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História Doce sedução - Capítulo 28


Escrita por: cherry_99

Capítulo 28 - Capítulo 28


O primeiro homem que amei, o homem a quem me entreguei pela primeira vez, estava de joelhos, falando as palavras mais lindas, que nem em meus sonhos mais românticos poderia imaginar. 

 Poderia ter sido perfeito. 

 Um dia atrás, a resposta nem seria pensada. Apenas pronunciaria um sim, cheio de emoção. 

 Mas o homem que estava em minha frente, não era real. Ele havia quebrado meu coração em vários pedaços, e eu os juntava para tentar me concertar. Eu ainda o amava, com tanta força que chegava a doer. Não havia como apagar as memórias que me aterrorizavam a cada vez que fechava os olhos. Mais uma vez, meu coração travava uma grande batalha com minha razão.

 Dessa vez, não pude seguir meus sentimentos. -Não.

 Lágrimas começaram a escorrer pelo seu belo rosto. Ele pegou minhas mãos desesperadamente, apertando-as com força. -Vivian, olhe para mim. Você não pode me deixar! Não faça isso comigo. –ele implorava.

 Fechei meus olhos, tentando me desvencilhar de seu aperto. Ele me segurou ainda mais forte.

 -Benjamim, me solte! Está me machucando. 

 Ele se levantou, me pegando pelos braços. Só agora, pude sentir o forte cheiro de álcool que exalava de seu hálito. Comecei a ficar assustada. Ele não estava consciente de seus atos.

 -Benjamim, me larga! –gritei. 

-Você é minha. Não pode me deixar. Eu não não  permitir. –seu rosto estava bem perto do meu. –Me beije. E esqueça tudo o que aconteceu. 

Quando ele estava a centímetros de minha boca, sou puxada de seus braços rapidamente. Zonza, olho ao redor, e encontro os olhos cor de mel de Daniel. Ele está vermelho, ofegante, encarando Benjamim com uma expressão voraz. 

 -Você está completamente louco, Benjamim! –berra Daniel. 

-Estou. E a culpa é toda sua. Está vendo? Você finalmente conseguiu me separar da mulher que mais amei em minha vida. Era isso que você queria? Me ver destruído?

 -Eu nunca faria isso com meu próprio irmão. Olhe para ela. Foi você que estragou tudo. Eu pedi tantas vezes que você não a machucasse, mas na primeira oportunidade, foi exatamente o que você fez.

 -Eu sabia! Você gosta dela, não é? Como pude ter sido tão cego? Está na cara que você gosta dela. –Benjamim andou até Daniel calmamente. –Tenho uma má notícia, ela nunca será sua. Ela me ama. Nunca amará você como me ama. O que te adiantou ser o bonzinho da história, se o coração dela nunca vai lhe pertencer?

 -Cala a boca! Você não sabe o que está falando. Deve estar muito bêbado.

 -Eu te conheço, irmãozinho. –Benjamim olhou de mim a Daniel de olhos cerrados. –Pode ficar com ela. Minha diversão acaba por aqui. 

 Fiquei boquiaberta, enquanto Benjamim partia em passos lentos. Incapaz de encarar Daniel, continuei olhando Benjamim, até ele desaparecer de nossa visão. Eu me sentia anestesiada.

 Ele parecia uma pessoa completamente diferente, e agora não tinha dúvidas de que esse era o verdadeiro Benjamim. O que queria apenas me seduzir e se divertir enquanto durasse. 

 -Ele está magoado. –Daniel disse, olhando para as ondas.

 -Eu não fiz absolutamente nada para deixá-lo assim.

 -Eu sei. Ele mesmo se destruiu.

 -Ele disse que me amava. Me pediu em casamento. Como ele pode ser tão cruel? –minha voz estava rouca, efeito de uma noite intensa de choro.

 Daniel voltou sua atenção para mim, notando que estava prestes a desmoronar, me rodeou com seus braços. -Eu me sinto tão mal. Nunca deveria ter deixado ele se aproximar de você. Como pude deixar meu irmão ferir a mulher que eu gosto? –Daniel murmurou baixinho, só para ele. 

Fingi não escutar. Mesmo que meu coração tenha reagido de um jeito incomum.

 ***

 Dormi novamente na casa de Daniel. Ele havia virado um grande amigo, me dando apoio no momento em que mais precisava. 

Não comentei, nem questionei nada sobre o que ele disse na praia. Nem falei sobre as insinuações que Benjamim fez. Não queria complicar ainda mais as coisas. 

 Daniel era como um anjo, totalmente o contrário de Benjamim. Mas não  poderia amá-lo.

 Acordei muito cedo, e fiquei pensando no que iria fazer em minha vida. Agora que nada mais me prendia aqui, pensava em ir para São Paulo, ficar mais perto da minha mãe, como sempre quis. A idéia aqueceu meu coração aflito, acalmando por uns minutos. 

Até me lembrar de Benjamim novamente. Eu não poderia continuar aqui, nem se eu quisesse. Havia tantas lembranças, que eu queria apagar. 

Pela primeira vez, queria nunca ter conhecido Benjamim. 

 ***

 Na mesma manhã contei a Daniel minha decisão. 

Ele ficou em silêncio, me fitando com uma expressão indecifrável. -É isso mesmo que você deseja? Isso não é uma tentativa de fugir de seus sentimentos por Benjamim? 

Eram as duas coisas, mas Daniel não precisava se preocupar tanto com isso. –É o que eu quero. Já estou decidida. Posso  trancar a faculdade, pedir demissão do estágio e me despedir de todos. Mas não posso continuar aqui.

 -Eu respeito sua decisão. Vou estar aqui para o que você precisar. –ele disse com um sorriso triste. 

Porque ele se sentia triste?

 -Obrigada, Daniel. Você me ajudou tanto. Fez esse momento ser menos doloroso. Não sei como lidaria com isso tudo sozinha. 

 -Sei que você se sairia bem. Mesmo com toda essa confusão, você demonstrou força. Fico feliz em ver que você está decidida a dar a volta por cima. Eu quero que você seja muito feliz. –ele se aproximou e acariciou meu rosto, me olhando com ternura.  

Para esconder meu embaraço, pigarreei e me afastei. 

Porque me sentia tão envergonhada perto dele? E seu toque provocava efeitos indesejados?

 Não quis pensar mais a fundo, tinha medo do que poderia ser esse sentimento.

 -Tenho que voltar para o apartamento. –observei. 

-Eu posso levá-la lá hoje. Eu resolvo as coisas sobre o apartamento e o estágio. Sei que Benjamim iria se aproveitar disso para falar com você. Aposto que ele está esperando-a no estágio. 

 Realmente não queria ver Benjamim. Quanto mais o evitasse, mais fácil seria segui adiante.

 -Isso ajudaria muito. 

 -Então deixe-me cuidar disso. 

 ***

 Cheguei no apartamento sem trombar com Benjamim. Olhar aquele cômodo em que estivemos juntos, cozinhando, assistindo TV, deitados na cama, era tão doloroso. Fiz um grande esforço para ocupar minha mente com coisas importantes que teria que fazer. E que não eram poucas. 

Quanto mais rápido as fizesse, mais rápido poderia partir. 

 Fiz as malas, deixando todos os moveis intactos. 

 Antes de passar pela porta dei uma ultima olhada.  

Todas as boas lembranças ficariam guardadas aqui. 

Não as levaria comigo. 



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