1. Spirit Fanfics >
  2. Do outro lado >
  3. Hospital

História Do outro lado - Hospital


Escrita por: marilia-kessily

Capítulo 3 - Hospital


Fanfic / Fanfiction Do outro lado - Hospital



O médico entrou no quarto com os meus meus pais, minha mãe estava com uma cara de felicidade estampada na cara, e meu pai também.
-Temos uma ótima noticia filha.- Meu pai falou ainda sorrindo.
-O ferimento não foi tão fundo e amanhã você já está de alta, mas você não poderá fazer nenhum esforço porque os pontos podem se abrir.- Disse aquele médico que parecia uma bugiganga.
-Tudo bem.- Falei com a maior cara de bosta.
-Você não está feliz?- Perguntou minha mãe.
-Mãe, eu levei uma facada, como vou está feliz? eu vou está feliz amanhã se vocês me comprarem uma pizza.- Falei sorrindo.
Todos eles sorriram como se minha piada fosse boa
-Mas então, como era o assaltante?- Perguntou o meu pai. -Devemos fazer um B.O.
-Ele estava de mascara, não deu para ver o seu rosto.- Menti.
-Ele tinha alguma cicatriz ou alguma tatuagem?- Insistiu o meu pai.
-Que horas são?- Logo mudei de assunto.
-Três horas da manhã.- Ele respondeu.
-Preciso dormir. Amanhã agente conversa sobre isso. Boa noite.- Falei fingindo um bocejo.
-Boa noite.- Eles falaram em sincronia.
-Charlie, eu e seu pai precisamos trabalhar, nós temos que ficar de plantão hoje, você vai ficar bem aqui sozinha?- Disse minha mãe enrolando uma mecha do meu cabelo.
-Podem ir, eu vou ficar bem.- 
Eles saíram, depois de uns cinco minutos ouvir um barulho na porta, Era o Jared. E ele estava com uma  caixa de pizza do tamanho médio.
-Pensei que você tinha ido embora.- Falei surpresa.
-E te deixar aqui sozinha? Não mesmo.- Ele sorriu.
Nós ficamos calados por alguns segundos.
-Eu acredito em você.- Ele falou me encarando.
-Sem zoeira?- Perguntei.
-Sem zoeira.- Ele afirmou. 
Ele se deitou do meu lado colocando o braço sobre os meus ombros e colocou a caixa da pizza em cima de nós. Eu estava morrendo de fome, então fui logo atacando a pizza. 
-Você não vai comer?- Falei de boca cheia.
-To sem fome, pode comer tudo.- Ele falou esticando o braço até a mesa e pegando o controle da TV. Ele ligou a TV.
 Reportagem.
''Três e vinte da madrugada já, do sábado. pronto ao policial registra mais um corpo uma rua depois do famoso bar dos motoqueiros, logo depois de achar o corpo de um idoso de aproximadamente 70 anos dentro do banheiro desse bar. Não se sabe a forma que o idoso morreu, pois o corpo dele está intacto. enquanto ao corpo do homem de aproximadamente 30 anos, os peritos vão proceder a perícia, pois os olhos foram arrancados e parece que ele foi atacado por algum animal. Os policias estão investigando as câmeras do bar nesse momento para ver se as duas mortes tem alguma ligação.''
Eu fiquei tensa, ele também. Eu sentir um medo da porra mesmo matando todas as duvidas que o Jared tinha sobre o que eu havia dito.
-Ai meu Deus.- Falei colocando a mão na boca.
Ele parecia mais tenso que eu, não falava nada, só continuou me encarando. Talvez agora ele acreditasse em mim de verdade, ou talvez ele estivesse pensando que eu era uma assassina a sangue frio, ou algum tipo de satanista que usa assassinato como oferenda. 
Minha cabeça estava começando a ficar pesada, e eu só queria voltar no tempo e nunca ter ido aquele bar. Porque isso estava acontecendo comigo? Eu me imaginei indo em cana e comecei a chorar.
-Eles vão olhar a câmera Jared, eu estou fudida.- Falei chorando.
-Calma, relaxa. Talvez as câmeras nem estejam funcionando.- Ele falou tentando me acalmar.
-E se estiverem? Eles vão ver eu indo até o banheiro, e depois vão ver eu saindo do bar e o cara de jaqueta indo atrás de mim. Você acha que vão acreditar em mim? Obvio que não, eu vou ser presa e só vou sair daqui a 30 anos.- Chorei ainda mais.
-Claro que não, mesmo se as câmeras estiverem pegando eles não tem prova de que foi você. A unica coisa que eles tem são argumentos, as câmeras não vão mostrar você matando ninguém.- Ele ainda estava deitado do meu lado.
Ele tinha razão, as câmeras não mostravam nada demais, e mesmo se eles me incriminassem, eu tinha minha consciência tranquila de que eu não fiz nenhum mal pra ninguém. E pelo menos o Jared acreditava em mim, eu não estava sozinha.
-Você tem razão.- Falei encostando minha cabeça em seu ombro. 
O telefone dele tocou, talvez fosse sua mãe querendo saber notícias sobre mim. Ele tirou o celular do bolso e logo vi o cabelo louro da Katherine na foto de contatos. 
Ele olhou para mim como se quisesse permissão para atender, mas logo atendeu.
-Oi.- Ele disse ainda do meu lado.
Dava para ouvir o som da voz daquela puta mesmo o celular não estando no alto falante.
-Porque você foi embora daquele jeito? Onde você está? - Ela disse querendo por moral.
-Estou no hospital com a Charlie, ela levou uma facada e sair daquele jeito porque fiquei preocupado com ela.- Ele falou meio alto.
-O que? Você me deixou aqui sozinha porque a Charlie levou um cortezinho?- Ela parecia irritada.
-Eu me preocupo com ela, diferente de você que só pensa em si mesma.- Ele disse num tom mais grosso ainda.
-Ok Jared, você pode voltar e ficar aqui se divertindo comigo ou você pode ficar ai sentindo cheiro de doente.- A puta tava puta mesmo.
-Ahh, é pra escolher? Se divirta sozinha.- Ele falou e logo em seguida desligou o telefone. -Isso não vale a pena.
-Isso o que?- Perguntei.
-A Katherine, você tinha razão. Não tem como uma pessoa mudar em apenas 5 meses.- Ele falou me abraçando.
-Eu sempre tenho a razão.- Sorri
Ele sorriu também. Nós ficamos conversando, mas eu estava tão cansada que logo peguei no sono. Acordei bem melhor, olhei no relógio da parede e eram onze da manhã, o Jared não estava lá, eu estava me sentindo suja e precisava tomar um banho, chamei a enfermeira e perguntei onde era o banheiro.
-Vá direto e vire a direita.- Disse ela.
Peguei umas roupas que minha mãe tinha deixado em cima da mesa e uma toalha vermelha, abri a porta e tomei um susto.
-Que susto Jared.- Falei ponto aos mãos no peito.
-Eu trouxe essa escova de dente para você, achei que fosse precisar de uma.- Ele falou me entregando a escova.
-Precisava ter um emoje?.- Falei zoando.
A escova tinha uma carinha feliz na ponta, tinha a cara do Jared que gostava dessas viadagens. 
-Até que tinha outras lá, mas achei que fosse gostar dessa.- Ele falou sorrindo.
-Obrigada por ficar aqui comigo.- Falei com a expressão de sorriso no rosto.
-Que isso? Não agradeça. Vai lá tomar seu banho que vou ficar te esperando aqui pra te levar para casa.- Ele disse deitando-se na cama.
Fui andando até o corredor , o corredor estava vazio, pois o hospital era bem organizado, cada paciente em suas devidas salas. Todas as salas estavam fechadas, continuei andando até me deparar com uma porta aberta. Olhei para dentro da sala e vi uma criança de aproximadamente 7 anos olhando para mim. Ela era careca e não tinha os dedos das mãos, não conseguir saber se era menino ou menina. A criança estava pálida e parecia que já estava morta. Ela apontou a mão sem dedos para mim.
-Passe para o outro lado.- Disse a criança ainda com o braço esticado em minha direção.
Fechei a porta do quarto dela e sair correndo até o banheiro, porque essa frase? passe para o outro lado? que lado? quem estava tentando me falar isso? e por que eu? 
 Tirei aquela roupa de hospital e tomei um banho rápido tentando não molhar o curativo, escovei os dentes e vestir a roupa, uma saia curta horrível que minha mãe havia separado e uma blusa branca com a frase ''Me perdoa mamãe'' Eu estava parecendo aqueles drogados que decepciona a mãe e depois quer a confiança dela de volta. Mas na verdade nós fizemos essa camisa no ensino médio, o professor obrigava os alunos que tiravam notas baixas a usa-la como uniforme até eles conseguir recuperar a nota. Isso mesmo, eu fui um desses alunos. O Jared tirava sarro de mim toda vez que me via com ela, maldita camisa de burros. 
Calcei a sandália e sair do banheiro secando o cabelo com a toalha. Entrei no corredor e havia muita gente em frente de uma sala, eu não tava acreditando, a sala da criança sem dedos. O Jared estava em frente a sala também.
-O que houve?- Perguntei tentando olhar para dentro da sala, mas tinha muita gente.
-Uma criança acabou de morrer aqui.-Ele disse um pouco baixo.
-A criança careca?- Falei mais baixo ainda.
- O que? Como você sabe?- Perguntou ele curioso.
-Vamos embora daqui, por favor.- Falei puxando o seu braço.
Nós saímos do hospital e entramos no seu carro. 
A fixa tava começando a cair, onde eu estava, alguma coisa ruim acontecia, alguém perdia a vida. E o pior de tudo é que eu não sabia o porque.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...