Mag Decidiu que precisava visitar Albert na clínica mais cedo possível, já que ele sabia quem ela era e motivo por que estava lá. Não gostava da perspectiva de ver o homem que usara a cláusula de um contrato para se vingar de um ex-amigo porque, por mais ingênuo que Damien Magnos tivesse sido, fora isso o que Albert fizera.
E, embora ainda estivesse chocada com as coisas Castiel lhe revelara sobre seu pai, Mag ainda sentia que devia a ele a consideração de ouvir do próprio Albert toda história.
Por insistência de Castiel, Mag permitiu que ele a levasse à clínica, onde alguns jornalistas estavam de plantão para acompanhar as condições de saúde de Albert, e pularam sobre eles assim que passaram pela porta.
— Sr. Bettencourt, é verdade que seu pai está pior do que diz o porta-voz da clínica?
— Ele melhorou?
— As ações da Bettencourt vão subir com a expectativa de sua tomada total de controle?
As perguntas partiam rápido de todas as direções, os microfones empurrados sem cerimônia em direção a eles e Mag percebeu como Castiel Bettencourt era importante para os noticiários.
— Vocês ouviram a declaração do porta-voz da clínica. As condições de meu pai são estáveis – respondia Castiel enquanto continuava a andar.— Não tenho nada a acrescentar.
— Sr. Bettencourt! — A voz da jornalista se ergueu acima das . — Podemos deduzir, por sua chegada aqui acompanhado...— O olhar ávido caiu em Mag. — Que seu relacionamento com a supermodelo Debrah D'Angelo está realmente terminado?
Mag arquejou de leve quando um flash lhe explodiu no rosto.
— Sem comentários.
O braço de Castiel circulou os ombros de Mag num gesto instintivo de proteção, e ela afundou o rosto naquele peito forte quando a câmera funcionou de novo antes que ele pudesse leva-la para dentro do edifício.
— Desculpe por isto. — O rosto era severo.—Faz parte, lamento.
— Está tudo bem. — E Mag sentiu a falta súbita daquele braço em torno de si.
Achava que jamais se acostumaria a viver sobe a luz dos holofotes, como ele. E tentou não pensar no que a jornalista perguntara enquanto Castiel a levava em direção ao elevador.
— Lembre-se, ele está doente — recomendou Castiel quando ela recusou sua companhia no quarto de Albert.
— Ao contrário do seu pai, eu tenho ética.
Mag viu uma enfermeira que passava encarar Castiel, e mais uma vez comprovou como ele era atraente para todas as mulheres. A constatação, aliada ao estado abalado dos nervos, a fez enrubescer ao adentrar o quarto de Albert.
— Era um ambiente claro e lindamente mobiliado. Mag viu o equipamento em torno da cama onde Albert estava deitado, com as costas sobre uma pilha de travesseiros.
— Como está se sentido? — A preocupação de Mag era verdadeira, apesar de tudo.
Ele estava pálido, mas parecia muito relaxado.
— Sem preliminares, criança. — Ainda o mesmo homem impaciente, dispensou a preocupação dela. — Pode ver como estou. Vivo! E você, acredito...— Os olhos claros eram muito diretos.—...que gostaria de me dizer algo.
Agora Mag se perguntou por que se preocupara tanto com o que dizer. Albert ara tão parecido com Castiel. Os homens Bettencourt sempre iam direto ao ponto. Bem, ela também.
— Por que fez o que fez com o meu pai? Não me importo com quantos documentos ele assinou, você podia ter admitido que o conceito do MiracleMed era dele.
A boca de Albert se contorceu enquanto ele pensava na melhor maneira de responder.
— Cast lhe disse isso? Que eu poderia ter feito a coisa descente e decidi não fazer?
— Não, ele não precisou.
Então era por isto que ele parecera tão devastado no dia anterior, pensou Mag, quando voltara da clínica. Mas Castiel não lhe contara porque, lógico, queria proteger o pai, embora estivesse abalado pelo comportamento dele.
— Ah, sei sobre sua...esposa. — Doía horrivelmente dizer aquilo, aceitar que o pai tivera um caso. — E, sim, o Castiel me contou. Mas isto não era o motivo para...
Mag não conseguiu continuar. A dor e o ressentimento, a raiva e a sensação de traição... Estava tudo lá, angústia de sua expressão.
— Você já amou, Mag?— A voz havia suavizado enquanto ele lhe estudava o rosto. — Não, não responda, isto não desculpa nada. Mas Ambre foi a única mulher que amei depois que a mãe de Cast me abandonou... abandonou nós dois... por um rancheiro australiano. Não suportei quando vi tudo acontecer de novo. Fiquei louco de raiva e ciúme. Damien me roubou... me tirou uma coisa que dinheiro nenhum pode comprar. Desde então, porém, percebi que estava meio ensandecido, e era idiota demais para enxergar que ela se casara comigo pelo meu dinheiro. Pensei que era justo tomar alguma coisa dele. Mas isto me assombrou todos estes anos: ter feito o que fiz com um colega e amigo. Sei que não tem grande valor, mas lhe peço desculpas. Estou profundamente arrependido.
Mag não sabia o que pensar... o que dizer. As emoções eram fortes demais, controvertidas demais. Lágrimas lhe queimavam os , e então fez a única coisa que podia: fugiu. Apenas para se chocar contra alguma coisa quente e sólida enquanto dobrava um canto de corredor.
— Que diabos...?
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