História Do You Believe in Fairies? - Capítulo 4 - Os Aposentos de Judas

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Os Aposentos de Judas 

Uma casa aparentemente de dois andares, feita de madeiras pintada de branca, uma pequena varanda na frente da mesma. 

- Pode entrar, irei buscar água - Araptes disse e começou a caminhar em direção a direita da casa. 

- Tudo bem - ele respondeu para o nada. 

Ele abriu a porta com tela para moscas e em seguida a de dentro, dentro a cada parecia mais simples que por fora. 

Chão de madeira, poucos moveis, um sofá extremamente velho, alguns pedaços da parede faltavam madeira.  

Uma escada no final do cômodo e uma porta ao lado da mesma, parecia uma casa abandonada a tempos.  

- Estão precisando reformar - ele comentou para si mesmo - onde será que estão os familiares dela?  

Seguiu em direção ao andar superior, os degraus rangendo e se curvando quando Nicholaus pisava sobre eles, não tinha nada mais que um corredor e três portas, uma a direita do corredor, outra a esquerda e uma no final.  

Nicholaus seguiu até a primeira porta e abriu, um quarto era o que se encontrava além da mesma, um colchão velho sobre uma cama de madeira e janelas quebradas.  

Fechou a porta e foi para a outra no lado oposto do corredor, a abriu e encontrou um tear uns cesto com novelos de lã, em um dos cantos do quarto ficava uma cama de solteiro melhor cuidada,  mas com colchão ainda velho, não parecia ter nada anormal no quarto exceto por um quadro, a foto emoldurada pelo mesmo era de quatro pessoas, duas crianças, uma senhor que aparentava ter mais de 60 anos e uma senhor de mesma idade ou mais, mas o que mais chamou atenção de Nicholaus nesse quadro foi a ausência dos olhos na senhora, nada além de um espaço negro.  

Olhou em volta para ver se encontrava algo mais, não viu nada que pudesse ser considerado anormal, saiu do quarto fechando a porta atrás de si e seguiu para a última porta do corredor, no momento em que ia abrir a porta ele foi interrompido.  

- Não entre nesse quarto - Araptes disse.  

Ela estava no topo da escada.  

- O que tem nele?  

- Nada demais, apenas coisas que encontrei na floresta após seus donos terem sidos levado pelos espíritos - ela respondeu - vamos, vou preparar um café e você seguirá atrás de sua filha.  

- Sim, para que lado fica o local onde os espíritos da floresta se encontram? – Nicholaus perguntou seguindo-a para o andar debaixo.  

- É só seguir pela parte de trás da casa, em pouco tempo você chega lá - já no segundo andar ela seguiu para a cozinha, na mesma havia uma mesa não muito ampla e cinco cadeiras, armários e o fogão ao lado de uma pilha de lenhas.  

Araptes pegou uma das toras de lenha com aspecto de envelhecido e colocou a mesma no fogão e o acendeu, colocou a água que havia pego minutos antes e colocou no bule para ferver.  

- O que pretende fazer quando chegar lá? – Araptes perguntou, Nicholaus se sentou em uma das cadeiras perto da mesa, ouviu a mesma ranger enquanto se sentava.  

- O que for preciso 

- Já pensou no fato da sua filha estar morta? Ela foi levada a um dia, não?  

- Você disse que elas se reunião quando a lua estava seu ponto mais alto no céu, certo? - ela assentiu - noite passada não teve lua.  

- Então você está com sorte, mas ela provavelmente será uma das primeiras a sacrificada hoje - Araptes comentou.  

- Por isso vou chegar lá o, mais rápido possível - Nicholaus respondeu.  

O bule começou a ferver, Araptes foi até o bule e o tirou do fogão, depois serviu o café em duas xicaras de barro.  

- Você vai precisar ficar acordado até o pico da lua - Ela colocou a xicara a frente dele, a mesa pendeu um pouco para o lado dela, mas não chegou a derramar o café.  

- Obrigado - Nicholaus respondeu pegando a xicara e bebendo o líquido quente da mesma.  

A luz laranja do pôr do sol invadiu a casa pelas brechas das janelas quebradas, as árvores secas sem vegetação pareciam brilhar com o sol as iluminando dessa forma.  

- Em breve você terá que ir - disse Araptes. 

- Sim, partirei em breve - Nicholaus levou a xicara aos lábios, bebendo mais do café.  

- Já ouviu falar da Lua Negra? 

- Sim, é a noite em que a lua desaparece do céu - Nicholaus respondeu. 

- Essa noite foi criada por deuses antigos, eles queriam fazer algumas coisas dos olhos de seus irmãos e irmãs, e que maneira melhor do que tirar a luz da noite e devolvê-la as trevas que um dia viveu, mas eles não foram os únicos a se aproveitarem dessa situação, muitas outras criaturas também se aproveitaram da noite da lua negra, se tornou um dia sem lei. 

- Não conhecia essa história.  

- Essa noite é hoje.  

- Essa vai ser a pior noite da minha vida.  

- Talvez possa ser a sua primeira morto, então tome cuidado - Araptes alertou Nicholaus.  

Nicholaus terminou de beber o café, enquanto Araptes já havia tomado dois copos e fazia mais.  

O sol continuava a baixar por entre as árvores ficando cada vez mais e mais tarde, Nicholaus se levanta e se dirige a porta.  

- Boa sorte em encontrar a sua filha - Araptes disse seguindo Nicholaus até a saída da casa.  

- Obrigado - Nicholaus respondeu saindo da casa, deu a volta na casa e seguiu para dentro da floresta.  

As árvores ainda negras e sem folhas, uma pequena trilha seguia por entre as árvores, as árvores quase cobrindo a trilha fazendo ela quase desaparecer.  

Depois de olhar em volta e ver o sol ao oeste julgou que a trilha seguia para o leste.