Xiumin era meu melhor amigo antes de finalmente se tornar meu namorado. Eu sabia que poderia contar qualquer coisa a ele. Sabia disso mas lembro que não consegui dizer que gostava dele na época e isso me atormentava todo santo dia. Sempre acabava adiando e prolongando tudo. Demorou tempo demais para notar o tipo de sentimento que carregava por ele. Não era mais amizade, eu queria cuidar dele e sempre vê-lo feliz e saudável.
Mas também, mesmo que só um pouco, queria descobrir se ele se sentia assim também. Desisti de tentar por hora assim que notei outra coisa, que ele estava diferente e mais próximo de mim. Passávamos mais tempo juntos e éramos quase inseparáveis achei que estava confundindo tudo e que isso faria mal a nós dois posteriormente se eu não tomasse a decisão certa. Em todos esse anos duas coisas que descobri de Xiumin é que ele era sensível e escondia seus sentimentos. Ele nunca me disse suas preferências, por exemplo, e eu nunca perguntei também por receio.
Estamos juntos hoje graças aos nossos amigos e a cobrança que tive quando me abri com somente dois mais próximos. Um deles o mais velho, Suho, me obrigou a sentar e chamou Xiumin com um berro na mesma hora na cozinha. Arrependi de ter contado assim que vi o quão amedrontado o pobrezinho tinha ficado quando segurei em seus dedos e pedi para que sentasse mas não larguei de suas mãos, pelo contrário enlacei nossos dedos. Ele estava confuso receoso com o que o meu toque significava ou as minhas próxima palavras. Tínhamos uma pequena platéia mas aquilo não importava para mim na época. A resposta dele podia mudar a minha vida, eu não seria mais o mesmo tinha certeza. Xiumin disse para mim falar o que tinha que dizer logo porque estava ansioso, suas mãos suavam tanto.
Ninguém dali presente com exceção de Suho sabia do que se tratava. De repente Luhan, Sehun, Kai, Baekhyun e Tao desligaram a TV e se tornaram telespectadores barulhentos. Ninguém sabia o que estava acontecendo e só se calaram depois que peguei na outra mão de Xiumin e Suho ameaçou bater em todo mundo se eles não se calassem.
- Chen... - Xiumin piscou e apertou meus dedos receosos. - E-eu... O que está acontecendo? - Sua expressão era séria e aquilo me deixava tão amedrontado. Nossos amigos estavam assistindo e ele ficava cada vez mais desconfortável.
Abri minha boca para falar mas minha voz não saiu.
- V-você não vai se mudar né? -Xiumin retomou me olhando com uma expressão abalada e naquele momento eu percebi que não importava a sua resposta eu ficaria ao seu lado para sempre.
- Não, meu bem. - Sua expressão suavizou com a forma doce com que me direcionei mas voltou a retesar quando me aproximei levantando da cadeira a arrastando até o seu lado.
Olhei para Suho e ele entendeu que eu queria fazer aquilo sozinho. Saiu e fechou a porta atrás de si e com isso finalmente ficamos a sós, sem ninguém bisbilhotando.
Só eu e Xiumin.
Levei minhas mãos até seu cabelo acariciando os fios enquanto confessava abertamente sentindo meio peito apertar como fui me apaixonar por ele, pelo seu jeitinho quieto mas muito marcante, sua positividade e pureza, bom humor, por colocar paixão em tudo que fazia e sensibilidade. Ainda disse o que eu sinto cada vez que ele está próximo demais, como ele ilumina os meus dias me dando força e energia, meus planos para começar um relacionamento sério e como aquilo vem tomando o meu tempo recentemente. Falei tudo que podia e continuei mesmo depois de seus dedos começarem a tremer e ele segurar no meu rosto.
- Hey, pare. É... e-eu não estou conseguindo pensar direito... - Ele analisou meu rosto, enquanto sussurra um por favor fraco. Parei de falar mordendo o meu lábio e vi quando sua pálpebras pareciam mais pesadas. Xiumin segurou em meus ombros firmemente e abaixou a cabeça tocando em meu peito.
Sabia que seria naquela hora.
Mas Xiumin não levantou a cabeça por cerca de um minuto. Chamei pelo seu nome e ele não respondeu. Fiquei desesperado e tentei erguer a sua cabeça mas ele estava tão pesado. Ele havia desmaiado. Lembro que gritei por Suho em seguida e ele imediatamente apareceu ali com os outros garotos.
- Fazem dois anos já. - Falei envolvendo xiumin em um abraço apertado o fazendo pular de susto. Mas ele logo se recuperou, lavou as mãos e se virou para mim para me beijar docemente. Depois sorriu daquele jeito tão brilhante que me deixava louco de amores. O beijei novamente porque não era justo ele ter um sorriso tão bonito. - Tá tão cheiroso... - Escorreguei meu nariz pelo seu pescoço e ele se agarrou em minha costas com força quando selei sua clavícula silenciosamente. Ele morria de vergonha quando eu tentava fazer algo ousado como beija-lo mais ardentemente, tocá-lo um pouco mais que o necessário e falar coisas indevidas.
Suas bochechas entravam em chamas instantaneamente e ele sempre tentava me evitar depois.
- É mesmo! - Puxou minha cabeça para trás para me impedir de tocá-lo.
- Ahh, até você admite que está bem cheiroso... Me deixa te cheirar de novo!
- Não. - Senti meus cabelos serem puxado - O que eu quis dizer é que eu me lembro sim que já fazem dois anos. Como esqueceria?
- Aí! Aí! - Xiumin desfez o nosso abraço e eu fiz um biquinho.
- O café está pronto! - Sentamos na mesa juntos e Xiumin acariciou meu rosto de repente me pegando de surpresa. - Como poderia esquecer? Era eu quem planejava te contar mas aposto que seria completamente diferente... - Amava quando ele falava naquele tom carregado de carinho.
- Com certeza! Aposto que não desmaiaria e seria levado ao hospital pela vizinha - Brinquei e ele me beliscou a minha bochecha.
- Não, eu ficaria muito nervoso... - Xiumin acariciou minha bochecha e eu sorri. Ele parecia um pouco inquieto provavelmente estaria pensando no que faria a dois anos. Ele encheu nossos copos enquanto falava. - Mas valeu a pena eu gostei de todas flores e dos chocolates e principalmente do meu beijo.
Me inclinei em sua direção e o beijei intensamente. Ele ainda era o mesmo garoto que eu havia me apaixonado, com o mesmo sorriso, mesmo brilho nos olhos. Agora ainda mais bonito e maduro.
O beijei novamente dessa vez disposto a tirar-lhe o ar dos pulmões e de transmitir todo amor e admiração que eu sentia.
- Os pombinhos são assim todo dia? - Ouvi uma voz não tão familiar seguida de uma risada escandalosa.
Xiumin se separou de mim no mesmo instante que ouvimos a voz e eu fiquei um pouco chateado mas não disse nada a ele.
- Não Chany é que hoje é um dia muito especial! - Baekhyung se enfiou entre nós não se importando em ser mal educado. Segurou nossos ombros e nós deu um abraço bem apertado - Toma o meu presente abram depois, são blusas de casais.
- Ahh Baek! - Fingi uma careta e Xiumin sorriu largo. Mas ambos gostávamos dessas coisas.
- Obrigado
- O Chany que me ajudou a escolher mas ele tem um péssimo gosto então...
-Eí! - Chanyeol seguiu o namorado que fugiu para o outro cômodo sorrateiramente.
- Nem vou abrir o meu aqui - Falei no ouvido de Xiumin e ele virou para mim assentindo.
- Vai dormir aqui hoje né? - Falou enquanto voltava a comer pão torrado e uns bolinhos de chocolate junto com café.
- Por quê? Você não vai?
- Não. Na verdade eu ia te falar... Tô querendo ir para a casa dos meus pais. Você quer ir junto? Faz tempo que eu não os visito.
- Umm Claro! - Senti Min respirar aliviado e morder os lábios.
- Ah que bom. Eles me pediram para te levar. Tava com medo de ir sozinho e brigar de novo. Minha mãe falou que eles estaram nos esperando ansiosamente e que dessa vez ela garante que nada da última vez vai se repetir e eu torço muito por isso. Porque…
- Nunca deixaria você ir sozinho amor. - Beijei sua testa e ele assentiu silenciosamente me abraçando.
Lembrar da minha primeira visita dava calafrios. Depois de quase um ano namorando Minseok resolveu me apresenta aos seus pais. Foi um completo desastre. Pois ele e seu pai já não andavam bem desde que ele começou a fazer a universidade de medicina veterinária contrariando completamente o desejo do pai.
Lembro que a mãe dele o humilhou na minha frente quando ele disse que era gay dizendo que sempre soube, de o que diria para suas amigas, primos, irmãs e conhecidos por ter um filho daqueles e outras coisas repugnantes que não vale a pena relembrar. Enquanto o pai era pior, o encarava friamente como se ele não fosse seu filho ora ou outra falava repetidamente sobre a minha grande influência na vida do único filho. Não aguentei ouvir mais nada e disse poucas e boas, uma delas que eu era seu namorado e não o deixaria voltar para aquela casa enquanto eles não pedissem desculpas decentemente, enquanto eles não o aceitassem e não dessem valor que Minseok merecia e outras coisas que uma família de verdade faria.
Acho que depois de um ano quase sem nenhum contato eles perceberam que era sério. Eu estava bem relutante em voltar para aquela casa novamente mas era o desejo de Xiumin. Nunca esquecerei quantas lágrimas tive que enxugar, quantos abraços tive que oferecer-lhe para tentar mandar embora toda a sua dor e sofrimento.
Ele não se afetava tanto agora mas eu sabia que ele ainda se importava.
- Obrigado Chen. - Terminamos o café e assim que levantamos da mesa pronto para nos despedir Suho apareceu sonolento e nos cumprimentou.
- Aonde vão a essa hora posso saber? - Descabelado ele encheu um copo de leite e tomou.
- Vamos ver meu país. - Minseok falou e eu observei a reação de Suho. Ele engasgou com o leite gaguejando.
- Certeza? Como assim? E vocês não iam falar comigo? Quer que eu vou também? - Ele levantou quase gritando em plena oito da manhã.
- Não relaxa! Vamos tentar resolver as coisas. Você pode ficar aqui descansando.
- Você sabe que é impossível descansar nessa casa. - Suho falou e a gente riu porque era a verdade.
Como que para enfatizar suas palavras ouvimos um barulho do cômodo ao lado seguido por um grito.
- Quantas vezes já falei pra eles não ficarem lutando dentro de casa? - Suho falou fazendo massagem nas têmporas.
- Acho que o Baek machucou alguma coisa meu Deus! - Chanyeol saiu apressadamente carregando o mesmo entre os braços e Tao veio atrás.
- Eu nem relei nele não me processa pelo amor de Deus!
Rimos apesar de trágico.
- Me liguem se acontecer de novo que eu vou imediatamente.
- Obrigado - Xiumin abraçou Suho e o mesmo sussurrou algo em seus ouvido.
Permaneceram sussurrando um no ouvido do outro por um tempo. Até eu me cansar e ir me despedir dos outros.
Kai e Sehun estava dormindo e Luhan estava jogando no seu celular entretido naquele jogo novo que uma vez vi Xiumin jogando também me despedi dele e voltei para cozinha.
- Chega vocês dois! - Falei ao ver eles ainda abraçados.
- Chen sério me avisa se tudo ocorrer bem também. Vocês sabem que eu torço por vocês porque que eu amo vocês.
- Tudo bem! Só não tente roubar o meu Min e pode deixar que eu aviso sim. - Sorri pegando na mão de Xiumin. - Fiquei com ciúmes!
Xiumin riu apertando meus dedos.
-Hmm... E tava até me esquecendo tenho que ir lá ver o que aconteceu com o Baek…
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