito e então vem o luto, incapacidade que temos de nos divertir. Quanto maior o vínculo afetivo, maior será o impacto. 

Regina tal como papai desde muito nova herdou o melhor que nosso coroa poderia oferecer, uma vez que tomou gosto resultou em uma menina de muitos conhecimentos, desde pequena teve o hábito pela leitura e ânsia pelo desconhecido, isso á tornou extremamente curiosa e energética. Ela não pode saber que alguém tem um segredo se não irá até o fim para descobrir. É bastante estratégica e inteligente, sabe se virar muito bem muito bem, tem uma enorme capacidade de se adaptar ás mais diversas ocasiões. Talvez toda essa reviravolta resultou seu vocabulário bastante aguçado.  

:- Provavelmente dormindo, ou tentando colocar o máximo de marshmellows em sua boca. - Comentou me fazendo rir. - Mamãe ligou enquanto esteve no jardim. 

:- Aconteceu algo? - Perguntei me lembrando da ligação de minutos atrás, embora sua voz estivesse tranquila, um certo receio tomou conta de mim. 

:- Não, claro que não. - Disse enquanto se desvencilhava do balcão pegando um pano de prato próximo a bancada. - Sabe, ela não acredita que pode cuidar de uma criança. - Respondeu simples pegando alguns pratos já limpos, embora molhados, nos quais se encontravam no escorredor.

A princípio, sempre achei que seria uma péssima mãe. Nem ao menos sabia cuidar das flores que recebia todos os anos em meu aniversário, amanheciam sempre mortas, que me dera um filho?. 

:- Poderei pensar no seu caso, por mais que ainda discorde. - . Retirei o avental que ainda permanecia em meu corpo. - Apenas se me ajudar com o restante da cozinha. - Ri de sua cara de tédio. - Vem, me ajuda. - Fui atrás dela que correu em volta da ilha que havia no centro da cozinha. 

Não pensou duas vezes, pegou o detergente e saiu correndo espirrando em mim, parecíamos duas idiotas rindo alto, ainda consegui segurar seu braço, porém sua mão ainda se encontrava livre, no mesmo momento deixei que certa quantidade de detergente fosse espirrada sem dó em meu rosto. Gargalhou de minha própria desgraça, cuspia um tanto do mesmo no qual havia engolido.

:- Não, você não fez isso. - Falei vendo-a rir. Envolvi meus braços em sua cintura fina e a erguer do chão.

:- Não faça isso comigo. - Gritou desesperada vendo-me lhe carregar pela casa sem cessar as gargalhadas. - Isso é injustiça comigo! 

:- Você quem provocou. - Revidei subindo as escadas em passos acelerados, evitando, ou apenas tentando, troçar nos próprios pés. A menor encarou minha face e começou a rir, provavelmente pela espuma ainda presente ali. 

:- Dinah! - Exclamou enquanto eu adentrava no banheiro, a banheira estava completa com água, era costume deixá-la assim sempre antes de dormir, digamos que era o único momento no qual eu tinha para 'relaxar'.

Quanto mais eu me aproximava, mais seus braços envolviam meu pescoço. 

:- Diga que me ama. - Me olhou tentando parecer brava, foi falho. - Vai Regina. 

:- Eu amo você. - Disse enquanto eu a colocava próxima a banheira, o suficiente para ter seus pés submersos e a mesma se debater tentando se soltar de meus braços enquanto lhe prendia cada vez mais.

:- Fale que não vive sem mim. 

:- Está começando a apelar, Dinah. - Foi o suficiente para ter seu corpo por completo de baixo da água, não houve tempo para que caísse na gargalhada, pois seus braços ainda envolviam meu pescoço com tamanha força, que meu corpo foi junto a mesma, sendo completamente encharcado. 

Ela gargalhou como nunca.

Realmente morar com minha mãe novamente, não seria uma boa ideia. 


...

 

:- Bem, cookies é melhor acompanhado de leite. - Comentou Regina enquanto Seth degustava os pequenos biscoitos a sua frente. 
As manhãs em Miami eram sempre calmas, as árvores infiltravam os raios solares que aqueciam a pele em uma pequena caminhada, o ar sempre abafado transmitindo calor em todos os cantos, como uma pequena estufa. 

:- Só o da mama. - Disse com certa dificuldade, deixando pequenos farelos caírem de sua boca. Rapidamente retirei a atenção de meu café, continuei mexendo no líquido escuro com a pequena colher, agora atenta á ambos. 

:- O que quis dizer com isso, Seth? - Regina deu um pequeno gole em seu suco de laranja, ambos conversavam empolgados. Passou a língua entre os lábios na esperança de retirar qualquer vestígio de sua bebida.

:- Que mama tem leite. - Respondeu simples elevando seu olhar ao meu, o castanho penetrante de seus olhos tinham um certo brilho. Franzi o cenho tentando raciocinar suas palavras, por mais óbvias que fossem. 

:- Dinah é uma vaca leiteira? - Perguntou ao menor, que no mesmo momento jogou sua cabeça para trás gargalhando de forma contagiante. Encarei Gina de modo incrédulo, batendo de leve em sua nuca, que no mesmo momento movimentou os ombros rindo junto a Seth.

:- Vacas não tem seios caídos. - Arregalei levemente meus olhos ao ouvir tais palavras vindas do pequeno, Regina se engasgou com seu próprio suco enquanto a atenção da maioria presente naquela mesma cafeteria, tornou-se atenta a risada escandalosa da garota. 

Bati com uma das mãos sobre a testa, não iria contrariar, sei que a vergonha alheia seria maior. Apenas suspirei tendo minha atenção voltada a porta do estabelecimento, quando aberta, o soar de um sino ecoava por todo o local, indicando novos clientes. Uma morena adentrava sem pressa alguma, usava uma roupa que destacava bem seu corpo, seus cabelos eram negros e chacheados enquanto sua pele destacava ainda mais a beleza natural. Óculos escuros impossibilitavam a mim decifrar seus olhos, voltei minha atenção aos menores quando a mesma parou a uma mesa ao lado.

:- Devolve meu muffin, Seth! - Regina disse autoritária, fazendo-me arquear minhas sobrancelhas. O mesmo já tinha sua boca completamente cheia pelo pequeno bolinho recheado com geléia de frutas vermelhas. Como um esquilo que esconde suas nozes. A mesma cruzou seus braços bufando baixo. 

:- Eu posso devolver se quiser. - Respondeu jogando farelo para todos os lados, foi quase que indecifrável suas palavras. Ri baixo da audácia do pequeno, que no mesmo momento tentou me acompanhar, porém neguei em pequenos gestos com as mãos. Seria um desastre. 

:- É melhor irmos. - Tinha a xícara em mãos, dando o último gole na bebida quente, que descia parecendo rasgar minha garganta. Suspirei pousando-a sobre a mesa, desvencilhei meu corpo da cadeira, arrastando-a levemente para trás tornando a levantar após deixar a quantia gasta sobre a mesa.

:- Charles Chaplin! - Gina apontou em minha direção e lhe encarei sem entender, deu de ombros levantando-se junto a Seth que agarrou minhas pernas. Suspirei curvando minhas costas para lhe ter em meus braços, que logo se aninhou. 

:- O que Sr.Chaplin faz em uma cidade tão monótona em pleno sáculo 21? - Girei meu corpo a esquerda, me deparando com a mesma morena de minutos atrás, tinha um celular em mãos, provavelmente havia se afastado para atender alguma ligação. Franzi o cenho ainda um pouco confusa.

As vezes a lerdeza ataca, respeito. 

Ela levou seu braço a mesa ao seu lado, pegando um guardanapo que se encontrava por ali, elevou o mesmo até minha boca retirando certa quantidade de espuma acumulada sobre meu busto. Ri baixo de seu ato e lhe agradeci com um sorriso, que a mesma logo retribuiu. 

:- Obrigada. - Suspirei diminuindo meu sorriso ao ver a mesma negar, apenas estendeu sua mão  em minha direção, sem hesitar apertei a mesma levemente como cumprimento. 

:- Prazer é todo meu, Hansen. - Indaguei ao ouvir meu sobrenome, logo segui seu olhar, pairando sobre o crachá preso em minha roupa social, me recordando que havia um grande dia de trabalho pela frente. Suspirei derrotada e voltei a encarar seus olhos. - Normani, Normani Kordei. - Piscou e se sentou em seu devido lugar. 

Apenas sorri mais abertamente, a suavidade do toque em suas mãos e o som de sua voz era algo inexplicável, sem ao menos perceber, já encarava seus detalhes, tão singelos detalhes. Porém saí de rápidos devaneios ao ouvir Regina gritar meu nome, suspirei ouvindo a risada fraca da morena. Reconfortei o menor em meus braços seguindo minha irmã, que antes de sair pela porta afora se abaixou podendo pegar um pequeno cartão que se encontrava no chão.

"Hamilton's Dance Academy", interessante.

 

"Quantas noites levam para contar as estrelas?. É o tempo que demorará para consertar o meu coração. Ah, querido, eu estava lá para você, tudo o que eu sempre quis foi a verdade. Quantas noites você desejou que alguém ficasse? Deitada, acordada, esperando que estivessem bem. Eu nunca contei as minhas noites, se tentasse, iria parecer uma eternidade."


Notas Finais


Até a próxima.

XoXo 💙💜


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