China, 13h21min (1995)
A chuva densa castiga os céus, os feirantes recolhem suas mercadorias e as senhoras mais humildes estavam chegando pra o fim da feira, mesmo não se podendo ouvir, à metros dali em um beco alguém estava dando a luz solitária sentindo a chuva anestesiar sua dor, seus gritos estavam sendo abafados pelos sons urbanos, algumas pessoas passam próximas, mas a ignoram, pois sabem que o parto não era de boa união e sem duvidas a criança não deveria estar ali, o pensamento de muitos que se viam como misericordiosos era que a criança nem nascesse e desse a chance a jovem mulher de ser alguém de bem, a garota apertava as sacolas de lixo do restaurante que fica ao lado e sentia a dor aumentar e algo rasgá-la, a pobre não sabia como se sentir já que a vinda de uma criança não devia ser algo a se envergonhar, entretanto apenas ela pensava assim já que nem seus pais e muito menos seu amado viam dessa maneira, “Eu não posso assumir isso e jogar o nome da minha família na lama” ela se lembrava das palavras do homem que desprezou-a depois que contou sobre a criança, ela podia sentir aquele pequeno ser saindo dela e a segurou em seus braços de forma desajeitada, já que a dor ainda a consumia, entretanto mesmo com a criança ali ainda doía demais e foi quando ela notou que não era apenas uma, acomodou a primeira neném em uma das sacolas de lixo e fez força pra que a outra viesse e logo pode ouvir o chorinho abafado da criança. A porta de trás do restaurante se abriu e um garoto olhava a cena perplexo e em sua mente relutava entre ajudar e fingir que não viu, mas sua humanidade venceu. O garoto segurou as crianças e tentou falar com a mulher que estava perdendo muito sangue e com o rosto inchado.
_ Senhorita... Ele chamou, mas ela não se movia. Na verdade ela o conseguia ouvir, mas seu corpo já estava fraco e seus movimentos estavam limitados e jamais desejou a morte com tanta ansiedade e foi quando tomou sua atitude mais egoísta fechando os olhos, o garoto assustou-se pensando que a mulher havia morrido e apenas pegou as crianças e levou pra dispensa. O garoto chamou sua mãe que era dona do restaurante que o ajudou a cuidar das crianças e ao explicar a situação à mulher resolveu ficar com as duas, tal mulher não tinha o mais puro coração, mas por hora aquilo bastava às meninas, a mulher acariciou o rosto de uma delas que estava embrulhada em alguns panos.
_ Yami e Rin. Ela disse o nome que escolheu pra ambas enquanto Jack seu filho mais novo brincava com uma das crianças.
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