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História Do I Wanna Know!? - Norminah - Absence


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey bitches!

Eu deveria ter voltado aqui na noite de ontem, o aniversário era meu, mas o presente deveria ser de vocês. No entanto hoje é um dia especial então pensei, "nada melhor, uh?" e aqui estamos, me desculpem pela reviravolta e para já deixar seus corações acalmados caso não possível hoje, amanhã mesmo terei a continuação desse capítulo.

Capítulo 59 - Absence


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Absence


Normani Hamilton Point Of View
Sexta-Feira, 17 de Junho de 2016 │ Miami, Flórida, Estados Unidos. │ Supermarket│03:30pm.
"O maior erro que você pode cometer nessa vida, é tentar nunca cometer um erro".

Meus olhos rolaram pelo pequeno postite alaranjado florescente em minhas mãos, onde as almofadas de meus dedos já colavam pelos vestígios grudentos que vinham em seu verso. Porém subitamente minha atenção foi tomada por mais um cacho de bananas decorando o interior daquele carrinho de supermercado, fitei as avelãs naturais da latina que apenas movimentou seus ombros em diferença.

:- Talvez seja preciso. - Defendeu-se.

Rolei meus olhos preguiçosamente mordendo meus lábios descartando tal item da lista, tínhamos o necessário para irmos embora, mesmo a incerteza me dominando por inteiro. 

:- Se eu fosse Lauren duvidaria da sua opção sexual. - Murmurei, mas quando dei por mim, a latina já estava longe, longe o suficiente para sumir daquele corredor ocupado agora por desconhecidos.

Suspirei exausta acrescentando à nossas compras uma embalagem de Froot Loops especialmente para Seth, que nada surpreso para minha pessoa, também havia sumido por aqueles arredores. 

:- Pintinhos? - Soei incrédula ao observar Camila e Allyson colocarem pintinhos de borracha dentro do carrinho de supermercado. 

A latina sorriu animada. 

:- Estou louca por um banho quente com o Sr. Piper! - Ela exclamou claramente feliz, de tal modo franzi a testa debochada. 

:- Você já pôs nome nessa criatura de borracha? - Soltei ainda incrédula com o assentir da latina. 

:- O meu é Sr. Uker - Ally falou com seu pintinho de borracha em mãos, foi inevitável não gargalhar de pura audácia vindo da religiosa.

:- Tão velhas e tão idiotas! - Exclamei arrancando o objeto que antes em mãos da baixinha, assim jogandod entro do compartimento metálico. - Eu sei o porquê vocês querem esses pintinhos. Geralmente, as pessoas, ou melhor, crianças, optam por patinhos de borracha e não pintinhos. Mas vejo que terão bom usos com pessoas feito vocês. 

:- Pois pintinhos são legais, mommy! - Seth apareceu do nada, com três pintinhos de borracha em mãos. Arregalei meus olhos em um misto de vergonha e preocupação. 

:- Até você, pela Maddona! - Exclamei. 

:- Ei! - Camila protestou pela gíria de sua autoria. 

:- Não seria ilegal vender algo tão pornográfico em um supermercado? Famílias frequentam esse lugar. - Reclamei observando os esforços do menor para jogá-los dentro do carrinho.

:- Os pintinhos dominam o mundo, ManManz. - Retrucou Camila fazendo-me fitá-la em desgosto, porém sorrindo perversa na direção de ambas as mulheres.

:- Vocês adoram brincar com pintinhos, não é? - Provoquei fazendo Brooke corar bruscamente. - Eu diria que Troy teria ciúmes, mas vejo que isso é minúsculo demais. 

:- Normani! - Encobriu seus olhos em vergonha esfregando seu rosto totalmente avermelhado. 

:- Ah lá, fica imaginando as genitálias alheias. - Camila brincou sentando Seth confortavelmente sobre o assento do carrinho. 

:- Longe de mim. - Passei à empurrar tal carrinho analisando algumas prateleiras para total certeza de que nada faltava.

Acompanhada por ambas as mulheres. - Porém sei posições bem favoráveis para brincarem com pintinhos.

:- Me ensina, mommy, quelo blincar de pintinhos também! - Seth exclamou batendo palmas realmente animado, foi então que percebi que ele esteve ali o tempo inteiro, realmente atento. 

Ally gargalhou de meu desespero. 

:- Saia dessa agora, Hamilton. - Arqueou as sobrancelhas fazendo cócegas no menor que riu sem muito compreender. 

:- É assim que aproveita sua saída antecipada do trabalho? - Queixei-me.

:- É assim que educa seu filho? - Rebateu e revirei meus olhos, exausta, desesperada e sem apoios concretos. 

:- Não, meu bem. - Voltei-me à Seth que encarou-me curioso e realmente ansioso. - Você pode brincar com sua boneca, ou assistir desenhos. 

:- Mas polque, mommy? - Fez manha jogando sua cabeça de forma breve para trás. - Se você, tia Ally e tia Camila blincam com pintinhos, Seth também quer blincar! 

:- Acontece que o pintinho que sua mommy se refere é um pintinho mais avançado, amor. - Camila explicou realmente atraíndo atenção de pessoas próximas conforme andávamos, poderíamos ser tratadas por loucas. - E eu não brinco com esse tipo de pintinho, não. Tia Mila brinca com a caverna da felicidade, entende? 

:- Ah, você gosta de sair daquele desenho da Caverna do Dlagão, não é? - Tombou sua cabeça encarando a latina que sorriu amarelo. - Vovó ensinou dileitinho o que é a caverna da felicidade!

:- Seth, por favor, porquê não escolhe um chocolate para comer mais tarde, uh? - Perguntei sugestiva já o retirando do carrinho, desesperada para que a mente de meu pequeno não fosse contaminada tão cedo. E graças à Deus e todos os Deuses possíveis o menor obedeceu sumindo corredor à fora. - Vocês adoram corromper meu filho!

:- Quem começou falando de pinto foi você, nem vem! - Ally defendeu-se. - E olhe que eu e Camila estávamos na maior inocência aqui!

Sorri debochada completando nossas compras com alguns biscoito que aleatoriamente jogava para dentro do carrinho, esses que em um futuro próximo talvez nem mais visivelmente estejam bons. 

:- Você tem essa cara de anjo, mas não me engana não, Brooke. - Falei. - Qualquer dia desses invado seu banheiro e lhe ensino à brincar direito com pintinhos. - Toquei a ponta de seu nariz levando a latina à rir alto. 

:- Caralho vocês tem uma relação amorosa! - Exclamou fazendo-nos afastar bruscamente e negar no mesmo instante em desgosto. - Como assim não me contaram antes? Quero ser madrinha!

:- Eu sei que você está louca para aprender à brincar com pintinhos também, Cabello. - Fitei-a antes de analisar qual a melhor fila para enfiar aquele carrinho para sairmos logo dali. - Pode deixar que você é a segunda da minha lista. Essa sua bunda não me passa despercebida. 

:- Saí pra lá, Manz! - Exclamou corada enquanto Ally ria da situação. - Eu sou 100% fora do armário, diferente de você. 

:- Apenas experiências antigas. - Resmunguei. - E talvez tenha pego alguma rinite dentro desse seu armário e prefere não sair o quanto antes com esse seu lado hétero ainda em ativa. 

:- Homossexual, okay? 

:- É uma pena, Camila. - Lamentei em segundos, porém logo me comprometi em sorrir. - Mas, ainda assim, vamos ter um tempinho para brincar de pintinhos. Eu, você e Ally! O que acham?

A baixinha engasgou em seco arregalando seus olhos escuros:

:- Jesus, tenha piedade! - Ergueu seus braços finos e curtos em preces.

Ao fim só soubemos rir. 

A última semana passou rápida o suficiente para que meus olhos em um breve piscar pouco percebessem, ma redobrando entre as aulas, preparativos para a viagem à Nova Iorque e o revezar diversas vezes à lavanderia com manchas de vinho, o que restou foi um mísero tempo com Seth, já que Dinah mais parece compenetrada em seu trabalho à ponto de nem se quer vê-la. Ao menos não em tamanha frequência.

Era claro que me afetava de todo modo, mas levava em consideração que talvez em algum tempo tudo estaria nos conformes a saudade poderia de ser abatida. Tentava afastar-me daqueles pensamentos no equilibrar do corpo de Seth em meus braços e algumas sacolas distribuídas igualmente entre mim e ambas as mulheres.

Ainda achava que tivemos puro azar em desejar degustar algumas das delícias que dona Milika, ainda era preciso de alguns ingredientes para fechar aquela semana com chave de ouro, mas o que não imaginávamos era que toda aquela desventura entre corredores de produtos dos mais diversos, voltaríamos com cinco pintinho de borracha entre nossas compras. 

Mas talvez eu precisasse aceitar o fato de que a ausência de Dinah fizesse daqueles momentos acontecer, mesmo que uma pontada de saudade ainda incomode meu peito quando sobre a mulher que faz meus dias mais completos, meus sorrisos mais constantes e minhas risadas mais verdadeiras de um modo imensamente grande que faz meu coração transbordar de amor.

Ainda pensava onde enfiar aquelas baboseiras eróticas, e que não seja necessário no corpo de alguém. 

:- Sinto que foi uma péssima ideia resolver ir ao mercado com vocês duas. - Comentei controlando meu caminhar antes que tropeçasse e causasse algum acidente realmente doloroso. 

:- Foram apenas dois cachos à mais que o necessário. - Camila resmungou sonolenta. 

:- Vejo que a noite foi boa. - Ao sentir o incomodo em minha garganta, soltei um pigarro assim atraindo atenção do menor que retirou sua cabeça de meu ombro, dando-me a visão das marcas quase inexistentes em seu pescoço.

Sorri em sua direção pressionando meus lábios contra sua testa, ato o suficiente para aconchegar-se em meu ombro novamente. 

:- Eu chamaria de graduação. - Riu sem muitos esforços. 

:- Nada que um banho quente com Sr. Piper não ajude. - Afinei minha voz em deboche percebendo-a revirar seus olhos preguiçosamente. 

:- Normani! - Ela iria protestar novamente, no entanto as palavras curiosas de Seth no mesmo instante me soaram mais importante. 

:- Mommy, é errado Seth ter um papa homem? - Franziu seu pequeno cenho. 

:- Todos temos um, pequeno. - Suspirei olhando para frente, evitando o contato certeiro em encarar suas avelãs piedosas, provavelmente me desmancharia em amores e ele, em curiosidade.

:- Então polque mama não deixa Seth pelto de Siope? 

:- Ele não é uma boa companhia para se ter, Seth. - Ally prontificou-se em tomar posse uma vez que ajudando-me naquela situação. Não me cabia o momento para falar sobre, muito menos respostas que um dia terei. 

Penso como exatamente Dinah reagiria, talvez ela estaria a rir e deixar o clima mais descontraído com o fato de que isso iria distrair o pequeno. Ela não veria problema em tirar sarro da situação, muito menos em resolvê-la assim.  Palavras tão pequenas que parecem não ter nada a perder, somente um fadário de coisas à se dizer, sempre antes de pensar. 

No entanto Seth nunca tinha respostas concretas, e eu, nem se quer sabia desenrolar aquilo na mesma velocidade que meus pés haviam tomado rumo aquela calçada. 

:- Então é por isso que ele foi até a escola de Seth, hoje? - Indagou inocente. 

:- Ele foi?! - Queixamos em uníssono brevemente alteradas.

Ao susto o menor encolheu-se em meus braços assentindo acanhado. Preocupadamente encarei as mulheres logo ao lado que mais fingiram desviar suas atenções ou movimentar seus ombros em diferença.

Suspirei exausta praticamente jogando as sacolas para cima das garotas, assim afastando Seth de meu tronco e o segurando por baixo de seus finos braços. O mantive suspenso à minha frente encarando seus olhos no cerrar dos meus. 

:- Sim, mas eu não dei muita bola. - Negou balançando sua cabeça com os olhos ainda fixos aos meus. - Ele ob... obse... - Enrugou a testa juntando suas sobrancelhas. 

:- Observa? 

:- Isso! - Assentiu. - Ele observa Seth do palquinho, quando Seth está... blicando. - Engoliu a saliva assim que o acomodei novamente em meus braços. 

Digamos que confortável o suficiente para breves suspiros escaparem de sua boca. Encarei de forma preocupada as garotas, que em seus olhos em um pedido de silêncio apenas rumaram para dentro da casa. 

Me abaixei ali mesmo, em meio ao jardim que estava morrendo aos poucos. Seth, uma vez que em pé em minha frente, encarava-me procurando por alguma resposta em meu silêncio recíproco, suspirei alisando suas madeixas e deferindo novamente um beijo sobre sua testa. 

:- Ele lhe disse algo? - Questionei e ele logo negou. - Nada? 

:- Nah, mommy, ele ficava quietinho pelto de um homem velho. 

:- Um homem? - Arqueei minhas sobrancelhas. 

:- Yep... - Franziu seu cenho provavelmente fazendo um filtro de pensamentos sobre poder ter dito algo que não deveria, percebia em seus olhinhos perdidos ao chão. 

:- Como ele era? 

:- Hm... - Me encarou com expressões indecifráveis tal como passariam despercebidas de meus olhos se não o analisasse no momento. - Ele tinha uma barriga glande, palecia o Papai Noel só que vestido pala uma reunião. 

:- Como? - Questionei risonha.

:- Ele vestia englaçado pala quem vai blincar no palquinho. - Afirmou tropeçando em suas palavras. 

:- Oh, meu amor, você só tem três anos mesmo? - Apertei suas bochechas recebendo uma gargalhada gostosa sua como resposta. - Tudo bem, irei conversar com sua mãe. Mas eu preciso que me prometa algo. 

:- Seth não vai mais levar a boneca. - Ergueu seu olhar ao meu. 

:- Eu não vejo problema nisso, bae. - Acariciei sua bochecha um tanto risonha. - Apenas peço que não acredite em algo porque simplesmente ouviu, não porque simplesmente falam à respeito. Certo? - Beijei-lhe a região acariciada antes por meu polegar. - Eu posso contar com isso, campeão? 

:- Sim, mommy! - Assentiu sorridente, foi o suficiente para encher-me de beijos molhados e sair correndo para os fundos da casa por trás daquele peludo de quatro patas. 

Massageei minhas têmporas enquanto divagava meus passos calmos para dentro daquela casa, que parecia cheirar à infância com o aroma de misturas maravilhosas mesmo que desconhecidas ao meus olhos, vindo da cozinha. Cruzei rapidamente a espaçosa sala de estar, ignorando completamente o televisor ligado assistido pelo vento, no caso a ausência de pessoas naquele cômodo. 

Inalei com os olhos fechados o aroma de biscoitos, assim relaxando meus ombros quando fora de minha situação de conforto resolvi ajudar Camila e Ally que resmungavam ao desfazer as compras de suas sacolas de papel, de todo modo boas para o meio ambiente.  

:- Eu achei que minha tarefa era apenas buscar as bananas. - Camila resmungou. 

:- Boa sorte em retirar todas elas da sacola. - Ally retrucou em diferença, assim mordisquei meus lábios pegando os ingredientes que apenas me interessavam. 

:- Como suportaram Camila? - Mama Sinu questionou por trás do balcão em mármore degustando algo que havia dentro de sua xícara, provavelmente fervido devido o vapor que dali subia.

:- Não suportamos. - Respondi beijando o topo da sua cabeça por fim buscando por alguns papéis toalha em um suporte próximo aos armários. 

:- A heterosexualidade dela ainda é bastante visível. - Allyson contrariou fitando uma Camila calada ao seu lado antes de ir ajudar dona Milika no preparo da torta de maçã colocando algumas especiarias no recheio.

:- Muito! - Pontuei. 

:- Não coloquem motivos para minhã mãe gritar comigo mais tarde. 

:- Como se ela fizesse muito disso. - Rolei meus olhos na mesma velocidade que a válvula que controlava o fluir da água da torneira, deixando em forma abundante cair sobre alguns mirtilos que também fariam parte da torta, uma vez que enfileirei os papéis ao lado. 

:- Você sabe que sim. 

Mesmo que de costas sentia seu olhar queimando meu corpo, o que fazia-me revirar os olhos uma segunda vez em segundos. Enquanto me revezava em secar as pequenas frutas roxas em um silêncio absoluto, no entanto sem certos motivos evidentes.

:- Não mesmo, mi hija. - Dona Milika puxou seu melhor dos conhecimentos sobre a língua espanhola, apenas para provocar a latina emburrada por cruzar seus braços. 

:- Ei! - Sinu bufou levando Milika à rir da situação, poderia ser cômico, mas em todos os anos que morei com os Cabello's, nunca havia de descobrir que eram amigas de longa data.

O que consequentemente aumentava minhas oportunidades de ter conhecido Dinah muito tempo antes, mas isso não aconteceu. 

:- Não há nada de errado em não querer seu tímpanos estourando com os gritos agudos de uma mulher tão baixa. - Indagou ficando na ponta de seus pés para guardar os ingredientes que desnecessários. 

:- Ally andou gritando contigo também? - Sofia questionou franzindo seu cenho, o que me fez fitá-la e finalmente perceber sua presença, carregou consigo alguns sprays e vinha ao encontro de Regina, essa que fazia algo na mesa de jantar.

:- Não ouse. - Grunhiu a baixinha enquanto mexia em uma panela sobre o fogão, ora ou outra pegando os mirtilos já secos e os deixando diluir ali dentro em uma geléia. 

:- Não, na verdade mama grita tão alto que facilmente a Igreja Universal contrataria para pregar a palavra de Deus. - Ironizou.

Portanto arregalou seus olhos ao ver a mais velha erguer um pires de porcelana, no mesmo instante se abaixava ao lado contrário do balcão pedindo desesperadamente para que não fosse acertada.

:- A Igreja precisa de almas puras, e faltam pregadoras por lá. - Ally prosseguiu. 

:- Desista, mamãe! - Camila gritou ainda debaixo do balcão. 

Balancei minha cabeça em negação enquanto enxugava minhas mãos que antes úmidas, fitei em suspiros fracos o sol que mesmo próximo à se por, ainda brilhava, assim deixei-o contrastar e invadir meus sentimentos. 

Sabe quando se é uma garotinha e se acredita em conto de fadas? Aquela fantasia de como sua vida seria - o vestidinho rodado, o Príncipe Encantado que iria te carregar até o castelo em seu cavalo branco. Deitava-se em sua cama à noite, fechava os olhos e acreditava piamente em tudo. No Papai Noel, na Fada do Dente, no Príncipe Encantado e enormes castelos - eles costumavam estar tão perto que dava para sentir o gostinho deles.

Mas um dia você cresce e abre seus olhos, o típico conto de fadas simplesmente desaparece.

Aquele clima gostoso de família que realmente se ama reunida, mesmo que com algumas rasuras, era tudo o que eu evitaria, por razões que nem se quer compreendia. Me sentia tão deslocada, mesmo pouco conhecendo cada pessoa ali, de longa ou curta data. Nós escolhemos aqueles que queremos permanecer próximos e, uma vez que escolhemos tais pessoas, tende à manter uma memória afetiva enorme. Mesmo que em pouco tempo. 

Não importa o quanto machuquemos elas, as pessoas que ainda estão conosco no final do dia são aquelas que merecemos manter. Vale a pena. 

Me sentia incompleta com a ausência de Dinah ultimamente, era frequente o suficiente para descontar saudade em jogos de basquete na companhia de Seth e alto nível de colesterol e glicose das besteiras que comemos. Apenas para imaginar o quanto estaria a reclamar por "educar mal" nosso filho, não me referindo à aquilo que estaríamos ingerindo.

A ausência de sua risada e principalmente seus braços quentes, eu não queria me apegar, no entanto foram segundos para isso acontecer e eu somente sabia do nome que carregava em seu crachá. 

Acontece que quebramos qualquer existência de família tradicional à partir do momento que a reviravolta em fazer Seth manter meu sobrenome mesmo que conhecendo aquela família em míseros meses. E francamente? foi a melhor decisão que tomei em toda a minha vida.

Sem contos açurados de fadas, apenas, nós. 

Me aproximei curiosa da mesa de jantar observando uma mistura confusa realmente cheirava bem, arqueei minhas sobrancelhas observando a arte de Regina e Sofia em uma travessa fina que mais parecia ser decorada por ambas. 

:- Gina? - Chamei sua atenção curvando-me para apoiar os cotovelos sobre a mesa e analisar a situação. - O que está acontecendo? - Fitei-a. 

:- Estou terminando o bolo de aniversário de Raider. 

:- Estamos. - Corrigiu Sofia balançando o spray em suas mãos. 

:- Estamos fazendo o favorito dele, bolo de carne com cobertura de queijo. 

:- Está com uma cara ótima. - Ironizei apoiando meu queixo sobre minhas mãos. - Só não peça à sua mãe para lamber a colher, certo? 

A menor assentiu sorrindo de forma breve pegando o utensílio de Sofia, que aos poucos descobri ser queijo em forma de chantilly, uma vez que usou-o para encobrir o bolo e deixá-lo totalmente amarelado. 

:- Estou vendo um bolo? - Um Seth em mistura de barro, água e cachorro andarilhou correndo de forma que pudesse ficar na ponta dos pés próximo à mesa, de tal modo que o filhote lhe seguia. 

:- É para a festa de aniversário de um mês de Raider conosco. - Sofia apontou para o bolo, ou qualquer coisa que poderia ser nomeado. 

:- Mantenha suas patas longe! - Regina grunhiu apontando-lhe o spray ameaçando espirrá-lo em direção ao menor que encolheu seus ombros. 

:- Seth tenta, mas bolos de aniversálio deixam Seth louco! - Bateu com sua pequena mão sobre a testa antes de fazer certos esforços devidamente sentado em seus calcanhares sobre uma cadeira.

:- Acabei de ouvir você dizer que vai dar uma festa de aniversário para o cachorro? - Indaguei franzindo o cenho. - Sei que ele é da família, mas...

:- Shh! - Chiou desvencilhando-se para afastar com seus calcanhares o filhote entretido com os cadarços de meus sapatos. - Não na frente do cão!

:- Poderia tirar cometa de casa por uns instantes para podermos organizar a festa de aniversário dele? - Sugeriu a Cabello mais nova. 

:- E onde quer que eu leve ele, para ir ao cinema e  jantar? 

:- Não seja boba, ele é um cão. - Afirmou em conjunto da Hansen mais nova que assentia freneticamente. 

:- Leve-o para fazer compras.

Balancei minha cabeça em negação rindo baixo de tal situação, me desvencilhei rapidamente reatando minha coluna para por fim ter um Seth estranhamente sujo da cabeça aos pés em meus braços. 

:- Adoraria servir de cobaia para vocês, mas Seth e eu teremos algo importante hoje, e acredito que não seria bom ele ir... assim. - Analisei seu corpo, ao que me recordo seu uniforme era branco em partes.

:- Cobertura! - Balançou entre gargalhadas roucas a espatula equilibrada e suas pequenas mãos, assim curvou-se para deslizar sua língua sobre a estrutura siliconada esboçando uma careta nada forçada no franzir de seu rosto. - Eca! Vocês são péssimas cozinheiras. - Apontou com a mesma em direção às garotas.

:- Tudo bem, campeão, mas agora você precisa deixá-las trabalhar. - Comentei retirando a espatula de suas mãozinhas, deixando em seu devido lugar. - Que tal um banho, sua mãe já deve estar chegando. 

:- Seth pode levar pintinhos? 

:- Sem pintinhos. - Apertei seu nariz ignorando os olhares estranhos vindo das adolescentes. 

:- Blinquedos? 

:- Brinquedos! - Afirmei risonha acelerando o deslizar de meus pés divagando pela casa em direção ao segundo andar, tentando fielmente chegar ao banheiro o quanto antes.

Me tornei cansada de corpo e mente em instantes, cansada de tentar me encaixar e realmente acreditar que sentir ausência era algo que me acostumaria com o tempo. Embora sem motivos evidentes para tal. 

Eu tinha consciência sobre isso, eu tinha muita, mas um de meus maiores problemas sempre foi o medo. Tinha medo de não achar um final realmente feliz, tinha medo de acabar sozinha aos fins do tempo, mesmo tudo nos conformes com Dinah, a angústia me subia a garganta rasgando-a em arranhões, segurando o choro irreconhecível. 

Angústia que não transbordava nos olhos, mas ardia queimando no peito, mas não queimava de amores, queimava em dor. 
Eu realmente acredito ainda viver essa intensidade, anos com uma pessoa e sentir na pele tomada ao tempo como uma primeira vez.

Elevei meu corpo na medida que controlava o encher da banheira em um nível aparentemente bom de água. Enxuguei a umidade de meus dedos na própria roupa que usava poupando o tempo de secá-la com algo mais indicado. Observei silenciosamente Seth retirando suas roupas imundas pelos míseros minutos no jardim, e claro, também de boa parte do dia que havia passado na escola

Sabia que Dinah contrariava as possíveis precóces escolhas de Seth havia fazendo recentemente, o que nos levava a duvidar sobre sua possível sexualidade desde então. É besteira, diriam, quando se tem quase quatro anos de vida nada é tão superficial à ponto de levar em consideração para a vida toda. 

Mas o preconceito começa muito antes de se quer expressar-se, sendo você mesmo. 

Provavelmente também iria contrariar o fato de Seth andarilhar por aí com uma boneca destruída nos braços, essa após um mísero dia ao jardim de infância. Algo realmente sério o suficiente, duvidávamos da doçura de Seth para cometer tal atrocidade.

Quando falamos de felicidade, pensamos em ficar felizes o tempo todo – todos os dias, a cada minuto com negatividade zero.

Tentamos perseguir este constante estado de “felicidade” como nosso objetivo, e evitar qualquer coisa que possa tirá-lo de nós.

O resumo de tudo isso é: a vida sempre será preenchida com momentos bonitos, felizes e incríveis. Lágrimas felizes e gritos alegres e histórias engraçadas. Mas sua vida também será preenchida com chuva e tempestades que nunca parecem passar quando você está passando por elas.

Mas se seu rosto é aquecido pela luz do sol, ou seu coração está amortecido pela chuva, saiba que tudo faz parte do fluxo da vida.

E talvez não sejamos perfeitos, ou feitos para viver uma vida inteira em busca do final feliz. 

O amargurado que um dia doce, conto de fadas.

Que fechem-se os livros, a fértil imaginação seja tomada pela realidade, mesmo com esse pressentimento ruim, não precisava de baboseira alguma para saber que tinha que aguentar aquela situação. Não aguardar felicidade ao fim, felicidade eterna, mal ao menos, um bom sentimento, e que seja duradouro. 

Minhas esperanças se afogaram na banheira ao lado quando uma Dinah aparentando exausta forçando seus olhos à se abrirem adentrava ao cômodo mediano retirando o blaser neutro que costumava usar naquele dia. 

Forcei meus olhos à fixarem somente em seus olhos, ou o que enxergava deles, tal como tentava manter a saliva em minha boca, mas foi inevitável não engolir em seco ao ver marcas avermelhadas bastante evidentes em seu pescoço agora exposto. 

Recordava.

Procurei desviar minha atenção, mas um passo adiante ela estava em minha frente de forma estratégica que seus lábios pudessem tocar minha testa. Eu suspirei, suspirei pelo contato pois sabia que qualquer ocasião que estivesse presente, eu jamais estaria cem por cento pronta para não falhar meu respirar e meu peito não trava na simples tarefar de estufar meus pulmões e liberar o ar segundos depois. 

Meus olhos ainda fixados em sua pele avermelhada demoraram à vagar aos seus e tomar consciência o suficiente para com que me recordasse de algo que havia de perguntar-me no momento de devaneio. Mas nada veio em mente, nada o suficiente para recordar. 

E novamente engoli em seco coçando minha sobrancelha em um ato de nervosismo e talvez aflição de estar ali, naquela situação mais do que péssima com Dinah. 

:- Como foi o trabalho, hoje? - Me esforcei para que minha voz pudesse soar calma e natural. 

Assim que seus lábios se curvaram aos redondo dentes devidamente alinhados em minha direção, um sorriso cansado, desejei que pudesse suprir todo aquele sentimento espinho e afogá-lo junto com minhas esperanças.

:- Foi exaustivo, mas conseguimos estabelecer um equilíbrio bom lá dentro sem Allyson. Lauren não é tão ruim como imaginei. 

Afastou-se abruptamente quando me esquivei de seus lábios apoiando minhas mãos na batente da porta e colocando minha cabeça para fora evitando que minha voz em um tom grave pudesse sair abafada, assim Seth notaria que estava mais do que atrasado. 

:- Ela parece boa em muitas coisas. - Me voltei à polinésia com os braços cruzados, observando como analisava seu reflexo ao espelho em sua frente. 

:- Oh, lhe garanto que sim. - Caçoou risonha levando-me a revirar os olhos. - Nós... estamos bem? - Queixou-se não ousando virar-se para trás, apenas em desenfreados segundos me encarando rente ao reflexo e como suspirava exausta. 

O amor é um verbo cheio de entregas, talvez me faltasse entregar-me um pouco mais. 

:- Formule uma resposta à si mesma, Dinah. - Observei o pequeno Hansen adentrando ao banheiro e jogando alguns brinquedos dentro da banheira já cheia, assim podendo retirar os últimos tecidos que encobriam seu corpo. - Você saberá a minha. 

:- Me desculpe. 

De nada lhe respondi, apenas abaixei-me ao lado do grande acúmulo de água que o menor já brincava silenciosamente espirrando respingos mornos para fora em alguns momentos. Me permiti sorrir verdadeiramente pela primeira vez naquele fim de tarde, o que presumo ser um dos poucos sorrisos à deixar em vista. Deslizei meus dedos já molhados por seus cabelos ralos fazendo uma espécie de concha para levar um punhado de água até lá, assim podendo começar todo o processo de banhá-lo iniciando por seus cabelos.

Detalhe, que mesmo ralos, eram incrivelmente difíceis de compenetrarem à água. 

Enquanto já massageava o couro cabelo e por trás das orelhas do garotinho que ria se contorcendo de forma divertida espalhando água para todos os cantos novamente, pude ouvir a voz da polinésia que em silêncio nos observava queimando minhas costas.

:- Eu entendi. - Ela suspirou enquanto podia ouvir seus passos mais próximos. - Irei ao meu quarto, não demorarei muito e lhe deixarei em paz por enquanto. 

:- Dinah, eu não quis... - Desviei meus olhos aos seus. 

:- Eu não gosto desse clima estranho entre nós, parece mais uma barreira entre a gente, sabes que não quero me sobressair sobre meu trabalho e deixar vocês de lado, mas vem sendo difícil para mim em um todo. 

:- Eu lhe entendo, ok? - Pisquei pesadamente antes de observar Seth entretido com seus brinquedos, me comprometi à retirar a espuma branca e perfumada sobre sua cabeça com cuidado para não irritar seus olhos.

Assim escorrendo por suas costas.

:- Quer ajuda? - Perguntou após alguns minutos em silêncio. 

:- Não. 

:- Eu poderia... 

:- Não, Dinah. - Encarei-a por reflexo antes de voltar à ensaboar Seth. - Não, estamos atrasadas, por favor. 

Estalei a língua vendo que ela continuaria ali, exatamente ao meu lado em um silêncio absoluto. Não sabia exatamente se analisava a situação ou apenas se empoderava em respeitar meu espaço e pedido, porém apenas me permiti fechar meus olhos em instantes ao acabar todo aquele trabalho enquanto retirava a espuma de minhas mãos com a mesma água da banheira, diluindo e mudando a coloração que antes nem existia. 

Ao retirar Seth de lá, envolvi-o em uma toalha que pudesse deixá-lo aquecido até que chegar em seu quarto em alguns metros, me permiti enxugar os estados mais críticos para não me preocupar com o frio que provavelmente sentiria ao sair do banheiro ainda um tanto molhado. 

O aconcheguei em meu peito ainda enxugando seus cabelos com a ponta da toalha e também o enrugar de seu rosto enquanto tentava continuar confortável com sua cabeça na curva de meu pescoço. Ainda compenetrada naquela tarefa pude perceber o reatar do corpo em centímetros mais alta que de braços cruzados parou novamente em minha frente. 

Nem se quer sabia distinguir o que realmente sentia, não era mais dor, muito menor angústia, uma mistura estranha que havia se instalado e parecia demorar instantes para ir embora.

Parecia demorar demais para esperar passar e deixar a situação como estava, estranhamente não nos pertencia. 

:- Tudo bem, isso é uma palhaçada! - Exaltou-se todavia após um gigantesco silêncio de sua parte, aumentando não somente um oitavo, como assustando o menor que se remexeu em meus braços ora envolvido à toalha, ora em seu corpo nú ainda úmido molhando minha camiseta. 

:- Desculpe, eu não entendi. 

:- Tudo isso. - Apontou para Seth e depois para nós duas revezando seus olhos para todos os cantos que não fossem os meus. - Domingo é dia dos pais e estamos nos preocupando com um evento para pais na escola de Seth, isso é patético. 

:- É para o bem dele. - Divaguei exausta. 

:- Ótimo, acontece que somos mulheres, Normani, quando que isso vai entrar em sua cabeça. - Aproximou-se à ponto de martelar em minha cabeça usando seu dedo indicador curvando-o sobre a face interna do polegar e soltando-o com força em minha testa. 

Tal ato fez-me por persistência e vontade do momento segurar firme em seu pulso, afastando-o de meu rosto de tal modo que cambaleava alguns poucos passos. 

:- Não estou lhe obrigando à fazer isso. 

:- Olha, não me soa assim nesse mesmo momento. 

:- Irônico! - Ri sem um pingo de humor em conjunto ao sarcasmo acumulado em algum lugar dentro de mim. - Irônico como se exclui de todas as situações que lhe façam lembrar daquele canalha que em um dia fez questão de deitar-se com ele. 

:- Pois fique sabendo que não foi uma única vez! 

:- Maravilhoso, uh? - Rolei meus olhos mantendo minhas estribeiras para não gritar na presença de Seth, no entanto Dinah só mais sabia assustar cada vez mais a criança. - Talvez fosse melhor deixá-lo com a guarda de Seth.

:- Não diga asneiras, Normani. - Apontou seu indicador em direção ao meu peito, fazendo-me novamente segurar em seu pulso. - Sabes que um assunto não se encaixa ao outro. 

:- Engraçado, engraçado como isso você não gosta de comentar, nem se quer lembrar, mas foi ali que começamos, Dinah! E você mais parece se afastar por vontade própria e terminar logo com aquilo, eu não estou disposta à isso, eu quero saber o que se passa. - Divaguei cansada encarando seus olhos como se pudesse pedir algum tipo de permissão, ela somente negou afastando-se em direção à porta encostando-a. 

Talvez ainda estivéssemos com visitas no andar de baixo. 

:- É para seu bem. - Sussurrou. 

:- Queime essa merda de vez, você era tão boa para mim, Dinah, a pessoa mais estranha e bonita ao mesmo tempo que conheci em minha vida. Porquê mudar tudo isso justo agora, estávamos bem! 

:- Eu não me encaixo à toda essa pressão, toda essa situação. - Negou no balançar lento de sua cabeça. 

:- Não se encaixa mais à mim também. 

O que era para ser como um pensamento alheio, passou à sair de minha boca em uma lentidão amargurante que fazia lhe abaixar os olhos à cada intervalo de segundos. Funguei em baixo tom e não de ser esperar senti suas mãos aquecerem minhas bochechas e enxugando com seus gelados polegares as grossas lágrimas que escorriam em dor. 

Na tentativa de me esquivar apenas me permiti sentir suas carícias tímidas, o olhar perdido e o respirar fraco em conjunto de Seth em meu pescoço. 

:- Você entendeu errado, Manz. - Apertou-me o rosto fazendo-me enruga-lo em confusão. - Eu apenas queria dizer que Seth não precisa de uma presença paterna, e estamos fazendo isso apenas por boa impressão. 

:- Não estamos, Dinah. - Engoli em seco a saliva acumulada em minha boca, bem, o que restava dela. Firmando meus olhos novamente em seu pescoço, não em receio, muito menos em raiva, apenas para não fitar seus olhos. - Eu me comprometi sem sua supervisão preencher a rasura de uma presença paterna na vida de Seth. 

:- Eu entedo, anjo. - Maneou sua cabeça e desejei que continuasse ali, em suas carícias das mais verdadeiras e o fraco sorriso que me apresentava em um conjunto perfeito de seus olhos brilhantes. - Mas você é mulher.

:- Se Seth tivesse direito de um pai digno, o amor não seria diferente por ele ser um homem. 

:- Manz. 

:- Por favor, Dinah. - Supliquei fechando meus olhos que novamente pesavam em lágrimas. 

E somente me permiti sentir seus braços me rodeando e Seth entre nossos troncos em um abraço acolhedor, cheio de sentimentos mas ainda com um toque de receio, um toque de abstinência e um vasto universo de incertezas.

Mas inteiramente juntas novamente, inteiramente em um conjunto levado para fora do tradicional, para fora do habitual, e muito, muito longe do que nos levaria à uma família normal. No entanto, em plena certeza de que aquilo faria Seth felizmente único e sem dúvidas de diferença por pertencer à um casal de mulheres.

:- Mani? 

:- Sim? 

:- Por que nosso filhote tinha pintos de borracha sendo usado por brinquedos? 

:- Oh, nem me pergunte. - Ri com a língua entre dentes e sabia que ela fazia o mesmo. 

Me permiti observar o colorido novamente, desde o jardim bem cuidado dentro daquele lugar dividido por longos metros quadrados, até as paredes pintadas à mão por pequenos aspirantes de diversão, já que a forma abstrata e desenhos infantis era o que predominava. 

Dinah segurava firme em minha cintura, enquanto meus braços se encontravam ocupados segurando Seth e arrumando uma última vez a gola de sua camiseta enquanto sua colônia infantil podia se sentida naquela brisa de fim de tarde, ele parecia feliz, feliz o suficiente para analisar cada canto com seus olhos castanhos remexendo seu corpo elétrico contra meu tronco em possível ansiedade. 

:- Tens certeza de que é o certo à se fazer? 

:- Ele está bem. - Anunciei sorrindo em sua direção, ao ver seus olhos preocupados pude beijar-lhe o maxilar e comprovar que ainda tinha receio daquela situação. - Vamos, eu garanto que ira correr bem. 

:- É para o bem de Seth? - Não moveu um músculo desde enquanto ainda puxava-lhe pelo braço. 

:- Ele está feliz. 

:- O que lhe motivou à isso? - Murmurou em baixo tom aproximando novamente seus passos tímidos e envolvendo-me o quadril encostando seus lábios em minha nuca por alguns segundos aquecendo aquele local. 

:- Não poderíamos mostrar indiferença apenas pelo o que temos entre as pernas, é o que somos. 

:- Exatamente, Manz, por isso mesmo que...

Chiei calmamente me curvando para que Seth pudesse correr à encontro de algumas crianças ainda em área aberta desde que ainda não havíamos entrado naquelas dependências. Voltei-me ao corpo de pele caramelo e castanhos olhos aflitos, segurei no curvar de seu maxilar e pela primeira vez naquele dia selar seus lábios por vontade própria e amor ardente que me aquecia no clima que havia caído como em todo anoitecer. 

:- A boneca que Seth levou escondido essa tarde voltou destruída, fizeram tudo o que possível com aquele brinquedo e garanto que não foi nenhum adulto que visualiza essas crianças. 

:- Não mesmo. - Suspirou estufando seu peito e esvaziando fracamente de forma falhada.

:- Precisamos fazer isso por ele. - Segurando ainda em seu rosto permiti que seus olhos continuassem à fitar os meus.

Segundos, segundos que poderiam mais ter voado ao vento, pois naquele silêncio confortável a voz grave e rouca por trás de nós fez Dinah empalidecer e os opacos olhos em instantes se arregalarem. De nada foi necessário olhar em tal direção, era nítido do que se tratava.

E talvez as peças voltem à se encaixar.

Não bem como esperava.

:- Então meu filho anda brincando de bonecas? - A voz grave caçoou e apenas pude perceber Dinah estremecer de olhos culpados, em medo. 

O suficiente e provavelmente não o primeiro contrair de seu corpo, não naquela noite. 


Notas Finais


Voltarei logo com respostas rs.

All The Love, M. 🌸🍃


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