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História Do I Wanna Know!? - Norminah - Jealous...?


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey Sweets ♡

Quem é vivo sempre aparece - me imaginei sentada em uma cadeira de balanço bebendo chá de camomila - É apareci porque vocês vão ter que me aturar.

Primeiramente quero agradecer pelas pessoinhas maravilhosas que me incentivam a continuar. Amo amo ler esses comentários portanto fiquem a vontade para expressar qualquer opinião aqui.

Segundamente quero dizer que para recompensar esse capítulo, terá em terceiro com momentos Norminah...Falei demais.

Enjoy. ❣

Capítulo 22 - Jealous...?


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - Jealous...?

 

Dinah Jane Hansen, Point Of View

Miami, Flórida, 17 de Abril de 2016.

 

:- Cadê essa mulher, senhor? - Thomas marchava de um lado para o outro impaciente.

Brooke deu de ombros e continuou sentada com um semblante tranquilo.

:- Você já devia saber que mulheres demoram, Thomas, ou nunca esteve com elas? - Caçoou a mais baixa.

O mais alto bufou lhe mostrando seu dedo médio.

:- Idiota. - Murmurou. - É claro que eu já estive com uma mulher. - Assegurou travando a mandíbula.

:- Sua mãe e suas irmãs não valem, Thomas. - Pronunciei abrindo a porta do closet.

Ally gargalhou assim como Seth, Thomas jogou-lhe uma almofada em direção ao menor que caiu deitado na cama de casal.

:- Isso doeu. - Resmungou manhoso.

:- Era para doer mesmo. - Deu de ombros e Ally negou observando a cena.

:- Perdi alguma coisa? - Interrompi.

No mesmo momento todos os olhares se voltaram a mim, mais direta, minha boca, estava deslumbrante e sabia disso. Meus suntuosos pares de pernas à mostra estavam livres, vestida apenas com um vestido colado ao corpo de renda que iam até meus ombros, sem decotes provocantes ou algo do gênero. Destacavam-se impiedosamente meus olhos castanhos destacados, preenchidos em um tom encarnado como pecado. As aperfeiçoadas madeixas loiras estavam caíndo sobre os meus ombros feito cascata.

:- Meu. - Thomas de boca aberta mal conseguia terminar sua frase enquanto descaradamente encarava minhas pernas.

:- Deus. - Dessa vez foi Alysson que prosseguiu.

:- Você está muito gostosa. - O mais velho que me fitava deslumbrado levou um soco nos ombros da baixa Brooke, logo tratou de se recompor. - Com todo respeito.

Revirei os olhos e sai do closet fechando a porta por trás de mim.

:- Mama. - Seth resmungou tomando minha atenção. - Você não pode ir assim. - Disse por fim me encarando de cima a baixo.

Entreitei meus olhos parando a sua , ele que agora sentado na ponta da cama, encarava-me.

:- E porque não, sunshine? - O afrontei.

:- Polque vlocê sabe muito bem! - Arqueei minhas sobrancelhas diante do menor e suas palavras de ordem.

:- Eu concordo. - Comentou Thomas. - Ouch. - Alisou seu antebraço ao receber mais um soco de Brooke.

:- Querido, deixe eu te dizer um negócio. - Suspirei agora fitando Thomas. - Eu sou sapatão, adoro escorregar no velcro, abrir tesoura, tomar danone sem colher, colocar aranha pra brigar, meter o dedo, três pra arregaçar de vez mesmo, ser passiva só pra dar gostinho de vitória, colecionar vibrador e não irei enfiar ele no seu orifício anal, então não enche o saco. - Mordisquei meu lábio inferior.

:- Normani seria uma boa ativa. - Encarei a mais baixa de forma incrédula. - Qual é? Vai querer deixar a garota dependente de uma cadeira de rodas? - Engoliu em seco. - Você se veste como bem entender. - Pontuou e sorri aliviada.

:- Obrigada pela parte que me toca. - Fitei Seth. - Dois minutos, o táxi já chegou e se levar mais que isso vou lhe deixar aqui. - O menor arregalou os olhos e se apressou em sair do cômodo. - Ótimo, vulgar demais?

Ambos me encaravam perplexos.

:- Vai sair do teatro direito para o motel. - Afirmaram em uníssono. 

:- Que Deus te ouça!

 

Sentia a movimentação ao lado da cama, onde Normani dormia minutos atrás. Mesmo com os olhos fechados sabia que o relógio não passava das três da manhã, e mesmo tendo que acordar cedo para sua desejada - e receosa - viagem, sabia que não estava no horário desejado. Minha mão prosseguia firme sobre sua cintura, tanto que delicadamente retirou o peso de meu braço no qual a rodeava, para assim sentar-se sobre a cama.

Deduzi devido suas movimentações nem tanto bruscas.

Logo minha testa foi aquecida ao ter seus suaves e quentes lábios pressionados a mesma, no mesmo momento a puxei para mais perto, a morena possivelmente reprimia um grito - devido ao susto - e tinha seus olhos arregalados. A joguei na cama abraçando mais forte sua cintura permanecendo com a cabeça pousada sobre o macio travesseiro.

:- Você quer me matar de susto? - Acusou tentando recuperar o fôlego.

:- Bem que poderia fazer isso mais vezes, eu não reclamaria. - Ditei sonolenta, fazendo assim minha voz soar mais rouca.

:- Filha da mãe, eu não sabia que estava acordada. - Acariciou minhas madeixas loiras.

Abri apenas um de meus olhos com um sorriso travesso nos lábios.

:- Desde a hora que acordou e saiu de meus braços. - Curvei meus lábios em um biquinho. - Onde estava?

:- Anda me espionando, Hansen? - Ri baixinho. - Eu fiquei com sede, crise de ansiedade, aproveitei para ver se estava tudo em ordens com o casal maravilha do quarto ao lado. - Mordi meu lábio inferior reprimindo um riso ao ouvir a morena.

:- Vem beber do meu leite. - Ditei inocente recebendo um leve tapa de Kordei. Seu sorriso a entregava. - Por que está me observando? - Por fim abri ambos os olhos, me despertando aos poucos.

:- Eu não sei, você parece um anjo quando dormindo. - Admitiu. - Realmente não sei.

Dei risada firmando minhas mãos sobre sua cintura e trazendo seu corpo ao, meu chocando-os.

:- Por que faz isso comigo? - Sussurrou.

A encarei com um sorriso amplo entre meus lábios.

:- Talvez eu esteja buscando uma desculpa para ficar mais tempo com você. - Ela deu risada de minhas palavras.

:- Com que coisa que Dinah Jane precisa de  pretexto para ficar com alguém?

Ri nasalmente elevando uma das mãos ao seu rosto, deslizando meu polegar sobre sua bochecha.

:- Com você é diferente, Normani. Eu não queria que ficasse por apenas uma noite, eu queria que ficasse aqui todos os dias.

:- Dinah, eu não estou pronta para tentar algo, sofri diversas desilusões amorosas, tenho de medo de sofrer. - Engoliu em seco abaixando seu olhar.

:- Mani, olhe para mim querida, deixe-me ver teus olhos. - Sussurrei e assim feito, parei minha mão em seu queixo segurando-o. - Eu jamais feriria seus sentimentos, eu realmente sinto algo intenso por você, esperarei por você e pode ter certeza disso, até que se sinta pronta a algo. Eu não quero ninguém além de você, desde o dia no qual lhe encontrei pela primeira vez, a primeira dança, e o primeiro selar dos lábios, eu encontrei a sensação de borboletas em meu estômago, com você eu não penso vinte quatro horas em sexo, é diferente. Eu apenas quero que esteja ao meu lado, acordar e ver que você está aqui, te abraçar e beijar esses lábios que tanto me matam, e seus olhos, minha arma. - Conclui.

Ela escondeu seu rosto na curva do meu pescoço ao ter seus olhos marejados, abraçou-me e na mesma intensidade correspondia. Comecei a afagar seus cabelos cacheados exaltando aroma de seu shampoo.

:- Prometo pensar carinhosamente, ninguém nunca me disse algo tão verdadeiro, ao menos soou assim para mim. - Sussurrou e concordei, ela sorria contra minha pele. - Eu apenas tenho medo de me machucar, mas também tenho medo de ficar sozinha na escuridão.

:- Então lhe ensinarei a vencer seu medo do escuro. - Ela assentiu. - E eu jamais seria capaz de lhe machucar. Eu nunca faria isso. - Beijei o topo da sua cabeça.

Ela riu nasalmente.

:- Considero "nunca" uma palavra muito forte, Jane. Tudo bem que não sabemos o dia de amanhã, mas um dia você poderá fazer isso, acredito que tentará fazer de tudo para que esse nunca se mantenha intacto.

:- Pode ter certeza disso. - Confirmei sonolenta. - O estranho é que vi todos os meus desejos numa pessoa só, tudo o que eu gosto e sonho você tem, Normani.

:- Você é uma idiota, Jane. - Bocejou logo se aninhando ao meu corpo. - Por favor, não mude isso em você. - Sorriu, ao menos pressenti.

:- Tentarei ao máximo, baby. - Deslizei minha mão sobre suas costas cobertas pelo fino tecido da blusa na qual usava como camisola.

:- Estou com sono, e você fazendo carinho desse jeito me deixa em um estado crítico. - Resmungou sendo tomada pelo cansaço.

:- Pode dormir meu anjo, estarei aaui ao acordar, e não lhe soltarei nem que quisesse.

:- Nunca lhe impedi, Hansen. - Provocou.

:- Vá dormir, amanhã será um longo dia. - Beijei o topo da sua cabeça, e sem praguejar, a morena se entegou ao sono minutos mais tarde.

 

                    :- Senhora? - Minha atenção pairou sobre o taxista, tirando-me de longos devaneios. - Chegamos ao destino. - Desviei meu olhar ao aeroporto movimentado de Miami.

:- Oh! - Caiu-me a ficha, alcancei a bolsa ao lado de meu corpo, procurando pela carteira. - Quanto foi a viagem? - Perguntei pegando a mesma.

:- Trinta e cinco dólares, senhorita. - Murmurou me fitando pelo retrovisor, assenti lhe entregando um pouco a mais da quantia necessária.

:- Pode ficar com o troco. - Joguei a carteira dentro da bolsa, me apressando para sair do veículo. - Vem Seth. - Estendi a mão ao menor que logo a segurou.

:- Aqui as malas. - Ditou o taxista no qual havia descido para pegar as bagagens, afirmei sorrindo em forma de agradecimento.

:- Seth, me escute, não se solte um único minuto, está me ouvindo? - Ele afirmou. - Ótimo, por aqui. - Fiz um sinal com a cabeça segurando as malas e seguindo em direção a fila do Check-in.

:- Mama, foi lá que conheceu meu papa? - Desci meu olhar a um Seth curioso.

:- Não... - Resmunguei desviando o olhar. - Não foi lá. - Mordi meu lábio inferior.

:- E onde foi? - Abraçou minhas pernas insistindo no assunto.

:- Vem cá, está com fome? - Ele negou. - A viagem é longa, Sunshine. - Baguncei seus cabelos ouvindo-o resmungar.

:- Não mama... - Deslizou suas mãozinhas sobre as curtas madeixas. - O que vamos fazer lá? - Elevou seu olhar ao meu.

:- Ver tia Gina. - Ditei rumando alguns passos enquanto a fila andava, hora ou outra fitando o relógio de pulso.

:- Mas a casa da vovó não é longe. - Mordeu o interior das bochechas. - Onde foi que conheceu o papa? - Novamente encarei seus olhos negros.

Suspirei exausta.

:- Vamos encerrar esse assunto por aqui, okay?

 

Meu corpo continuava apoiado sobre a lataria de um dos carros, de forma na qual descanse as pernas e minha cabeça. Elevei o copo avermelhado com uma mistura de bebidas - na quais nem me importei em rotular - na direção de meus lábios, degustando o álcool em excesso. Uma Lauren vestida de forma peculiar, indiferente de horas antes no cassino, parou ao meu lado acendendo um cigarro entre seus dedos.

:- Ora ora, se não é da garota da corrida? - Ironizei observando a de olhos verdes tragando seu tabaco.

:- Gostinho de iniciante. - Comentou liberando a fumaça antes de se sentar sobre o capô do carro. - Curtindo Vegas? - Assenti.

:- Er...É bom. - Deixei que meus olhos caíssem em um grupo de garotos, a música soava alta, mais que meus pensamentos. Deixei-me levar pela bebida. - Mas penso em voltar logo.

:- Vai desistir tão rápido? - Arqueou as sobrancelhas me oferecendo um maço de cigarro, porém neguei.

:- A justiça é tão lenta que por fim nada se resolve. - Suspirei.

:- Vai ter tempo de encontrar alguém. - Mordeu seu lábio inferior. - Não vou lhe contentar com nossas noites.

:- Vai dizer que não gosta? - A encarei sobre os ombros, ela riu sem se importar. - Vai, sou boa nisso, e sei que vale a pena.

:- Você é bruta, isso sim. - Comentou.

:- Agressividade é bom em alguns momentos. - Afirmei.

:- Quando é a próxima? - Perguntou e a encarei um tanto confusa. - Você está me viciando em seus dedos, não me culpe. - Ergueu as mãos em sinal de rendição deixando a fumaça esvair-se pelo ar.

Jogou seu cigarro já quase finalizado no chão, fiz questão de apagar as cinzas restantes com a sola de meu salto alto.

:- Irei pensar no seu caso. - Ela afirmou e novamente me voltei a um grupo de garotos.

:- Siope.

:- Como? - Franzi a testa.

:- Siope Somers...

:- Está pensando no que estou pensando? - Sorri de canto.

:- Tenha cuidado.

Eu tentei...

 

Como o mundo dá voltas, não? O aeroporto de Miami nunca parecera tão movimentado, aos poucos o verão se alastrava e isso aqui chegaria a ser comparado a um inferno - não apenas pelo calor - . Ao badalar das dez horas da manhã, meu corpo se encontrava acomodado sobre a poltrona, Seth meramente cansado se aninhou em meus braços - mesmo dormentes não atrapalharia seu sono tentando deitar seu corpo sobre a poltrona ao lado - com uma expressão tranquila e um biquinho entre os lábios.

Mama sempre dizia que Seth seria eu no passado, caso nascesse menino.

E isso eu não posso discordar, da pele bronzeada, o sorriso de dentes redondos ou até mesmo os cabelos negros e ralos - comuns em minha infância - eram similares. Não tinha algo muito significativo herdado de Somers, exceto as covinhas levemente fundas em suas bochechas, visíveis ao sorrir.

Admirava sentindo meus olhos marejarem, sabia o quão difícil havia sido para mim, e em hipótese alguma deixaria Siope encostar em MEU filho. 

Suspirei deixando uma breve lágrima rolar, o avião estava prestes a decolar, só queria que tudo desse certo.

 

Entrei no quarto praguejando a mim mesma, era de costume deixar a porta aberta, e nem ao menos me importava ultimamente com tais atos. Descia com certa pressa o vestido de meu corpo deixando pelo quarto mesmo, queria apenas me livrar de todo aquele odor de bebida e maconha impregnado a minha roupa - e meu corpo também -. Respirei fundo fechando a porta do banheiro por trás de meu corpo, Siope nessas horas deveria estar em seu quinto sono, balancei a cabeça lentamente  em negação querendo me afastar daqueles pensamentos enquanto retirava as últimas peças, a íntimas.

Me apressei em ligar o registro, deixando a água gelada cair de forma fluente e abundante, me ajudaria a despertar e não acabar dormindo ali mesmo. Fechei o box entrando com tudo por de baixo da ducha, esfreguei as mãos no rosto um tanto tensa, e a água não estava fazendo seu trabalho, pois meus músculos se contraiam entre si. Mordo meu lábio inferior desviando meu olhar a porta, ao ouvir o ranger da mesma, mas não foi necessário, devido ao reflexo do espelho.

Engoli em seco. 

:- Não sabe que é deselegante adentrar assim, sem menos? - Comentei de forma tediosa ao menos tentando, alcancei o sabonete ali próximo ainda de costas ao mesmo.

Ele nada respondeu, o que me levou a virar-me e fitar seu abdômen definido após retirar a camiseta. Engoli em seco recuando alguns passos até sentir minhas costas pressionadas contra a parede de azulejos. Nesse momento ele já se encontrava adentrando ao pequeno cubículo onde era revestido em vidro pelas laterais.

:- O que está fazendo? - Sussurrei sentindo meus olhos marejarem de forma brusca, na qual capaz de me surpreender.

:- Qual é Dinah? - Arqueou suas sobrancelhas pousando suas mãos sobre minha cintura. - Quer bancar a inocente agora? - Fechei os olhos respirando fundo aos suas mãos subirem aos meus seios descobertos, apertando-os.

:- O q-que quer d-dizer com isso? - Me amaldiçoei mentalmente por gaguejar perante sua presença.

:- Vai me dizer que não sabe... - Agora suas mãos estavam em meu cabelo, prendendo-o em um rabo de cavalo desengonçado no qual o puxou com força para trás. - O que fez com aquele cara? - Perguntou de forma rude.

:- Siope...Está machucando. - Resmunguei tentando me soltar.

:- Eu vi você trocando saliva com aquele desgraçado. - Ignorou totalmente minha palavras, pressionando meu corpo contra a parede. - Onde você estava com a cabeça!?

:- Em um lugar no qual esqueceria da sua existência. - Pontuei ríspida tentando segurar as lágrimas. - Eu não lhe pertenço e sei que uma hora esse pesadelo vai acabar. - Sussurrei com o olhar baixo, que logo recompus.

:- Estarei nos seus melhores momentos. - Mordeu o lóbulo da minha orelha, só conseguia sentir aquele mesmo ódio interno.

:- Me solte. - Ordenei ao sentir suas mãos apertarem meus braços. - Me solte! - Exaltei meu tom de voz.

E de nada resolveu. Estava sendo arrastada a força para a cama, na qual empregada de calar a boca e brutalmente ser jogada contra o colchão.

Eu não sabia ao certo quanto tempo durou. Preferi simplesmente fechar meus olhos já inundados pelas lágrimas, sabia que em alguma momento eu iria acordar.

Nem que fossem anos depois.

 

Fui tirada de meus pensamentos por Seth que resmungava algo indecifrável para mim, esfregava com frequência seus olhos enquanto atentamente me fitava. Não demorou muito para seu semblante vir a ser preocupado.

:- Mama, porque está cholando? - Disse deslizando sua pequena mãozinha sobre minha bochecha limpando os vestígios de lágrimas.

:- A mamãe não está chorando, amor. - Afirmei engolindo em seco e fitando seus olhos com um sorriso mínimo nos lábios. 

:- Mama está triste ou feliz? - Perguntou seriamente sentando-se sobre minhas coxas.

:- Mamãe está feliz, e você meu amor? - Perguntei ainda chorosa deslizando minha mão sobre seu ralos cabelos ondulados.

O pequeno logo sorriu amplamente.

:- Seth está muito feliz! - Afirmou em extroversão.

:- Que bom, Sunshine. - Beijei sua testa. - Logo chegaremos. - Ele apenas assentiu.

Seu olhar se voltou a janela a nossa lateral, abrindo a boca em um perfeito 'O' enquanto colocava suas mãos espalmadas sobre a vidraça.

:- Mama! - Exclamou retórico. - Tem algudão doce! - Sorriu de orelha a orelha batendo suas mãos contra o vidro.

Ri de sua ingenuidade.

:- Tem sim, meu amor. - Suspirei encarando a paisagem branca na qual nos cercava, literalmente branca.

Ponto para Jauregay.

Ele observava as nuvens como se fosse algo magnífico, de outro mundo, e realmente poderia ser, pois foram poucas as vezes que observamos o céu juntos. Parecia mais empolgado que horas atrás e isso me deixava aliviada, por mais que precisasse de férias, a empresa precisaria de mim e não poderia negar que aquilo me mataria aos poucos, a vontade de logo querer voltar.

E assim prosseguimos por mais algumas horas, que sinceramente pareceram correr diante de toda aquela movimentação mental. Suspirei pegando meu filho nos braços sendo direcionada pela fila de pessoas que seguiam indo e vindo por apenas duas saídas, era agonizante. E após anos aquele calor da Califórnia aqueceu não só meu coração como minha cabeça - amostra grátis do inferno - . Mordo meu lábio inferior descendo o pequeno incomodado com a situação segurando firme em sua mão enquanto seguia ao setor de desembarque e esteira de malas, na qual julguei não demorarem muito a chegar.

:- Mama... - Sussurrou observando a movimentação ao seu redor.

:- Sim? - Desci meu olhar ao seu soltando sua mãozinha para pegar as malas.

:- Lembra quando fingi que estava doente? - Disse inocente.

:- Quando passou a tarde no meu trabalho? - Ele afirmou andando lado a lado a mim enquanto seguíamos em direção a saída do aeroporto. - Sim, lembro.

:- Lembra daquele moço do computador? - Paralisei diante sua pergunta, arregalando meus olhos.

:- L-emb-bro... - Franzi o cenho receosa.

:- Eu gostei dele. - Sorriu de modo sincero. - Podemos ver ele? - Fiz sinal para um táxi do departamento.

:- Eu irei pensar no seu caso, okay? - Ele afirmou e eu suspirei.

Precisava ter uma séria conversa com Lauren.

Se isso ainda fosse possível.

 

[ ... ]

 

No horizonte o sol já começava a se pôr, lembrando-me de quão cedo escurecia nessa época do ano. O que seria desespero para mim, o que aparentemente não sou exatamente nada pontual, angustiada apenas por imaginar em perder o horário. Ao me virar uma última vez para a janela, do quarto que não era tão grande nem tão pequeno, respirei fundo tomando meu celular sobre a cama onde animadamente Seth pulava gastando suas energias.

Encarei o ecrã duvidosa em ligar ou não, optando no mesmo momento em elevar o aparelho telefônico ao ouvido.

:- Espero que não esteja atrapalhando sua transa. - Suspirei.

:- O que aconteceu? - Resmungou do outro lado da linha.

:- Laur... - Rapidamente encarei Seth que parecia entretido. - É sobre Siope... - Sussurrei.

:- Ele chegou? Ainda não estamos no verão!

:- Como sabe disso? - Franzi o cenho.

:- Er..Nada. - Se a bem conheço, estaria reprimindo seus lábios e pressionando suas pálpebras.

:- Lauren...

:- Eu falei com ele. - Disse rápido.

Travei minha mandíbula respirando fundo tentando digerir a notícia.

:- O que ele disse? - Perguntei.

:- Ele chegará em algumas semanas... - Suspirou. - Mas se não foi isso, qual o motivo da ligação?

:- Seth não para de perguntar sobre ele, está me preocupando.

:- Ele é só uma criança, Dinah. - Bufou.

:- É meu filho...

:- Eu sei disso. - Respondeu como se fosse algo extremamente óbvio. - Olha, não se preocupa.

:- Ainda não terminamos nossa conversa...

A ver se encontro um raio de esperança,  olho ao redor, e nada vejo. E mais profunda, sinto no meu peito, a dor. 

Espaços vazios me enchem de buracos, faces distantes sem nenhum lugar para ir. Sem você dentro de mim, eu pude encontrar descanso, para onde vou não é da conta de ninguém.

Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido, eu estou acordada, mas meu mundo está adormecido. Eu rezo para este coração se curar, mas, sem você, tudo o que serei é incompleta até que alguém seja capaz de cumprir de uma boa forma.

Vozes me dizem que eu deveria seguir em frente, mas eu estou nadando em um oceano completamente sozinha em minhas mágoas submersas. Está escrito em seu rosto, você ainda se pergunta se cometemos um grande erro. Eu tentei continuar como se nunca tivesse te conhecido.

Não quero arrastar isso, mas parece que eu não consigo te deixar ir, ou você que apenas não se contenta em estar longe. Eu não quero fazer de encarar este mundo sozinha, eu quero deixar-me partir sozinha.

Mas, sem você, tudo o que serei é incompleta de certezas incertas.

:- Estou como acompanhante de Regina Amasio Hansen. - Ditei ao segurança enquanto tinha minhas mãos sobre os ombros de Seth.

:- Hamilton's Dance Academy? - Assenti engolindo em seco, ele apenas cochichou algo ao homem de mesmo trajes ao seu lado. - Acompanhe ambos, por favor. - Ele assentiu.

Fomos direcionados a uma área interna do teatro, não muito distante da plateia lotada para algo tão simples como apenas um concurso de dança.

Parei alguns passos quando meus olhos se cruzaram com os castanhos de alguém ao lado de quem eu realmente desejava encontrar ali. Travei minha mandíbula percebendo uma certa intimidade entre ambas, a garota enchia o rosto da morena de beijos e algumas mordidas que presumi serem fracas.

Abraços e mais abraços, sorrisos...

Normani não parecia se importar.

:- Hora se não é a dupla inseparável. - A garota relativamente alta comentou destacando Camila que não estava muito distante. - Está mais madura, Kordei. - Sorriu de canto analisando a morena de cima a baixo.

Normani riu sem graça e a abraçou de lado.

:- Zendaya... - Murmurou sem desfazer o sorriso em seus lábios. - O que faz pelas redondezas de Los Angeles?

Zendaya...Revirei os olhos.

:- Ué, não é óbvio? - Perguntou risonha abraçando Camila pelos ombros deixando um longo beijo sobre a bochecha da morena que fez uma careta exatamente fofa. - Me formei em administração faz dois anos, as expectativas de trabalho aqui são melhores. - Respirou fundo. - E você Kordei? - Perguntou.

:- Ué, não óbvio? - Perguntou imitando a mais alta, todas as três se entregaram a risadas.

Okay.

Não temos nada.

Não se apegue.

São apenas amigas e isso não irá estragar meus planos. Respira Dinah, respira...

:- Dinah! - O grito fino bastante conhecido por mim, ecoou por todo o cômodo tomando atenção de algumas pessoas.

Sorri quase que imediato abraçando a garota de pouco mais de um metro e cinquenta, envolvendo seu corpo em meus braços transmitindo carinho e atenção.

:- Gina. - Murmurei contra seus cabelos que tinham um aroma inconfundível de morango, aproveitei para lhe beijar o topo da cabeça. - Você foi incrível naquele palco. - Comentei.

:- Você assistiu? - Perguntou com um sorriso de orelha a orelha, capaz de romper seus lábios.

Me sentia uma péssima irmã pelo simples fato de nem ao menos conseguir ver sua primeira performance. Suspirei lhe apresentando um sorriso cativante.

:- Sim, eu amei. - Beijei sua testa a colocando no chão. - O que acha de comemorar? - Ela afirmou freneticamente com a cabeça, não hesitei em rir.

:- Dinah? - Meu olhar caiu sobre a morena, que por alguns segundos havia esquecido que se encontrava por ali.

:- Sim? - Perguntei seriamente.

:- Não sabia que viria. - Sorriu sem mostrar os dentes unindo suas mãos em frente ao corpo. - Você se saiu muito bem, Gina.

:- Obrigada Srta.Hamilton - Minha irmã sorriu.

:- Podemos conversar? - Encarei seus olhos seriamente.

:- Temos algo a conversar?

:- Gina, leve Seth até o hotel, não irei demorar a chegar. - Cruzei meus braços enquanto a mesma assentia.

O ambiente estava bastante movimentado, e Normani me encarando confusa não me ajudava.

Me desloquei a uma parte mais escura daquela área sendo seguida pela mesma. Mordo o interior das bochechas pensando como realmente começar.

:- Você está me deixando nervosa. - Engoli em seco. - O que aconteceu? - Franziu o cenho.

:- Você me fez prometer. - Ditei entre dentes.

:- O que realmente?

 

:- Costumam dizer que quando algo está pela metade... - Me fitou. - É porque outra metade pertence a um outro alguém.

:- Onde ouviu isso? - Estreitei meu olhar ao seu.

:- Experiência própria. - Abaixou o olhar.

:- Foi falho? - Ela afirmou fungando. Lhe abracei pelos ombros. - Talvez estava crente na metade errada.

:- E existe uma certa? - Perguntou deixando sua cabeça em meu ombro direito.

:- Talvez uma pessoa capaz de lhe fazer sentir o contrário de um passado doloroso. - Iniciei beijando seus cachos. - Ela não seria perfeita, cheia de cicatrizes como você, imperfeições que aos seus olhos seriam perfeitas, e o melhor, teria passado pelo mesmo que você.

:- Mas isso é terrível. - Comentou com os olhos fechados.

:- Mas ela saberia que isso seria doloroso, seria capaz de não cometer esse mesmo erro com alguém que já sentiu na pele, como a própria. - Suspirei. - Não são com peças iguais que se completa um quebra-cabeça, mas com sentimentos desgastados que se constrói uma bela imagem de momentos esses em cada peça da vida.

Ela sorriu me fitando no fundo dos olhos.

:- Então isso é uma promessa? - Franzi o cenho. - Podemos tentar...

:- Tentar? - Perguntei receosa. - Eu...

:- Desculpe... - Abaixou seu olhar.

Segurei em seu queixo elevando seu olhar ao meu e sorri fraco.

:- Eu prometo. - Respondi simples e ela sorriu abertamente envolvendo meu corpo em seus braços.

 

:- Lhe fazer feliz, roubar seus sorrisos, ser como um pássaro mesmo presa ao meu coração. - Falei calmamente.

Ela ainda me encarava confusa.

:- Desculpa Dinah, eu...

:- Porque não me disse que tinha um caso a distância com aquela garota?

:- Que garota? - Arqueou as sobrancelhas, por um tempo nos calamos e ela começou a rir como nunca. - Zendaya.

:- Yeah... - Engoli em seco.

:- Eu não tenho nada com ela. - Respondeu simples.

:- Então é assim?

:- Por acaso temos algo? - Rebateu.

:- Com certeza mais forte do que você tem com aquela lá. - Intervi bufando.

:- Isso é ciúmes? - Reprimiu um riso.

:- Eu não teria ciúmes de algo que não é meu.

:- Ainda não.

Apenas encarei seus olhos antes de rumar meus passos para bem longe daquele teatro. Talvez esteja agindo de modo infantil, mas sentia receio de alguma forma, queria esvair e talvez era disso que eu precisava naquele mesmo momento.

Aperto meus olhos forçando-os a ficarem fechados, as lágrimas devido estarem marejados apenas pioraram a situação, deixando-os com sensação de ardência. Não consegui falar nada naquele momento, apenas deixar as lágrimas rolarem, me sentia a pior pessoa do mundo, sabia que tinha ido longe demais, sabia que nunca foi o certo, que magoava, irritava, mas mesmo assim, eu continuava, continuava sendo eu mesma, afinal, que culpa eu tinha de deixar minha personalidade fluir? Balanço a cabeça negativamente tentando me afastar de alguns pensamentos, foi em vão, tais palavras martelavam em minha cabeça.

Drama?

Apenas eu mesma.

:- Dinah... - Senti sua mão pousar firme sobre meu antebraço. Por intuição a encarei rapidamente. - Por favor... - Suplicou.

:- Normani... - Engoli em seco. - Gosta de desafios? - Afirmou com certo receio. - Ótimo...

:- O que vai fazer? - Me fitou fixamente.

:- Dar o troco, devolver na mesma moeda...

:- Como? - Franziu o cenho.

Me aproximei do seu rosto, rumando meus lábios ao seu ouvido tornando a sussurrar:

:- Me aguarde, Baby. - Sussurrei antes de morder o lóbulo da sua orelha.

Ao menos tinha efeito sobre seu corpo, tirando a prova real ao seu corpo tremer com o simples contato.

Efeitos sobre Normani Kordei.

Você está ouvindo?

Ao contrário da maioria você não perde nada, você vê a verdade. Ando pelos corredores de forma invisível, subo pelas paredes, ninguém me vê, ninguém além de você.

Você sempre amou os pássaros estranhos- agora eu quero voar em seu mundo, quero ser ouvida. Minhas asas feridas ainda batem, você sempre amou o estranho dentro de mim.

Muito feio.

Oh não.

Você vê a dor?

Mas juntos podemos fazer algo bonito, então pegue minha mão e perfeitamente preencheremos as lacunas. Você e eu valemos por três, fui feita para você, e você para mim.

 Você sempre amou os pássaros estranhos, agora eu quero voar em seu mundo, quero ser ouvida. Minhas asas feridas ainda batem, você sempre amou o estranho dentro de mim.
 

Porque não vem descobrir? 


     
 

 

 

 

 


Notas Finais


Eu sei que ficou terrível, mas é que estou animada para os capítulos seguintes. Me desculpem 🍃

Bem, me digam o que acharam. 😏 Esse capítulo serviu para descobrirem o lado maior de Siope que logo aparece por aqui...

Spoiler.

All The Love, M. ❣


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