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História Doce sedução - Capítulo 18


Escrita por: cherry_99

Capítulo 18 - Capítulo 18


Depois de uma semana voltando a minha rotina “normal” e nova, ao mesmo tempo, já estava habituada. Não foi difícil. Afinal, eu tinha Benjamim, e tudo com ele, era mais fácil. 

Mas havia uma única coisa, que não saía da minha cabeça, minha vó. 

Será que estava bem? Será que estavam tratando-a com cuidado? Ela estava com raiva de mim?

Eram tantas perguntas, que ainda me atormentavam. 

Eu tinha que vê-la, saber como estava. Só assim, ficaria em paz, de algum modo. 

Estava uma segunda feira, e decidi que era o dia certo para pedir demissão do escritório de Advocacia Bittencourt. Havia adiado, por falta de coragem, no fundo eu realmente não queria deixar meu emprego. Eu devia muito ao Sr. Bittencourt, que sempre foi tão bondoso, me ajudando sempre que eu precisava.

Mas já havia me decidido, e não poderia voltar atrás, estava na hora de começar minha carreira, trabalhar em minha área, e adquirir experiência.

-Em que você está pensando? Você anda tão distraída. –perguntou meu futuro ex chefe.

Limpei a garganta. –Preciso conversar com o senhor.

-Para sua sorte estou livre agora. Hoje não está sendo um dia movimentado. Venha até minha sala. 

O segui até sua sala e me sentei, suspirando.

-Pela sua expressão, o assunto é serio. –comentou ele, me examinando.

-Sim. –disse, olhando para minhas mãos juntas em meu colo, evitando seu olhar.

-Pode falar. 

Levantei meus olhos. –Primeiramente, eu quero lhe agradecer por tudo o que o senhor fez por mim. Quero que saiba que sou muito grata. 

Os olhos verdes do senhor Fernando se estreitaram. –Eu sei disso. E não me arrependo de tê-la contratado. Você é a melhor secretária que já tive. 

Suas palavras causaram pontadas em meu peito. Não tinha a intenção de ser sua melhor secretária, parecia muito injusto, pois não trabalharia mais com ele.

Engoli em seco, as palavras presas em minha garganta. Porque estava me sentindo tão culpada? 

-Eu fico feliz em saber que trabalhei competentemente. 

Meu chefe me encarou desconfiado. –Onde você está querendo chegar? 

-Eu estou pedindo demissão. –soltei.

-Se for algum tipo de brincadeira, saiba que não tem graça. –ele disse com a expressão fechada.

-Não estou brincando. Como eu disse, sou muito grata ao senhor, por tudo.  Mas agora, está na hora de eu trabalhar em minha área. Já vou terminar a faculdade e preciso de experiência. Eu sinceramente, amo trabalhar aqui, tenho um ótimo chefe, minha carga horária é pequena, não tenho do que reclamar.   Mas não posso mais ficar aqui. 

-Eu já estava imaginando que isso iria acontecer. Foi seu namorado, que sugeriu isso? –seu tom era duro.

-Sim...

-Então está explicado. Ele a manipulou, estava se sentindo ameaçado e resolveu afastá-la de mim. Eu pensei que você não se deixaria levar por um homem como ele. Não quis me meter em sua vida pessoal, quando vi vocês dois juntos, mas acho que você não conhece seu namoradinho, ele não é um príncipe que saiu de um conto de fadas, muito pelo contrário. –ele toma uma respiração profunda e torna a falar. -Você não se preocupa com seu futuro? Quando esse caso acabar e você perder seu encanto para ele, o que vai acontecer? Ele vai mantê-la? Ou vai abandoná-la? 

Não respondi. Estava tão chocada, que congelei com suas palavras. Esse não era o Fernando que eu conhecia. 

-Acho que você não faz idéia do que está fazendo com sua vida.                          –ele me encarou por um longo tempo, passou as mãos sobre o rosto. -Sua demissão está aceita. A partir de hoje você não trabalha mais para mim. Não precisa vir mais aqui, eu providenciarei uma substituta temporária. Seu salário desse mês, seguro e tudo o que você tem direito estarão em sua conta amanhã. 

-Eu...

-Você pode ir. Adeus, Viviane. 

Levantei-me em silêncio. Parecia que eu não conseguia pronunciar palavra alguma, o gato literalmente comeu minha língua.

Fui até minha mesa e recolhi minhas coisas rapidamente. Não poderia ficar aqui, nem mais um minuto. 

Deixei o prédio, ainda com a sensação de anestesia. Não queria processar as coisas que ouvi do Fernando. Nunca pensei que ele diria uma coisa dessas. 

Não liguei para Benjamim, andei até o bar mais próximo e sentei-me em uma mesa ao ar livre. 

Precisava de um tempo sozinha, para processar tudo. 

-Você deseja uma bebida? –perguntou o barman.

-Sim. –respondi, mas não fazia idéia do que pedir. 

Nunca havia bebido na vida.

O barman elevou as sobrancelhas em questionamento.

-O que você sugere, para uma pessoa que acabou de deixar o emprego? 

Ele abriu um pequeno sorriso. –Depende. Isso é bom ou ruim?

Franzi os lábios. –Eu pensei que seria bom, mas não foi como eu esperava.

-Entendi, sei o que você precisa. –disse anotando no pequeno bloco de papel.

-Obrigada. 

Enquanto esperava escondi meu rosto entre as mãos. O que eu estava tentando fazer? Encher a cara? 

Talvez. Não queria analisar isso. 

Pra tudo tem uma primeira vez, de qualquer jeito. 

-Viviane Miranda? 

Levantei a cabeça, sobressaltada. Uma mulher que nunca havia visto em minha vida, estava em minha frente e sabia meu sobrenome.

-Desculpe-me, mas não a conheço.

-Eu que peço desculpas pela indelicadeza. Sou Andréia, jornalista da revista Fama. 

Jornalista? 

Olhei-a com desconfiança, apertando sua mão. –Prazer. Ainda não entendi como você sabe meu nome.

Os olhos da jornalista se arregalaram em surpresa. -Você está em todas as capas das revistas, você é o atual caso do empresário Benjamim Fernandes. Você não lê revistas? 

De tudo o que ela disse, só dei ouvidos à parte em que se referiu a mim como o atual caso de Benjamim. 

-Eu não sou o atual caso de Benjamim, sou sua namorada. –corrigi em um tom seco.

Porque todo mundo pensava isso de mim? Eu conhecia Benjamim, sabia que era um mulherengo e passava cada noite com uma mulher diferente. Mas isso era antes de mim. Eu não era mais um de seus casos passageiros. 

Os olhos de Andréia se alargaram ainda mais. –Mas ele nunca teve um relacionamento sério oficialmente. 

O barman chegou com minha bebida, infelizmente, tarde demais.

Tirei um maço de notas e coloquei sobre a mesa. –Acho que isso é suficiente. Tenho que ir agora.

Ele me olhou confuso e assentiu.

-Espere, Viviane. Tenho tantas perguntas, poderíamos tomar algo juntas?

-Não, obrigada. Estou com pressa. 

Andei rapidamente ignorando os chamados da jornalista inconveniente. 

O que estava acontecendo comigo? Devo ter levantado com o pé esquerdo.

Não poderia ver Benjamim, tão cedo. Precisava colocar a cabeça no lugar, mas estava sendo uma missão impossível.

Porque Benjamim não me falou nada? 

Ele, com certeza, sabia que estávamos nas capas das revistas, e nem um momento me falou nada sobre isso. 

Agora entendia os olhares curiosos que estava recebendo à dias, estava sendo reconhecida pelas pessoas ao meu redor.

Eu poderia entrar em pânico a qualquer momento.

Passei em frente a uma banca de revistas, e não pensei duas vezes. 

Ao me aproximar, me deparei com várias revistas diferentes, com a mesma imagem de ângulos diferentes. 

Minhas mãos tremeram. Eu e Benjamim estávamos no restaurante em que sempre almoçamos, sorridentes, de mãos dadas.

A foto era linda, porém, as legendas eram maldosas.

“O novo caso de Benjamim Fernandes, o milionário mais cobiçado do Brasil.’’

  “Quem será jovem misteriosa, que conseguiu algumas semanas com nosso solteirão destruidor de corações? Será que ainda a veremos mais vezes?”


-Você a moça da capa? –exclamou o homem da banca de revistas.

-Não. –disse com um sorriso torto.

-Mas...

Não esperei ele me avaliar melhor e saí andando rapidamente. 

Meu Deus.

Será que teria que passar a vida fugindo desses olhares questionadores?




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