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História Doce sedução - Capítulo 30


Escrita por: cherry_99

Capítulo 30 - Capítulo 30


1 ano depois...

É estranho como as coisas acabam mudando tão rapidamente, assim como as expectativas, a forma de ver o mundo, os sentimentos.

Um ano inteiro se passou e eu me sentia outra pessoa, mais forte, determinada e pronta para seguir em frente.

O nome de Benjamim não causava mais dor, assim como as lembranças que tinha dele. As vezes, me pegava pensando nele, era inevitável, mas minhas lembranças eram boas. Já havia perdoado-o, não havia mais raiva e rancor em meu coração.

Mesmo assim, não me relacionei com outra pessoa, nem procurei Benjamim novamente. Ele também nunca me procurou.

Passei meses, pensando que a qualquer momento fosse encontrá-lo na rua, que ele viesse atrás de mim dizendo que não havia conseguido viver sem mim.

Isso nunca aconteceu.

Eu o entendia. Realmente era melhor assim para nós dois, mais fácil também.

Procurei me empenhar mais na faculdade, e consegui um ótimo emprego em uma empresa importante. Depois de me estruturar financeiramente, resolvi morar sozinha. Minha mãe não gostou muito da ideia inicialmente, mas a convenci facilmente dizendo que sempre estaria por perto. Ela me entendia e me apoiou, a amo ainda mais por isso.

-Vivi, quero ir na roda gigante agora. –disse Sophia, com a respiração pesada.

Estávamos no shopping como eu havia prometido. “Um dia das só das irmãs” como Sophia nomeou.

-Sua bateria não acaba? –brinquei.

Ela fez um gesto com os braços mostrando o tamanho do que restava de energia. –Ainda tenho tudo isso para gastar.

Sorri entregando a ficha para ela, que correu saltitando até a roda gigante.

Fiquei observando-o distraidamente, ela acenava, manda beijos lá de cima, e eu retribuía.

-Pra quem são todos esses beijos, garota?

Um arrepio atravessou meu corpo, ao reconhecer a voz.

Levantei os olhos para encontrar a imensidão dos olhos castanhos claros de Daniel.

O abracei fortemente. –Caramba, não esperava encontrá-lo por aqui, garoto. O que você faz em São Paulo?

Ele beijou minha testa carinhosamente. –Eu não disse que nos veríamos logo? Então, aqui estou. Foi bem difícil encontrá-la.

Sorri. –Seria fácil se você tivesse avisado.

-Assim não seria surpresa. –respondeu com uma piscada.

-Se essa é a intenção, parabéns. -franzi a testa. –Mas como você me achou?

-É uma longa história. –ele desvia o assunto olhando para Sophia que acenava freneticamente para nós. -E aquela garotinha é a famosa Sophia?

-Sim. –disse com um sorriso bobo nos lábios.

Eu era uma irmã super coruja.

-Estou ansioso para conhecê-la. –ele volta a me encarar com a expressão preocupada. –Como você está?

Ele não precisou falar o nome de Benjamim, para eu saber que estava se referindo a ele.

Abri meu melhor sorriso. -Por incrível que pareça, me sinto ótima.

-Fico feliz por você. Sabia que você ia se sair muito bem.

-E você? Veio para ficar? –perguntei casualmente.

Ele abriu a boca para responder, mas logo foi interrompido.

-Ele é um príncipe? –perguntou Sophia apontando para Daniel.

Ele formou uma expressão séria ao ficar de joelhos e pegar a mão de Sophia. –Prazer em conhecê-la princesa Sophia. Me chamo Daniel.

Ele deu um leve beijo na mãozinha de Sophia, em resposta seus olhos brilharam.

-Ele acha mesmo que sou uma princesa. –Sophia sussurra para mim. –Minha irmã também é uma princesa, e precisa de um príncipe para se casar. Você pode se casar com ela?

O rubor tomou conta do meu rosto.

Daniel soltou uma gargalhada. Ele me fita enquanto sussurra algo no ouvido de Sophia.

Ela cobre a boca com as mãos concordando coma cabeça.

 O que ele disse?

-Já quero ir pra casa, Vivi. –ela disse forçando um bocejo. –Estou cansada.

Parece que o “o dia só das irmãs” chegou ao fim.

O relógio apontava nove da noite. Realmente já estava na hora.

-Eu levo vocês para casa. –ofereceu Daniel prontamente.

-Eba! Vamos na carruagem do príncipe. –disse Sophia animadamente.

Eu e Daniel nos entreolhamos. Senti algo diferente em seus olhos.

Ou era apenas impressão minha.

***

Estávamos a caminho do meu apartamento quando Daniel repentinamente desviou o caminho.

-Minha casa é no lado oposto. –observei.

Daniel deu de ombros. –Estou te sequestrando por uma noite.

Semicerrei os olhos. –Posso saber para onde estamos indo, então?

-Você tem sorte de não estar com os olhos vendados, ou na mala do carro, garota. –ele brincou. –Então, sem perguntas.

-Apenas me diga que isso não é um encontro.

Seu silêncio confirmou minhas suspeitas.

Fiquei calada também, de repente me senti muito envergonhada perto dele.

O que Daniel estava planejando? Aparecendo assim, de surpresa.

Tinha o pressentimento de que descobriria logo.

***

Chegamos em um restaurante italiano. Daniel fez nossos pedidos, e enquanto esperávamos, ele pediu um vinho.

Apreciei o primeiro gole de olhos fechados. Era divino.

-O que achou? –ele perguntou.

Abri os olhos e o encontrei me observando com uma expressão divertida.

-É delicioso. –disse lambendo o resto do vinho que ficou em meu lábio inferior.

-Er... –ele piscou, sua expressão se tornando estranha. -Sabia que você ia gostar. É meu vinho preferido.

O silêncio se estendeu, enquanto apreciávamos mais um gole.

-Como estão as coisas? O emprego e a faculdade?

-Estou trabalhando em uma empresa no ramo do comércio exterior. Está sendo incrível, amo o que eu faço. Falta pouco para terminar a faculdade. Estou tão ansiosa.

-E você está se relacionando com alguém atualmente? –Daniel perguntou em um tom casual forçado.

Sorri de forma irônica. –Não. Passei o ano inteiro me dedicando a mim mesma. Eu precisava disso.

-Sim. Você merecia, e ainda merece muito mais.

Senti um arrepio atravessar meu corpo.  Mesmo depois de 12 meses, ele ainda conseguia despertar coisas em mim, que não conseguia explicar.

Sua mão alcançou a minha, dando um leve aperto e acariciando.

Limpei a garganta. –Porque você está aqui? Você veio só me visitar ou...?

-Vou morar aqui agora. Cheguei a uma semana. Estive ocupado organizando umas coisas. Vou inaugurar a Talento aqui em São Paulo.

Será que Benjamim viria? Não queria encontrá-lo aqui. Estava em minha zona de conforto, e tinha medo de que vê-lo mudasse tudo.

Daniel percebeu minha expressão. –Ele não virá.

-Se ele viesse não seria um problema. –disse para tranquilizá-lo.

Mas no fundo não tinha certeza.

Suas feições se tornaram tensas. -Me diga uma coisa, mas por favor, seja sincera.

Concordei com a cabeça.

-Você ainda ama Benjamim?

-Não. Não sinto mais nada por ele. Acredite. O tempo realmente cura todas as feridas.

O sorriso voltou ao seu rosto. –É muito bom ouvir isso, garota.

***

Após o belo jantar com a comida maravilhosa e a conversa leve, Daniel me entregou inteira em casa.

-Gostou da noite? –perguntou Daniel, quando chegamos a porta do meu apartamento.

-Foi maravilhoso. –disse com um sorriso sincero.

E havia sido mesmo. Daniel era uma ótima companhia, me sentia tão bem perto dele.

-Você quer entrar? Meu apartamento é pequeno, mais é aconchegante.

-Eu vou adorar. –sua expressão brilhou.

Abri a porta e deixei o espaço para ele entrar.

Seus olhos percorreram a pequena sala, organizada, ainda com poucos móveis, apenas os necessários e de prioridade.

-Combina com você. Está tão arrumadinho. –ele provoca.

-Obrigada. –considero o elogio.

-Quer beber algo? Não tenho um vinho caro, mas tenho cerveja geladinha.

-Só uma lata. Tenho que dirigir de volta para casa. –ele piscou. –A não ser que você seja muito hospitaleira e me deixe passar a noite aqui.

-Claro. O sofá está a sua disposição, garoto. –brinco, enquanto pego duas cervejas para nós.

-Muito bom. –ele murmura ao dar o primeiro gole.

-Tenho bom gosto. –dou de ombros.

Nos encaramos por um minuto em silêncio. Não sei se foi o vinho, ou a cerveja, mas me senti muito corajosa, com a língua leve e solta.

-Estou feliz que você esteja aqui.

Seus olhos cor de mel me fitaram. –Eu também estou feliz por estar aqui com você.

-Porque não conheci você primeiro?

Daniel ficou sério, olhando-me atentamente. –Isso mudaria muita coisa?

-Sim. Se eu fosse escolher...

O que eu estava dizendo? Porque eu estava falando isso para Daniel?

-Termine. –ordenou Daniel.

Eu me levantei e comecei a andar pela sala. –Me desculpa. Estou falando bobagens, não sei o que deu em mim.

Daniel me alcançou segurando meus braços gentilmente. –Eu pensei que você nunca se interessaria por mim.

-Eu estou fora de mim. Por favor, esqueça o que eu disse.

-Não. Viviane. Eu estava esperando algum sinal da sua parte. Foi por isso que vim até aqui. Esperei um ano se passar, tortuosamente, para dar o primeiro passo. Você precisava de tempo, e eu queria que seu coração estivesse livre e aberto para uma nova pessoa.

Isso não podia acontecer. Não com Daniel. Ele era irmão de Benjamim!

Que tipo de mulher eu seria?

-Daniel, não diga isso. Não podemos...

-Claro que podemos. Viviane, olhe para mim.

Eu o encarei.

-Eu nunca disse isso, porque tinha medo de assustá-la. Mas eu sempre gostei de você. E não foi apenas por sua aparência que me atrai. Há algo em você que me encanta, a doçura no seu modo de falar, sua inocência, sua bondade. Quando a vi pela primeira vez, seu olhar parecia tão perdido e vazio. Tive vontade de fazê-la sorrir, para tirar aquela expressão de você. Infelizmente, Benjamim sempre foi melhor em lidar com as mulheres, e partiu para o ataque. No fundo ele sempre soube dos meus sentimentos por você, mas isso nunca importou para ele. Por isso, tentei tantas vezes falar com você. Mesmo que nunca pudesse tê-la, não queria que ele a machucasse. Mas foi inevitável.

A essa altura, meu coração estava acelerado.

-Agora eu preciso saber. Você sente algo por mim?

-Eu...

-Fale. –ele pediu com a voz rouca.

-Eu sinto. Mas tenho medo. Para ser sincera, eu sempre senti coisas quando estava perto de você, até nos nossos breves encontros, quando eu o evitava. O jeito como você me olhava, o toque, me causava sensações indesejadas. Benjamim me fez pensar que você era mal. Quando na verdade, o único mal na história era ele mesmo. –suspirei. –Estou tão confusa. De um jeito, mesmo que seja inadequado, parece tão... certo.

 

-É certo, Viviane. Eu quero fazê-la feliz, quero que você dê uma oportunidade a nós dois. Não é justo você negar sua própria felicidade por medo. Eu não sou como Benjamim. Não sou perfeito, mas nunca a machucaria. Você merece tudo de bom, e eu quero lhe dar isso.

Minha mente estava em um turbilhão.

Isso estava mesmo acontecendo?

Por um instante, minha cabeça foi tomada por lembranças. Quando descobri toda a verdade Daniel me ajudou, foi quem me deu forças, me incentivou. Nunca pediu nada em troca, em nenhum momento teve interesse.

Ele realmente gostava de mim. Afinal, me esperou por um ano.   

Seu olhar intenso, me hipnotizava. Era tão verdadeiro, mostrando a crueza de seus sentimentos.

Fui invadida por um vontade de me jogar em seus braços e me entregar a ele.

Queria senti-lo. Queria que ele me mostrasse do modo carnal, a sua paixão.

Quando dei por mim, estava com as mãos em seus cabelos, puxando-o para beijá-lo. Sua boca era macia, me beijando com uma suavidade sensual, como se ele estivesse provando cada centímetro da minha boca. Suas mãos foram até minha cintura me puxando para perto. Senti o calor dos nossos corpos unidos.

Meu corpo inteiro ficou em chamas, e eu só pensava em quanto eu queria mais.

Daniel soltou um grunhido, me afastando com cuidado.  

-Você é surpreendente.  Estou me segurando, para não tomá-la agora mesmo. Mas quero ir com calma. –Daniel acariciava meu rosto. –Estou apaixonado por você.

Seus olhos cintilavam com uma mistura de emoções. -Eu sei que Benjamim foi seu primeiro amor. Isso não se apaga. Mas eu quero ser o ultimo.

Abri um sorriso, mostrando toda minha felicidade.

Nunca pensei que meu coração fosse palpitar daquela forma novamente. Havia ficado com tanto medo de que não conseguisse me apaixonar, ou me entregar a outra pessoa.

Mas Daniel me provou que eu ainda tinha chance de encontrar o amor.

Mesmo que tenha confiado na pessoa errada, aceitei a conseqüência.

Talvez, se não tivesse conhecido Benjamim, não teria Daniel comigo agora.

Fim.



Notas Finais


Agradecimentos.

Primeiramente, é claro, quero agradecer a Deus, por me conceder esse dom maravilhoso, a escrita.

Tenho que agradecer, a pessoa que esteve comigo desde o começo, quando eu tinha apenas 13 anos, eu começava a fazer os primeiros rascunhos dessa história. Obrigada, meu melhor amigo, Dyonathan Cardoso.

Houve pessoas importantíssimas que me apoiaram, e me incentivaram quando meu coração foi tomado por incertezas. Ana Paula, Haylla e Ícaro Willian, muito obrigada por não me deixare desistir. E por serem meus primeiros fãs oficiais.

Obrigada mãe, pelos conselhos, e por me apoiar sem julgamentos, você sempre será minha melhor amiga.  

E por ultimo (mas de forma alguma menos importante) você que vibrou, se emocionou, se inspirou, e acompanhou essa história até o fim, obrigada.


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