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História Doce sedução - Capítulo 16


Escrita por: cherry_99

Capítulo 16 - Capítulo 16


Benjamim chegou ás 7:00 em ponto, usando uma de suas camisas sociais branca e calças jeans, o cabelo levemente bagunçado como sempre, me dando vontade de acariciá-los.

-Você está deslumbrante. –disse me dando um beijo quente.

-Obrigada. –sorri.

Resisti ao impulso de contar a Benjamim sobre a visita de Daniel. Queria que fosse uma surpresa e que ele pensasse que não estava envolvida nisso. 

-Já podemos ir? –ele perguntou me oferecendo seu braço como um cavalheiro á moda antiga.

-Sim. –respondi enroscando meu braço no seu.

A casa da tia de Benjamim era enorme, me perguntei se era só ela que morava em uma casa desse tamanho, deveria ser muito solitária.

-É apenas ela que mora aqui? –perguntei quando passamos pelo portão automático.

-Sim. Ela se separou há muito tempo e, seu único filho está na Inglaterra. –ele disse com pesar. 

Passei as mãos entre meus cabelos, para ocupá-las.

-Não precisa ficar nervosa. Ela vai amar você de qualquer jeito. –ele me tranqüilizou.

Será que estava tão aparente o meu nervosismo? 

Somos recebidos pela governanta, uma senhora que aparentava estar por volta de seus 50 anos.

-Boa noite. –nos cumprimentou com um sorriso simpático.

-Boa noite. –eu e Benjamim respondemos juntos.

-A Sra. Fernandes está esperando-os na sala de visita.  

-Obrigado. –disse Benjamim me guiando pela casa. 

Meus olhos viajaram pelos quadros pendurados por todo o lugar, todas exibiam a natureza, paisagens e animais.

Eram lindos, e passavam uma tranqüilidade ao observá-los.

-Quem bom que vocês chegaram. –a voz da tia de Benjamim, chamou minha atenção.

Ela era tão elegante, cabelos castanhos e curtos, sua pele branca como neve, suas feições delicadas, com poucas marcas da idade, exibia um sorriso acolhedor e sincero.

Ela deu um abraço rápido em Benjamim e me examinou pegando minhas mãos. –Você é tão linda, é um prazer conhecê-la, Vivian. 

Sorri, notando que ela me chamava como Benjamim. –O prazer é todo meu Sra. Fernandes. 

Ela me abraçou. –Querida, pode me chamar de Eliza. O Benjamim falou tanto sobre você, tinha que ser uma moça muito especial, para ganhar o coração do meu menino. Estava tão ansiosa para conhecê-la, mas Benjamim é tão inseguro, imagina, ele teve medo de assustá-la ao querer lhe convidar para conhecer sua família. –Eliza lançou um olhar com ternura para Benjamim. –Que bobinho. 

Apenas sorri, sem saber ao certo o que dizer, não conseguia imaginar Benjamim inseguro, ele parecia sem jeito, com as informações que sua tia estava soltando livremente. 

-Vamos vocês já devem estar com fome. E seu irmão costuma se atrasar sempre para o jantar. Sabe como são os meninos, Benjamim só se tornou pontual quando começou a trabalhar.

Benjamim parou de andar, no mesmo momento em que ouviu a palavra irmão, Eliza continuava andando sem olhar para trás, empolgada e falando sem parar. 

-Benjamim. –chamei.

Ele olhou para mim e forçou um sorriso, mas podia ver o quanto estava tenso.

Queria tranqüilizá-lo, dizendo que seu irmão iria fazer as pazes, mas era uma surpresa.

Benjamim segurou minha mão, entrelaçando os dedos, e nos sentamos na mesa. 

-Você tem que conhecer o Daniel, irmão de Benjamim. Ele é um amor de menino. –ela disse com os olhos brilhando.

-Ela já conheceu o Daniel. –disse Benjamim com a voz neutra.

Olhei para ele franzindo a testa, ainda não tinha visto Benjamim falar assim do irmão, com tanta neutralidade, como se não estivessem brigados. 

-Hum. –ela murmurou. –Então você já sabe como ele é, espero que ele não tenha galanteado você, porque ele é muito charmoso e sabe muito bem disso.

Sorri, eu sabia muito bem o quanto Daniel era galanteador.

-O que você faz da vida querida? –Eliza perguntou.

Fiquei atordoada com a mudança de assunto. 

-Eu faço faculdade de Relações Internacionais, e trabalho em um escritório de advocacia.

-Uma moça com um futuro promissor. –pude perceber a surpresa em sua voz. –Eu fiquei tão emocionada quando Benjamim me falou sobre você, ele nunca me apresentou uma namorada, na verdade, nunca o vi realmente apaixonado. Que bom que você apareceu, ele era tão perdido, vivia saindo e bebendo, se perdendo nessa vida. –sua voz estava cheia de melancolia. -Espero que Daniel tenha a mesma sorte. –ela disse por fim.

Ela gostava mesmo do Daniel.

Lancei olhares furtivos para Benjamim, que não parecia mais tão incomodado com o que Eliza falava, ele apenas sorriu e segurou minha mão por debaixo da mesa, antes de ocupá-las com os talheres, quando o jantar foi servido.

Quando coloquei a primeira porção na boca murmurei. –Nossa, está uma delícia. –elogiei.

-Esqueceram de me esperar. –escutei a voz profunda de Daniel ecoar pela sala de jantar silenciosa.

-Oh querido, não podia fazê-los esperar. Você sempre se atrasa. –Eliza disse. –Vamos, o jantar acabou de ser servido. 

Ele foi até Eliza e deu um beijo em sua testa. –Estão perdoados. –disse com um grande sorriso. 

Um sorriso nasceu em meu rosto. Ele realmente ia se desculpar com seu irmão.

-Falando em perdão. Vim aqui com um objetivo. –seus olhos passearam por Eliza e Benjamim, e pousaram em mim.

-Eu pensei que você tinha vindo para jantar conosco. –disse Eliza com expressão de decepção.

-Não foi exatamente por isso que eu vim. Queria me desculpar com meu irmão. –ele disse agora sua expressão ficou séria. 

Eliza olhou para Benjamim com o cenho franzido. –Se desculpar? 

-Sim. –disse Daniel. –A senhora não ficou sabendo? Eu e Benjamim brigamos seriamente. 

-Do que você está falando? –questionou Eliza. –Vocês nunca brigaram. São tão unidos.

-Bom, foi o que Benjamim disse a Viviane. Então vim me desculpar, por uma coisa que eu nem sei que fiz.  –disse Daniel com olhando para Benjamim com um brilho estranho no olhar.

O sorriso que estava estampado em meu rosto morreu, formando uma linha fina.

-O que ele está dizendo? –sussurrei para Benjamim.

Ele ignorou minha pergunta, se manteve parado no lugar, com os lhos fixos em Daniel, sem soltar nem uma palavra.

-Me perdoa irmão. Não sabia que estávamos brigados. –disse Daniel estendendo sua mão para Benjamim.

Benjamim olhou para sua mão, não fez movimento para pegá-la.

-Não vai aceitar minhas desculpas? É de coração. –Daniel disse, seu rosto mostrava que estava magoado. 

Meus olhos percorreram todos na mesa. Eliza mostrava uma expressão de desentendimento, os dois irmãos se olhavam fixamente.

-O que está acontecendo aqui? –disse com a voz elevada, tentando chamar a atenção.

Benjamim continuou calado.

-Deve ser uma dessas brincadeiras deles. –disse Eliza revirando os olhos.

Mas isso não parecia nada, com uma brincadeira. 

Minha cabeça estava em um turbilhão, não conseguia entender nada.

Benjamim estava mentido para mim? Era o que parecia.

-Benjamim. –o chamei mais uma vez, com esperança de que ele dissesse que seu irmão estava louco, que dissesse qualquer coisa.

O jeito como ele encarava Daniel, era tão estranho, como se eles tivessem um segredo oculto, que eu não estava sabendo. 

-Acho que já está na hora de vocês pararem com isso. –disse Eliza, percebendo a tensão, que se intensificava no ambiente.

-Eu também acho que já está na hora de acabar com as brincadeiras. Não é Benjamim? Em minha opinião, você está indo longe demais. Não é justo. –Daniel disse me olhando.

Meu coração estava batendo aceleradamente. O que isso queria dizer?

Estava com medo de saber.

Benjamim finalmente reagiu, levantou da mesa e me puxou pelo braço.

-Me solta. –disse com a voz trêmula, em minha mente passava uma montanha de possibilidades.

E nenhuma delas era boa.

-Vivian, vamos embora daqui agora. –ele disse pegando novamente meu braço.

-Mas vocês nem jantaram. –disse Eliza.

-Precisamos ir agora. –disse Benjamim.

Desvencilhei-me de seus braços. –O que quer dizer isso que ele disse? 

-Eu te explico depois. Precisamos sair daqui agora. –ele disse entre os dentes.

Relutantemente deixei ele me levar para fora da casa e me colocar dentro do carro. 

-Isso não foi uma boa idéia. –murmurou.

-Me explica o que está acontecendo Benjamim. Tem muitas coisas passando pela minha cabeça, uma pior que a outra,  isso está me matando. –disse exasperada. 

Sentia que a qualquer momento iria explodir, a noite não saiu como eu imaginava.

-Esquece tudo o que você ouviu da boca do Daniel. –Benjamim disse, suas mãos seguravam o volante com força.

-O que ele quis dizer com você está indo longe demais? Como a Eliza não sabe que vocês dois estão brigados? Porque o Daniel finge que não sabe o motivo da briga? O que foi tudo aquilo? Benjamim, eu estou me sentindo completamente confusa, parece que você está escondendo...

-Não. –ele me interrompeu. –A tia Eliza não sabe, porque não contei nada, ela ficaria muito triste se soubesse da nossa briga. E você não pode escutar nada do que Daniel diz. Ele quer nos separar a todo custo. E se aproveitou disso quando soube que ia levar você na casa da tia Eliza. Está mais claro para você? –sua voz saiu fria.

Tudo pareceu se encaixar, Benjamim tinha me avisado, para não dar ouvidos ao Daniel. E foi exatamente o que eu fiz. E ainda tive esperanças de que ele estava sendo sincero, com o pedido de desculpas. Mas era tudo uma grande mentira. Não podia confiar nele, de modo algum.

-Sim. –disse sentindo o alívio tomar conta de mim. 

Ficaria arrasada, se Benjamim estivesse mentindo para mim. 

-Desculpa. Não esperava que ele fosse saber de nosso jantar. Marcamos outro dia. –ele disse com um sorriso triste.

-Não se desculpe. Você não teve culpa. –disse passando a mão em seu ombro. –Eu que fui muito ingênua, em achar que o Daniel ia pedir desculpas a você de verdade. 

-O que? 

Engoli em seco, disse mais do que devia. 

-Vivian. –ele disse em um tom questionador. 

-Daniel foi ao meu apartamento hoje, veio pedir desculpas por tudo o que tinha feito. Eu disse que só o perdoaria se ele fizesse as pazes com você. Isso foi tudo culpa minha. 

Ele passou a mão livre pelos cabelos. –Daniel em seu apartamento. –ele repetiu.

-Sim. –sussurrei.

-Como você pode deixar o Daniel entrar em seu apartamento? –ele gritou.

Encolhi-me no banco, notando que ele estava acelerando a velocidade a cada minuto.

-Eu não olhei no olho mágico quando abri a porta, pensei que era você. Mas ele não entrou, apenas tive uma breve conversa com ele na porta. –minha voz saiu trêmula, pelo nervosismo que tomava conta de mim. 

Nunca vi Benjamim tão bravo.

-Você não deve abrir a porta para ele, nem ter uma conversa breve. Porra! Nem deve dizer oi. Ele não é uma pessoa boa, quer nos separar. Vai inventar várias coisas, você nunca pode acreditar nele. 

Não podia continuar discutindo com ele. Era demais para eu suportar, sua voz grave vibrava em meus ouvidos.

Todos os meus instintos mandavam eu ficar calada, como sempre fazia quando minha vó brigava comigo, rebater não era da minha natureza. Minha boca se fechou e não disse mais uma palavra. As lágrimas ameaçavam cair, respirei fundo, engolindo o choro. 

Engole esse choro!

Suas lágrimas não me comovem!

            Minha avó veio em minha mente, tornando o momento mais perturbador e doloroso. 

Quando me dei conta, Benjamim tinha parado o carro no acostamento, seus braços me rodeavam.

-Me desculpa. –ele disse desolado.

Eu estava chorando, soluços fortes escapavam de mim me machucando.

-Quero... ir... para casa. –disse entre soluços. 

-Me desculpa amor. Por favor. Minha intenção não era brigar com você. –sua voz estava calma e doce.

Mesmo assim, não estava tendo um efeito tranqüilizador em mim.

-Por favor, quero ir para casa. –afastei-me dele.

Seus olhos me encararam por segundos, ele assentiu e voltou a dirigir.

Quando chegamos, desci do carro sem esperar por Benjamim. Naquele momento a única coisa que eu queria, era ficar sozinha.

-Vivian, me espera! –ele gritou atrás de mim.

Corri passando pela recepção, entrando no elevador.

Benjamim me alcançou.

-Me desculpa, Vivian. Nunca mais vou gritar com você. Nunca. –ele disse segurando meu rosto para me fazer olhá-lo nos olhos. 

Seu olhar parecia tão perdido. Parecia estar com medo.

-Tudo bem. –murmurei.

Ele me abraçou.

-Me desculpa. Nunca mais farei isso. Prometo. –pediu mais uma vez.

O elevador parou no andar do meu apartamento, as portas se abriram e Benjamim me segurou. 

-Fica comigo, quero dormir com você. 

Afastei-me delicadamente dele. –Eu preciso de um tempo sozinha. 

-Não vou deixá-la sozinha neste estado. Sei que você está chateada comigo, mas não vou deixá-la.

As portas do elevador ameaçaram se fechar, coloquei minha mão na porta.

 -Amanhã você pode vir. Agora quero esfriar a cabeça, entender o que eu estou sentindo, porque estou chorando desse jeito. –expliquei.

Saí de dentro do elevador sem olhar para trás.

Entrei em meu apartamento, e me joguei no sofá.

Deixei minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto livremente.

Sentia-me tão perdida, o choque da realidade, as mudanças drásticas que aconteceram em minha vida da noite para o dia, estavam me deixando apavorada. Passei esses dias, sem pensar no que iria acontecer no futuro, não queria admitir para mim mesma, que estava com medo do amanhã. 

Minha primeira briga com Benjamim, me fez pensar no que eu faria se nos separássemos.

A vida sem Benjamim. 

Não havia notado o quanto tinha me tornado tão dependente dele, meu peito ardia, só de imaginar ele partindo meu coração. Sabia que não iria suportar. 

Algo me dizia que a história de Benjamim e Daniel, ia muito além de uma briga por poder. 

Contudo, não tinha coragem o suficiente, para descobrir o que era tudo aquilo. Temia que Benjamim estivesse apenas me usando, e que Daniel fosse o bonzinho da história, tentando abrir meus olhos. 

Suas insinuações não saiam da minha cabeça.

Porque ele fazia isso? 

Tinha dificuldade de confiar em homens, minha vó fazia questão de que eu sempre estivesse de olhos bem abertos com qualquer ser do sexo masculino. O único que derrubou todas as minhas defesas foi Benjamim. 

Rezava para que não tivesse entregado meu coração à pessoa errada.




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