História Doce Aurora - Once...

Além do fim…

Eu sou aquela que por muito tempo chamaram de “A Bela Adormecida” e recentemente tive minha verdadeira história revelada, finalmente algum ser com senso de justiça decidiu lhes contar o que de fato aconteceu.

Eu assumi a coroa do Reino que era de meu pai, passando ser a Rainha, Malévola me auxiliava em praticamente tudo, como sempre, e também liderava os moors mesmo tendo abandonado a coroa, assim que tudo se estabilizou comecei a aprofundar meu relacionamento com Philippe aos poucos, partindo da amizade, uma vez que não tivemos tempo para nos conhecer diante das circunstâncias nas quais fomos apresentados.

Agora, provavelmente, você deve estar pensando que aconteceu o glorioso “e fomos felizes para sempre” porém se enganam, fui feliz sim, no início, Philippe se tornara meu melhor amigo e confidente, mas mesmo com todas suas tentativas meus sentimentos por ele nunca passavam disso, e enquanto minha vida amorosa estava um fiasco Malévola parecia estar indo bem com seu recém iniciado envolvimento com Diaval, eu não gostava nada da ideia deles juntos, mas nada podia fazer.

Provs Malévola

Depois que tudo acabou, os reinos finalmente se acertaram e a muralha de espinhos foi desfeita, parecia que tudo estava correndo às mil maravilhas.

Minha Praga estava tão feliz, vivia sorridente e alegre pelo campo, mas sempre  com aquele moleque a tiracolo, e o que mais doía era ver que ele era a causa de toda a sua felicidade, e isso era tão injusto.

Ela havia roubado o Resto do meu coração, eu havia a libertado do meu próprio feitiço com um beijo de amor verdadeiro, será que isso não havia sido o bastante para ela perceber o quanto eu a amava? Tantas noites velando seu sono, cuidando,  protegendo, minha doce Aurora, minha Praga.

Mas eu saberia esconder meus sentimentos, não seria capaz de perde-la, não de novo. E por isso, guardei meu amor o mais fundo possível dentro do meu peito, o enterrei e finalmente resolvi dar uma chance a Diaval, era um bom garoto, e havia demonstrado lealdade por todo esse tempo, e eu estava demasiadamente sozinha, precisava ocupar minha cabeça com algo que não fosse aquele Loira tão linda, de sorriso fácil.

Provs Aurora

Os dias se passavam e cada vez mais ficava evidente minha insatisfação com toda aquela situação, Philippe há muito já havia notado, e seu incómodo era notório.

-Aurora, precisamos conversar - Estava encostada na janela de meu quarto olhando malévola voar quando o ouço a voz dele tirando-me de deus Devaneios.

-Claro, sente-se e me conte do que se trata - Disse virando-me e sentando juntamente com ele na beira da cama.

-Você é feliz? - O encarei com uma expressão de interrogação no rosto -Digo… É feliz ao meu lado? Eu te faço feliz? - Minha respiração falha brevemente, sinto meu coração "errar" uma batida e seguro ambas as mãos em meu colo numa tentativa de conter minhas emoções e me acalmar.

-Mas é claro que sim Philippe, você é meu melhor amigo, eu amo estar com você, prezo muito sua companhia. - Disse sorrindo e o vi abaixar a cabeça tristemente.

-Ai esta Aurora. Eu sou apenas seu amigo, você jamais me olhou de outro modo. - Sua voz soa fraca e amargurada, podia sentir o incômodo que aquele assunto trazia para, comigo não era diferente mas eu nunca havia faltado com a verdade para com ele.

-E nunca lhe dei garantias disso Philippe, nunca te prometi amor eterno… -  procurei manter a voz branda, de modo que lhe passasse calma.

-Mas aurora, eu amo você, e o que mais queria era que meu amor fosse correspondido- ele disse agora segurando minhas mãos entre as suas de maneira suave.

-Philippe… - Digo seu nome e aperto delicadamente suas mãos, olho diretamente em seus olhos para que não houvesse brechas para mentiras ou dúvidas. -Não é a ti que pertence meu coração, e isso ficou claro como água no dia da quebra do encanto. - Não queria magoa-lo mas também não poderia o enganar, eu amava Malévola, e tinha certeza que ela também me amava, pois o beijo dela quebrou a maldição, e ela própria havia dito “A princesa vai poder acordar de seu sono profundo, mas somente por um beijo de amor.” logo, isso significava que ela também me amava como eu a amava, e mesmo ela estando com Diaval eu lutaria para tê-la comigo

-É a bruxa não é? A quem pertence seu coração, é ela não é? - Sua expressão havia se transformado para puro ódio, se levantou da cama e se pos a minha frente.

-Acalme-se por favor, e sim, é ela, Malévola, é a dona do meu coração. - Respondi com sinceridade, não havia porque mentir, mais cedo ou mais tarde ele iria descobrir, era preferível que fosse agora.

-NÃO. SE NÃO FOR MINHA NÃO SERÁ DE MAIS NINGUÉM AURORA - Neste momento ele avançou pra cima de mim agarrando meu pescoço, me pressionou contra a parede me enforcado. Resgatei o máximo de ar possível em meus pulmões e gritei por Malévola…

Provs Malévola

Eu sobrevoava pelo território dos moors, me divertindo com as doces criaturas quando escuto meu nome ser gritado, aquela voz eu reconhecia muito bem, era minha pequena praga, rumei o mais rápido que pude para a torre se seu quarto, quando cheguei a vi quase sem vida com Philippe apertando seu pescoço, voei com tudo pra cima dele, o derrubando no chão e o imobilizando com magia, volto minha atenção para aurora que estava desfalecida no chão, a deitei na cama e me inclinei em direção a ela, selando levemente nossos lábios porém sem a intenção de beija-la embora eu desejasse muito isso, mas sim transferindo ar para seus pulmões, vagarosamente ela foi recobrando a consciência.

-Olá Fada Madrinha.

-Olá praga! 

Ela sorriu para mim como no dia da quebra do feitiço, levo uma mão até seu rosto e afago com suavidade, sorrio quando seus olhos se fecham com o contato, como ela conseguia ser tão perfeita?

-Me salvou de novo fada madrinha...

-Eu vivo pra isso minha pequena praga, e o farei quantas vezes for necessário, pois a vida sem você se tornou simplesmente impossível - Abro um sorriso para ela que me olhava com os olhos marejados,  me afastei um passo e estendi a mão para que ela se levantasse , por um momento havia me esquecido da presença de Philippe no quarto, ao olhar seu rosto me enchi de raiva, como eu poderia ter entregado aurora assim tão fácil para este infeliz? Estendi minha mão pronta para lhe lançar uma maldição mas fui impedida por Aurora.

-Por favor, não faça isso, vamos esquecer! - Ela me olhava como que a por pedir clemência e eu já não podia dizer não ou oferecer qualquer resistência a aquelas pérolas azuis.

-Tudo bem...- Disse abaixando a mão e fazendo a faixa verde de magia desaparecer. - Mas… Você Philippe, jamais poderá voltar a pôr seus pés em nem um dos dois reinos, nem no dos moors e nem no de Aurora. Se ousar algo as criaturas o pegarão e dessa vez não terei piedade, estamos entendidos? - Mesmo com nítida relutância ele acaba que por acenar positivamente com a cabeça, dando a entender que havia entendido o recado e que aceitava a condição,  num estalar de dedos o fiz desaparecer de volta para seu reino.

-Obrigada...Malévola...

Era a primeira vez que ouvia meu nome sair daquele modo dos lábios da minha pequena, e ficaram tão lindos, jamais senti tanto agrado em ouvir meu nome como agora.

-Não porque agradecer. Tudo por você, Aurora! - Disse beijando sua mão em seguida ela a segurou e levou até seu rosto, fechei os olhos quase que instantaneamente quando a senti depositando um beijo em minha palma, abri os olhos para fitar fascinada aquela cena, a vi se aproximar lentamente e em fração de segundos selar nossos lábios, calmo e terno, o gosto de sua boca havia se convertido no meu sabor favorito, passei minhas mãos em sua cintura e a aproximei mais de mim, por tanto tempo havia sonhado com esse momento, com esse beijo, estava tão imersa que sem que nos déssemos conta a porta foi aberta.

-Malévola…

Reconheci a voz de imediato, era Diaval.

-Diaval me escute…

-Está tudo bem Malévola, eu já sabia que isso aconteceria algum dia, soube desde o dia da quebra do feitiço, O amor verdadeiro. - Ele disse se aproximando de nós. - Por isso não se preocupe, eu entendo. E apoio - Meus olhos estavam marejados, nunca fui dada a sentimentalismos então apenas acenei com a cabeça em sinal de entendimento e sorri para ele, Aurora me abraçou e ali eu soube que a felicidade finalmente teria início.