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História Doce sedução - Capítulo 4


Escrita por: cherry_99

Capítulo 4 - Capítulo 4


Quando saí da faculdade não acreditei no que eu estava vendo. Benjamim estava escorado em seu carro segurando um lindo buquê de flores. Meus pés pararam automaticamente com a cena. Mais uma vez ele não desistiu de mim. Ele passou a mão pelos cabelos parecendo levemente nervoso ou ansioso. Quando ele me viu um sorriso nasceu em seus lábios, não qualquer sorriso, aquele que me fazia derreter por dentro.

-Ai meu Deus. Eu estou vendo isso mesmo? -escutei meu melhor amigo exclamar.

-Sim, acho que sim. -disse lentamente.

Benjamim veio até mim e beijou minha mão. Eu estava sem fala.

-Oi Vivian. -ele me cumprimentou e em seguida olhou para Dyo.

Pigarreei. -Benjamim este é Dyonathan meu amigo e Dyo este é Benjamim. -disse sem saber ao certo se deveria apresentar Benjamim como amigo. Isso era tão confuso.

-Prazer. -disse Benjamim apertando a mão de Dyo. -Ah e afinal sou o namorado da Vivian. -completou com um sorriso fatal.

-Prazer Benjamim namorado da Vivian. -Dyo enfatizou a palavra namorado e me lançou um olhar curioso. -Já ouvi falar de você, só não sabia que vocês estavam namorando.

Ruborizei com a situação constrangedora Dyo não deixava escapar nada.

-Benjamim não é meu namorado. -disse lançando um olhar irritado para Benjamim.

-Eu pretendo mudar isso linda. Essas flores são para você. -Benjamim disse me entregando o buquê.

Aceitei o buquê me perguntando o que ele queria dizer com mudar isso. Ele me pediria em namoro?

Não, isso não.

Dyo franziu o cenho. -Bom, eu tenho que ir, até amanhã. -disse me dando um abraço.

Ele se voltou para Benjamim e deu um aceno. -Até mais Benjamim.

Benjamim deu um leve aceno em resposta. -Até.

-O que você faz aqui Benjamim? -perguntei.

-Você gostou das flores?

Percebi que eu nem havia agradecido seu gesto gentil. -Ah. Sim, obrigada. São lindas.

Ele sorriu. -Que bom. Há uma coisinha aí dentro. -ele apontou para o buquê.

Tateei dentro do buquê, havia uma pequena barra de chocolate com um laço vermelho.

-Humm. Chocolate! -exclamei admirada pelo seu gesto fofo.

-Lembrei que você é chocólatra. -ele deu de ombros.

-É alguma data especial? -perguntei comendo o chocolate.

Ele acertou em cheio, era meio amargo.

-Não. -ele disse com as mãos casualmente nos bolsos. -Apenas queria compensá-la por ter forçado a barra hoje.

-Hum. -murmurei.

-Vivian, precisamos conversar agora. -ele disse passando a mão pelos cabelos.

-Ok. Mas sobre o que? -meu coração começou a bater forte.

-Bom... É que eu não agüento mais isso. Tentei me afastar, tentei ser apenas um amigo. Mas não consigo Vivian. Mos conhecemos há pouco tempo, porém para mim já foi o suficiente para querê-la mais e mais. Quero ser muito mais que apenas um amigo, e nem em sonho quero me afastar de você. Quero você para mim, poder te beijar sem que isso cause uma briga, sem que você desconfie de mim, do que eu estou sentindo. Sei que eu disse que relacionamento sério não é minha praia, mas pela primeira vez eu quero tentar isso. Namora comigo Vivian?

Várias coisas passaram pela minha cabeça em um turbilhão.

Minha consciência gritava: Claro que não! A resposta é não! Não e não.

Mas eu já estava cansada de ser garota perfeita.

Tinha que viver minha vida, tomar minhas próprias decisões. Tinha que tentar assim como Benjamim queria tentar. Sabia que não iria ser fácil, que minha avó não poderia nem sonhar que eu estava namorando, que Benjamim poderia só estar brincando comigo, e que ela poderia estar certa sobre os homens. Mas nada disso impediu minha resposta. Estava na hora de arriscar.

-Eu quero. -disse com firmeza.

-Sério? -ele não acreditou.

Até parece que alguma garota em meu lugar diria não para Benjamim.

-Claro que sim. -reforcei.

-Posso te beijar? -ele disse com a voz rouca me puxando pela cintura.

-Deve. -sussurrei.

Então ele me beijou. Não foi um simples beijo. Parecia que ele esperava por isso há muito tempo, foi um beijo faminto desesperado até.

Correspondi o beijo com a mesma intensidade. Desta vez me entreguei prontamente á ele.

***

-Você já tem que ir mesmo? -perguntou Benjamim quando estávamos parados um quarteirão antes da minha casa.

-Sim. Se eu não chegar em menos de quinze minutos minha avó vai começar a me ligar. -disse com um sorriso triste.

-Queria poder aproveitar mais minha namorada. -ele disse fazendo beicinho.

Sorri. -Eu também. Mas você sabe. Não posso abusar da sorte.

-Ok. Mas eu quero meu último beijo de despedida.

Eu o beijei. Benjamim queria prolongar o beijo e fui obrigada a quebrá-lo.

-Ta bom Benjamim. Até amanhã.

Ele me olhou com um sorriso presunçoso. -Até.

***

Duas semanas se passaram voando, Benjamim sempre me deixava e me buscava no trabalho e na faculdade. Infelizmente não houve muitos horários vagos, então não tive muito tempo à sós com Benjamim.

Minha avó estava incrivelmente calma, parou de fazer seus interrogatórios e de brigar comigo por nada, suspeitei que a causa de sua repentina calmaria era pelo meu aniversário estar chegando.

Benjamim teve um interesse repentino em conversar com meu melhor amigo Dyonathan. Sempre quando ele me deixava na faculdade eles se viam rapidamente. Finalmente vi a oportunidade de avisar o Dyo que Benjamim queria falar com ele. Quando Dyo passou pelo portão da faculdade. Corri em sua direção.

-O que foi Vivi? -Dyo perguntou.

-Benjamim quer falar com você. -disse.

-Sério? Sobre o que? -Dyo perguntou de cenho franzido.

Dei de ombros. -Não sei. Ele disse que era assunto de homens. Achei estranho. Mas...

-Hum. Ta ok. -Dyo disse sem deixar eu terminar de falar.

Benjamim abriu um sorriso caloroso quando chegamos no estacionamento. -Oi Dyonathan. Como vai?

-Bem. E você? -Dyo perguntou.

-Estou ótimo. -Benjamim se virou para mim. -Você deve estar com fome Vivian. Que tal você ir a esse restaurante aqui ao lado e pedir alguma coisa para nós comermos? Eu e o Dyonathan já estamos indo.

Olhei para Dyonathan que deu de ombros. -Tudo bem. -respondi resignada.

Fiquei um tempo olhando para os dois. Isso realmente estava estranho. Porque eu não podia ficar com eles enquanto conversavam?

Relutantemente andei até ao restaurante, pedi o cardápio e esperei os dois chegarem.

Distrai-me e me assustei quando vi o Eduardo sentando-se ao meu lado.

-Sozinha e pensativa. Se importa se eu me sentar com você?

-Não pode sentar. -respondi com um sorriso.

-Esperando alguém? -ele perguntou puxando assunto.

-Sim. O Dyonathan e... - Sua expressão mudou seus olhos se fixando para trás de mim. Senti duas mãos em meu ombro. Não precisei nem olhar para cima para saber que era Benjamim. Ele se sentou do meu outro lado e segurou possessivamente minha mão.

-E meu namorado. - completei.

Dyonathan sentou na minha frente abrindo um sorriso torto.

-Você nunca me disse que tinha namorado Vivi. -ele disse claramente desconfortável.

-É mesmo? -disse Benjamim em um tom cortante. -Ela deve ter esquecido de contar.

Mandei um olhar de desaprovação para Benjamim. Por que ele estava sendo tão rude?

-Bom, já que você está muito bem acompanhada, acho melhor eu ir. -e com isso ele saiu rapidamente sem se despedir.

Fiquei super mal com o jeito que o Eduardo foi embora, ele sempre foi um bom amigo. Dei um beliscão no braço de Benjamim, que não deve ter sentido, pois estava empacotado em um de seus ternos caros. Ele me olhou com uma inocência que me irritou.

-Porque você foi tão ríspido com ele Benjamim?

-Porque você não fala para esses caras que você tem namorado? -ele rebateu erguendo uma sobrancelha em sinal de desafio.

Olhei para Dyonathan que resolveu dar atenção ao seu celular. -Olha, eu não quero discutir com você. Principalmente na frente do Dyo. -sussurrei para ele.

Benjamim deu de ombros. Dyo voltou sua atenção para nós.

-Eu tenho que ir buscar a Pri na casa do namorado dela. -ele disse.

-O que aconteceu com ela? -perguntei preocupada.

-Ela teve uma de suas brigas semanais com o Rodrigo. E como sempre eu tenho que ir buscá-la na casa dele.

Suspirei. Priscila e seus famosos casos amorosos. -Então nos vemos amanhã.

-Claro. -ele se levantou e me abraçou.

Ele se virou para Benjamim e deu um sorriso de quem tem um segredo guardado. -Tchau Benjamim.

Benjamim retribuiu o sorriso. -Tchau.

-O que foi isso? -perguntei quando Dyo estava longe.

Benjamim deu de ombros, uma mania que já estava me dando nos nervos.

-O que vocês estão tramando? -em resposta ele deu de ombros novamente.

Revirei os olhos e Benjamim riu. -Não é nada de mais, linda. -ele disse todo manhoso. -Vamos me dá um beijo e relaxa.

***

Acordei super cansada, com uma indisposição nada comum. Rolei na cama sem vontade de levantar, mas ainda era sexta, tinha um longo dia de trabalho e faculdade. E eu sabia muito bem o motivo de tudo isso: era meu aniversário.

Levantei, tomei banho e me arrumei para meu dia. Me servi com uma bela dose de cafeína e sentei na sala de jantar. Minha avó apareceu na porta de seu quarto com um sorriso carinhoso, uma coisa rara, mais era meu aniversário, claro.

-Bom dia filha. Feliz aniversário. -olhei para ela tentando conter as lágrimas. Sentia uma coisa estranha no peito quando que ela ficava assim. Queria que ela fosse sempre desse jeito.

Ela veio até mim, me levantei para receber seu abraço.

Mesmo com todos os momentos em que ela brigava comigo, eu a amava. Mesmo que ela reclamasse dizendo que não era amada por nenhum de seus filhos e netos.

-Obrigada vó. -disse dando um beijo em sua bochecha.

Não queria soltá-la, mas ela se desvencilhou de mim e voltou para seu quarto.

Sentei e terminei minha dose de café. Meu celular vibrou em minha bolsa. Era uma mensagem de Benjamim:

Feliz aniversário linda. Desculpa, mas não vou poder te levar para o trabalho hoje, porém meu motorista Carlos irá levar e buscar você hoje. Bjs.

Olhei estupefata para a tela do celular. Reli a mensagem três vezes até me convencer que ele tinha mesmo feito isso.

Benjamim nunca foi tão distante comigo. Meu coração afundou com seu gesto frio.

Ele nem fez questão de ligar!

Resolvi enviar uma resposta:

Querido, você não precisa mandar um motorista me buscar. Afinal antes de te conhecer eu usava o transporte público.

Em menos de um minuto meu celular vibrou violentamente, era ele. Saí de casa rapidamente, não podia atender ele em casa, minha avó poderia escutar.

-Alô. -respondi fingindo indiferença.

-Você vai para o seu trabalho com o meu motorista! -Benjamim latiu do outro lado da linha.

-Como você ousa falar comigo desse jeito depois dessa bela mensagem que me mandou! -rebati.

-Olha Viviane, eu tive que parar uma reunião pra falar com você. Hoje vou estar bastante ocupado, mas amanhã eu recompenso minha ausência. Então pelo menos uma vez me ouça e vá com meu motorista.

Fiquei em silêncio. Ele estava sendo tão seco. Desliguei o celular na cara dele e comecei a andar ao ponto de ônibus.

Quando cheguei vi o carro de Benjamim. Mas quem saiu do carro não foi ele. Era Carlos, o tal motorista que ele mandou. Ele devia ter seus quarentas anos, estava de terno preto, seus cabelos eram castanhos assim como os olhos.

Carlos me deu um sorriso. -Srta. Oliveira. - ele me cumprimentou.

-Carlos não é? -ele assentiu.

Fiquei confusa quando percebi que ele sabia meu sobrenome. -Como você sabe meu sobrenome? -perguntei.

-O Sr. Fernandes sabe muita coisa sobre você. -ele disse enigmático. -Entre no carro Srta. ou vai se atrasar.

Nossa, até seu motorista era mandão.

Entrei no carro. -Você pode me Chamar de Viviane.

Ele me olhou pelo retrovisor com um sorriso gentil. -São ordens do Sr. Fernandes.

Suspirei, pelo jeito não ia ser um bom dia.

***

Entrei no escritório e recebi um belo sorriso do meu chefe. -Feliz aniversário Viviane. -ele me puxou para um abraço, o que foi inesperado. O abraço durou mais tempo que o necessário, fiquei um pouco incomodada. Delicadamente me afastei.

-Obrigada. -disse com um pequeno sorriso.

-Tenho um presente para você. -disse ele, tirando uma caixinha do bolso do paletó e me entregou.

Olhei para ele hesitante. -Obrigada. Mas não precisava.

Ele sorriu abertamente. -Apenas abra.

Abri a pequena caixa aveludada e meu coração afundou. Era um brinco de pérola. Sabia identificar com facilidade, pois minha avó trabalhava com isso.

Era realmente lindo e delicado. Mas não era o presente a ser dado a uma secretária. Balancei minha cabeça negativamente e entreguei de volta para ele. -Eu não posso aceitar. Isso deve ter custado uma fortuna.

-Não importa quanto custou Ane. -fiz uma careta, nunca fui chamada de Ane, e não gostei nem um pouco de como soou. -Quando vi esse brinco pensei em você. Por favor, aceite.

Ele colocou a caixinha em minha mão e a fechou.

-Não vou aceitá-lo de volta. Pode fazer o que quiser com eles. -ele disse com a expressão fechada, e antes de ir para sua sala acrescentou. -Quero que você mande a papelada para minha sala em 10 minutos.

Examinei novamente a caixinha em minha mão, isso era demais para um presente. Benjamim não iria gostar nada.

***

Sai do escritório imaginando ver Carlos me esperando, mas vi o carro de Dyo. Franzi o cenho e andei até o carro. Dyonathan saiu junto com Priscila e me deram um abraço apertado. -Feliz aniversário Vivi! -eles disseram em uníssimo.

-Nossa! Obrigada. Não esperava vocês aqui. -exclamei surpresa.

-É claro que a gente viria. -disse Priscila, parecendo um pouco sentida.

-Estamos aqui para levar você pra almoçar. -disse Dyo.

-Sério? Isso é adorável, não estava gostando nem um pouco da idéia de ter que almoçar sozinha.

-Nós imaginamos. É por isso que estamos aqui. -disse Dyo com um sorrisinho.

-Eu já falei o quanto eu amo vocês?

-Várias vezes Vivi. -disse Priscila fazendo um gesto com as mãos.

Fomos ao restaurante no centro da cidade. Fizemos os nossos pedidos e começamos a conversar animadamente, Dyo e Pri até cantaram parabéns chamando a atenção de algumas pessoas, mas não nos importamos com os olhares.

-Não sei o que vou fazer sem vocês. Eu vou sentir muitas saudades. -pensei alto.

-Nós também vamos. E muito. -disse Pri com a voz embargada.

-E você já falou para Benjamim que você vai embora? -Dyo perguntou.

Senti um desconforto. -Já tentei abordar esse assunto com ele, porém ele sempre me interrompe dizendo que devemos aproveitar o tempo que estivermos juntos. É como se ele soubesse, mas não quisesse que eu falasse.

Dyonathan franziu o cenho, abriu a boca para falar, e a fechou.

Estava prestes a perguntar o que ele iria dizer quando Pri começou a falar.

-Quem é esse tal de Benjamim? -Priscila perguntou.

-As coisas andam tão agitadas que me esqueci de te contar. Benjamim é meu namorado.

-Você está namorando! E ninguém me contou isso! Você sabia disso Dyo? -Pri perguntou indignada.

Ele sorriu. -Sabia, mas achei melhor a Vivi te contar. -Pri deu um tapa de leve no braço dele. -Ai! Sua lunática.

-Vocês dois não me deixem mais por fora das coisas. -ela disse apontando para mim e Dyo com olhos semicerrados. -Eu o conheço? -ela perguntou.

-Não. Mas vai conhecer logo logo. -disse.

-Já que não o conheço me fala sobre ele. Quero os mínimos detalhes! Ok mocinha? -disse Priscila.

Sorri. Parece que meu dia estava melhorando.

***

A tarde foi bastante animada na faculdade. Recebi parabéns dos meus amigos, e quase chorei quando recebi a ligação da minha irmã junto com minha mãe cantando parabéns.

Senti bastante falta de Benjamim, não tinha falado com ele desde sua ligação mandando que eu fosse com seu motorista para o trabalho. Tinha alguma coisa errada, ele não era distante, sempre fazia questão de estar comigo cada momento que tivesse oportunidade. Convenci a mim mesma, de que ele estava realmente ocupado.

Mesmo assim não consegui me conter e liguei para ele.

Ele respondeu no segundo toque. -Oi. -ele respondeu simplesmente.

-Hey, como você esta? -perguntei com a voz calma.

-Bem, e você? Como esta sendo seu dia? -ele perguntou casualmente.

-Bom, mas seria melhor se você tivesse aqui comigo. -disse com a voz trêmula.

-Vivian você esta bem mesmo? -ele perguntou mostrando de repente sua preocupação.

Fiquei em silêncio, não queria dar uma de sentimental, nunca fui assim, não sabia o que estava acontecendo comigo.

-Olha, me desculpa não fica assim, hoje não tive tempo de ficar com você. Mas no fim do dia você vai ver. Vai acabar tudo bem. -ele falou, o Benjamim que eu conhecia estava de volta.

Segurei o celular com força. Não estava entendendo o que ele queria dizer com isso. Será que eu ainda iria vê-lo hoje?

-Tenho que ir agora.

-Até logo. -ele disse. Nenhum de nós desligou o celular. -Desliga Vivian.

-Não desliga você. -disse, não sei como, mas um sorriso apareceu em meu rosto.

Benjamim riu. -Eu sei que você está rindo, vamos desligue o celular. Nos veremos logo.

-Tudo bem. -disse e desliguei.

Fiquei olhando para o celular, essa ligação tinha sido estranha.

Fui para frente da faculdade, onde Dyo disse para esperá-lo. Vi Eduardo passando pela entrada fazia um tempo que não falava com ele.

-Oi. -disse.

-Oi. -ele respondeu com surpresa estampada no rosto. Será que ele pensou que eu não iria mais falar com ele?

-Desculpa pelo que aconteceu no restaurante, às vezes Benjamim consegue ser um tolo. -disse com um sorriso tímido.

-Não se desculpe. No lugar dele eu faria a mesma coisa. -ele deu de ombros. -Olha para você, qualquer cara daria tudo para estar com você.

Levantei a sobrancelha, não esperava que ele dissesse isso. -Ei não precisava ficar envergonhada, só estou falando a verdade. -ele se aproximou e me deu um beijo na bochecha. -Até outro dia Viviane.

Ele foi embora com as mãos casualmente nos bolsos, fiquei olhando para as costas dele. -Vamos Vivi, nós vamos comprar um vestido de parar o trânsito para o seu aniversário. -disse Priscila chegando de repente.

Ela pegou minha mão e me puxou para o carro de Dyonathan.

Sentei no banco de trás. -Mas...

Dyo me interrompeu. -Não precisa se preocupar. Hoje é o seu dia, já pedi para sua avó e disse que você dormiria na minha casa.

-Então porque o vestido. -perguntei confusa.

-E quem disse que vamos passar a noite em casa? -Pri falou com um sorriso presunçoso.

Sorri e distribui um beijo na bochecha dos dois. -Ai meu Deus! Obrigada. Adoro vocês. -disse animada.

-Nós sabemos. -falou Pri brincalhona.

***

Experimentei vários vestidos, até que chegou um que nós três concordamos que ficou perfeito. Era um vestido cor de vinho tomara que caia, justo e curto, que acentuava cada curva do meu corpo. Na mesma loja compramos um salto alto preto que combinava com o vestido.

Voltamos para o carro. -Agora vamos para o salão. -disse Dyonathan.

-Não, obrigada. Vocês já gastaram muito comigo.

-Deixa de ser boba, não gastamos quase nada. -disse Pri.

Suspirei resignada, quando a Priscila queria fazer alguma coisa ninguém a impedia.

Passei horas sendo mimada no salão, fiz as unhas, o cabelo, e até ganhei uma massagem.

Observei enquanto Dyo pagava a conta, ele estava usando um cartão. O que era estranho já que ele abomina cartões de crédito. Quando cheguei perto dele, tive o impulso de ver o cartão, mas ele escondeu de mim. Isso aumentou minha curiosidade.

-Deixe-me ver esse cartão. -pedi.

-Não. -ele disse impassível.

-Dyonathan eu sei que você odeia usar cartão de crédito para pagar as coisas. Porque está usando um agora? -questionei cruzando os braços.

-Esse cartão não é meu, é da mamãe. -ele falou de cabeça baixa. Estava mentido.

-Hum. -murmurei.

Porém não tinha desistido, quando ele se distraiu peguei o cartão de sua mão.

-Droga! Me dá isso agora Viviane!

Li o nome no cartão. E li novamente para ter certeza de que eu não estava pirando.

-O que significa isso? -disse apontando para o nome de Benjamim.

-Não fica com raiva. É que ele fez questão de pagar tudo. -disse Dyo gaguejando.

Contei até cinco mentalmente. Não podia me irritar com eles.

Priscila saiu do banheiro. -Porque essa cara? -disse olhando pra mim e Dyonathan.

-Você sabia que esse cartão era do Benjamim? -Perguntei.

Mas é claro que sabia!

-É por isso que vocês não estavam se importando com os gastos.

-Sim, eu sabia. Mas tenta entender, era uma surpresa de Benjamim. -Priscila disse.

-Não estou brava. Afinal vocês estão fazendo isso tudo por mim. A única coisa que posso fazer é agradecer. Mas vocês deveriam ter me contado.

-Para com isso. -disse Priscila me dando um abraço. -Você merece tudo isso e um pouco mais. E nós íamos contar.

-Tudo bem. Para onde vamos agora? -perguntei mudando de assunto.

-Isso é uma surpresa! -disse Dyo piscando para Pri.

***

Estava me examinando no espelho. O vestido caiu muito bem em meu corpo. Meus cabelos estavam soltos, fazendo lindas ondas. Meu rosto estava levemente maquiado.

Estava bem diferente.

Dyonathan e Priscila tentaram ao máximo esconder para onde estávamos indo. Mas minha curiosidade não me deixava em paz e perguntei o caminho inteiro para onde íamos. Dyo foi o primeiro a se incomodar com minhas perguntas e revelou que íamos à boate.

Estava tão animada. Nunca tinha pisado em uma boate ou freqüentado uma festa de verdade. E vontade de conhecer não faltava.

Quando chegamos segurança pediu nossos ingressos.

-Podem entrar. -o segurança liberou a passagem.

Examinei o lugar bastante animado, tocava uma música pop, que imediatamente me deu vontade de dançar.

-Vamos dançar? -perguntei empolgada.

-Vamos! -disse Pri.

Chegamos à pista de dança rebolando, Priscila, assim como eu, adorava dançar. Dyonathan não era muito fã de dança, mas de vez em quando ele se juntava a gente, a maior parte do tempo ficou sentado em uma mesa perto do bar nos observando.

Dois caras começaram a dançar com a gente, olhei para o que estava dançando comigo, ele tinha cabelos loiros e era bastante alto, com um corpo bastante musculoso, não consegui identificar a cor dos seus olhos. Ele percebeu que eu estava examinando-o e sorriu. Ele era bonito.

Ele se curvou para falar em meu ouvido. -Iai princesa! Você dança muito bem.

Sorri e respondi. -Obrigada, você também não dança nada mal.

Ele soltou uma risada rouca. -Meu nome é Cristophe.

-Viviane. -respondi. Cristophe foi chegando mais perto e serpenteou a mão em minha cintura.

Estava afastando suas mãos de mim, quando uma moça com um vestido rosa brilhante nos abordou.

-Você é a Senhorita Oliveira? -ela perguntou.

Assenti em resposta. -Sim, sou eu.

-Você está na área vip. Siga-me por favor. -disse ela, olhei ao redor procurando a Priscila, mas ela simplesmente tinha desaparecido.

-Eu não vou sem meus amigos. -disse descartando a idéia.

-Seus amigos já estão lá. -ela disse com simpatia

Como ela sabia quem era meus amigos?

-Vamos? -perguntou a moça pacientemente.

-Sim. -disse nervosa demais para protestar.

Passamos pelo bar, procurei Dyonathan, mas ele não estava lá.

Paramos em um corredor que dava para uma escada. -É só a Senhorita subir essas escadas e chega à área vip. -ela disse e foi embora.

Suspirei e subi as escadas. Estava muito silencioso lá em cima. E escuro. Quase dei de cara com uma porta, segurei a maçaneta da porta e a abri com as mãos tremulas.

-SURPRESA!

Olhei estupefata ao redor, vendo rostos familiares. Braços rodearam minha cintura. -Feliz aniversário Vivian. -sussurrou Benjamim em meu ouvido.



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