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História Do I Wanna Know!? - Norminah - I'm Not a Girl


Escrita por: FarofeiraHansen

Notas do Autor


Hey Babes 🌼🍃

Querem maratona? Vão ter maratona! 💜

Bem, esse capítulo - tanto como o próximo - estão completos, porém postarei mais tarde pela perca de tempo, mas o que não faço por vocês uh? Em relação ao capítulo passado, amei a participação e comentários positivos, confesso que fiquei toda abobada ksksk e pensarei no caso!

Enjoy!

Capítulo 47 - I'm Not a Girl


Fanfic / Fanfiction Do I Wanna Know!? - Norminah - I'm Not a Girl


Quarta-Feira , 25 de Maio de 2016 │ Miami, Flórida, Estados Unidos. │Jauregui's House│ 07:52pm. 

Seth, ao auge de seus três anos - e oito meses - , se questionava mentalmente o fato de que sua mama não estava presente dentro daquela casa de um único pavimento. Porque machucaria tia Mani? Em sua cabeça qualquer coisa relativa a isso, era na qual sua mãe era doce o suficiente - assim como a mulata - para machucar alguém a não ser a si mesma. Ao menos pensava isso quando viu os cobertores da mesma manchados de sangue, e suas pernas úmidas pelo líquido vermelho escuro enquanto corria em direção ao banheiro. Mas preferia acreditar que suas batatinhas fritas, estariam quentes o suficiente para queimar a boca de sua tão querida tia Mani, mas mama Dinah poderia sarar com beijinhos, não é mesmo?.

O pequeno dos cabelos ralos e traços tão similares aos de sua mãe - e boa parte de polinésios, pois em uma viagem de fim de ano, descobriu que todos tinham sua cara, era cômico - ria com seus pensamentos enquanto mantinha o controle de vídeo game em suas mãos, com certa dificuldade ao serem desproporcionais. Não entendia que de tanto intelectualidade, sua madrinha dos olhos esmeraldas havia lhe presenteado com longos vintes minutos nos quais sentados sobre aquele estofado ao centro da sala de estar, seus pés não alcançavam o chão, o que os deixava formigando dentro daquelas meias brancas, era um jogo que parecia tão estúpido ao auge de sua inteligência infantil, pular plataformas e pegar suas moedas douradas. O garoto parecia bastante entretido em meio a pular sobre as cabeças dos frágeis Goombas e tentar alcançar as Paratroopas conforme o movimento do seu console.  Um encanador italiano baixinho, rechonchudo e bigodudo que reside no Reino dos Cogumelos - estúpido, pensava Seth minutos atrás ao ouvir as palavras de sua madrinha -. Ele repetidamente tem a missão de resgatar a Princesa Peach, do vilão Bowser e impedir seus diversos planos de destruir e dominar o reino. 

Porque não simplesmente come pizza? É muito mais divertido que pular cogumelos e salvar uma princesinha medíocre. 
Mas indiferente disso, o polinésio menor apenas observava a diferença de cores na tela da televisão de algumas polegadas - nas quais não sabia ao certo - podendo ter melhor visão do jogo que julgava antigo. Porém funcionava perfeitamente bem. 

Mais ao fundo, na cozinha, podia ouvir risadas, oh sim! Sua tia Camila também estava por lá. A doce Camila. Uma pessoa bastante extrovertida, que está sempre esbanjando simpatia em qualquer lugar que esteja e que é muito bem humorada. Indiferente de sua madrinha, Lauren, é uma pessoa mais reservada, que chama atenção sem precisar de esforços e que tem uma personalidade forte e uma presença ainda mais impactante. 

Ele não tinha noção para entender, mas acha que ambas tem algo quando as pegou no flagra minutos antes da de olhos verdes o forçar passar das cinco primeiras fases antes de voltar a cozinha novamente. De fato mal atingia um terço daquela primeira fase do jogo. 
Seth só queria um copo de água, pois sua garganta secava, já suas tias, pareciam querer uma a outra, quando suas blusas sobre a bancada e ambas resmungando baixinho com seus lábios juntos. 
Inocente demais para compreender. 

E foi naquele passar de cores - geralmente verde e vermelho - na tela daquela televisão, e as poucas moedas coletadas antes de mais uma morte e o "game over", que o pequeno Seth se perdia em pensamentos. 

E admitia isso. 

Seth tinha seu corpo sentado em um balanço ao jardim da escolinha, tudo era verde e bastante colorido quando não se tratava do grande gramado. Não entendia muito bem a certa divisão entre garotas brincarem com suas bonecas de cabelos desgrenhados e vestidos rodados - fazendo-o se questionar se sua tia Camila acordava assim também - , enquanto meninos com suas estúpidas brincadeiras de... meninos. Revirou seus olhos enquanto suas pequenas mãos envolviam as cordas que sustentavam a base de madeira, impulsionava seu corpo para frente e para trás, conforme tomava velocidade o suficiente para na qual ficasse estável no brinquedo melancólico e vazio. 

A visão do corpo negro a sua frente lhe chamou atenção, estava vestido com seus inseparáveis All Stars vermelhos levemente desbotados pelo tempo de uso, não os trocava por nada e seu macacão jeans deixando sua pele escura em contraste, James assim como Seth gostava de outras brincadeiras menos comuns, ao menos em visa aos meninos, porém o garoto tinha maior aproximação com eles. Indiferente do pequeno Seth. 

Seth desceu de seu balanço podendo por fim alcançar seus pés ao chão, andava atrás de seu amigo - se bem podia dizer assim - em direção a casinha mais aos fundos, não era tão utilizada pelas meninas, portanto teriam poucos minutos antes do fim do intervalo, para divertirem-se sem interrupções. O pequeno adentrou a mesma, pegando Mr.Hugs, o ursinho branco - que naquele momento cinza por poeira e cheirando a mofo - que amava abraçar quando sozinho. Sentou-se sobre os pequenos degraus ao lado de fora, enquanto James o observava a sua frente. 

:- Vamos brinca de casinha! - Seth exaltou sorrindo radiante. 

Era inexplicável a forma que se parecia a Dinah. 

:- Tudo bem, eu sou o pai. - James deu de ombros sentando ao lado do pequeno Hansen.

:- Eu vou ser a mãe. - Comentou. 

:- Mãe? Você deveria ser o outro pai! - Questionou contragosto. 

Por mais contraditório que seja, James era de uma turma superior, sabia muito para sua idade, que era maior que a do Hansen ao seu lado, até mesmo o soar de suas falas, com menos erros. 

:- Eu não sei como se pai. - Franziu seu cenho rapidamente, repetindo tal ato de James ao reagir um minuto mais tarde.

:- Porque não? 

:- Eu não tenho pai. - Encolheu seus ombros. 

:- Pois deveria ter, os pais usam amaciante nos pijamas das crianças. - Sorriu orgulhoso. 

:- Minha mãe faz isso. 

:- Os pais sempre tem chiclete no bolso. 

:- Minha mãe tem um lenço pelfumado no bolso. 

:- Os pais são cheirosos e fazem barba para ficar mais bonita. 

:- Nessa você me pegou. - Suspirou sem ao menos se importar. 

:- Pena que não tem um papai. - Apontou o dedo em direção ao Hansen menor de ombros encolhidos, gesticulava. - Você está perdendo uma coisa boa. 

:- É, você tá celto. - Curvou seus lábios em um biquinho manhoso encarando o gramado sobre seus pés. - Eu pleciso de um papai. 
E antes que pudesse questionar algo, Dylan, o garoto intelectual e sua pose mal educada se aproximava correndo com sua calça jeans justa, o que dificultava seus passos. O mesmo ofegante o encarou com desgosto, fazendo com que o pequeno contraísse ainda mais seus ombros. Desde quando se viram uma primeira vez, sabiam que não estavam destinados a ser amigos. 

:- James! - Exclamou animado. - Vamos brincar de super herói! 

O moreno levantou-se rapidamente abrindo seus braços em forma de "asas" tornando a dizer sem ao menos concordar: 

:- Eu sou o Batman! 

:- E eu... - Dylan gesticulou seus braços pequenos indicando o herói que viria a dizer: - Sou o Superman! 
Seth os encarava com os olhos baixos, demonstrando a infelicidade no momento. James percebendo isso, declarou: 

:- Você pode ser a mãe do superman! - Comentou e Dylan ao lado fez careta arrumando seus gestos e braços que ainda para o alto. 

:- O que a mãe do supelman faz? - Questionou ainda agarrado ao seu inseparável urso, que o fazia espirrar de forma constante. 

:- Ela compra pijama para o superman. 

:- Glande coisa. - Revirou seus olhos coçando seu nariz com as costas de sua mão. 

:- Vamos lutar agora! - Anunciou Dylan prendendo sua jaqueta que antes em sua cintura, agora em seu pescoço. 

:- Eu sou o Homem Aranha! - Murmurou como um grande homem raivoso que mais  tentava soltar suas pegajosas teias. James não parecia muito bom nesse quesito, pensará Seth. 

:- E eu o Homem de Ferro! - Resmungou entredentes flexionando os pequenos braços em frente ao seu tronco como se formassem músculos imaginários demonstrando sua força. 

:- Não diga que eu sou a mãe do Homem de Ferro! - Seth em desgosto revirou seus olhos castanhos, o inconfundível tom escuro. 

:- É isso aí! - Dylan assentiu. 

E antes que questionassem, os garotos se envolveram em um abraço desengonçado, tentando um derrubar ao outro, para sua sorte a professora estava cuidando de uma garota escandalosa mais distante dali. 

:- Palem! - Seth gesticulou deixando o urso cinzento ir ao chão. - Vamos blinca de casinha. 

:- Eu adoro brincar de casinha! - James largou Dylan, fazendo-o ir ao chão. 

:- Brincar de casinha é para meninas. - O garoto de pele mais clara indagou em desdém enquanto se levantava batendo suas mãos sujas de terra contra sua camiseta de uniforme. 

:- Eu odeio brincar de casinha. - Foi rápido em responder. 

Seth lembrará os dizeres de sua mãe: Odiar é algo forte demais para ser dito a qualquer momento. 

:- Vamos brincar de armas! - Sorriu abertamente. 

:- São suldos? Vamos blincar de casinha! - Seth levantou-se ficando de frente a ambos em pé. 

:- Está bem, vamos brincar de casinha e... - Forçou sua voz logo em seguida. - Vamos acabar com elas com nossas armas! - Dylan ditou e James pulava animado. Seth revirou seus olhos uma última vez, enquanto ao garoto tocando o ombro do moreno sorriu abertamente. - Vamos James, eu tenho video game! 

:- Legal. - Deu de ombros e encarou o Hansen de olhar baixo. - E Seth? 

:- É... - Encarou Dylan. - E Seth? - Murmurou em terceira pessoa. 

:- Se você ficar com ele. - Apontou para o peito de James o olhando com raiva. - Eu vou contar para toda escola que você gosta de meninas. 

:- Eu não sou menina. - Seth sussurrou para si mesmo, em um fio de voz capaz de não deixar que ambos os garotos mais velhos pudessem ouvir. 

:- Eu não quero isso. - James indagou enquanto Seth enxugava o canto de seus olhos com a barra da blusa na qual vestia. - Desculpe Seth. 

:- Legal James! - O de calças justas passou uma de seus pequenos braços em volta do pescoço do amigo. - Vem, vamos ser homens! - Saiu arrastando-o para outro canto daquele jardim. 

O garoto dos cabelos pretos fungou baixinho dando seu melhor sorriso para si mesmo, além de qualquer coisa sabia que eram apenas garotos e são coisas estúpidas da vida. Seus pés pareciam ser alfinetados conforme tentava movê-los, estavam parados por muito tempo, e enquanto esperava para que aquela sensação se esvaísse, deixava o console sobre o braço do sofá, não que tivesse passado das cinco fases, mas seu estomago fazia barulhinhos estranhos. Apoiou suas pequenas mãos no estofado impulsionando seu corpo para frente podendo alcançar o chão com maior firmeza. Deixou a sala de estar conforme seus passos o direcionavam em direção a cozinha.

De longe poderia ver boa parte de farinha de trigo esbranquiçada estava em todos os cantos daquele cômodo, tais como gotas de chocolate sobre a bancada, havia manteiga no chão, o que consequentemente fazendo tia Camila quase escorregar com uma forma de biscoitos saindo do forno. Era cômico, parecia ter passado um furacão por ali dentro. 

A latina bunduda deixou a forma sobre a bancada, na qual sua madrinha decorava alguns daqueles biscoitos - que por sinal cheiravam muito bem - com um saco de confeitaria, algo similar a glacê, o que não fazia certa diferença para o pequeno que sentiu as meias em seus pés molharem assim que adentrou a mesma, uma grande poça de água cobria boa parte do chão fazendo-o resmungar baixinho, dando de ombros logo em seguida. O trabalho de limpeza não ficaria para o pequeno. 

:- To sentindo cheilo de biscoito. - Seth murmurou divertido chamando atenção de ambas as garotas, ele se aproximava da bancada tentando subir em uma das banquetas, por ajuda da hispânica, logo sentou-se sobre a mesma apoiando seus cotovelos sobre o mármore gélido. - Eu sabia. - Apontou para a forma na qual boa parte dos biscoitos estavam decorados por Lauren.

A latina riu largando suas luvas - nas quais a impedia de queimar suas mãos - ao lado da forma quente que havia deixado ao lado. 

:- Desculpa Seth, mas são para depois do jantar, ainda estão quentes. - A mesma explicou. 

:- Droga. - Elevou seu olhar a Lauren que apenas assentiu, nem ao menos queria ver o bico que fizera, sabia que não resistia. Desceu seu olhar a forma observando a forma despojada de cada biscoito, idênticos. - Polque tem folma de colação? 

:- Eles representam o amor, e o amor vem do coração. - Lauren se pronunciou enquanto completava o saco de confeiteiro com mais da cobertura. 

:- E sabemos que certa pessoa ama biscoitos. - Camila brincou tocando a ponta do seu pequeno nariz, o que o levou a rir e prontamente assentir. 

:- Mas não posso ganha um agola? - Insistiu e ambas se entreolharam.

:- Tudo bem Sunshine. - Lauren chamou sua atenção, sabia que tal apelido só poderia ser dito por Dinah, mas a hispânica não se importava. - Olha, podemos ficar sem um biscoito. - Pegou um deles, aqueles sem cobertura, alcançando uma calda de chocolate ao lado, a mesma não era usada, assim podendo fazer traços sobre o mesmo. - Um 'S' para você. - Colocou alguns poucos confeitos que grudaram na calda melada. - Veja só, agora tem um biscoito. - Sorriu estendendo em direção ao pequeno ao seu lado.

O mesmo sorriu pegando o mesmo e observando a arte de sua madrinha com seus lábios ainda curvados. 

:- Então tia Lern ama Seth? 

:- Tia Lern ama Seth. - Sorriu voltando a tais atos anteriores, Camila desvencilhava-se atenta podendo começar a lavar a louça suja acumulada na pia, assim que havia terminado de por a lasanha no forno, que para acumular tempo, estava aquecido. 

:- Não esqueça da tia Mila! - A latina lembrou emburrada fazendo ambos rir. 

:- Tia Mila também ama Seth. - Lauren assegurou fazendo sua namorada sorrir. 

E o silêncio se fez conta na casa inteira, o soar de Camila colidindo a área áspera da esponja contra as louças, fazendo com que o atrito de tornasse presente, assim como o fluir da água através da torneira, e a porcelana colidindo contra o escorredor de louça. Seth namorava seu biscoito, chegando a salivar, aquilo estava lhe dando água na boca, mas preferia esperar um pouco, ele balançava seus pés nervoso enquanto Lauren estava atenta entre decorar seus biscoitos, e reservar os mesmos em um pote de vidro, que ao seu ver parecia para doces.

Mas havia açúcar, então...

Seth com sua inocência mordiscou seus lábios dando um breve e pequena mordida ao biscoito crocante que marcou seus dentes em sua massa, sorriu mastigando calmamente antes de tomar coragem e encarar sua madrinha ainda concentrada. 

:- Tia Lern, eu sou uma menina? - O murmuro baixo foi o suficiente para Lauren o encarar atordoada, e Camila entortar a boca incrédula com uma mordida de biscoito em sua boca. 

:- O que disse? - Largou tais utensílios limpando suas mãos em um pano de prato, a hispânica parecia desacreditada.

Seth encolheu seus ombros encarando o biscoito novamente, logo fitando os verdes olhos de esmeralda de sua madrinha atenta a ele. 

:- Se eu sou uma menina? - Franziu o cenho um tanto envergonhado. 

:- Uma menina? - Franziu seu cenho, encarando Camila que apenas engoliu seu biscoito conforme engolia em seco, sabendo que não teria nenhuma ajuda vinda da mesma, apenas largou o pano de prato sobre a bancada se aproximando do menor. - De onde veio isso? 

:- Eu só quelia sabe. - Mentiu.

:- Bem, você nasceu menino. - Lauren franziu o cenho.

Camila maneou em negação espalmando a palma de sua mão contra a nuca de sua amada. A hispânica a encarou com a cara amarrada sem entender muito bem. Dando de ombros a latina encarou Seth confuso enquanto mastigava seu biscoito em nervoso. Deu a volta pela bancada, fazendo com que ambos a seguissem com o olhar, ela pegou na mão livre de seu sobrinho - se bem podia dizer assim - acariciando as costas da mesma com seu polegar lhe apresentando um sorriso amigável. 

:- Você gosta de meninos? - Seth assentiu perante tal pergunta, Lauren observava em completo silêncio. - E de meninas, você gosta de meninas? 

:- Sim, Seth gosta de meninas. - Afirmou. 

:- E como gosta delas? 

:- Quando blincam com Seth. - Respondeu inocente fazendo a latina rir.

De tal forma franziu seu pequeno cenho unindo as sobrancelhas. 

:- E de meninos? - O pequeno Hansen negava. 

:- Depende, tia Mila. - Finalizou seu biscoito lentamente. 

:- Depende do que? 

:- De quando são legais com Seth. - Murmurou baixinho. 

:- O que lhe fizeram? - Lauren aproximava-se questionando-o, que rapidamente a encarou antes de encarar seus pés suspensos. 

:- Foi um menino, tia Lern. - Sussurrou de fato ambas ouviriam. 

A latina encarou Lauren assim que a mesma agachou-se em frente a banqueta posicionando ambas suas mãos ao lado do rosto, e como imaginava, estava como Dinah anos atrás, a ponta de seu nariz avermelhada, seus olhos marejados e os lábios reprimidos, tentando conter seus soluços. Percebendo o estado de seu afilhado levantou-se o aconchegando em seus braços assim que o pegou no colo. Camila que até então atenta, traçou seus braços em torno do corpo de Lauren, deixando Seth com a cabeça apoiada sobre os seios de sua madrinha, entre ambas. 

:- O que esse menino fez, Sunshine? - Oh se Dinah estivesse por aqui. 

:- Ele disse que Seth era menina, polque blincava de casinha. - Resmungou choroso.

Ambas as mulheres se entreolharam antes que pudessem contradizer algo, Camila beijou suas madeixas perfumadas por um shampoo infantil, e Lauren o apartou aconchegando-o de uma forma melhor. O baixinho suspirou deixando que as pequenas lágrimas molhassem o tecido da roupa de Lauren. 

:- Seth. - Tocou seu queixo com as pontas gélidas, elevando seu rosto em direção as avelãs escuras. - Não é porque você brinca de casinha que será uma menina, você é livre para fazer o que quiser. 

:- É sim. - Lauren assegurou. - Você não precisa se importar. 

:- Nem mesmo se Seth for a mamãe? - Perguntou enxugando suas lágrimas, intercalando suas íris castanhas como das de Dinah entre Camila e Lauren que suspiraram em conjunto. 

:- Mamãe? - Lauren franziu seu cenho e o menor assentiu como se fosse o pior erro do mundo.

Se pudesse ser considerado erro. 

:- James disse que develia ser papai, como ele selia. - Explicou. 

:- E porque preferiu ser mamãe?

:- Polque eu não sei ser papai. Eu não tenho um papa. - Torceu a boca dando de ombros. 

Lauren cansada apenas entregou Seth aos braços da latina bunduda, que a encarou em repreensão. Porém era muito para digerir, entender e reagir, era uma criança entre ambas, e um assunto delicado. Agradecia por Dinah a essas alturas estar com Normani agarrando lençóis. Apenas desvencilhou-se massageando ambas suas têmporas conforme suspirava e partia para bem longe do campo de visão dos dois. Seth encarou a latina inconformada, mas por um lado entendia tais consentimentos de Lauren. Sorriu amarelo para o pequeno, o sentando sobre a bancada suja pela receita que faziam a tempos. Apoiou suas pequenas - nem tanto comparadas as de Seth - mãos sobre o mármore, o encarando em silêncio por breves minutos onde apenas respirações eram ouvidas. 

:- Veja bem, Seth. - Iniciou. - Acho que o que é importante lembrar é que todos podem ser tudo o que quiserem no mundo. E também é importante tentarmos ser a melhor pessoa o possível para nossa família e amigos. E até mesmo para estranhos. Então, respondendo à sua pergunta, disseram para mim que eu era menino quando eu era pequena, eu podia usar bonés e combinar bermudas, mas isso não me fazia menino, e agora eu vivo minha vida adulta como menina. Eu não precisei de vestidos rodados para isso, muito menos laços no cabelo, apenas me aceitei sendo eu mesma. Soa meio complicado mas na verdade é muito simples. - Sorriu. - Você tem alguma outra pergunta pra mim? - Arqueou uma de suas sobrancelhas. 

:- Quando é que Seth vai ter um papa? - A encarou cuirioso com sua inocência infantil. 

:- Er... Ham... Bom, primeiro sua mãe precisa se apaixonar por um homem legal. 

:- Como é que se apaixona? - Tombou sua cabeça para o lado. 

:- B-Bom... Eu me apaixonei pela sua tia Lauren na calçada de uma lanchonete, estava chovendo e ela fez questão de passar o carro sobre uma poça me molhando inteira. Minha roupa era branca. - Riu nasalmente e o menor franziu o cenho confuso. 

:- E teve beijo? - Sorriu malicioso em direção a latina.

Ele realmente tinha apenas três anos!? 

:- Teve sim. - Ditou sorridente enquanto suspirava em resposta. 

:- Uh... - Riu sapeca. 

:- Foi apenas um beijinho de boa noite. - Apertou a ponta do nariz do pequeno garoto que gargalhou gostosamente com tal ato. 

:- Polque ninguém beija minha mama? 

:- Bom... É uma boa pergunta. Eu não sei, sua mãe é uma ótima pessoa. - Sorriu. - O que sua mama precisa fazer é encontrar uma moça legal, que seja uma boa ouvinte e a ame. Tenho certeza que ela está em algum lugar.

:- Uma moça? 

:- Acredite, sua mãe não gosta muito da anatomia masculina. - Riu sozinha dando de ombros. - Quando ela a econtrar, ela irá se apaixonar, e você terá uma papa, ou uma outra mama. 

:- E ela está no apaltamento da tia Mani. - Sorriu inocente fazendo a latina rir em concordância. 

:- Você entende? - Arqueou suas sobrancelhas. 

:- Sim, minha mama plecisa de ajuda. - Comentou. 

:- Oh claro, ela precisa. - A latina respondeu em meio a risadas.

Seth não compreendia. Mas sabia que um dia tais palavras lhe fariam tanta diferença.

A morena novamente se afastou, andarilhando ao escorredor de louça, pegando uma pequena vasilha de vidro, os cookies a essa altura já haviam esfriado tempo suficiente, selecionou os de seu agrado completando a vasilha. Seth engatinhou sobre a bancada - nitidamente sujando suas vestes na região dos joelhos - pegando a caixa de leite e completando um dos copos de havia ali em cima, aqueles nos quais decorados e vinham com um canudo em conjunto, pensando nisso, retirou dos copos, deixando em um único, sem suporte, apenas leite e seu canudo colorido. Camila ao observar arqueou sua sobrancelha direita aproximando-se com a vasilha de biscoitos. 

:- Pra que esse leite, Seth? - O sustentou em um de seus braços, enquanto o menor, com seu pequeno braço livre, a abraçou pelo pescoço.

:- Pala que bebam juntinhas. - Sorriu espontâneo fazendo sua tia rir nasalmente e apenas assentir. - Tia Mila, não selia depois do jantá? 

:- Deveria. - Murmurou enquanto andava pelo corredor não muito extenso, porém não tão curto. - Mas a lasanha pode esperar. - Piscou o fazendo assentir enquanto adentravam ao quarto. 

Deixou o pequeno livre para correr em direção a sua madrinha que agora deitada sobre a cama box de casal, assistindo á algum documentário, porém estava mais do que perdida em seus pensamentos, nem ao menos prestando atenção. Os pés de Seth cobertos pela meia úmida e branca deslizavam sobre o carpete, deixando o copo sobre o criado mudo ao lado de Lauren, tomando atenção da mesma, ele sorriu antes de se esforçar a ponto de conseguir subir sobre a cama e infiltrar-se ao lado do corpo hispânico. Indiferente de Camila, que simplesmente jogou-se sobre a cama mordendo novamente um dos biscoitos. Estavam realmente bons. 

Seth riu baixinho pegando um deles e colocando em frente a Lauren, que o encarou contragosto, ele sorriu minimamente a ponto da maior ceder. Afinal, era um criança inerte de tais palavras, nem ao menos sabia o que havia por trás delas, por qual motivo saberia as consequências? 

Não poderia ser a família mais feliz do mundo, a família tradicional que todos desejam. Talvez Dinah ainda tenha que comparecer as reuniões de dia dos pais todos os anos, enquanto encaravam-a torto, era uma mulher em meio tantos homens, mas de fato não se importava, nem mesmo Seth, não antes de alguns meses para cá. Talvez ainda tenha que adormecer ao lado de sua mãe sempre que ouvir o soar de um trovão, ele não precisa crescer tão rápido assim. Talvez Dinah ainda sorria todos os dias, desabando quando o menor desfalecia adormecido, era pressão demais. 

Talvez Dinah não soubesse, mas era a melhor mãe que alguma criança poderia ter. E jamais acreditaria nisso caso lhe falassem anos atrás. 

Não era a melhor família do mundo, não era a mais concreta, mais perfeita, a mais sucedida ou bem formada. Não era uma família que exercia orgulho, ou esbanjava ele, muito menos desgosto, apenas a família de Seth. Aquela que não trocaria por nada, mesmo o entristecendo, ele amava cada um deles.

Enquanto a Seth?  Amando ambos os gêneros, poderia muito bem sofrer menos em um futuro distante, ou nem tanto. Afinal, quando se tem duas opções, pra que decidir se pode ficar com ambas?

Talvez a inteligência de Seth tenha salvado o dia mais uma vez. Porém não a lasanha esquecida no forno.

Lauren fungou inalando o cheiro de cinzas, similar a algo queimado. Olhou aos arredores franzindo seu cenho, encarando Camila que simplesmente mordeu seu último biscoito encolhendo seus ombros.

Talvez a pizzaria lucraria mais essa noite. 


Notas Finais


EU URREI QUANDO VI AS MENINAS
SENHOR QUE MARAVILHOSAS, AQUELES SORRISOS? EU ACHO QUE CHOREI. MAIS ALGUÉM VIU? 💕 Isso me orgulha tanto, ver a felicidade delas... E Camila? Amo a compaixão que Machine tem com ela, abraçando-a pelos ombros e sorrindo abertamente, admiro muito isso dele!

Acho que realmente não estou bem... Vou prosseguir outro capítulo, logo volto! Esse capítulo serviu para entender melhor a mente de Seth e afins... E prolongar a bad do próximo. :)

All The Love, M.


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