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História Do I Wanna Know!? - Norminah - By Dinah, For Us


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey babes 🍃💜

Demorei mas voltei, esse capítulo ao meu ver ficou fofo, mas só pra mim mesmo, então espero não decepcionar vocês, bolinhos ksksk

Desculpa fazerem sofrer, desculpa mesmo, só aviso que falta muito ainda... 😏

Capítulo 44 - By Dinah, For Us


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - By Dinah, For Us


Normani Kordei Point Of View.
Sábado, 21 de Maio de 2016 │ Miami, Flórida, Estados Unidos. │ Hansen's House │ 02:36am.

Parabéns amor, você é o campeão mundial de esconde-esconde, se não fosse sua decaída, talvez nem ao menos me faria sentir. Amor. Eu tô sempre esperançosa que melhore, que flua, que aconteça. Mas uma hora a gente duvida da fé. Uma hora a gente cansa. E o amor? O amor, ah, sei lá. O amor nem ao menos existe uma definição concreta. Acho que é o desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projetos, manias, defeitos, cheiros, gostos. Amor é querer pensar no que vem depois, fechar seus olhos antes de dormir e o fazer acontecer, mesmo rente a suas pálpebras fechadas, ficar sonhando nessa coisa que nomeamos como futuro, vida a dois. Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz. É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao contemplar a face de tal pessoa, ao sentir a paz que aquela presença traz. É nos melhores e nos piores momentos da vida. É não querer mais ninguém para dividir as contas e somar sonhos. É querer a proteger de qualquer mal. É ter vontade de dormir abraçada e acordar junto. É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro. Precisamos enterrar nossos orgulhos, prepotência, ciumes, egoísmo, nossas falhas, desajustes, todos os nossos descompassos. O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. O amor é uma tentativa eterna.

Sabe aquele estado de sonolência no qual seu corpo lhe permite abrir os olhos, mas é como paralelamente você ainda estivesse dormindo?. Eu sentia o cansaço sobre meu corpo e minha vontade de levantar era mínima, até porque nem ao menos havia amanhecido. Lembrava-me de trocar poucas palavras com Dinah, e apenas a visão de seu corpo saindo porta a fora foi o que me proporcionou. Minhas mãos como automáticas coçavam meus olhos tentando fazer com que as pálpebras se desgrudassem, pareciam coladas, mas não resolveu, em meio a escuridão, só poderia saber que realmente tinha meus olhos abertos, pelo reflexo da janela livre da cortina que se encontrava afastada, e a fresta por debaixo da porta, provavelmente o corredor tinha alguma luz acesa, pois era fraca, mas visível. E constatei que realmente ela não havia voltado. Estendi meu braço em direção ao criado mudo podendo encontrar o celular de Dinah, só então encarando o ecrã da tela de bloqueio, que sorri automaticamente, não mais me importando com tal horário, mas a imagem em seu plano de fundo. Me dispersei rapidamente deixando o mesmo no lugar anterior, bocejava simultaneamente enquanto procurava por minhas peças em meio a aquela escuridão, poderia muito bem procurar o interruptor, não?. Talvez não tenha pensado nisso. 

Vestia peça por peça, com uma lentidão irritante, de fato ainda tinha sono. Terminei de subir o zíper de meu jeans, fechando os botões sem pressa, por fim, deslizei minhas mãos sobre meus cachos ajeitando os mesmos, provavelmente desgranhados. Suspirei girando a maçaneta da porta assim saindo daquele quarto, tornando a fechar a mesma por trás de meu corpo. A casa estava silenciosa, nenhum rastro de Dinah, muito menos de sua presença. Franzi o cenho conforme descia os degraus com tamanha calma capaz de impressionar a mim mesma, em outras ocasiões provavelmente estaria no chão de tamanha pressa, não era meu caso, mesmo que a cada passo meu coração bombeava mais forte. Mas como a luz brilha no fim do túnel, estava visível ao que me lembrava ser a cozinha, foi então que meus passos se apressaram e tornaram a fazer o que meu coração mandava, mas pelo arrependimento, nada de Dinah... Bem, em sã consciência. 

Arregalei meus olhos elevando ambas as mãos em direção a boca enquanto observava incrédula uma Dinah sobre o chão, o que deduzia gelado naquele  momento, me aproximei o suficiente e com tamanha pressa, podendo ajoelhar-me ao seu lado repousando sua cabeça sobre meu colo, conforme sentava-me sobre meus calcanhares.

:- Dinah? - Murmurei embargada devido ao bolo que se formava de forma constante em minha garganta. Ela nada respondia ou reagia. Meus olhos se marejavam conforme as lágrimas escorriam sobre minha bochecha, seu corpo se encontrava mais pesado, porém mole. - Dinah? Me responde! - Exaltei um tanto minha voz, mas de nada adiantou, já chorava compulsivamente, nunca fui tanto de me importar com alguém com tanta rapidez. 

Afastei suas madeixas loiras podendo observá-la melhor, meus soluços soavam abafados por si próprios, foi então que percebi certas marcas em seu pescoço, algumas avermelhadas, outras um tanto roxas, não lembrava-me de provocar tal ato. Limpei algumas lágrimas com as costas das mãos tentando controlar a insegurança na qual repousou-se sobre meu corpo, tentava a levantar, mas o peso era o suficiente para qualquer tentativa se tornar falha. 

:- O que houve, querida? - Encarei a dona da voz rouca e penetra por cima de meu ombros, arregalei mais ainda meus olhos quando a reconheci, engolindo em seco automaticamente. - Uh...!? - Insistiu. 

:- Eu... Bem, é que... - Cocei a nuca, ela apenas encarava-me sem expressões, a não ser suas sobrancelhas juntas. - Eu não queria acordá-la. - Abaixei meu olhar voltando a encarar a face serena de Dinah, ainda inconsciente.

:- Que nada. - Riu nasalmente aproximando-se. - Eu apenas vim... O aconteceu com Dinah? - Encarou sua filha ainda estirada no chão. 

:- Ela... Ela.... - Funguei. - Me desculpa, eu não deveria ter deixado ela ir, eu não sei o que aconteceu, por favor, me perdoa, eu só quero o bem dela. - Eu atirava desnorteada, sem ao menos conseguir respirar, o mais rápido que meus lábios conseguiam movimentar-se, soluçava a ponto de perder o fôlego, tossindo como nunca antes. - Só... me perdoa... - Murmurei embargada, a senhora negou um tanto calma.

:- Está tudo bem, querida. - Riu com seus grossos braços cruzados, franzi o cenho enquanto limpava minhas lágrimas constantemente. - Faça o seguinte, eu levarei Dinah ao carro, e trazer as crianças, você buscar os documentos? - Assenti freneticamente enquanto me levantava rapidamente, consequentemente fazendo Dinah bater sua cabeça contra o chão, confesso me assustar com aquilo. Indiferente de sua mãe. - Ela deixa todos eles na bolsa. - Ditou, e foi o suficiente para tornar meus calcanhares a procura da mesma. 


... 

 

Encarava o chão esbranquiçado daquela sala de espera, a cada cinco minutos encarando meu celular, marcava aproximadamente sete da manhã. Convenhamos, Miami é movimentada em todos os sentidos, não que o trânsito que havíamos pego em plena madrugada fosse algo monstruoso comparado ao de fim de tarde, mas é inanimado naquele horário. Não que o estado de Dinah seja ao crítico, mas no ponto de vista de alguns médicos, uma bateria de exames seria o aconselhado, se são profissionais, eu não tinha motivos pelos quais cismar com isso. Cocei minha sobrancelha em nervoso enquanto franzia meu cenho perante ao par de coturnos que invadiram meu campo de visão, meu olhar subia pela silhueta de vestes escuras e braços cruzados, e lá estava Lauren, o olhar fixo sobre mim, mais ao lado, uma Camila sonolenta, cabelos bagunçados e trajada com um pijama de vaca!? Okay, porque não estou surpresa?. Neguei enquanto a latina bocejava com os olhos entreabertos, muito provável que Lauren a retirou da cama quando ouviu o primeiro toque de minha ligação, ambas estavam mais próxima que o comum. Quando as questões são amizades, Lauren parece uma garota um tanto leal, talvez Dinah tenha sorte.

Me dispersei por Seth que se remexeu levemente sobre meu colo, Oh sim, ele também tinha vindo, junto a Gina, que parecia entretida com seus fones de ouvido. Não queria preocupá-lo, mas de qualquer forma estranhava a ausência de sua mãe, se não fosse o sono lhe impedir de me bombardear com perguntas relacionadas a ela. 

Eu precisava de respostas, e Lauren poderia ser uma pessoa a subornar, embora em muitos momentos suas expressões me causavam calafrios. Engoli em seco percebendo que em momento algum seu olhar tornou a desviar de mim, questionando-me mentalmente se havia feito algo de errado. O banco ao lado foi ocupado pela vaca ambulante e sonolenta que repousava sua cabeça sobre meu ombro ronronando provavelmente confortável. 

:- Hey Mani. - Murmurou com seus olhos castanhos vibrantes, ainda entreabertos, e a língua presa entre seus dentes em um sorriso no qual julgaria fofo a ponto de apertar suas bochechas, se não fosse minha preocupação no momento. 

:- Oi Mila. - Sorri frouxo deixando um leve beijo sobre sua bochecha, encarei Lauren rapidamente logo tornando a abaixar meu olhar. 

:- Seu café, querida. - Elevei meu olhar a dona Milika, que me estendia o mediano copo de isopor com o líquido fervente, sorri em agradecimento o tornando em mãos, assim que se ofereceu para segurar Seth, sem pestanejar apenas assenti. 

:- Podemos conversar? - A voz rouca de Lauren se fez presente pela primeira vez, receosa afirmei me levantando. Lauren beijou o topo de sua amada, e simplesmente sorriu antes de tornar seus calcanhares em direção a saída do hospital.

Sem hesitar, á segui. 

Me apoiei no pedestal de entrada, mexendo com a pequena colher de plástico contra o líquido escuro, na esperança de que esfriasse um pouco. Lauren, mais a frente, apenas pegou seu maço dos bolsos, acendendo um dos cigarros já em seus lábios, tragando com calma... Bem, talvez lhe acalmasse. Como Camila e suas bananas. 

:- Então... - Hesitei antes de elevar o copo a boca bebericando levemente a ponto de conseguir queimar a ponta de minha língua e parte superior de meu lábio. Suspirei apoiando minha cabeça no mesmo pedestal, tornando a olhar para frente.

:- Você viu alguma coisa? - Perguntou enquanto a fumaça se esvaia pelo ar conforme seus lábios se movimentavam, neguei no mesmo momento encarando-a. 

:- Ela só estava jogada no chão, inconsciente e com marcas no pescoço. - Suspirei, liberando o ar que eu nem ao menos sabia que estava prendendo. 

:- Marcas? Suas? - Arqueou uma das sobrancelhas.

:- Não. - Engoli em seco.

:- Seja sincera Normani, somos só eu e você. - Bufou antes de tragar novamente, agora com tamanha rapidez. Ela necessitava disso? 

:- Algumas... - Engoli em seco assim como o gole do café, ainda fervente, transparecendo calor para minha mão. - Mas pareciam, sei lá, mãos, sabe, apertando o pescoço. - Gesticulei com a minha mão livre. - Mesmo assim me sinto culpada. - Encolhi meus ombros. 

:- Eu sabia! - Murmurou baixo. - Dinah já lhe disse algo sobre Siope? 

:- Não faço ideia de quem seja. - Deveria!? 

Lauren tragou tornando a liberar a fumaça, que se fez presente a ponto de me fazer tossir por alguns momentos, com a mão em frente a boca. Meus olhos marejavam pelo incômodo que fazia, ela nada pareceu reagir. Respirei fundo voltando a mexer em meu café.

:- O ex dela. - Assegurou.

:- Que quer ver Seth? - A encarei rapidamente antes de voltar total atenção ao café. 

:- Como? - Perguntou ressoando confusa, dei de ombros bebendo um longo gole de minha bebida. - Ele quer a guarda de Seth! 

:- Como? - Repeti arregalando meus olhos, podendo a encarar com expressões normais. - Ela não me disse isso... Por isso estava daquele jeito. - Murmuro baixo, ligando os pontos. - Merda! - Bufo.

:- Não passa por sua cabeça que pode ter sido ele? - Neguei. 

:- Dinah nunca me disse algo perante a ele. Se for o passado dela, eu não sei nem ao menos o básico. - Murmurei, foi o suficiente para arrancar um suspiro seu. 

:- O pai de Dinah foi assassinado por um homem chamado Félix. - Iniciou, eu que bebia o restante do café, parei bruscamente tossindo algumas vezes pelo leve engasgo. 

:- O que disse? 

:- Que o pai de Dinah foi assassinado por um homem chamado Félix..? - Repetiu arqueando suas sobrancelhas.

:- Félix? 

:- Félix Somers.

:- Ah... - Coçei a nuca. Talvez uma coincidência. Lauren me encarava desconfiada.

:- Bem, ela tinha dezessete ainda. - Prosseguiu, ainda atenta joguei o compartimento de isopor agora vazio em uma lixeira ali próxima, o movimento que ia e vinha no hospital não era muito. - E a procura de justiça descobriu o paradeiro de Félix, e fomos a Las Vegas, tínhamos algo juntas. - Deu de ombros deixando que o cigarro caísse ao chão, logo apagado seus restante de cinzas com a ponta de seu coturno. - Ele era um cara que adorava cassinos, e nada melhor que Vegas. - Riu consigo mesma, cruzei meus braços mantendo meu olhar sobre a hispânica. - Com o tempo, nada de justiça, apenas diversão, Dinah se envolvia as vezes, retirando boa parte da grana daquele velho. Um dia daqueles, pela noite, entre bebidas e carros, ela conheceu Siope, coincidência ou não, filho de Félix, filho único. - Cruzou seus braços. - Foi conquistando Dinah aos poucos que mostrou ser verdadeiro... Um verdadeiro possessivo. 

:- Possessivo? - Arqueei as sobrancelhas, ela deveria estar tirando sarro com a minha cara.

:- Sim, usava do corpo de Dinah um divertimento. 

:- E ela não fazia nada? 

:- Ela estava apaixonada como nunca antes, parecia normal a ela. - Deu de ombros. - Nisso gerou a gravidez de Seth, após alguns meses. 

:- E ele?

:- A principio não soube, mas era notável quando Dinah reclamava de dores e afins, logo percebeu a barriga mais avantajada e ligando os pontos teve certeza, Dinah nem precisou confirmar. Ele deixou ela.

:- Que filho da puta! - Esbravejei. 

:- Não posso negar. - Suspirou. - De qualquer forma, ele ainda pode manter isso por Dinah... Como deixar rastros, sabe? - Afirmei. - Então não duvido que seja ele a fazer isso.

:- Mas era de madrugada.

:- Provavelmente arrombou alguma porta, sei lá, é o de menos. - Deu de ombros.

:- Ele não pode tirar Seth de Dinah... -Engoli em seco.

:- Você precisa agir. 

:- Eu? - A encarei nos olhos. - Eu não posso fazer nada.

:- Pode fazer mais do que imagina. 

:- Lauren! Espera. - Apressei meus passos, ela andava de volta a recepção do hospital, toquei seu ombro sem força, fazendo-a virar. 

:- Você tem até dia trinta para pensar, por Dinah... - Suplicou com seus olhos marejados, pela primeira vez vi seus olhos verdes se tornarem musgo.

:- Por Dinah... - Engoli em seco e apenas afirmei.

Suspirei quando a vi mais distante, apressei meus passos em direção a sala de espera, desculpando-me com alguns nos quais esbarrava, estava distraída, que nem ao menos controlava meus passos. Me aproximava cada vez mais podendo perceber a presença de um dos médicos trajados de branco conversando com Dona Milika, apenas respirei fundo ficando ao lado de Camila que se manteve em pé e mais acordada que minutos atrás, Seth ainda dormia aos braços de sua avó, enquanto Regina nem ao menos se encontrava naquele lugar. Lauren e seus braços cruzados, assim como eu, observando calada. 

:- Ela passou pela bateria de exames. - O de jaleco branco e uma prancheta em mãos, ditou. - Presumimos ao que tudo indica, estrangulamento. - Encarei Lauren que me olhava assentindo, suspirei voltando minha atenção ao homem de meia idade. - Ela acordou a poucos, tivemos que sondá-la, acordou afobada então foi o melhor para relaxá-la e poder terminar os exames. - Dona Milika assentia enquanto Camila me abraçava pelos ombros. 

:- Podemos ver ela, doutor? - Suplicou a polinésia mais velha, o mesmo apenas assentiu. Nos encarou e prontamente assentimos, sorriu em agradecimento e passou Seth para os braços de sua madrinha. 

Lauren o acolheu como se fosse seu próprio filho, e aos poucos o silêncio reinou entre nós, suspirava a cada minuto contado pelo relógio.

Sabia o que fazer, mas não sabia que rumo tomar. Posso ter cem motivos para me fazer desistir, mas apenas um me prende a permanecer. É por Dinah, certo? Não dá pra explicar o efeito que aquele sorriso dela causa em mim. Não dá pra descrever o quanto ele importa pra mim. Não dá nem mesmo pra segurar o meu sorriso ao a ver sorrir. Nunca pensei que se passaria algo do gênero por minha cabeça um dia, mas seria capaz de mover um mundo por ela. Dinah parece ser uma mulher de personalidade, mas no fundo é aquela mesma criança indefesa, é como olhar seus olhos e enxergar sua alma, uma boneca de porcelana precisando de um concerto. Se não fosse perfeita como si própria, ela só precisa de amor... E bem, isso eu posso fazer.

Com toda certeza.

Encarei os flácidos rostos abatidos pela noite mal dormida, Camila praticamente dormia apoiada a Lauren, era uma cena um tanto cômica a hispânica tentando segurar o pequeno, e ao mesmo tempo, sua namorada - ou quase isso -. Cômica, sem deixar de ser fofa. Dona Milika novamente se fez presente, como preces, podendo salvar a de olhos verdes daquela situação, ri baixinho tomando atenção das três mulheres ali presentes, foi então que percebi que Regina a acompanha, entendendo seu recado me levantei podendo ser guiada por uma das enfermeiras que andarilhava pelo local com alguns pacotes de soro, sorri agradecida quando amparada em frente a porta branca. Deixei sobre a estrutura de madeira, três leves batidas, sendo acompanhada da fraca voz cedendo passagem, girei a fria maçaneta podendo ouvir o ranger da porta e logo adentrar, fechando-a por trás de mim. E lá estava Dinah, em meio ao quarto mediano, porém frio, em uma cama de lençóis brancos, mais pálida que o comum, alguns fios em seu corpo, sem deixar de perceber suas feições abatidas e o rosto inchado, talvez sono. Me aproximei cruzando minhas mãos em frente ao corpo, enquanto seus olhos me observavam atentamente, - impressão minha, ou estavam mais brilhantes que o comum? - com um sorriso no canto de seus lábios.

:- Achei que não viria. - Ditou em um fio de voz, em alisava o lençol que a cobria até metade de seu corpo. 

:- Você me deixou preocupada. - Suspirei encarando a pele de seu pescoço, as marcas ainda permaneciam, com a mesma proporção e coloração. Engoli em seco encarando seus olhos, ela percebendo tornou a olhar para baixo. - Foi ele, não foi? - Receei. 

:- Mani... 

:- Foi Siope, não foi? - Cruzei meus braços abaixo dos seios, deixando-os mais elevados por baixo da roupa, Dinah confusa encarou-me novamente arqueando suas sobrancelhas contragosto. 

:- Mas... 

:- Foi ele que te deixou grávida de Seth e ainda por cima teve a audácia de vim pedir a guarda dele? - Perguntei engolindo em seco. 

:- Droga, Lauren... - Resmungou abaixando seu olhar novamente conforme encolhia seus ombros. 

:- Até quando iria esconder, Dinah? Até quando ia se machucar com isso? Poxa, temos que ser abertas, talvez não tenhamos nada, mas por favor, isso não iria te fazer bem. 

:- Não faz. - Limpou o canto de seus olhos com as costas das mãos.

:- E por que esconde? 

:- Por que eu te amo, Normani. E meus problemas não deveriam lhe preocupar, que merda! Não era para você saber. - Sua voz soava embargada. 

:- E ia esconder? 

:- Sim... - Fungou. 

:- E do que iria resolver? Eu estou aqui para você, e você sabe disso. 

:- Eu sei... - Soluçou de forma abafada, ela nem ao menos conseguia olhar em meus olhos. - Mas... 

:- Você é insegura, Dinah! - Suspirei me apoiando ao seu lado na maca, ela encarou-me rapidamente enquanto limpava o canto de seus olhos banhados por lágrimas. - Bom, feliz talvez ainda não, sabe, não nessa situação. Mas tenho assim… aquela coisa… como era mesmo o nome? Aquela coisa antiga, que fazia a gente esperar que tudo desse certo? 

:- Esperança? - Franziu o cenho e assenti. - Não me diga que você está com esperança! - Exaltou-se embargada pelo choro.

:- Estou, eu estou. - Coloquei uma mecha de seu cabelo para trás da orelha, ela me encarava como uma criança tentando desconversar quando levada a culpa. 

:- Ele é perigoso, Mani, e de qualquer forma só terei Seth até aquele tribunal...Ele consegue fácil. - Fungou, suas lágrimas já deixavam rastros por suas bochechas.

:- E você não é inferior a ninguém, sei que consegue, anjo. - Murmurei acariciando sua bochecha com meu polegar, ela negava freneticamente abraçando seu corpo, Vê-la tão frágil me partia o coração. - Eu tô sempre esperançosa que melhore, que flua, que aconteça. Uma hora alguém faz isso acontecer, eu quero seus sorrisos, Dinah. 

Me aproximei envolvendo meus braços em seu corpo, ela se encolhia conforme seus soluços ecoavam pelo quarto, ela tossia em resposta ao choro, seu peito subia e descia descompensado e falhado tal como sua respiração. A apertei de forma que sentisse sua respiração colidindo contra minha clavícula, fungando repentinas vezes. Minha mão deslizava sobre suas costas cobertas pela camisola de tecido fino na qual pertence ao hospital, ela reclamava algumas vezes devido a agulha em seu braço lhe transferindo soro, optei por deixá-la mais confortável sobre a maca, mas negou no mesmo momento não querendo se desfazer daquele abraço. Apoiei meu queixo sobre sua cabeça na esperança de que se acalmasse, aos poucos ia sedendo, deitando-se sobre a maca, me levando junto a seu corpo, encolhendo-se contra meu peito e por lá ficando. Me aconcheguei ao seu lado fazendo carinho em seus cabelos loiros, ela respirava fundo incontáveis vezes, apertando seus braços em minha cintura. 

:- Mani... - Murmurou, e apenas em um som nasal pude a responder. - Me promete uma coisa? 

:- Você sabe que não irei prometer nada. 

:- Por favor. - Suplicou. - É importante. - Apoiou seu queixo entre meus seios focando seu olhar no meu, percebia seus olhos ainda marejados. 

:- O que seria? - Limpei uma lágrima teimosa que escorria por sua bochecha, ela comprimiu seus lábios antes de suspirar. 

:- Me promete que talvez você encontre alguém melhor? Com mais maturidade que eu, com menos orgulho, com mais experiência, com menos… Problemas. Alguém que não seja um problema em si. Alguém que vai facilitar tudo pra você, ao invés de dificultar mais ainda, tá me entendendo? - Estreitei meu olhar sobre a polinésia arqueando minha sobrancelha direita. - Alguém que vai te proteger e afastar de tudo que te assusta, alguém que vai compreender teus medos bobos e que vai te dar colo naqueles teus momentos sensíveis e acessos de choro. Que vai saber as coisas certas pra dizer e a hora certa de dizer também. Que vai respeitar teu tempo e espaço. Que não vai ter orgulho quando se trata de você. Que andaria até a puta que pariu a pé só pra ver teu rosto. Que escalaria o Monte Everest se isso fosse o necessário pra arrancar um sorriso isso de ti. Que iria até o fim do mundo pra conceder teus desejos e vontades... Que... - Ela prosseguiria, se não fosse a mim lhe interromper. 

:- Dinah, mas, namoral? Achar que eu seria capaz de amar alguém mais do que eu amo você? 

:- Não, Mani, é que você já chorou tanto naquela noite, por minha culpa. - Fungou encarando meus olhos. - Fez tantos planos que naquele momento eram nada, podemos reconstruir, mas... Eu tenho medo de te ver naquele estado novamente. - Admitiu embargada pelo choro preso em sua garganta. -  Tantas promessas que foram quebradas, tudo acabando por minha culpa... Eu não quero isso novamente! 

:- Dinah... Fique calma, por favor. - Tentei enxugar suas lágrimas, porém virou seu rosto negando conforme seu choro se tornava presente no quarto. - Por favor... - Suspirei. - Não tenha vergonha das suas cicatrize, tanto as da pele como as da alma, elas mostram que ali já esteve uma ferida e que, de alguma forma, fácil ou difícil, você a superou. - Coloquei uma mecha de seu cabelo para trás da orelha quando sua cabeça repousou contra o travesseiro, seus olhos se fechavam com força, tentando evitar soluços ao morder seus lábios. 

:- Eu só te quero bem, Normani. 

:- Não tem preço sonhar com você, Dinah, acordar e ao abrir os olhos lembrar que você está do meu lado. Não tem preço dormir de mal jeito, acordar com dor e de quinze em quinze minutos olhar pra ver se eu não estou roubando seu lençol. Não tem preço fechar os olhos e sentir o ar quente da sua respiração no meu rosto, ou virar pro outro lado e ser envolvida pelos seus braços. Não tem preço tentar dormir e acordar com você rindo por algum motivo que só Deus deve saber, ficar brincando de ordenar o inspira e o expira só pra lembrar que até na hora de respirar somos iguais. Não tem preço ter você ao meu lado deitada, de pé, sentada, nas noites frias, quentes, alegres ou tristes. Não tem preço ter você. E não me importa o que façam, você me faz bem de qualquer forma. - Beijei a ponta de seu nariz, seus olhos estavam mais brilhantes que o comum, e acreditava não ser apenas pelas lágrimas. - Sabe o que eu gosto em sonhos? - Ela negou. - É que podemos ser o que quiser…Mas logo a gente volta pra realidade de não estarmos juntas. 

:- Você sonha comigo? - Desvencilhou seus braços de minha cintura limpando rapidamente os vestígios de lágrimas. 

:- Quase todas as noites. - Admiti quando ouvi a mesma fungando. 

:- Então poderia ser real? 

:- Vai se real, meu amor. - Beijei sua testa, podendo a observar afundando sua face contra meu pescoço, suspirei em resposta não podendo conter meu sorriso. 

:- Mani... 

:- Diga. - Deslizei meus dedos contra sues cabelos sedosos e macios. Eles cheiravam a Jasmim. 

:- O que é mais importante, amar ou ser amado?

:- O que é mais importante para um pássaro, a asa esquerda ou a direita? - Rebati e pude perceber seu sorriso contra minha pele e a respiração quente porém calma.

:- Então você me ama? 

:- Mais do que qualquer coisa. - Afundei meu rosto contra seus cabelos inalando aquele aroma idolatrado por mim. 

:- Eu também amo você, me desculpa por ser assim... 

:- Eu te escolhi desse seu jeitinho, então cale essa boca que eu te amo de qualquer forma. - Apenas ouvi o soar de sua risada. - Deixa eu te contar um segredo, ninguém é feliz com medo. Mas eu quero que você saiba que quando eu me imagino feliz, é com você.

:- Pra valer a pena tem que dar frio na barriga e não dor de cabeça. - Suspirou.

:- Frio? Tem a Antártida aqui dentro. - Comentei fazendo-a rir baixinho. - O pior desafio é tentar esquecer aquilo que já te fez feliz.

:- Eu jamais me esqueceria. - Assegurou. - Estou com tanto medo… - Ela disse. 

:- Por quê? 

:- Porque estou me sentindo profundamente feliz. E uma felicidade assim é assustadora. - Apressou-se em responder. 

:- E por quê? 

:- Só permitem que alguém seja assim tão feliz se estão se preparando para lhe tirar algo. - Prosseguiu em meio a suspiro. - Preciso de você, você é boa e preciso de algo bom em minha vida. 

:- São as nossas escolhas que fazem de nós aquilo que somos. - Sorri beijando sua têmpora, ela resmungou baixinho, estava deitada sobre seu braço, fazendo a agulha machucar seu braço, mas não parecia se importar. 

:- Entre eu e você, eu prefiro nós. 

:- Então seremos apenas nós. - Afirmei antes de tomar seus lábios para mim, não seria o bip do aparelho cardiológico, muito menos a agulha adormecendo seu braço que me impediria de segurar em seu maxilar e lhe beijar com tamanha vontade. Desejo de a amar como nunca antes. Ela tem certos efeitos sobre mim. Nos afastamos sorrindo, colando nossas testas e conversando perante olhares. - Eu não lhe deixaria nem mesmo se você quisesse. 
 


Notas Finais


O que acharam!?

Eu prometo tentar voltar logo, como dito anteriormente tenho alguns planos para One Shots, então... Estou trabalhando nisso! 💕

All The Love, M.


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