História Doce Acaso - 2

- Certo...- Falei enquanto caminhava ao lado de Carlos- Eu meio que sou um pouco arrogante mesmo. Mas qual é... Ela mentiu sobre o próprio nome! Isso foi muita mancada com você.

Depois que o Rafael voltou para sala ele apresentou a aluna nova. E adivinhem! O nome dela não era Eco! Que surpresa! Quem poderia imaginar? 

O bom disso é que Carlos vai aprender com a minha descrição de alto nível. 

- Eu te falei que ela podeira ta brincando! - ele responde na defensiva-  Além disso, ela não era obrigada a falar o nome verdadeiro.

Dou uma risada irônica.

- Certo, catador. Como quiser- Coloco a mão no ombro dele- Só não vai se apaixonar!  

Estava na hora do intervalo. "Nossa, Caio! Nem vai contar o que aconteceu nas duas aulas seguintes?" Nah, não vou. Sabe por que? Por que não aconteceu nada de interessante. Só professores falando e falando, e não vejo necessidade de narrar as aulas que eu tenho. 

A menina nova...( "menina"?) vou me corrigir... A garota nova, estava sentada em um banco sozinha lendo um livro. 

- A sua paquera da vez ta ali- digo apontando pra ela.

- Caio, seu imprestável! - responde abaixando minha mão. - Não aponta! Ela vai achar que estamos falando dela! 

- Mas a gente está! - respondo fazendo cara de cínico- Já se apaixonou! Isso vai dar ruim.

- Eu não me apaixonei! E para com isso! 

Começo a andar em direção a garota que esta sentada lendo o livro. Não precisei olhar pra trás para saber que Carlos estava resmungando,pedindo pra mim parar de um jeito que não ficasse perceptível. Avancei até ela e sentei ao seu lado cruzei as pernas e coloquei as mãos encima do joelho. E naquela posição, fiquei encarando Carlos. 

Ele tava perguntando sem emitir sons, "o que você esta fazendo?" Eu tirei uma das mãos do joelho e bati de leve no espaço do banco que tinha ao meu lado.

Ele me encarou e aos poucos foi se aproximando.

Há essa altura do campeonato, a garota já tinha reparado nossa presença. E se não tivesse, Meu Santo Cristo, eu teria muita coisa pra reclamar com ela. 

Elas nos olhou. Eu pude ver melhor o livro que tinha na sua mão. " O Mar de Monstros - Percy Jackson e os Olimpianos". Se eu não me engano, estreio um filme com um titulo parecido ano passado. 

Carlos estava totalmente travado, e ela nos encarando como se fossemos loucos. 

- Então...-ela disse nos encarando. - Algum motivo especial pra virem aqui? 

- Ah, sim- disse com cara de cínico, essa cara é uma das que eu mais gosto de fazer.- Vimos dar as boas vinda para nossa querida companheira de classe, "Eco".

Ela cora na hora e olha pra baixo, Carlos me manda um olhar de advertência. 

- O que foi?- pergunto para ele

- Você é terrível!- Ele responde. 

- Certo, Certo.- faço movimentos pra baixo com as mão num sinal de "calma, eu ainda não acabei".- Mas então, eu escutei o Rafael te apresentando como Isabelle. Como nos explica isso, "Eco"? 

Ela deu uma risada. E olhou pra gente. 

- Confessem que foi engraçado.- Ela diz ainda rindo. 

- S-sim, foi sim - Disse Carlos

Ele tava caidinho por ela. 

- De onde tirou esse nome? - pergunto

Ela coloca um marca paginas e fecha o livro. 

- De conto da mitologia grega. Eco e Narciso, é sobre uma ninfa que é amaldiçoada por enganar uma deusa, a maldição só permite que ela diga a ultima palavra que alguma pessoa disser, ela não consegue falar se outra pessoa não falar, foi ai começou o eco de acordo com a mitologia. O Narciso no caso,é o cara por quem ela se apaixonou, mas ele se enfeitiçou, ficou olhando o próprio reflexo sobre o rio até a morte.

- Fascinante! - respondo.

- Humrum- diz Carlos.

Certo, isso já ta ficando bobo. 

- É, Isabelle - começo- Como pode observar, meu amigo bobão se interessou por você - ele me me olha como se perguntasse "Você pirou?", e o pior é que eu pirei mesmo. Não consigo ver ele quase babando só de olhar pra garota.- Você poderia me fazer um favor de sair com ele? 

Ela começou a rir e balançou a cabeça positivamente. 

- Claro - ela responde

Carlos me encara come se não tivesse acreditado.

- Mas com uma condição- ela logo complementou

- Que condição? - pergunto calmo.

- Eu tenho uma amiga, que esta meio enferrujada nesses lances de "encontro", então queria pedi pra você sair com ela. Essa é minha condição!

- Só isso? - pergunto com cara de cínico (que surpresa) 

- Sim, se você sair com minha amiga eu saio com seu amigo! 

- Certo- respondo- Só tem um problema. 

Ela me olha como se já soubesse que eu iria recusar

- Qual?- ela pergunta de um modo calmo.

- Eu não saio com alguém, fora com minha irmã e minha família, há... hummm... mais ou menos... 18 anos 

Ela dá uma gargalhada forte. 

- Você nunca teve um encontro? - ela pergunta me debochando- Que piada!

- Pode rir- digo me acomodando no banco- Não ligo pra isso. Meu objetivo é chegar na faculdade com boas notas. Não preciso sair em encontros, não preciso de namorada. Eu estou bem onde estou. 

- Certo - ela responde ainda rindo- Então não tem encontro

- Eu não recusei sua proposta - sorri para ela - Me passa o numero do telefone e o endereço. Ela vai ter um dos melhores encontros da vida dela. 

E eu, vou ter a pior noite da minha vida.