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História Sweet Paradise - HIATUS - Ele esqueceu de mim.


Escrita por: misse

Capítulo 12 - Ele esqueceu de mim.


Fanfic / Fanfiction Sweet Paradise - HIATUS - Ele esqueceu de mim.

Charlotte

Sentir-se atraída por alguém é muito mais do que apenas a aparência. Trata-se do toque, do olhar, da forma como a pessoa passa a te tratar. Eu me identificava como uma pessoa livre quando estava próxima a Dylan, e isso talvez colaborava para que esse vínculo crescesse ainda mais. Coisas como sair sem pensar em hora para voltar e apenas me jogar em seus braços e aproveitar cada momento, trazia a sensação de que ele me deixava feliz, mesmo sem precisar de muito para isso.

Seu olhar se mantinha sobre mim mesmo após o término do beijo e o silêncio se instalou entre nós. Ele parecia pensativo e é a única coisa que se passou na minha cabeça diante da sua expressão facial. Por um momento, vi um pequeno sorriso se formar no canto de seus lábios e depois balançou a cabeça desviando a atenção para as janelas do quarto. Depois de termos passado o dia juntos, voltamos para o apartamento de Chloe.

– No que está pensando? – perguntei curiosa.

– Em você e nas sensações que me causa – ele respondeu e soltou um suspiro.

– E isso é bom? – dei um sorriso tímido.

– Não – Dylan respondeu e desfiz o sorriso.  – Muito pelo contrário, isso é ruim.

– Por quê? – questionei, sem entender.

– Porque logo você vai embora – ele me encarou e fez uma expressão do quanto aquilo era óbvio. – Logo você vai estar do outro lado do mundo e nunca mais vou te ver novamente.

– Não, Dylan, claro que não – balancei a cabeça. – Minha irmã mora aqui, esqueceu? Sempre que der eu vou estar aqui para vê-la e ver você também.

– Não, Charlotte – o homem passou a mão pelo rosto. – Não sabemos quando você vai voltar e, quando isso acontecer, talvez vamos até nos encontrar, mas não teremos a mesma coisa que estamos tendo agora.

– A gente pode tentar manter mesmo com a distância – sugeri.

– Manter o quê, Charlotte?

– O que temos agora, como você acabou de dizer.

– Não vai dar certo. Não precisa nem pensar dessa forma, ok? Você vai embora e pronto, nada a mais que isso.

– Tudo bem – soltei um suspiro, confessando para mim mesma que era verdade.

– Acho melhor a gente acabar com isso agora. Assim você vai embora sem precisar se despedir de mim e essas coisas… – Dylan falou, cauteloso.

– Claro, se você quer… – segurei a vontade de começar a chorar. – Mas antes… será que poderíamos fazer uma última coisa juntos? – aproximei nossos corpos de uma forma que nossos rostos ficaram próximos.

– O quê? – ele olhou profundamente em minhas órbes. O azul dos seus olhos era mais forte do que o meu.

– Passar a noite juntos – respondi e senti meu coração acelerar.

– Passar a noite juntos? – percebi sua respiração falhar e quase abri um sorriso por conta disso.

– Você entendeu… – antes que Dylan falasse alguma coisa, colei meus lábios nos seus.

Em princípio, fui calma, dando a mim mesma a oportunidade de desfrutar tamanha maciez dos seus lábios, assim como quão doce é a sua boca, mas principalmente o quão maravilhoso é ser beijada quando os sentimentos estão alvoroçados, quase como um vulcão em erupção. Eu não sabia qual tipo de sentimento eu sentia por Dylan. Podia ser atração ou até mesmo… amor. Mas naquele momento eu não queria me questionar sobre isso. Eu queria apenas aproveitar cada momento com o inglês de olhos azuis que estava com sua boca colada na minha.

O beijo se tornou ávido, e juntos murmuramos  coisas enquanto nossas línguas se tocavam de forma suave, sondando o centro de nossas bocas. Senti sua mão em minha bochecha, aninhando minha face. O beijo se aprofundou e a cada instante nos sentíamos mais confiantes no que estávamos fazendo. Nesse momento arrependo-me de não ter deixado antes passar dos amassos entre nós. Eu podia ter simplesmente me jogado por completo em seus braços, para aproveitar cada beijo, cada toque, cada cadinho.

Suas mãos apertaram minha cintura, colando meu corpo ao seu. Pude sentir sua ereção crescendo aos poucos e tentei me controlar para não tirar nossas roupas rapidamente, assim não apresentaria estar tão desesperada. Separei meus lábios do seus – amaldiçoando a maldita falta de ar – quando ele puxou minhas coxas, erguendo meu corpo até que minhas pernas estivessem ao redor de seu quadril.

Minha testa se apoiou contra a sua e seus olhos se encontram com os meus, dando-me a chance de apreciar o brilho de suas órbitas azuis. Eram mais lindas que qualquer joia, mais intensa do que qualquer pedra preciosa. Mordi seu queixo e ele arfou baixinho, mas alto o suficiente para que eu ouvisse com perfeição. Beijei seu queixo, no exato local onde meus dentes tocaram, e trilhei beijos por toda sua face, até a ponta do seu nariz. Dylan sorri levemente e me deitou delicadamente sobre a cama.

– Agora nós vamos ver o quanto você é atrevida na cama – ele sussurrou no meu ouvido e soltei uma risada baixinha.

– Não quero te mostrar o quanto sou atrevida – sussurrei de volta enquanto passava sua camisa pelos seus braços acima da cabeça. – Quero te mostrar muito mais que isso.

– É uma ótima ideia – Dylan sorriu, parecendo mostrar seu melhor sorriso.

– Eu sei – envolvi seu pescoço com meus braços e em seguida aproximei minha boca da sua orelha, passando a língua lentamente por ela. Em resposta, ele apertou minhas coxas.

Seus olhos me fitaram com uma intensidade impossível de ser descrita. O inglês se inclinou para frente e segurou meu rosto, me beijando com um beijo envolvente repleto de sentimento e completamente apaixonado. Durante o beijo, todos os meus medos e dúvidas se aquilo era certo voaram para longe, como areia voando com o vento. Suas mãos acariciavam e moldavam meu corpo, como se quisessem decorar cada detalhe e curva do mesmo.

Dylan se afastou, apenas para que pudesse levantar minha blusa para fora do meu corpo. Ele enlaçou-me com seus braços – erguendo-me – e com os dedos ágeis abriu meu sutiã por trás. Seus dedos subiram para a alça da peça e lentamente ele começou a deslizá-la pelos meus braços, beijando cada centímetro dos meus ombros, até que a lingerie tivesse saído. O ato se repetiu do outro lado e quando dei por mim, meus seios estavam livres e Dylan acariciava meus mamilos com o polegar.

Ele me deitou novamente no colchão e beijou meus lábios, sugando-os. Seus beijos desceram para o meu pescoço, passando por minha clavícula, até chegar no vale entre meus seios. Sua língua aveludada moveu-se até meu seio esquerdo, mordiscando meu mamilo e o sugando enquanto beliscava o direito. Estavam completamente enrijecidos e quentes.

Eu não conseguia parar de me remexer embaixo de seu corpo. Para minha felicidade, através da sua calça, eu continuava a ver sua ereção quase rasgando o tecido, o que fez meu clitóris pulsar de desejo. Minha calcinha estava molhada, se não encharcada. Eu ainda estava tentando lidar com todo o desejo que percorria meu corpo. Era algo extraordinário, quase sobrenatural. Havia uma chama dentro de mim e a cada toque de Dylan aumentava o seu fogo, tornando-me uma fogueira em brasa.

– Charlotte! – a voz de Chloe deu um susto em mim e Dylan, e rapidamente paramos o que estávamos fazendo. – Charlotte, corre aqui!

– Você disse que ela não estava no apartamento – Dylan falou com sua respiração totalmente ofegante.

– E… e não estava. Ela deve... ter… ter chegado – minha voz quase não saiu por conta da respiração acelerada.

– Charlotte! – minha irmã me chama mais uma vez. Revirei os olhos, frustrada, e coloquei meu sutiã novamente, logo depois a blusa.

– Já volto, ok? – falei para Dylan, que assentiu. Era visível sua também frustração. – O que foi, Chloe? Alguém morreu? – perguntei para a jornalista ao chegar na sala.

– Não, claro que não, Charlotte! Que horror – ela fez uma careta.

– Então o que é?

– Olha isso! – Chloe apontou para a TV. Levei meus olhos para o aparelho e percebi que estava em um canal de esporte, mas não vendo nada diferente.

– Isso o quê? Você vai aparecer? Fez uma reportagem para esse canal? – levantei os ombros, tentando entender alguma coisa.

– Dá para ler o enunciado, por favor? – ela pediu e voltei meus olhos para a televisão novamente. Leio o enunciado e senti minha respiração falhar.

Oscar Emboaba é o novo jogador do Chelsea. Jogador brasileiro realiza exames médicos.

Algumas imagens do homem jogando no Brasil passam pela tela da TV e senti meus olhos brilharem e um pequeno sorriso se formar no canto dos meus lábios, mas em questão de segundos tudo isso se desfez ao enxergar uma aliança em seu dedo.

Era na mão direita e a cor era prata, ou seja, não era uma aliança de casamento, mas significava compromisso da mesma forma. Meu coração doeu. Doeu de uma forma que eu não saberia explicar. Talvez doeu por vê-lo novamente depois de tanto tempo – mesmo que tenha sido pela televisão – ou por saber que ele esqueceu de mim.

– Lottie? – Chloe pronunciou meu apelido assim que saí da sala. – Por que está chorando? – ela perguntou, me seguindo pelo corredor, e levei minhas mãos ao meu rosto.

Eu realmente estava chorando. As lágrimas caíam tão silenciosamente que nem eu mesma percebi.

– Está tudo bem – respondi enquanto enxugava meu rosto. – Dylan está aqui – disse para a mulher não se assustar ao encontrar o rapaz no quarto.

– Não está, não – minha irmã falou.

– Claro que… está – entrei no quarto e não vi Dylan. – Mas ele estava aqui – olhei para Chloe, confusa.

– Ele foi embora, Charlotte. Você não viu? – minha irmã fez uma careta e ameaçou começar a rir.

– Não… eu não vi – cocei a cabeça, ainda confusa.

Logo cheguei a conclusão: ao ficar vendo falar sobre Oscar na TV, fiquei em um momento de transe.

– Você ficou balançada ao ver o Oscar? – Chloe indagou e me sentei na cama, soltando um suspiro pesado.

– Acho que sim.

– Eu não devia ter chamado você, me desculpe, é que…

– Tudo bem, Chloe – falei, interrompendo-a. – Será que pode me deixar sozinha?

– Claro – ela abriu um sorriso fechado e se retirou do quarto.

Peguei meu celular e disquei o número de Dylan. Após três toques ele atendeu, mas não disse  nada.

– Dylan? – me pronunciei primeiro.

Oi, Charlotte – o rapaz falou e percebi sua falta de ânimo. Parecia não querer falar comigo.

– Está tudo bem? Por que foi embora de repente? Nem vi você saindo…

Você estava concentrada em olhar para a TV.

– Mas é que…

É ele, não é?

– Ele quem?

O jogador que estava passando naquele canal de esporte. Ele é o seu ex-namorado. E é claro que eu não posso te fazer feliz como ele fez. O cara é jogador de futebol e com certeza ganha bem. Deve ter te mimado muito. Mas eu não posso te proporcionar muitas coisas como ele, não é?

– Ele é meu ex-namorado, sim, mas quando namorávamos ele não…

Não precisa explicar, gata. E espero que se lembre dos minutos atrás quando eu disse para acabarmos com o que tínhamos. Bem, já acabou. Foi… foi bom te conhecer.

– Não, Dylan, você não enten… Dylan? Dylan? – não escutei mais a voz do inglês do outro lado da linha, apenas o som que significava que ligação havia sido encerrada.

[...]

Há momentos na vida em que absolutamente tudo o que você formula é dominado pelo “e se”. Quando a pessoa que mais amei me deixou, o “e se” passou a fazer parte de todos os meus questionamentos. E se ele se apaixonar por outra mulher, o que farei? E se ele ficar doente, quem cuidará dele? E se eu morrer antes de ligar e dizer que o amo? E se ele perceber que não me ama mais? Mas havia uma pergunta que me assombrava mais que qualquer outra: e se ele nunca mais voltar?

Então, nos primeiros dias, recusei a deixar que essas perguntas me amedrontassem. Na primeira semana que ele parou de me ligar, busquei desculpas para ele. Dizia a mim mesma que ele deveria estar ocupado com a escola e os treinos, estava tentando se adaptar em um novo lugar, buscando manter a cabeça lúcida longe da família. Porém, minhas desculpas para ele cessaram depois de um ano. Foi o pior ano da minha vida. Tentei usar nossas lembranças mais felizes para me convencer que não havia acabado. Não aceitei que ele pudesse ser totalmente o avesso do que eu acreditava que era. O garoto que eu conhecia jamais me deixaria sem respostas. Mas ele deixou.

Cinco anos.

Esse foi o tempo que passei ligando para ele, dia após dia, na esperança de um retorno, mesmo que fosse uma pequena ligação, mas não aconteceu. Eu vi minha vida ruir. Veja bem, eu não estava morta, mas existir sem ele parecia apenas uma obrigação. Não era viver.

Todos me disseram para seguir em frente. Supere – eles falavam. Mas como superar algo tão grande como esse? Como você aceita viver sem aquilo que a fazia se sentir única no mundo? Ele não vai voltar – diziam. Eles acham que eu não sabia disso todo dia quando corria até o telefone e não havia retorno dele?

No dia em que finalmente entendi que havia o perdido, eu chorei. Chorei por tudo o que nunca teríamos. Eu não me casaria com ele e nem carregaria seu bebê. Não seria o rosto dele que eu veria todos os dias ao acordar. Eu não faria uma surpresa para ele no dia do nosso casamento e não veria seus olhos brilharem ao falar que o amava. Não faríamos sexo de reconciliação depois de uma briga e nem abriríamos juntos os presentes de Natal.

Então… eu simplesmente aceitei. Foi simples assim. Parei de olhar para o passado e recusei a deixar que minha vida fosse guiada por lembranças que não voltariam mais. Eu decidi que não viveria mais na base dos “e se”... até a noite quando ele apareceu na TV, quando olhei em seus olhos e percebi que ele ainda era o mesmo garoto que conheci. Apesar de sentir que queria vê-lo, sabia que não me importava mais, porque tudo mudou. A aliança de compromisso que ele carregava em seu dedo confirmava isso.

– Irmã? – Chloe abriu vagarosamente a porta do quarto, fazendo-me sair dos meus devaneios, e olhar para ela. – Fiz o jantar.

– Estou sem fome – me levantei da cama e segui para o banheiro. Olhei para o meu reflexo no espelho e percebi o quanto estava péssima.

Não foi uma noite agradável.

– Está tudo bem? – a jornalista perguntou e encostou seu corpo na lateral da porta do banheiro.

– Está, sim. Não se preocupe – respondi e comecei a tirar a roupa para tomar um banho.

– Acha que pode encontrar Oscar aqui em Londres? – Chloe questionou e rapidamente virei meu rosto para olhá-la.

– Não, isso é impossível – engoli seco, pensando na possibilidade disso acontecer. – Logo volto para o Brasil. Sem chances.

– Mas…

– Chloe, por favor, não quero falar sobre isso. – falei e deixei um suspiro alto escapar.

– Charlotte…

– Por favor, Chloe.

– Tudo bem – ela deu de ombros e caminhou para fora do quarto. 

Ele esqueceu de mim. De mim e do que vivemos. Essa era a verdade. E eu precisava aceitar.

 



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