História Doce Novembro - A Estranha

Minha semana foi como todos os dias são.
Parada. Um tédio.
Hoje era sexta e por um milagre algumas pessoa vieram a biblioteca.
Eram alguns estudantes fazendo algumas pesquisas.
Ajudei eles com alguns livros.
Ontem a noite não havia dormido muito bem, e eu não tinha trazido café hoje.
Como tinha gente aqui, ainda mais adolescentes, não pude sair para comprar café.
Estava morrendo de sono.
Quando estava prestes a dar 18h avisei que tinha que fechar a biblioteca, acho que eles neim me ouviram.
Além de me atrasarem quase uma hora para fechar eles ainda fizeram uma bagunça com os livros.
Acabei ficando até mais tarde para arrumar a bagunça que eles deixaram.
Quando acabei de arrumar tudo fui descansar um pouco e acabei adormecendo.

Acordei assustado. Tinha dormido na biblioteca, peguei meu celular para olhar às horas e ele marcava 23:42.
Juntei minhas coisas rápido e fechei a biblioteca.
Estava louco pra chegar em casa e tomar um banho.
Se eu quisesse comprar comida teria que me apressar, já que o restaure fechava meia noite.
Decidi cortar caminho passando pela velha ponte.
Era um caminho deserto.
Depois que arrumaram a cidade toda, algumas ruas foram sendo menos usadas.
Peguei minha bicicleta e comecei a correr.
Não estava a fim de chegar em casa e ter que preparar algo para comer. Estava exausto.
Por sorte a iluminação da ponte ainda funcionava.
Comecei a correr mais até que a visto uma coisa que me faz frear de repente.
Tinha uma garota na ponte.
Uma garota bem estranha pra falar a verdade.
Ela estava de costas para mim mas dava pra ver aquele cabelo enorme e rosa.
Sim, rosa. To falando que a garota é estranha.
Sem falar que ela era tão branca como uma folha de papel.
Ela estava se aproximando da beirada da ponte. Só ai percebo oque ela estava fazendo.
Ela se senta na barra de proteção e olha para baixo, tenho a impressão que ela treme um pouco.
Não podia deixar ela se suicidar assim.
Mas também não sabia oque fazer.
Então resolvo chamar ela.
- Ei, oh garota estranha.
Ela se vira para mim e me olha com aqueles olhos verdes.
Sinto cada pelo do meu corpo se arrepiar.
Tá, ela podia ser estranha, mas ainda sim era linda.
- Tá falando comigo?- Ela pergunta com uma voz inocente.
- Você ta vendo outra pessoa aqui?- É claro que era com ela, que pergunta idiota.
- Sim... Estou vendo você.- Ela diz e da um sorriso.
Nossa vai ser irritante.
- Oque você ta fazendo ai?- Pergunto, mesmo já sabendo a resposta.
- Oque você acha?! Não é óbvio?!- Ela diz olhando novamente para baixo.
Reviro os olhos.
- Você devia descer daí.- Digo me aproximando dela devagar.
- Será que é tão alto como parece?- Ela pergunta ignorando totalmente oque eu havia acabado de falar.
- Desce logo daí. Não me faz perder mais tempo.- Digo já irritado.
- Você ta ai parado ainda porque quer, hora nenhum te pedi pra ficar.- Ela diz muita grossa. Me sinto discutindo com uma criança de 5 anos.
- Quer saber... Então pula logo.- Digo dando de ombros.
Essa garota estava ne irritando muito.
- Você quer que eu pule?- Ela pergunta e quando eu a olho ela estava me encarando.
Aqueles olhos verdes. Eu sintia que ela podia ver minha alma.
- Eu não disse isso.- Olho nos seus olhos e ela desvia olhando novamente para baixo.
- Por que você ainda está aqui?- Ela pergunta sem me olhar.
Por quê eu ainda estava ali mesmo?!
Eu não conseguia responder aquela pergunta.
Talvez porquê eu estivesse cansado da mesma rotina, e é a primeira vez que me acontecesse algo de diferente. Mesmo sendo uma garota querendo se suicidar.
Mas... Ainda tinha outra coisa.
Era como se eu não conseguisse ir embora.
Enquanto eu pensava não prestei atenção na menina.
Quando a olho ela estava se equilibrando em pé em cima da barra de proteção.
Eu soltei a bicicleta no mesmo instante e corri para segura-la.
Quando ela estava prestes a cair consigo puxar ela e acabamos caindo no chão.
Ela havia caido em cima de mim. 
A gente estava muito perto, o seu rosto estava a centímetros do meu.
Esmeraldas e ônix se encarando.
- Por que você fez isso?- Ela parecia brava. Eu havia acabado de salvar a vida dela e ela estava brava comigo?!
- Você devia me agradecer.- Digo rude.
- Ata. Obrigado, seu idiota.- Ela diz mais ainda continuava em cima de mim.
- Você é muito estranha. Você é doida.- Eu estava irritado.
Ela me olha mais uma vez e depois se levanta.
Me levanto também tentando limpar minhas roupas que havia sujado com a queda.
- Além de te salvar e você não agradecer, acabei me sujando todo.- Eu falava tudo muito rápido e bravo.
Olho as horas no relógio no meu pulso.
- Droga, ainda por cima não vou conseguir chegar a tempo de comprar minha comida. Ta feliz?- Enquanto eu falava ela não disse uma palavra se quer.
Quando a olho ela me encarava, me analisava da cabeça aos pés.
Confesso que fiquei um pouco constrangido.
- Eu poderia fazer uma janta pra você em sinal de agradecimento.- Ela não estava mais brava, o tom da sua voz era doce, suave.
A olho assustado.
Até a um minuto ela estava me xingando e agora quer me fazer um jantar?! Definitivamente, ela era louca.
- É melhor você ir para casa.- Digo. Essa garota quer me enlouquecer só pode.
Ela abaixa a cabeça e fica em silêncio.
- Ta tudo bem?- Confesso que fiquei um pouco preocupado.
- Eu não tenho casa. Não mais.- Ela dá um sorriso fraco.
Fiquei com pena dela.
- Você tem lugar para passar a noite?- Pergunto.
- Não...- Ela diz olhando para baixo.
Eu não costumo fazer essas coisas, até porque prefiro ficar sozinho do que na companhia de uma maluca. 
Mas algo dentro de mim gritava para que eu a ajudasse.
Eu só conseguia pensar: Essa é a chance de você fazer alguma coisa de diferente.
Respirei fundo e disse de uma vez.
- Que tal você me fazer aquele jantar?- Eu estava com medo de me arrepender depois. Até porque eu neim conhecia aquela garota.
Mas era só essa noite não é?! 
Amanhã ela iria embora.
Era isso que eu pensava.