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História Doce sedução - Capítulo 19


Escrita por: cherry_99

Capítulo 19 - Capítulo 19


Eu não queria ligar para Benjamim, mas não tinha alternativa, estava com medo de outras pessoas me reconhecerem na rua e me abordarem. 

Ainda era cedo para eu ir á faculdade, então resolvi ligar para Dyo. 

Talvez ele não estivesse ocupado. 

Ele atendeu no segundo toque. –Oi Vivi.

-Oi. Preciso de você. –disse com a voz falha. 

-Aconteceu alguma coisa? 

-Você pode vir aqui o mais rápido possível? Tipo, agora?

-Claro, já estou indo. Mas você não pode me dizer o que está acontecendo? Você está me assustando. Você está ferida? Foi assaltada?

-Não estou machucada, nem fui assaltada. Não dá pra falar por telefone. Só venha o mais rápido que puder.

-Ok. Fique calma. Onde você está? 

-Perto do escritório Bittencourt. No café ao lado. 

-Estou chegando aí.

Respirei fundo, tentando me acalmar, enquanto esperava meu amigo chegar.

Estava com um pressentimento tão ruim, como se fosse descobrir coisas que me machucariam. Coisas que não queria saber.

Dyo demorou apenas 5 minutos para chegar, quando entrou no café correu em minha direção me abraçando. 

-Você está bem? 

-Não muito. Mas agora precisamos sair daqui. –disse olhando ao redor.

As pessoas não paravam de olhar para mim. Era perturbador. 

-Tudo bem. Mas você está me deixando nervoso. Quando chegarmos em casa, quero que você me explique tudo o que está acontecendo. –ele murmurou, enquanto saímos.

****************


-Cadê a tia Sara? -perguntei quando chegamos. 

-No trabalho. Estamos sozinhos aqui, então, desembucha. 

-Você ainda não viu as revistas hoje?

Ele soltou uma risada. –Eu tenho cara de quem lê revistas de fofoca?

-É sério, Dyo. Eu estou na capa de todas as revistas, com Benjamim. 

-Você está falando sério? 

-Infelizmente, sim. Eles sabem coisas sobre mim, onde estudo, onde trabalho, até o curso que eu faço.

-Isso é assustador. –comentou com rugas se formando em sua testa.

-E isso não é o pior. Você precisa ler as legendas, eles acham que sou mais um dos casos de Benjamim. Insinuam coisas maldosas. Estou me sentindo tão envergonhada. As pessoas me olham na rua, e até uma jornalista me abordou, fazendo perguntas.

Dyo se levantou e pegou seu notebook. 

-O que você está fazendo? 

-Quero ver exatamente o que andam falando da minha amiga. –ele falou enquanto seus dedos percorriam rapidamente as teclas.

Sua expressão mudou, suas sobrancelhas  se arquearam.

-O que você está vendo? –perguntei, levantando-me.

-Você não precisa ver isso. –ele disse fechando o notebook.

-Eu quero. –afirmei.

-Não. Você já viu muita coisa por hoje. Precisamos falar com Benjamim. –a voz de Dyo saiu dura, de um jeito incomum. 


Havia algo de errado, e eu tinha a ligeira impressão de que não tinha visto o pior.

-Você está me deixando nervosa. 

-Eu acho que não é uma boa idéia, você ir à faculdade hoje. Não sem antes falar com Benjamim. 

-O que você viu? 

-Deve ser engano, eu não sei dizer. A única coisa que posso afirmar é que Benjamim não está sabendo disso. Fique aqui, eu já volto. –disse ele, saindo do quarto. 

Peguei o notebook e o abri mas, infelizmente, estava com a senha ativada.

Sentei-me na cama, tentando me manter calma. 

Dyo voltou minutos depois. –Benjamim já está vindo. 

-Me diz o que está acontecendo. –pedi.

-Quem vai nos dizer isso, é Benjamim. 

*****

Estávamos na sala de estar, quando Benjamim chegou, com uma expressão de poucos amigos.

-Eu já resolvi tudo. Amanhã, nossa foto vai estar fora de todas as capas de revista. –disse Benjamim, mais para Dyo do que para mim. 

Ele nem sequer me olhou. Senti um nó na garganta.

-Ótimo. Mas você ainda não explicou aquilo. 

-Vou esclarecer tudo, mas primeiro preciso conversar com a Vivian, á sós.

-Tudo bem. Eu não quero me meter, mas a Vivian é como uma irmã para mim, vou protegê-la sempre, de qualquer pessoa. –Dyo disse em tom de aviso antes de se retirar. 

-Você quer me deixar maluco? –disse Benjamim, pela primeira vez me olhando diretamente.

-Do que você está falando? Eu que estava na capa das revistas, sendo reconhecida na rua, sem estar sabendo de absolutamente nada! –soltei.

-Você deveria ter me ligado no exato momento em que soube. Não percebe o perigo que correu? Andando sozinha pela rua.

-Eu estava chateada. Resolvi pedir demissão hoje, e o Fernando não aceitou muito bem. Queria ficar sozinha. 

-Isso não explica porque você não ligou diretamente para mim. –ele rebateu. 

-Acho melhor nos esfriarmos a cabeça, não quero brigar com você. 

Nos olhamos em silêncio por um longo minuto. Sentei-me no sofá colocando o rosto entre as mãos. 

-Eu precisava de um tempo, muita coisa aconteceu hoje, ao mesmo tempo. Nem tive tempo de assimilar. E as legendas das fotos que eu vi, não ajudaram. Me senti traída, de alguma forma. Achei que você sabia, mas não deu importância, como aquele dia em que o Daniel insinuou aquelas coisas, e você não disse uma palavra. 

Levantei o olhar para encará-lo. 

Ele sentou-se ao meu lado, me puxando para os seus braços. 

-Esqueça o que você ouviu da boca do Daniel. Eu lhe disse que ele quer nos separar, por isso disse aquelas coisas. Eu nunca deixaria o mundo falar de você daquele jeito. Fiquei tão irritado quando li aquilo, que tive vontade de processar todas as revistas. Mas pensei melhor, e agora quero que todo mundo saiba que você é minha namorada. Não é uma mulher qualquer. Vou concertar as coisas.

Meu coração palpitou ao ouvir aquelas palavras.

-Ainda tenho mais uma coisa pra te falar. –senti o corpo de Benjamim ficar tenso.

Afastei-me dele para olhá-lo.

-O que? 

A tranqüilidade que tinha se formado em peito, evaporava. 

-Havia mais uma foto que você não viu. É antiga, foi tirada a mais ou menos dois anos atrás, em um evento publicitário. 

-E o que há de ruim nisso? –rugas se formaram em minha testa.

-Eu estava acompanhado, na foto eu estou posando ao lado da Eliza, minha relação mais duradoura foi com ela. 

Senti um nó na garganta. 

Que bom que eu não vi a foto. Pensei.

Benjamim ao lado de outra mulher? Mesmo que a foto fosse antiga, sabia que não seria uma boa idéia vê-la.

-Então, quanto tempo durou?

-Seis meses. 

Soltei o ar que se acumulava em meus pulmões. –Só isso? 

-Sim.

-Não sei o que dizer. 

-Diga que você não se importa com isso. Faz tanto tempo, e nem teve muita importância. 

-Você a amava? –perguntei sem pensar.

Benjamim ficou em silêncio. 

-Quem terminou?  

-Ela. Mas isso não importa. Não sinto absolutamente nada por ela. 

-Tudo bem. –disse resignada.

Benjamim me abraçou. –fiquei com tanto medo de que isso a machucasse. Eu amo você, Vivian. Nunca duvide disso.

-Eu também te amo.

Ele me beijou intensamente, murmurando que me amava inúmeras vezes. Mas eu estava tão distante.

Tinha a sensação de que não era só isso.





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