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História Doce sedução - Capítulo 3


Escrita por: cherry_99

Capítulo 3 - Capítulo 3


Quando sai da faculdade não me surpreendi ao ver Benjamim. Estava começando a me acostumar com a presença dele, que agora era constante. Ele estava escorado em seu carro caro, vestido em seu terno com as mangas da camisa arregaçadas, seus cabelos levemente bagunçados. Uma bela e incrivelmente sexy vista. Nossos olhos se encontraram, e recebi aquele sorriso.

-Oi Vivian. –ele me cumprimentou quando cheguei perto dele.

-Oi. –disse sem saber ao certo o que dizer. Ainda não entendi porque ele estava aqui.

-Eu estava passando por aqui e resolvi dar um oi. –ele disse casualmente.

Sorri. –Parece que você passa constantemente na frente da faculdade. E bem na hora que eu saio.

Ele também sorriu. –Na verdade eu estava esperando você há algum tempo.

Ergui as sobrancelhas. –É mesmo? A quem eu devo essa honra?

-Eu esperava que você fosse sair mais cedo. Apreciei nosso ultimo passeio.

Ele deu um passo em minha frente e pegou minhas mãos, resisti a minha vontade de recuar e puxar minha mão. Eu era arredia demais, minha avó me fez ser assim.

-Sério? Eu pensei que você tivesse gostado do beijo que você roubou de mim. –disse séria. Mais cedo ou mais tarde teria que abordar esse assunto.

Ele deu mais um passo, nossos corpos estavam quase se tocando. –Estaria mentindo se dissesse que não gostei. E que não quero repetir agora mesmo.

Seus dedos roçaram meus lábios levemente. Sabia que se não saísse nessa hora de seus braços não resistiria se ele me beijasse. Relutantemente me desvencilhei dele.

-Não é hora e nem lugar Benjamim. –disse soltando o ar que estava segurando.

Seus olhos cintilaram. –Então podemos ir a outro lugar.

Arregalei os olhos. –Você está fora de si? Já disse a você que não vai ter outra vez, e não terá mais que isso. Foi um erro meu ter deixado isso acontecer.

-Vivian não se engane. Você anseia por isso, quer mais que isso. Eu vejo em seus olhos, e em seu corpo.

Examinei-me, não vi nada à mostra. –Quem está se enganando é você, tirando essas conclusões.

Um pequeno sorriso se formou em seus belos lábios. –Você está me desafiando? Acho que é a segunda vez.

Apenas o olhei, não queria desafiá-lo, também não queria parecer covarde.

-O que você quer de mim Benjamim? Você apareceu do nada em minha vida. –passei as mãos pelos meus cabelos nervosamente.

-Eu lhe pergunto a mesma coisa Vivian. O que você quer de mim? Estou tentando me afastar de você, mas não consigo. Estou virando um imã, sendo atraído a você.

Fiquei chocada com a sua confissão, não imaginava que ele estivesse sentindo isso.

-Então o que vamos fazer? –perguntei, não queria nem um pouco que ele se afastasse de mim, mesmo que isso fosse o certo.

Ele voltou a rodear minha cintura com seus braços. –Não faço a mínima idéia.

Ficamos nos encarando em silencio. Fui recuando até que senti minha costa encostar na porta do carro. Benjamim me imprensou, não me deixando escapar. Podia sentir sua ereção contra minha virilha. Céus eu estava excitada.

-Benjamim me solta. –gemi baixinho.

-Não. –ele disse me apertando mais contra o carro.

Não consegui conter outro gemido. Meu corpo estava em brasa.

-Estamos na frente da faculdade. Por favor me solta. –minha voz não soou convincente.

-Foda-se. –ele disse.

Ele lambeu meu lábio inferior de leve. Respirei fundo, meus olhos estavam fechados. Eu queria esquecer que tinha um monte de gente nos olhando, que estávamos em um lugar público.

Ele me beijou ferozmente. Eu estava entregue a ele naquele momento. Mas ai o encanto acabou, ele quebrou o beijo.

Eu podia sentir meus lábios inchados do beijo. Benjamim não foi nada carinhoso, era como se ele estivesse com raiva.

Ele passou a mão pelos cabelo e deu um longo suspiro.  –Você tem razão Vivian. Se afaste de mim. Não sou bom para você.

Fiquei de queixo caído enquanto ele virou as costas e foi embora em seu carro. Senti um frio na barriga. Segurei minhas lágrimas, que estavam desesperadas para sair. Não podia chorar, não por ele.
***

Dois dias se passaram. Não vi mais Benjamim. Ele finalmente havia desistido de mim. Um vazio ocupou meu peito desde nosso ultimo encontro, principalmente por ele ter partido sem mais nem menos.

 Tive que me ocupar muito para não enlouquecer. Tudo ao meu redor parecia estar em câmera lenta, as horas não passavam. A única coisa que queria era ir pra casa e dormir para não acordar mais. Eu queria emoção na minha vida tão sem graça. Sem cor, sem amor.

Coloquei em minha cabeça que eu estava sendo dramática demais. Não éramos nada um para o outro, então não tinha o direito de me sentir triste por não ver mais ele. Mesmo assim era difícil evitar.

-Seu namorado sumiu. Vocês terminaram? –disse Dr. Bittencourt.

Sua pergunta me irritou. –Ele nunca foi meu namorado. –disse coma voz fria.

-Mas você está triste. –ele insistiu em me fazer falar.

- Não estou triste Dr. Bittencourt. –disse devagar.

-Você pode se abrir comigo. Eu sei que ele era seu namorado.

Não desviei o olhar de seus olhos quando disse. –Você é apenas meu chefe. Não lhe devo satisfações da minha vida, se estou namorando ou não ou de quem quer que seja que venha me deixar no trabalho. Então por favor. Não me obrigue a ser mal educada com o senhor novamente.

Seu rosto continuou neutro, não demonstrou nenhuma reação a minha repentina explosão. Ele apenas assentiu com a cabeça. –Desculpe-me. Não vou cometer o mesmo erro novamente. Você está dispensada.

Arregalei os olhos quando percebi o tom que tinha usado com meu chefe. Ele poderia muito bem me demitir. E com razão.

Ruborizei e baixei a cabeça. –Eu sinto muito mesmo. Desculpa. –disse baixinho sem ter certeza se ele tinha ouvido.

Se ele tivesse me despedido eu saberia no dia seguinte. Eu estaria muito encrencada se fosse demitida. Não era fácil achar um trabalho onde eu poderia trabalhar meio período e ser bem paga. Sim, eu recebia muito bem, mesmo sendo uma secretaria em meio período.

O desespero tomou conta de mim e comecei a chorar. Não, eu não poderia perder este emprego.

Sai do prédio praticamente como uma desesperada, a última coisa que faltava era me verem chorando.

De uma hora para outra tudo estava dando errado.

Atravessei a rua. Tudo ocorreu tão rápido que não consegui entender o que estava acontecendo. Escutei o barulho de uma buzina e vi um carro vindo em minha direção. Ele deu uma freada brusca. Acabei caindo no chão com o susto.

Vi os pés do motorista vindo em minha direção. Por um momento pensei que eu tivesse morrido. Foi ai que eu encontrei aqueles olhos cor de chocolate me olhando com preocupação.

-Vivian você está bem? –somente uma pessoa me chamava assim.

Não podia acreditar que ele estava aqui. Sempre me salvando, aparecendo sempre quando eu precisava. As lágrimas arderam em meus olhos novamente. Não queria ver ele. Não agora.

-Eu estou bem. –disse me sentando. –Foi só um susto.

-Você tem certeza de que não se machucou? –ele perguntou me examinando por completo a procura de ferimentos.

-Sim eu tenho. Estou bem. –reforcei com a voz tremula.

Eu queria muito chorar.

-Espera. Você estava chorando? –ele perguntou seu cenho levemente franzido

Baixei a cabeça. –Não.

-Sim. Você estava. Você consegue se levantar?

Balancei a cabeça.

Benjamim me ajudou a levantar delicadamente. Ele me guiou até seu carro.

-Não saia daí. –disse ele fechando a porta do carro.

Observei Benjamim indo até o motorista que quase me atropelou.

-Caralho! Você não presta atenção! Você quase atropela minha namorada. –Benjamim berrou para o homem gordo que parecia totalmente nervoso.

-Ela não estava prestando atenção quando atravessou a rua porra! –ele disse passando as mãos pelo rosto.

-O que? Você ainda tem coragem de culpar ela, seu filho da puta!  -Benjamim acertou um soco em cheio no homem.

Cobri a boca com as mãos e sai do carro correndo em direção a Benjamim.

-Benjamim não! –disse olhando para o homem que provavelmente estava com o nariz quebrado.

Benjamim me olhou e relaxou as mãos. –Você vai pagar por isso! –ele ameaçou o pobre homem.

-Benjamim, deixa isso pra lá. –disse tentando acalmá-lo.

Ele olhou para mim exasperado. –Você poderia ter morrido! Ou se machucado seriamente. Então não me peça para deixar isso pra lá.

-Eu não estava prestando atenção quando atravessei a rua. Eu também tenho culpa Benjamim.

Ele semicerrou os olhos. –Não se culpe por uma coisa dessas. Entendido? Vou levar você para o hospital agora.

-Não. Isso é um exagero. Eu nem me machuquei.

-Você é muito teimosa Viviane. –foi a primeira vez que ele disse meu nome completo.

Ele veio em minha direção e colocou meu sinto de segurança. Suguei o ar forte com nosso leve contato. Eu estava perto dele de novo. Tão perto que podia sentir o gosto de seu beijo.

Balancei a cabeça negativamente para afastar o pensamento. Isso não iria acontecer de novo.

-Obrigada Benjamim. Parece que você sempre está perto para me salvar. –disse.

-Vivian. Eu sempre estou perto de você, mesmo que você não me veja. –ele disse sem me olhar.

-O que? –disse com o cenho franzido.

-Um dia você vai entender. Agora vou alimentar você e te deixar na faculdade. –ele disse, e como ele costumava não pediu minha opinião. –Agora quero que você diga por que estava chorando.

-Eu apenas tive um problema hoje no trabalho.

Ele acertou o volante com os punhos me assustando. –Aquele advogadozinho fez alguma coisa para você? Eu vou acabar com ele!

-Não! Claro que não. O Dr. Bittencourt não me faria nada de mal.

           Benjamim segurava o volante com força e ficou pensativo por um tempo.

-Foi demitida?

-Não. –disse rápido. –Quer dizer, não sei. Pelo menos não oficialmente.

            -Eu posso contratar você, tenho várias empresas com vagas disponíveis. –ele disse prontamente.

            Trabalhar com Benjamim seria ótimo, pensei.

            -Obrigada. Mas espero que não seja necessário.

Ele me olhou com uma expressão magoada. –Você não quer trabalhar comigo? Eu seria o melhor chefe que você já teve. E sou muito generoso com meus empregados.

-Não é isso. –disse sorrindo. –Eu apenas gosto do meu emprego.

-E você gosta do seu chefe?

-Sim. –respondi sem entender o sentido da pergunta.

Benjamim semicerrou os olhos.

-Quer dizer ele me ajuda muito. E é um bom chefe. –expliquei.

-E porque ele iria querer demitir você? Pelo que notei ele gosta até demais de você. –disse Benjamim com ironia.

-Benjamim você tem que para de julgar o Dr. Bittencourt. Ele não é esse tipo de pessoa que você imagina. –disse revirando os olhos.

-Você acha que não é. –Benjamim insistiu, olhei para ele com as sobrancelhas franzidas. –Ok, agora me diga por que você acha que ele vai te demitir.

Olhei para ele relutante não queria conversar sobre isso. –É que... Eu... –não conseguia formar a frase.

Benjamim me avaliou, sua expressão estava estranha.

Suspirei. –Eu discuti com ele. Ele queria saber se eu tinha terminado com você. E eu perdi o controle com a sua insistência em querer saber da minha vida pessoal. –olhei para a janela e completei. –Ele acha que você é meu namorado.

-Que bom que ele acha isso. –ele disse sério.

-Mas não é verdade. –rebati irritada.

-Ainda não. –ele disse com um sorriso de quem guarda um segredo.

Fiquei com um frio na barriga. Isso não tem a cara de Benjamim, ele mesmo disse que não gostava de relacionamento sério. Porque ele iria querer um comigo? Resolvi mudar de assunto.

-Você sumiu. –disse.

-Eu tive que fazer uma viagem a negócios.

Me senti tola. Ele não tinha desistido de mim só estava trabalhando.

-Ah. –disse sem saber o que dizer.

Sentia como se eu não visse Benjamim há meses e não dois dias. Queria dizer a ele que senti sua falta, mas me contive.

-Para onde vamos? –perguntei.

-Para minha casa. –ele disse brandamente.

Arregalei os olhos. –Não.

Não podia ficar entre quatro paredes sozinha com Benjamim. Era mais do que eu poderia suportar.

-Qual é o problema? Você deveria confiar em mim. Acho que já deu pra eu provar que não sou nenhum estuprador.

-Eu confio em você, por incrível que pareça. Mas não confio em mim. –disse hesitante.

Ele quase riu. –Porque?

-Porque eu sinto coisas quando estou perto de você. –confessei. Meu rosto ruborizou por completo.

Na verdade eu acho que ele já sabia. Não dava mais para negar isso.

-O que você quer dizer com coisas? –ele questionou.

-Você sabe. –revirei os olhos.

-Você sabe que essas coisas já poderiam ter sido resolvidas. –ele usou um tom sugestivo.

–Benjamim, não posso ir para sua casa.

-Pode sim Vivian. Porque o medo? O que pode acontecer ?

Pensei na pior possibilidade. O rubor tomou conta de meu rosto e Benjamim percebeu isso.

Benjamim parou o carro. –Vivian. Tem alguma coisa que eu preciso saber?

-O que exatamente você está querendo dizer? –eu não ousei encarar ele.

-Você está nervosa. –ele afirmou.

-Não estou não. –falei mais alto do que pretendia.

-Porque a idéia de ir para minha casa te assusta tanto? –ele não parava com seus questionamentos.

Queria que ele parasse de fazer perguntas.

-Não me assusta. É só que... –Não tinha idéia do que dizer.

Benjamim franziu o cenho.–Você é virgem.

Eu encarei o chão. Respirei profundamente e encarei-o. Seus olhos estavam selvagens depois de perceber que sua afirmação era verdadeira.

-Você não percebe que acabou de jogar um pequeno pedaço de carne para um leão faminto? –ele disse.

-Benjamim. –eu disse em tom de aviso.

-Estou brincando Vivian. Nunca forçaria você a fazer nada. –ele disse.

-Bom agora você já sabe o motivo. –eu disse olhando para a janela.

-Já chegamos Vivian. E isso não é um motivo. Você não pretende ser virgem para sempre não é?

Arregalei os olhos. Claro que essa não era a intenção, na verdade a idéia me assustava um pouco, já estava velha demais para ser virgem. As garotas da minha idade raramente eram virgens. Eu era uma pequena exceção. O único motivo de eu não ter perdido minha virgindade era a pressão que minha avó colocava em mim. E também nunca teve um cara que me fizesse querer transar.

Mas Benjamim era diferente. Um beijo dele fazia-me me derreter por completo. Céus, apenas um toque seu me deixava molhada. Eu realmente tinha uma grande queda por Benjamim.

-Não. Mas isso não quer dizer que eu vou querer mudar isso agora.  –disse envergonhada com o fato.

Beijamim riu.

-Eu sei. Então vamos lá? –ele disse dando um aperto de leve em minha mão.

-Ok. –disse resignada.

Quando sai do carro dei de cara com um prédio luxuoso. Tudo bem Benjamim eu sabia que Benjamim era rico, mas não imaginava um prédio desses.

Benjamim pegou minha mão e abriu um leve sorriso. Entramos pela porta de vidro automática, e a recepcionista me avaliou com o cenho franzido, mas logo sua atenção foi direcionada totalmente para Benjamim. Claro.

-Boa tarde senhor Fernandes. O senhor deseja alguma coisa? –ela perguntou com a voz melosa.

Senti-me enjoada quando me veio à mente que ela pode ter sido uma de suas conquistas. Afastei o pensamento.

-Eu só não quero ser incomodado. –ele disse seco sem ao menos olhar para ela.

Pelo menos ele não flertava na minha frente pensei amargamente, a atendente era realmente muito bonita para receber um flerte.

-Você está pensativa. –Benjamim comentou quando entramos no elevador.

Eu realmente não iria perguntar sobre a recepcionista mas minha boca estava sem filtro algum. Quando percebi as palavras já tinham saído de minha boca. –Você já ficou com a recepcionista?

Ele me lançou um olhar curioso. –Está com ciúmes?

Revirei os olhos, eu tinha a boca muito grande. –Não Benjamim. Só em seus sonhos. –disse fazendo charme. –Apenas estou curiosa.

-Sim, fiquei com ela uma vez. –ele disse sério.

-Hum. –disse sem saber o que dizer.

Cruzei os braços e me afastei um pouco dele. Senti uma coisa estranha no peito e não queria ele perto de mim.

Benjamim era realmente um cafajeste, tinha que aceitar isso.

De repente Benjamim me imprensou contra a parede. –Não acredito que não está com ciúmes Vivian. Eu tenho certeza que essa sua indiferença esconde seus reais sentimentos.

-Benjamim me solta! –gritei com raiva.

-Porque Vivian? –ele sussurrou em meu ouvido. –Porque você não admite que sente esse mesmo desejo que sinto por você?

-Porque não sinto. –disse ofegante.

O elevador se abriu e Benjamim me puxou, sai do elevador zonza.

Olhei ao redor e vi que só havia uma porta no andar. –Esse andar é só seu?-perguntei tentando desviar o assunto.

-Sim, só meu. –ele disse em um tom sugestivo. Arrepiei-me toda.

-Hum. –eu estava sem fala, o que acontecia quando eu estava me sentindo nervosa.

Ele abriu a porta e me guiou sem soltar minha mão. Eu estava começando a suar frio, estava fora da minha zona de segurança sabia disso.

Examinei o lugar e senti minha mão sendo libertada. Finalmente. A decoração era muito elegante, exalava poder como Benjamim, notei distraidamente.

-Bela decoração. –disse tentando amenizar a tensão. Podia sentir os olhos de Benjamim em mim, não quis encará-lo.

Senti suas mãos serpenteando minha cintura. –O que você quer comer? –ele sussurrou, seu hálito quente fez cócegas em meu pescoço.

-Qualquer coisa que você me der. -disse sem pensar, estava difícil resistir a ele.

-Não é uma boa escolha de palavras Vivian. –ele disse suavemente.

Arregalei os olhos e me virei para encará-lo. –Seu pervertido! –disse dando um tapa de leve em seu braço.

Ele ri e eu também não consegui resistir, comecei a me sentir mais relaxada.

-Bom, já que você vai comer qualquer coisa vou preparar uma surpresa. –ele disse com um sorriso brilhante.

Franzi o cenho. –Você sabe cozinhar? –perguntei.

-Claro. Tenho muitos talentos. E culinária é um deles. –ele diz gabando-se.

Imagino mesmo que ele deve ter muitos talentos, mas afasto o pensamento.

-Ótimo. Porque eu sou um verdadeiro desastre na cozinha. –disse me sentando no grande sofá.

Ele riu. –Mas isso não vai livrar você de me ajudar mocinha.

Fiz becinho. –Eu prefiro só olhar. –disse fazendo charme, mas realmente a idéia de cozinhar com Benjamim era tentadora.

Ele pegou minha mão e me levou até a cozinha. –Vamos. Você sabe cortar legumes não é? –ele perguntou me provocando.

Fiz uma careta. –Claro que sei engraçadinho.

Cortei os legumes para Benjamim enquanto ele cuidava da carne, não demoramos muito para preparar o almoço, era bife ao molho. O cheiro estava muito bom assim como o gosto.

-Não se gaba muito, mas tenho que admitir, você cozinha muito bem. –disse quando acabei de lavar a louça.

-Eu sei. Mas obrigado. –ele disse sorrindo.

Revirei os olhos, mas sorri também. –Você é muito modesto sabia?

-Sim. É uma das minhas qualidades. –Benjamim disse vindo até mim.

Comecei a ficar nervosa, não era seguro ficar muito perto dele. Sem perceber eu recuei até minha costa encostar-se a pia. Agora eu estava encurralada. Que ótimo.

-Eu nunca trouxe nenhuma mulher até meu apartamento sabia? –ele disse com os olhos cravados em mim.

Queria responder, mas nada saía da minha boca, meus olhos estavam presos aos seus.

-Nenhuma mulher esteve nessa cozinha ou lavou a louça. –suas mãos desceram até minha cintura lentamente, meu corpo estremeceu.

-E estou satisfeito por você ser a única. –ele beijou meu pescoço, deixei escapar um gemido.

-Você é especial Vivian. É diferente. –ele disse e me beijou.

Uma onda de calor percorreu meu corpo quando seus lábios tocaram os meus. Ele me ergueu me fazendo sentar na pia. Nossos lábios voltaram a se tocar novamente, podia sentir sua ereção pressionada contra mim.

Céus como eu o queria nesse momento. Não conseguia nem pensar direito. A única coisa que eu queria era ele mais perto de mim.

Agarrei-me á sua cintura com as pernas para ter mais contato com ele, mas parecia que não era o suficiente.

Eu queria mais.

Benjamim beijou meu pescoço e começou a puxar a barra da minha blusa. Levantei os braços para facilitar, e ele deslizou minha blusa para fora de mim. Ele admirou por um estante meu busto quase despido apenas coberto por um sutiã de renda preto simples. Senti-me exposta mas reprimi a vontade de me cobrir com as mãos.

-Sua pele é linda. Amo esse tom bronzeado da sua pele. –Ele disse deslizando mão lentamente pela minha pele nua.

Sua mão foi para minhas costas e em um movimento rápido ele abriu meu sutiã libertando meus seios rijos.

            Seus olhos escureceram e ele me beijou sensualmente, devagar. Ele sussurrou em meu ouvido e senti seu hálito quente. -Você não tem idéia do quanto eu estou duro. Você é muito gostosa. Quero fodê-la de todos os jeitos possíveis.

             Se não tinha percebido, agora percebi o quanto minha calcinha estava úmida. Poderia perder minha virgindade naquele momento mesmo sem ao menos pensar duas vezes. Poderia, se a minha consciência me deixasse em paz.

       Benjamim começou a beijar meus seios.

Eu posso parar quando quiser, disse a mim mesma. Vou apenas aproveitar este momento, talvez não tenha outra vez.

Sua boca sugava meu seio, depois deu à mesma atenção ao outro. Deixei um gemido escapar. Ele era bom mesmo nisso. Na verdade devia ser bom em muitas outras coisas, que ansiava descobrir. Suas mãos descerem em minha cintura e o botão da minha calça se abriu.

Seus olhos cravaram nos meus enquanto sentia seus dedos deslizarem lentamente para dentro da minha calcinha. Arfei quando seus dedos massagearam levemente meu clitóris.  

De repente ouvi um ruído que no momento parecia estrondoso. E como se minha consciência estivesse em um leve sono, ela acordou com toda a força e me jogou para a realidade.

Examinei meu estado e o rubor tomou conta do meu rosto. Cobri-me rapidamente com as mãos e me afastei de Benjamim buscando meu sutiã. Ouvi de novo o barulho e percebi que era meu celular. Sai correndo desesperada, pois sabia exatamente que me ligava essa hora. Minha avó.

-Alô. –disse pigarreando.

-Oi, você já almoçou? Está no trabalho ou no restaurante? –Minha avó me bombardeou de perguntas do outro lado da linha.

Tinha que pensar em uma resposta rápida, se eu ao menos gaguejasse ela desconfiaria que havia algo fora dos eixos.

-No restaurante. Estou acabando de almoçar. –disse firmemente.

-É mesmo? –Podia sentir um traço de desconfiança em sua voz. –E porque está tão silêncio?

Meu coração começou a disparar, não podia desmentir, se o fizesse ela não acreditaria mais em mim.

-É que eu estou no banheiro arrumando o cabelo. –disse.

-Hum. –ela murmurou. –Quando sair da faculdade me liga. –ela disse e desligou.

Soltei o ar que eu nem sabia que estava segurando. Virei-me para Benjamim e só ai que percebi que nem havia me dado ao trabalho de vestir meu sutiã. Seus olhos estavam examinando meu corpo sem nenhum pudor.

Envergonhada virei de costas e tentei fechar o sutiã, mas me atrapalhei toda. Senti as mãos de Benjamim em minhas costas e deixei ele me ajudar. Apreciei seu simples toque.

-Não precisa ficar assim Vivian. –ele disse me virando de frente para ele.

-Desculpa Benjamim. Essa não sou eu. –disse fazendo um gesto para meu estado. –Não sou esse tipo de garota que, Isso não tem chance de dar certo.

-Shh. –Benjamim me silenciou.  –Vivian relaxa um pouco. Não fizemos nada de errado. Você já está bem crescidinha, te que viver um pouco.

Sua tentativa de me tranqüilizar me deixou na defensiva. Claro que ele queria que não me sentisse culpada. Assim teria chance de chegar aos finalmente.

-Está na minha hora. –Disse pegando minha blusa de sua mão.

-Ok. Eu levo você. –ele disse.

-Não precisa mesmo Benjamim. Eu vou sozinha. –disse evitando seu olhar. Peguei minha bolsa.

Ele me segurou pelo braço. –Vivian olhe para mim.

-Beijamim deixe-me ir. –disse fazendo bico.

-Porque você sempre fica assim Vivian? –ele perguntou de cenho franzido. Ele estava levemente irritado.

-Como? –fingi desentendimento.

-Você sabe muito bem do que eu estou falando. Porque você sempre fica com raiva quando ficamos juntos? Pois eu tenho certeza de você também me quer como eu quero você. É impossível negar, não conseguimos ficar longe um do outro. –ele disse exasperado.

-É errado Benjamim. –disse impassível.

Parei para pensar e avaliei a situação. Errado não era a palavra. Impossível talvez, por dois fatores: primeiro, minha avó. Para ela não existia essa coisa de namoro, era uma coisa desnecessária  que só trazia prejuízo e atrapalhava a vida de uma mulher. Segundo, Benjamim não era um cara que eu poderia confiar, sabia que ele era um mulherengo. Mas claro que não diria para ele isso. Ele com certeza iria dizer que isso não tinha nada a ver, que comigo era diferente. Minha avó sempre me alertou sobre isso, é uma tática que os homens usam para conquistar as mulheres e depois se desfazer delas. Tudo uma grande mentira.

Sim, minha avó me estragou completamente para os homens, morria de medo de me envolver com qualquer um, por mais amoroso e gentil que parecesse.

-Não é errado Vivian. Quando você vai fazer o que você realmente quer? Quando vai parar de resistir e ouvir o que seu coração diz?

Tive vontade de rir.

Bem que eu queria me deixar levar pelo momento, mas nunca funcionava. Minha consciência sempre me repreendia.

Sentia que cada parte do meu corpo dizendo sim para Benjamim, porém minha cabeça dizia não.

-Podemos conversar sobre isso outra hora? Não posso me atrasar.

Ele soltou um longo suspiro. –Tudo bem.

Fizemos o trajeto até a faculdade em silêncio. Fiquei agradecida por Benjamim não tocar mas no assunto. Se eu tivesse sorte, talvez ele desistisse de mim após sua tentativa de ficar comigo.

Voltaria para minha vida chata e sem graça. Sem cor sem amor.

-Adeus Benjamim. –disse quando chegamos.

-Adeus Vivian. –ele disse.

Dessa vez não houve a promessa de que nos veríamos novamente. Eu deveria estar feliz. Mas não estava.



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