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História Do I Wanna Know!? - Norminah - Too Far, Or Not...


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey Sweets ♡

Quem foi a inteligente que passou o dia na praia e esqueceu de postar o capítulo? Exatamente, a tia aqui, agora estou vermelha feito um camarão e com vergonha na cara - literalmente - voltei aqui para deixar vocês felizes. Ao menos espero.

Concordem, please.

Bem, quero dizer que talvez tenha ficado pequeno, pois nesse meio tempo venho escrevendo pelas notas no celular, temporariamente. Mas enfim, será dividido em dois, portanto irei recompensar! ❣

Enjoy 😊..

Capítulo 21 - Too Far, Or Not...


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Too Far, Or Not...

 

Normani Kordei Hamilton Point Of View

Miami, Flórida, 17 de Abril de 2016.

 

:- Você trouxe sua escova de dentes? De cabelo? Roupas extra? Será que Los Angeles faz frio? - Camila contava nos dedos como uma mãe insegura as afirmações de seu filho.

:- Mama já me perguntou tudo isso. - Sofia respondeu tediosa enquanto se remexia na desconfortável cadeira da sala de espera. - E sim, o remédio para asma também veio! - Respondeu antes mesmo de sua irmã mais velha questionar, sua atenção estava voltada ao aparelho telefônico em mãos.

Oh sim, Camila iria conosco a viagem, como acompanhante a sua irmã, segundo seus pais o trabalho lhe poupava tempo, mas a pequena parecia não se importar.

Estavamos prestes a embarcar, e já sentia o ar gélido da área externa, na qual logo adentraríamos a grande caixa metálica que aos meis olhos tinha cara de poucos amigos. Repsirei fubdo afudando minhas mãos nos bolsos da jaqueta de couro desacelerando meus passos a cada segundo, respiração descompensada, ou rastro de ventania contra minha face.

:- Nervosa? - Uma Camila preocupada abraçava minha cintura com o corpo por trás do meu. Apenas afirmei fitando o chão. - Vai dar tudo certo. - Sussurrou beijando meu ombro e me guiando em passos lentos em direção a escadaria improvisada. - Estarei com você. - Apoiou seu queixo sobre meu ombro firmando suas mãos em minha cintura quando tentei sair correndo.

Estava em choque, como uma criança assutada em uma noite escura na ausência de algum responsável lhe transmitir carinho e segurança, traumatizada com meus pensamentos martiros, as hipóteses e até mesmo conclusões precipitadas.

:- Sofia... - Murmurou Camila chamando atenção da irmã alguns passos a frente.

:- O que foi agora, Kaki? - Perguntou bocejando, o relógio já badalava no máximo oito da manhã.

:- Troca de lugar com a Mani. - Fiz biquinho soltando minha cintura e ajudando a mais nova com sua bagagem de mãos.

:- Sem nem pensar duas vezes. - Pulou na poltrona com visão privilegiada a janela.

Minúscula porém uma boa visão lá do alto.

:- Obrigada. - Murmurou indiferente me direcionado em uma fileira de três poltronas mais a frente. - Deixa que eu lhe ajudo. - Pegou minha mala mediana socando-a no pequeno cubículo acima de nossas cabeças, tratei de me acomodar na poltrona ao canto, respirando fundo. - Confia em mim? - Afirmei desviando o olhar ao tracar o cinto em minha cintura.

Ela fez o mesmo e assim permanecemos em silêncio por boa parte do tempo antes de ouvir o soar das turbinas ligadas. Por intuição segurei firme em sua mão fechando meus olhos com força.

Apenas pensamentos de um alguém que no silencio da noite, quando se vê só de cabeça cheia, encontra descanso nas palavras e nelas expõe seus sentimentos.

Camila sussurava palavras de apoio, aquelas que me levavam aos mais delirantes sonhos. E eu que achava see diferente, novamente me surpreendi com a fantasia. E era incrível, incrível a maneira que me acalmava e me fazia feliz, o jeito no qual me olhava e me compreendia, era a calmaria das minhas tempestades, a brisa fresca em uma tarde de verão, minha tranquilidade. Mas tudo aquilo virou pó de cinzas quando ousei a sentir a primeira turbulência.

Encarei Camila com os olhos marejados quando as luzes se puseram a diminuir sua densidade deixando apenas a iluminação do ambiente, se não fosse pela janela de nossa fileira que acabava de fechar. Deitei minha cabeça em seu ombro enlaçando seu braço ao meu voltando a fechar meus olhos.

:- Eu te conheci no escuro, você me acendeu. - Camila sussurrou em alguma melodia desconhecida por mim. - Você me fez sentir como se eu fosse o suficiente, nós dançamos a noite toda, bebemos demais, segurei seu cabelo enquanto vomitava. - O soar suave de sua voz me obrigou a abrir os olhos e fitar os seus. - Então você sorriu sobre meu ombro, por um minuto eu estava sóbria como pedra, eu lhe puxei para mais perto do meu peito. - Beijou minha testa. - E você me pediu para passar a noite, eu disse ' Acho que você deveria descansar um pouco '.

Me aconcheguei sorrindo amplamente.

:- Eu sabia que te amava, mas você nunca soube. - Sussurrei tomando sua atenção. - Pois eu fingi estar tranquila quando tinha medo de deixar para lá. - Ela que antes franziu seu cenho, agora sorria indicando que prosseguisse. - Eu sabia que precisava de você, mas eu nunca mostrei, mas eu quero ficar com você até ficarmos grisalhos e velhos. - Sorri minimamente um tanto corada. - Diga-me que nunca irá embora.

:- Eu vou te acordar com um café da manhã na cama, vou lhe trazer um café e um beijo sobre sua cabeça. - Assim fez e apertei seu corpo. - E eu vou levar as crianças para a escola, acenar-lhes tchau, e vou agradecer a minha estrela da sorte, por aquela noite. - Acariciou minhas madeixas.

:- Quando você me olhou por cima do ombro, por um minuto eu esqueço que sou mais velha. - Prossegui. - Eu quero dançar com você agora, e você parece tão bonita como sempre, e eu juro cada dia você vai ficar melhor.

:- Você me faz me sentir desse jeito de alguma forma. - Sussurrou antes de limpar a garganta. - Er...Como?

:- Acabei lendo...e da próxima não escreva atrás da sua lista de compras. - Lhe selei a bochecha.

Ela riu gostosamente e me aconchegou em seus braços.

:- Tenta se acalmar, okay? - Sussurrou e apenas assenti, beijou-me a cabeça e fechou seus olhos.

A viagem seria longa.

[ ... ]

Meus dedos pareciam percorrer ágeis sobre as teclas do notebook sobre meu colo, julgando-me pelo fato do aparelho aquecer-se tão rapidamente e me atingindo sem certa dificuldade. Apoio minha cabeça no encosto da poltrona enquanto respirava profundamente terminando meu primeiro relatório daquele dia, eram nomes, idades, assinaturas e arquivos relativos a cada criança de minha escola de dança, minhas mãos suavam. Umedeço meus lábios que se encontravam naturalmente ressecados enquanto meu olhar pairava sobre a grande janela de vidro que tinha suas cortinas devidamente abertas, dando espaço para que os raios solares invadissem o cômodo de tal forma capaz de aquecer minha pele, mesmo que não esteja em contato, deixava a temperatura controlada, sem exageros.

Desliguei o aparelho que antes sobre minhas coxas, certificando-me que havia deixado tudo devidamente salvo, assim feito, o pousei sobre a cama de vidro ao lado levantando-me da poltrona.

O calor daquela tarde grudava minha pele contra o couro no qual revestia o móvel.

:- O trabalho pode esperar um pouco... - Comentei ditando a mim mesma enquanto respirava fundo, inalando o ar em certa proporção podendo estufar meu peito, logo soltando-o pela boca enquanto seguia em direção a janela.

Destravei a fechadura, podendo abri-lá sem esforços, relaxando meus ombros ao inalar o aroma do sereno e orvalho de algumas flores que faziam questão de cuidar no grande Jardim externo do hotel, - era possível sentir o amora mesmo estando no terceiro andar - a forma em que as cores se fundiram, a mistura de aromas e texturas, deixava meus olhos brilhando enquanto pudera ter meu pequeno 'paraíso' a alguns metros daquela janela, amava aquilo.

Inclusive a forma na qual as árvores filtravam os raios de sol, lembrando-me do calor floridense, incomparável ao californiano. A Califórnia é um destino certo para o ano todo, com um clima que tem algo para agradar a todos, dos adoradores do sol aos amantes da neve. A melhor época para visitar realmente depende do que você quer ver e fazer.

Ouvi a voz inconfundível por mim, soar por trás da porta, onde tinha costume de manter fechada independente de onde me encontrava, dei as costas ao jardim que até o momento admirava, estava um dia maravilhoso. Apoiei meu quadril no parapeito da janela encarando a estrutura de madeira não muito distante.

:- Srta.Hamilton? - Um pequeno corpo pela metade adentrou ao quarto e assenti para que viesse até mim.

Problemas técnicos.

A vida é um piano. Teclas brancas representam a felicidade e as pretas a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música. Há mistério no começo e o final é certo, mas no meio residiam todas as emoções que faziam a coisa toda valer a pena.

Tão inteligente para escrever sobre o amor e tão burra para amar. 

Quando se ouve boa música fica-se com saudade de algo que nunca se teve e nunca se terá. Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança...

:- Enfia logo Normani. - Disse Camila em meio a sussurros sôfregos.

:- Não encaixa. - Resmunguei controlando minha respiração.

Ao menos tentando.

Camila mordeu seu lábio inferior jogando sua cabeça para trás revirando os olhos, arrancou a  linha e agulha de minhas mãos sentando-se sobre a cama.

:- Não deve ser tão difícil passar uma linha pela agulha. - Resmungou de modo no qual julguei inaudível. - Ouch! - Fez biquinho ao acertar a ponta de seu dedo.

:- Lesada mesmo, hein? - Revirei os olhos tomando os pertences de sua mão me concentrando em tal ato.

:- Eu mandei você chupar. - Deu de ombros e a soquei levemente sobre seu antebraço. - Virei saco de pancadas? - Arqueou suas sobrancelhas.

:- Não me faça enfiar esses alfinetes em sua garganta. - Suspirei desviando meu olhar a pequena Kristen chamando-a com um breve sinal com as mãos.

:- Agressiva. - Resmungou puxando sua mala para cima da cama, abrindo-a.

:- Me excita. - Comentei. - Pode virar de costas meu anjo? - Perguntei calmamente e a mesma assentiu, analisei o pequeno rasgo em sua roupa. - Não é muito grave. - Beijei sua bochecha firmando o tecido em sua cintura, traçando levemente a linha agora com agulha, para reconstruir o mesmo. - Melhorou a contusão no joelho?

:- Minha mãe disse que agora posso correr. - Comentou ajustando sua posição, me mantive atenta em tais atos. Ela suspirou. - Srta.Hamilton?

:- Sim?

:- Regina irá me substituir? - Neguei mesmo que estivesse de costas para mim.

:- Ela tem a posição dela. - Respirei fundo guardando a linha e agulha em uma caixinha metálica. Virei seu pequeno corpo a minha frente segurando nas laterais de seu rosto. - Você acha que consegue fazer como nos treinos?

:- Sim Srta.Hamilton, eu treinei bastante e não vai acontecer novamente. - Sorriu extremamente confiante.

:- Então eu acredito. - Beijei sua testa sem antes lhe observar de cima a baixo. - Acho que terminamos.

Ela desceu seu olhar ao figurino em seu corpo sorridente como anteriormente.

:- Eu adorei. - Sorriu me abraçando rapidamente pelo pescoço, beijando minha bochecha. - Nos vemos antes da apresentação?. - Fitou-me esperançosa, desviei meu olhar ao relógio de pulso.

:- Acho que terei um tempinho livre. - Sorri fitando seus olhos azulados.

Ela bateu palmas animada dando breves pulinhos. 

Se estivéssemos em um futuro não muito distante julgaria ser filha de Camila com algum ser sortudo de olhos claros.

:- Até mais Srta.Hamilton - Acenou antes de sair porta a fora.

:- Wow!... - Exclamou Karla relaxando seus ombros. - Se seus filhos forem formais desse jeito querei algumas aulas para os meus.

Eu que me levantava, gargalhei pegando a mala mediana ao lado do criado mudo, elevei até a cama me ajoelhando em frente a mesma abrindo o zíper sem muita pressa.

:- Eu não tenho certeza de qual raça seriam. - Comentei separando alguma roupa para mais tarde, não tão tarde assim.

:- Como assim? - Largou um Blazer azul me encarando um tanto confusa, perceptível a seus olhos.

:- Dálmata ou Labrador? - Elevei meu olhar ao seu. - Se bem que gosto de Pugs. - Coloco uma das mãos sobre o queixo realmente pensativa.

:- Cachorros? - Arqueou suas sobrancelhas.

:- Tem coisa melhor? - Sorri de canto. - Dormir abraçada com um grande daqueles deve ser maravilhoso. - Ditei imaginando a cena.

A mesma cortada pelo comentário seguinte de Cabello.

:- Dinah poderia lhe fazer esse favor. - Franzi minha testa. - Tirando a parte de ser peluda como um canino... - Olhou lara frente fazendo careta. - Eu acho. - Engoliu em seco balançando a cabeça lentamente em negação a sua imaginação.

Revirei os olhos, na mesma medida que revirava minha mala.

:- Afinal...Porque se apoçou de meu quarto? - Perguntei ignorando qualquer comentário anterior.

:- Essa cama é espaçosa. - Comentou simples.

:- Domirei só. - Respondi.

:- Não até o badalar de horas seguintes. - Elevei meu olhar ao seu e sem antes responder ela prosseguiu. - O que acha desse vestido? - O ergeu para que eu visualizasse melhor.

:- Combinação perfeita ao seu laço bordô. - Mordisquei meu lábio inferior lembrando-me da sua coleção de laçarotes.

:- Aquilo me lembra menstruação. - Fez careta talvez por imaginar algo do gênero.

:- Como se você não tivesse que conviver com isso. - Dei de ombros voltando minha atenção a mala a minha frente.

:- Eu sou obrigada a produzir suco de tomate todo mês e você ainda me lembra disso. - Revirou os olhos. - Acho que o listrado neutro ficaria melhor. - Assenti sem prestar muita atenção. - Vai vestida como? - Largou seus pertences e engatinhou até mim.

Não podemos esquecer das de meias, se encaixam a esse quesito.

:- Eu não sei. - Suspirei. - Acho que algo simples, é apenas uma competição. - Dei de ombros me jogando para trás.

:- Seja menos dramática? Obrigado. - Se voltou a minha mala começando a procurar algo dentro da mesma. - Já viu a grossura das suas coxas? O mundo precisa ver isso.

:- Já viu o tamanho da sua bunda? - Ela assentiu. - Sua língua é o dobro.

:- Língua não engravida. - Me fitou e ergui minhas mãos em sinal de rendição. - Mas dedos sim...

:- Dedos? - Ri baixo.

:- Se bem que os da Dinah estão mais para uma arma letal do que para um membro do corpo dela. - Mordeu o lábio inferior. - Será que ela cobra por uma noite? - A encarei incrédula.

:- Ela cobra por você sair direto para o hospital, isso sim. E posso muito bem fazer isso no lugar dela.

:- Isso é ciúmes, Kordei? - Corei bruscamente. - O mundo precisa saber disso! Ou melhor...uma pessoa... - Arregalei os olhos e encobri sua boca com uma de minhas mãos.

:- Eu lhe dou aquele estoque de bananas que lhe devo desde dois mil e dez, eu juro, por favor cala essa boca pra sobrar espaço para suas bananas. - Ela riu porém assentiu. - Obrigada. - Suspirei.

:- Mas então...Vamos a questão, grossa... - Começou a revirar minha mala.

:- É o que?

:- Suas coxas. - Pegou um vestido e deixou em frente ao meu corpo. - Perfeito, tira a roupa. - Arqueei minhas sobrancelhas. - Pela Madonna, Normani! Eu já te vi nua quando bebeu quase o estoque todo do bar perto de casa quando terminou com Thomas.

:- A melhor escolha da minha vida. - Respirei fundo tomando o vestido de suas mãos. - Trate de ser rápida, temos apenas alguns minutos.

:- Quantos?

:- Duas horas. - Encarei seus olhos. - Não tenho culpa, você não é nada pontual.

Suspirei vencida e comecei a retirar minha roupa enquanto seguia em direção ao banheiro.

[ ... ]

Caminhei o longo corredor aos bastidores do Teatro Dolby no centro de Los Angeles. Quem vê por fora acredita ser um museu retratando as boas estruturas romanas de alguns séculos atrás, mas por dentro, toda sofisticação e retratada nos leva a um outro mundo. 

Meus saltos tilintavam a cada passo dado, um som que reflete a todos o quão confiante eu sou. Nunca fui o tipo melodramática ou sonhadora demais, mantenho meus pés firmes ao chão e luto para o que quero, mesmo que o que quero seja errado.

:- Mani! - Escutei o sotaque latino chamando-me. Virei-me soltando um suspiro de alívio e sorri em direção a morena.

:- Eu estava procurando por vocês. - Falei sabendo que as meninas estariam com ela.

:- Nós estamos no camarim sete. - Revelou e assenti. - As meninas estão lhe aguardando. - Segui junto a Camila.

Estava tão ansiosa quantos minhas alunas, e não sabia o real motivo, pois já havia passado por muito disso no lugar delas ou até mesmo no meu. Quando digo 'meninas', me refiro as garotas de idade máxima a treze anos, aspirantes ou dignas de música clássica a Beyoncé. Mesmo algumas não sendo especificamente 'crianças', era minha obrigação não só ensinar, como cuidar.

Embora seus parentes estivessem localizados a uma plateia não muito distante dali. Estou envolvida a tudo que se refere a elas dentro de minhas localidades de dança.

A primeira coisa que ouvi ao abrir a porta foram os costumeiros berros das meninas, em uma mistura com as risadas das menores e mais energéticas. A coitada da Jilly tentava manter a ordem, mas estava bastante complicado. Josh apenas observava tudo prendendo sua risada escandalosa.

:- Eii! - Gritei batendo palmas. Todos pararam o que estavam fazendo e encaram-me com os olhos arregalados. - Kristen, termine aquele passo importante junto a Amelie, as cortinas estão fechadas então fiquem tranquilas. - Ordenei a minha afilhada. - Anna deixe Jillyan terminar sua maquiagem, e Sofia, deixe que Josh ajustar os últimos retoques de sua roupa, potanto fique quieta. - Suspirei desviando meu olhar as crianças. - Enquanto ao restante, sentem-se.

Regina ao meu lado riu baixinho me lançando um olhar malicioso, que até então estranhei. Estava vulgar demais?

:- Vocês estão completamente elétricos. - Resmunguei suspirando.

:- Sabe o quanto amam você, não sabe? - A loira falou pincelando o rosto da pequena Anna.

Era encantador sua pele negra em contraste aos cachos loiros e olhos azuis. Era esbelta por dentro e por fora.

Não consegui conter o riso mordendo o interior de minhas bochechas.

:- Já fizeram o aquecimento? - Indaguei fitando as garotas sentadas lado a lado.

:- Já. - Responderam em uníssono e Gina tomou posse. - Repassamos a playlist aos produtores a um tempo, algum problema?

:- Problema algum. - Sorri tocando a ponta do seu nariz, ela prontamente riu. Desviei meu olhar focando em Josh.

:- Amiga, você tem que saber controlar essas crianças, em algum momento irão acabar com você. - Falou rindo. - Até sua própria afilhada tem controle sobre você, Normani! - O projeto de homem a minha frente revirou os olhos, bufando.

:- Eu bem que tento, Josh. - Resmunguei fazendo todos rirem um pouco.

Quem olha para Josh com os olhos dessa sociedade conservadora afirma que ele é heterossexual, mas é aí que todos se enganam. Josh Levi, americano de nascença, é homossexual. Sim, uma pena para todas as mulheres que são loucas por ele. Mas apesar de sua orientação sexual, é pai de minha afilhada, Kristen.

Josh e Jillyan, minha prima, tiveram um caso no passado, sendo que Jilly era completamente apaixonada por ele. O resultado de tudo isso, foi a pequena Kristen, uma miniatura da mãe com os gostos e personalidade extrovertida do pai. Josh é estilista, enquanto Jilly maquiadora, ambos me servem apoio quando a questão são campeonatos e viagens para fora da Flórida.

Como uma boa madrinha ensino o que sei de melhor a pequena Anais-Levi.  Éramos uma dupla incrível.

:- Mani, meu amor. - Camila chamou-me, sua voz soou suave demais, o que me levou a cerrar os olhos. 

:- Lá vem. - Resmungou Sofia assim que Josh a liberou, logo se juntou as demais garotas.

:- O que você quer, Karla? - Atirei fazendo Regina rir ao meu lado, ignorei o fato de sua risada soar de forma extremamente igualável a Dinah, que parecia atraente aos meus ouvidos.

:- Os produtores disseram que temos mais quinze minutos. - Encarei meu relógio de pulso e arregalei os olhos. - É melhor nós...

:- Fila, agora! Eu não quero atrasos! - A cortei começando a bater palmas, ouvindo resmungos e gritinhos. - Kristen e Amelie ainda estão lá? - Camila assentiu. - Ótimo.

Me voltei as meninas fazendo uma nota mental caso estivesse esquecendo de algo ou alguém. Segurei na mão da pequena Anna, uma das mais novas do grupo, e seguida das meninas fui em direção ao saguão interno onde as demais escolas participantes chagavam aos poucos.

Kristen e a mais velha, Amelie, chagaram minutos mais tarde e se juntaram a nós, em pouco tempo entrariam ao palco. Segurei minha afilhada nos braços, parecia tão nervosa quanto as demais.

:- Vai dar tudo certo, pequena. - Sussurro sorrindo de forma amigável.

:- E se eu tropeçar?

:- Levante-se e sorria.

:- E se meu cabelo atrapalhar? - Mordeu os lábios.

:- Joga para trás e finge que invocou QueenB. - Sorri.

:- Mas aqui é Ballet!

:- Quem não ama um Twerk?

:- Minha mãe. - Fez careta.

:- Aproveita e ensina pra ela. - Sou ótima com conselhos, a coloquei no chão e a mesma correu em direção a Jilly que nos reprendia.

Camila se aproximava esfregando as mãos nas quais suavam.

:- Elas dançam bem... - Resmungou em questão a escola na qual se apresentava.

:- Uma das minhas maiores concorrentes. - Respirei fundo.

:- De onde são? - Encarou meus olhos.

:- Nova Iorque, se passarmos nossa próxima apresentação será lá. - Olhei em direção as cortinas de onde se tinha pouca visão a platéia e palco.

Estava lotada.

:- Procurando por alguém? - Neguei suspirando, ela acariciou meu antebraço direito sorrindo de forma reconfortante.

:- Me apresentei aqui aos nove anos. - Sorri fraco. - Minha mãe fez questão de estar na primeira fileira, vovó Bárbara estava ao lado dela. - Meus olhos incrivelmente marejaram.

:- Eu sei que é difícil. - Suspirou. - Mas são boas lembranças. - Assenti.

:- Foi um dos melhores dias da minha vida. - Sorri enxugando minhas próprias lágrimas.

:- Ela está orgulhosa de você, onde quer que esteja. - Beijou minha bochecha.

:- Obrigada por tudo. - Sorri em sua direção.

Ela apenas negou ordenando as menores a fazerem a típica fileira, seríamos as próximas e teria um certo intervalo de cinco minutos. Respirei fundo relaxando meus músculos enquanto me aproximava.

:- Não estamos para ganhar, para competir, okay? - Assentiam sorridentes, beijei a bochecha de cada uma percebendo os olhares de algumas professoras por ali, entre elas eu era a mais nova nesse ramo. - Boa sorte meninas. - Sussurrei antes de adentrarem e tomarem suas posições.

:- Música clássica? - Camila ressoou me seguindo, ficamos por trás das cortinas laterais, poderíamos observar elas perfeitamente.

:- É a intenção. - Suspirei cruzando meus braços observando atenta a minhas meninas, sorri em suas direções. - Vai ficar perfeito.

:- Vai sim. - Sussurrou.

E aos poucos os acordes suaves começaram a ressoar, de forma lenta, suave e repetitiva, dando espaço a novas expectativas e alguns passos das menores, em uma sincronia capaz de me surpreender.

Sorri largamente observando de tal forma na qual meus olhos brilhavam, eu amava aquilo e de alguma forma queria ir além.

A arte de viver é mais parecida com a luta do que com a dança, na medida em que está pronta para enfrentar tanto o inesperado como o imprevisto e não está preparada para cair. Somos todos viajantes de uma jornada cósmica, poeira de estrelas, girando e dançando nos torvelinhos e redemoinhos do infinito. A vida é eterna. Mas suas expressões são efêmeras, momentâneas, transitórias.

Borboleta parece flor que o vento tirou pra dançar.

Senti uma mão pousar sobre meu ombro, respirei fundo.

:- Um momento Camila, já vai acabar. - Encolho meus ombros automaticamente.

:- Camila? - A voz por trás de mim soou suave e aveludada, arregalei meus olhos prendendo a respiração.


Notas Finais


Me digam o que acharam (carinha de lua).

Bem, eu comecei a nova Fanfic no mesmo dia no qual atualizei a última vez, digamos que me sinto realizada ksksks. Caso queiram conferir vou deixar o link abaixo junto a BTBE, se caso quiserem, posso dar um jeitinho para atualizar ainda esse mês, depende de vocês. ^-^

TWOMS - https://spiritfanfics.com/historia/the-words-of-my-soul--norminah-7619960

BTBE- https://spiritfanfics.com/historia/behind-the-brown-eyes--norminah-7272370

Caso queiram entrar em contato ou perder tempo conversando sobre batatas no espaço...

Instagram: @mannuelasouzaa

Facebook: https://www.facebook.com/manuela.alvesdesouza

All The Love, M. ❣


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