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História Doce sedução - Capítulo 15


Escrita por: cherry_99

Capítulo 15 - Capítulo 15


-Como está esse coraçãozinho? –perguntou Benjamim no caminho de volta para o apartamento dele. 

Abri um pequeno sorriso. –Vai ficar bem. Vou sentir saudades deles. 

Ele pousou sua mão em minha coxa e acariciou. –Se quiser conversar, estou aqui. 

-Obrigada. –disse, sabendo que não conseguiria conversar, mesmo se eu quisesse.

Não era boa em me abrir com as pessoas.

Fiquei olhando distraidamente para a janela, deixando meus pensamentos tomarem conta de mim.

Agora era só eu e Benjamim, sem minha vó para impedir nosso namoro, eu poderia fazer o que quiser, sem ter que pedir permissões e consentimentos. Tudo dependia de mim, finalmente estava livre.

Voltaria a minha rotina normal, porém tudo mudaria. 

  Sentia-me extremamente assustada com isso, e ao mesmo tempo ansiosa para começar a viver de verdade.

***

Estávamos jantando uma lasanha deliciosa feita por Benjamim, é claro. 

-É vergonhoso você saber cozinhar tão bem, e eu não cozinhar nada. –disse após terminar meu segundo prato, estava realmente delicioso. 

Ele sorriu exibindo seus dentes brancos e perfeitos. –Eu vou te ensinar um dia. Só não prometo que vai aprender a cozinhar tão bem quanto eu. 

Revirei os olhos. –Você é tão modesto. 

Ele piscou. 

Ainda me impressionava com seu charme. 

-Quais são seus planos, para sua nova vida? –perguntou Benjamim empurrando seu prato vazio para o meio da mesa.

Encarei seus lindos olhos cor de chocolate. Passei o dia pensando nisso.

-Primeiro, tenho que pegar minhas coisas da casa da minha vó, e me mudar para meu apartamento. 

Sua testa franziu levemente. –Você vai ficar aqui, comigo. 

E novamente Benjamim insiste nesta idéia absurda. 

-Não quero discutir isso novamente. –disse com a voz firme.

Confesso que a idéia de morar com Benjamim era tentadora, mas certamente não era plausível. Se aceitasse isso, avançaria muitas etapas, que ainda não estava preparada. 

-Isso não faz sentindo Vivian, agora não há a desculpa de que sua vó vai impedir. 

-Não é essa a questão, Benjamim. Estamos juntos há pouco tempo, para tomar tal decisão. –expliquei calmamente.

-O que isso importa? Eu quero você aqui comigo. Eu te amo, porra. –Benjamim disse com os punhos cerrados. 

Tive um sobressalto com sua falta de controle. –Me preocupa deixá-la morando sozinha. Quero cuidar de você. 

Fico boquiaberta, e por um momento, penso em ceder. Mas logo minha razão fica contra meu coração. 

Levanto-me e vou até ele, sentando em seu colo. –Eu também te amo, mas você tem que entender que posso me cuidar sozinha. E está cedo demais para isso. –disse acariciando seu rosto.

-Se esse é o problema, você vai morar aqui no prédio. –disse Benjamim em um tom autoritário. –Está decidido.

-Não! Você é dono desse prédio. Quero pagar meu apartamento, e tenho a impressão de que você não vai me deixar pagá-lo. 

-Não vou mesmo. –disse Benjamim fazendo carranca.

Uma grande idéia passou pela minha cabeça. –Vamos fazer assim, eu moro aqui no seu prédio, se você me deixar pagar meu apartamento. 

Ele está claramente relutante com a idéia. –Você é muito teimosa. Tudo bem. 

Sorri e deu um beijo de leve em seus lábios. –E você vai continuar trabalhando com o Bittencourt?

-Claro. –respondi.

De repente me lembrei que não havia dado nenhuma satisfação da minha ausência. 

-Se eu ainda tiver trabalho. –pensei alto. 

-Porque diz isso? –ele perguntou.

-Esqueci de justificar minha falta. Droga. –choraminguei. –Sou uma irresponsável mesmo. Nem me deu ao trabalho de ligar. E ainda tem a faculdade.

-Ei. –ele chamou minha atenção. –Eu cuidei de tudo pra você. Justifiquei sua ausência na faculdade e com o Bittencourt. Ele até visitou você no hospital, mas você estava dormindo. –sua voz demonstrou um traço de raiva quando disse a última frase.

Suspirei aliviada. –Muito obrigada. Não sei o que eu faria sem você.

-Porque você não trabalha para mim? –ele perguntou.

Olhei para ele com os olhos cerrados. –Você sabe. 

-Pode refrescar minha memória? 

-Eu gosto do meu trabalho Benjamim, e não da para misturar o trabalho com a vida pessoal. Sei muito bem, quais são suas intenções com isso. –disse em um tom acusador.

-Tudo bem. –Benjamim disse, levantando as mãos em sinal de redenção. -Parece que não vou ganhar uma discussão. 

-Sobre isso, não mesmo. Quero andar com minhas próprias pernas, conquistar tudo com meu suor. 

-Mas você não precisa disso. –ele disse relutante. –Eu posso te dar tudo. 

-Não vou depender de você. –disse fazendo uma careta. –Vamos encerrar esse assunto. Por favor.

-Ok senhorita. Mas não quer dizer que eu desisti. –ele disse elevando uma sobrancelha.

Sabia disso, mas por hora, já estava satisfeita.

***

No dia seguinte, antes de voltar ao trabalho, Benjamim me levou até a casa da minha vó para pegar minhas coisas, tinha que me organizar o quanto antes, para voltar a minha rotina de trabalho e faculdade.

Benjamim me ajudava a colocar minhas roupas na mala, enquanto eu encaixotava algumas coisas. 

Saí do quarto, deixando Benjamim sozinho no quarto, para dar uma olhada na casa. 

Era tão estranho voltar aqui, depois de tudo o que aconteceu. 

Senti um calafrio passar pelo meu corpo, quando passei pelo quarto da minha vó. Não consegui entrar lá, era como se ela ainda estivesse lá dentro.

Voltei para o quarto, de repente fui tomada por uma vontade desesperada de ir embora.

Benjamim olhava fixamente para uma caixinha preta aveludada. 

Fiquei nervosa quando reconheci a caixinha, mas seria estranho de minha parte tirar das mãos dele. 

Por favor, não abra isso. Pedi silenciosamente.

Ele nem sequer notou minha presença, parecia entretido demais na caixinha. 

Ele a abriu, rugas se formaram em sua testa. Ele a fechou com força e apertou em seu punho.

Finalmente me olhou nos olhos. –Quem te deu isso? –perguntou com a voz extremamente fria.

Não era capaz de mentir para ele, era um presente caro, pérolas de verdade, não seria qualquer pessoa que poderia me dar um presente desses.

Engoli em seco. –Não é o que você está pensando. 

Ele sorriu com ironia. –Você sabe o que eu estou pensando? 

Não disse nada, era estranho vê-lo bravo comigo.

Ele viu que eu não iria dizer nada e falou. –Quero saber quem te deu isso. É um presente caro, sei que não foi você quem comprou.

-Foi o Dr. Bittencourt. –disse sem conseguir encará-lo nos olhos.

Sentia-me envergonhada.

Ele jogou a caixinha na cama, passou as mãos pelos, virando de costas.

-Benjamim, ele não me deu escolha. Eu recusei, mas ele insistiu tanto. – expliquei.

-Você vai devolver isso. –ele disse finalmente me olhando.

-Tudo bem. Eu nunca usaria isso. É demais para um presente de um chefe.

-Eu tive uma idéia melhor. Eu mesmo farei isso. –ele disse com os olhos cintilando.

Ai meu Deus. 

-Não. –disse me aproximando dele. –Não precisa, eu faço isso. 

-Eu estou usando todo meu autocontrole, para não ficar bravo com você. Então não me impeça de fazer isso. –ele disse entre os dentes.

-Você vai acabar brigando com ele. Não quero perder meu emprego. –meus olhos começaram a arder. –Desculpa, sei que não deveria ter aceitado isso. Mas como eu disse, ele não me deu muita escolha. 

Benjamim notou minha expressão, se aproximou e segurou meu queixo. –Não vou fazer nada que vá prejudicar seu trabalho. Eu prometo. 

Assenti mesmo não achando a idéia nada boa. 

Ele pegou a caixinha e colocou no bolso do paletó. –Eu vou ficar isso. Hoje mesmo vou devolver ao Bittencourt.

-Carlos irá levar seus pertences ao apartamento. –Benjamim disse quando chegamos ao prédio. 

-Tudo bem, obrigada. –disse dando um beijo casto em seus lábios.

-Agora vamos subir, quero mostrar pessoalmente seu apartamento. –ele disse com aquele sorriso que me faz derreter.

Entramos no elevador, e Benjamim pressiona no botão do penúltimo andar. 

-Que conveniente. –pensei alto.

-Quanto mais perto você puder estar, melhor. –disse com a voz rouca.

Saímos do elevador, passamos pelo longo corredor, parando na quarta porta.

Benjamim abre a porta e gira a maceta, eu nem havia notado que estava com as mãos trêmulas. 

Ele abre espaço para eu entrar primeiro, acena com a cabeça me encorajando, quando não entro de imediato. 

Entrei, soltei forte o ar dos meus pulmões. Era... perfeito.

-Nossa. –exclamei sem palavras.

Era pequeno e aconchegante. Estava completamente decorado, as cores das paredes escaladas em bege e vermelho, com uma varanda acolhedora após os dois sofás cor bege. 

Andei até a varanda, abrindo as portas de vidro.

A vista era de tirar o fôlego. 

Benjamim rodeou minha cintura, beijando meu pescoço. –Você vai amar o resto. –ele disse pegando minhas mãos e me guiando pelo apartamento.

Passamos pela pequena cozinha e sala de jantar, também mobilhado. A mesa de vidro com quatro cadeiras vermelhas chamou minha atenção, imaginava Dyo e Priscila conversando animadamente, enquanto eu “ajudava” Benjamim a prepara o jantar.

Era impressionante, como já me sentia em casa.

Quando entrei no quarto, fiquei sem palavras, ele tinha razão quando disse que amaria o quarto. 

Parecia um quarto de princesa, literalmente. 

Havia uma cama enorme no centro, com a cabeceira dourada acolchoada, ao lado, dois criados-mudos, com iluminarias acima de cada um deles, e um lindo lustre se encontrava no meio do quarto, logo a frente uma penteadeira, com abajur e um espelho dourado.  Adentrando mais, podia ver um corredor, andei até ele, e descobri duas portas, o banheiro e um enorme closet, que me lembrou o de Benjamim.

-Minha nossa. –sussurrei quando vi uma banheira.

-Sabia que você iria gostar. –disse Benjamim.

-Isso é demais para mim. –disse com a voz fraca.

-É o mínimo que você merece. –disse Benjamim.

-Não posso pagar um apartamento desses. –pensei alto.

-Claro que pode. –ele disse com um traço de irritação na voz. –Eu fiz questão de dar o preço a este apartamento, e está dentro das suas condições. –ele explicou.

Eu sabia disso, e sabia também que ele provavelmente deve ter dado um preço que não pagava nem a sala de estar desse apartamento, não era á toa que ele queria que eu morasse aqui. Assim ele teria pleno poder de quanto eu gastaria com ele. 

Benjamim não entendia o fato, de que eu não queria depender dele.

Soltei um suspiro, não podia brigar com ele, eu previa que isso ia acontecer, e mesmo assim concordei. 

-Muito abrigada, Benjamim. É perfeito, amei. –disse abraçando-o.

-Que bom que você gostou. Eu mesmo que decorei. –ele revelou.

-Sério? –exclamei. –Parece que você tem outro talento que eu desconhecia. 

Um sorriso brincou em seus lábios. –Você vai descobrir cada um deles.

Arrepiei-me com a promessa escondida por trás do comentário. 

Beijei seus lábios, puxando-o pela gravata até a cama. 

-Que tal estrearmos essa cama? Ela parece ser muito confortável. –disse com a voz rouca.

          Ele soltou um grunhido. –Pode apostar que vamos fazer ainda hoje. Mas agora tenho que ir, não queria ter que trabalhar hoje, mas tenho uma reunião muito importante.

-Tudo bem. –disse acariciando seus cabelos. –Eu vou sobreviver ao dia inteiro sem você.  –brinquei.

Ele soltou um gemido rouco. –Vou recompensá-la por minha ausência. 

Dei meu último beijo em seus lábios. –Agora vá. Não quero ser a culpada pelo seu atraso. 

Ele sorriu. –Ah, eu ia me esquecendo de te avisar. Amanhã vamos jantar na casa da tia Eliza.

Ele roubou mais um beijo e me deixou sozinha em meu novo apartamento.  

***

E como o prometido Benjamim me recompensou, e muito bem, pela sua ausência, estreamos a cama, a banheira e outros lugares da casa. Benjamim passou o dia seguinte trabalhando, e eu me ocupei, arrumando minhas coisas e guardando minhas roupas no closet. 

Ele era tão espaçoso, que minhas roupas só ocuparam metade dele.

Meu celular começou a tocar, corri em direção a ele, pensando que poderia ser Benjamim ou minha mãe.

-Amiga! –gritou Priscila. –Como você está? Onde está? E porque não atende esse telefone? 

Fiquei um pouco tonta, com a quantidade de perguntas.

-Calma Priscila. –disse rindo. –Estou ótima. Desculpa não ter atendido na hora, estava organizando minhas coisas. 

-Organizando o que? –ela perguntou e antes que eu respondesse falou. –Já sei! Está morando com Benjamim! 

Sua voz mostrava animação.

-Não. –disse com a voz aguda. –Estou no meu apartamento.

-Amiga! Como você ousa me deixar por fora de tudo isso?

-É que anda acontecendo tudo tão depressa. Nem eu estou conseguindo acompanhar. 

-Quando você volta para a faculdade? Estou morrendo de saudades. As aulas não são a mesma coisa sem você.

-Nessa semana. O médico recomendou que eu ficasse essa semana de repouso. –expliquei.

Ela soltou um suspiro. –Fiquei tão preocupada com você, que bom que Benjamim está cuidando de tudo. 

-Sim. –concordei. –Ele me ajudou tanto. 

 -Temos que colocar o papo em dia, e estou muito ansiosa, para ver seu apartamento novo. 

 -O que acha de você e o Dyo me fazerem uma visita amanhã? –perguntei animada.

-Claro, vou ligar para ele e avisar tudo.

-Ótimo. –olhei no relógio, já eram seis horas, tinha que começar a me arrumar, para o jantar na casa da tia de Benjamim. –Então nos vemos sábado. Tenho que ir agora. –me despedi.

-Até sábado. –ela desligou.

Tomei um banho rápido, escolhi um vestido longo que ia até os meus pés, era confortável e comportado, perfeito para a ocasião. 

Sentei-me na penteadeira, não me maquiei, apenas passei uma leve camada de máscara para cílios, para realçar meu olhar. Abri a gaveta de jóias, que ganhei em meus aniversários da minha avó. No meio delas, reconheci o anel que Benjamim me deu de presente. Ele nem notou a ausência dele em meu dedo, disse a mim mesma, que era por causa dos acontecimentos.

Ou ele havia notado, mas preferiu não comentar.

Coloquei-o em meu dedo, lembrando-me de como fiquei emocionada ao receber o presente.

A campainha tocou. Corri até a porta, estranhando o fato de Benjamim não ter simplesmente entrado, já que possuía a chave extra.

Abri a porta sem olhar no olho mágico. 

Quem mais poderia ser além de Benjamim? Ninguém sabia que eu estava morando aqui.

Porém, quando abri a porta, não foram os olhos cor de chocolate que encontrei, foi um par de olhos cor de mel.

-Daniel. –disse sem esconder a surpresa e o espanto de vê-lo ali.

-Oi linda. –ele me cumprimentou como Benjamim costumava me chamar.

-O que você faz aqui? –questionei.

Não queria que ele ficasse por muito tempo, não confiava o bastante nele, para convidá-lo para entrar e principalmente, sabia que Benjamim não iria gostar nada de vê-lo aqui.

-Eu fiquei sabendo que ganhei uma nova vizinha. –ele disse com um sorriso encantador.

Por um momento, quase esqueci que ele não era tão bom quanto aparentava ser.

Fiquei calada, olhando para ele, esperando que ele percebesse que sua presença me deixa pouco á vontade.

-Você está bem melhor. –ele comentou me examinando.

-Já estou completamente recuperada. 

-Eu sei que não dei uma boa impressão quando nos conhecemos, mas quero mudar isso. –ele disse me olhando com a expressão contorcida. –O perdão que pedi a você no hospital, foi de todo o meu coração. Estou muito arrependido. Podemos começar tudo de novo? 

Olhei para ele com a testa levemente franzida avaliando sua expressão, parecia tão sincero.

E quem era eu para julgar as pessoas? Claro que daria uma segunda chance.

Assim, talvez pudesse fazer os dois irmãos fazerem as pazes. Pensei esperançosamente. 

-Podemos começar de novo, com uma condição. –disse com a sobrancelha arqueada. 

-Claro. –ele concordou prontamente.

-Quero que você faça as pazes com Benjamim. Ele não tem culpa de seu pai ter deixado ele no comando da empresa. 

Rugas se formaram em sua testa. –Comando da empresa? –ele perguntou como se não soubesse do que eu estava falando.

Revirei os olhos. –Sim, Benjamim me disse tudo. O motivo de vocês terem brigado.

-Então foi isso que ele disse. –murmurou Daniel, tinha quase certeza que não era pra eu ouvir seu comentário.

Olhei para ele com olhos semicerrados. –E tem outra história além dessa? 

-Não. –ele negou rapidamente.

Ele me deixou com a pulga atrás da orelha.

-Bom, eu aceito a sua condição. Então, já vou me considerar perdoado. Vou fazer as pazes com meu irmão, pois como você disse e com toda a razão, ele não tem culpa. –ele disse gaguejando, uma ou duas vezes. 

-Quando vocês estiverem juntos novamente. –reforcei.

-Ok. Agora acho que já vou indo. –ele se despediu com um aceno.

Fiquei observando enquanto ele desaparecia pelo corredor, cada conversa com ele, era ainda mais estranha.

Fechei a porta e me joguei no sofá, sentindo a sensação de alívio ao juntar dois irmãos brigados.  




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