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História Doce sedução - Capítulo 12


Escrita por: cherry_99

Capítulo 12 - Capítulo 12


Fiquei calada durante todo o trajeto até o apartamento de Benjamim.

Ele não tentou conversar comigo em nenhum momento e fiquei agradecida por isso.

Eu gostava do silêncio quando me sentia assim, para organizar minhas idéias e me recompor.

Quando chegamos ao apartamento Benjamim me ajudou a descer do carro com todo o cuidado. Quase deixei uma risada escapar por seu excesso de proteção.

As dores ainda eram existentes e de vez em quando intensas, mas podia suportar sem reclamar. Teria que ficar de repouso por longos três dias.

Havia um lado bom em tudo isso: Benjamim cuidaria de mim.

Enquanto ele preparava um banho quente tirei minha roupa e me examinei no espelho.

Havia marcas rochas por toda a minha barriga e costa onde recebi os inúmeros chutes. Por sorte ela não me agrediu no rosto, fora o tapa que estourou o canto do meu lábio inferior não havia nenhuma marca.

Era assustador ver o estrago que minha vó fez em mim.

Como ela pode ser tão cruel?

Se Benjamim não tivesse chegado sei que ela não pararia.

Encontrei Benjamim pelo reflexo do espelho parado á porta do banheiro.

Quando seus olhos saíram do meu corpo, ele andou até mim.

Seus lábios tocaram meus ombros e suas mãos passearam por meu corpo.

Ele se abaixou e beijou cada um dos hematomas em meu corpo.

-Detesto ver essas marcas em seu corpo. –disse se levantando e me virando de frente para ele. –Daria tudo para voltar no tempo e não ter deixado-a sozinha. –ele disse com a voz rouca.

Acariciei seu rosto, amava a aspereza de sua barba por fazer. –Benjamim. Nada disso que aconteceu foi sua culpa. Eu tinha que enfrentá-la sozinha. Precisava disso para seguir em frente.

Vi a dor estampada em seus olhos. Demoraria para ele ver que tudo isso era inevitável.

Beijei de leve seus lábios. –Tome banho comigo. –pedi.

Um sorriso fraco se formou em seus lábios. –Que pedido tentador. Não seriei forte o suficiente para recusar.

Soltei uma risada.

Benjamim me aconchegou em seu colo na banheira. Suas mãos acariciavam minha barriga em movimentos circulares.

Ele não me tocaria até que eu estivesse recuperada.

-Quero que você conheça uma pessoa. –disse Benjamim quebrando o silêncio.

-Quem? –perguntei curiosa.

-Minha tia Eliza. É como uma mãe para mim. –ele disse e pelo seu tom de voz ela era muito especial.

Estava ansiosa para conhecê-la.

-Eu vou adorar conhecê-la. –disse sorrindo.

-Ela viu você no hospital. –comentou. –Ela até brigou comigo por ainda não ter as apresentado. Ela achou você linda.

Sorri como uma boba. Mesmo não a conhecendo já estava gostando dela.

Não queria estragar o momento. Mas Benjamim me devia respostas.

Não poderia esperar mais.

Virei para ficar de frente com ele.

-Benjamim. Acho que já está na hora de você me contar o que aconteceu. –disse acariciando seu rosto.

Ele suspirou e olhou para baixo, como se para ele fosse difícil me encarar no momento.

-Eu sei. Não posso mais adiar isso não é? –disse brincando distraidamente com as bolhas de sabão.

-Não, por favor. É que isso não sai da minha cabeça. –disse com cuidado. –Me conte toda a verdade.

Seus olhos finalmente encararam os meus. Seu rosto se contraiu como se estivesse se lembrando de algo doloroso.

-Quando deixei você em casa, estacionei o carro umas quadras depois. Resolvi esperar você ali porque sabia que ia precisar de mim quando deixasse a casa de sua vó. Queria estar lá para apoiá-la. Uma hora se passou. Já estava impaciente. Você não mandou mensagem, não ligou. Nenhuma notícia. Então dirigi até a frente de sua casa. Porém, isso não acabou com o mau pressentimento que sentia desde que você saiu. Então sai do carro e fiquei na porta de sua casa, pensando era uma boa idéia invadir sua casa. Foi nesse momento que escutei uma coisa que espero nunca mais escutar. –ele parou de falar por um minuto. Seus olhos estavam escuros. –Escutei gritos. Era um som abafado e rouco. Soube imediatamente que era você. Não pensei duas vezes. Corri para dentro da casa, e graças a Deus a porta estava aberta. Quando entrei meus olhos encontraram de imediato sua vó. Ela estava com olhos vazios e frios, parada no meio da sala com os punhos cerrados, olhando fixamente para algo que se encontrava no chão. Segui seus olhos e a encontrei jogada no chão toda encolhida. Tão indefesa. Foi a cena mais horrível que já presenciei. –sua voz ficou extremamente trêmula.

Temia que ele chorasse a qualquer momento.

Ele continuou. –Fui imediatamente até você e a aconcheguei em meu colo. Sua respiração estava fraca e sua boca coberta de sangue. Estava completamente inconsciente. Sua vó não me disse uma palavra, apenas se retirou da sala como se nada tivesse acontecido. Liguei para a ambulância e você já sabe o resto.

Só isso? Pensei. Rugas se formaram em minha testa.

-E minha vó? –questionei.

Ele soltou um suspiro audível. –Você não deixa escapar nada. –comentou.

-Por favor. –pedi.

-Ela está internada.

-O quê? –disse sentindo uma pontada no peito. –On... Onde? –gaguejei.

-Em uma clínica psiquiátrica.

-Não. –disse balançando a cabeça freneticamente. –Isso tudo é culpa minha.

Comecei a chorar.

Benjamim me aconchegou em seu peito e acariciou meus cabelos. –Shh. Não é culpa sua.

Os soluços tomaram conta de mim.

Era minha culpa sim. Se tivesse sido mais cuidadosa com as palavras, ignorado suas ofensas como sempre fiz, nada disso teria acontecido.

-Vivian. Olhe para mim. –ele disse com a voz firme.

Encarei seus olhos cor de chocolate.

-Se sua vó não estivesse internada, seria presa. –ele fez uma pausa procurando as palavras certas. –Ela foi diagnosticada com uma doença, transtorno da personalidade Borderline. Ela precisa de cuidados. Se não tivéssemos descoberto isso, seria pior para ela.

Benjamim beijou carinhosamente minhas lágrimas.

-Tudo vai ficar bem. Você vai ver. –ele me tranqüilizou.

-Quando posso ver ela?

Ele ficou visivelmente relutante com a idéia.

Não importava o que ele dissesse. Eu tinha que vê-la.

-Eu não acho uma boa idéia. –ele disse por fim.

-Benjamim. Eu quero vê-la. –disse com a voz firme.

-Eu sei mas... –ele retrucou.

-Você não pode me fazer mudar de idéia. –o cortei.

Ele me encarou em silêncio.

-Não quero se machuque mais.

-Não vou me machucar. Eu preciso disso Benjamim. Mesmo com tudo o que ela fez, é minha avó. Sempre vai ser.

Ele balançou a cabeça positivamente. –Ok.

-Quando posso visitá-la?

-Logo. –ele disse simplesmente.

 



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