Eu estava nervosa, era mais uma manhã em que eu iria me encontrar com o mesmo garoto, na mesma lanchonete. Eu me preparava o máximo, me produzia para ser notada por meu único amor, mas eu sábia que séria como todas as manhãs de sempre. Logo após eu me arrumar por completo, sai em direção a porta de casa e fui rapidamente para o meu carro onde chegando lá o pneu estava furado, eu peguei minha bicicleta rosa para ir até ao meu destino. No meio do caminho acabo quase atropelando um garoto que andava de skate:
- você é louca ou algo assim? - perguntou o garoto com raiva
- desculpe não era minha intenção, está tudo bem com você? - perguntei muito assustada
- não! Você quebrou meu skate e agora vai ter que comprar um novo. - disse o garoto arrumando uma desculpa esfarrapada só para que eu comprasse um novo skate.
Eu sabia que não havia nada de errado com o skate, primeiro porque eu não atropelei ele eu só ia quase batendo, e sim ele caiu mas o skate dele apenas saiu "voando" no meio da pista, eu não fiz nada daquilo acontecer, e fora que uma pancada de leve no chão não quebraria um skate, talvez um ou dois arranhões mas fora isso, duvido muito. Mas de qualquer forma resolvi não descutir sobre isso:
- eu estou desempregada, como quer que eu compre um skate novo? - perguntei ainda um pouco assustada
- não sei, mas já que você não vai comprar, vou ser obrigado a chamar os meus advogados.
Eu não sabia sobre o que ele estava falando, e ele nem parecia ser tão rico assim para ter "advogados", talvez até teria, mas acho que apenas um, de toda forma continue a falar:
- está bem, me dê pelo menos um praso de 1 mês e eu prometo que irei conseguir o dinheiro. - disse tentando arrumar um modo de me livrar
- muito bem! Me diga seu nome e aonde você mora.
Pouco tempo depois de eu dar o numero da minha casa e o meu nome, retorno a minha bicicleta e contínuo o meu caminho.
Ao chegar na lanchonete eu não havia visto o garoto, eu sentir uma dor muito profunda, comecei a achar que ele havia me deixado, que eu nunca mais veria aquele garoto de olhos castanhos escuro. Então corri para o balcão da lanchonete e pergunte para a primeira moça que estava lá: - desculpe interromper, mas onde está o garoto ? - perguntei gentilmente - qual garoto senhorita? - perguntou a moça que estava ali - o garoto ... O do boneco, onde ele está? - perguntei novamente explicando melhor o que eu estava tentando dizer. - ah! Ele está doente, por acaso a senhorita é da familia dele ? - perguntou a moça - não, obrigado por me informar. - disse triste, me retirando daquele balcão e indo em direção a porta
( Pensamento On )
- se eu pudesse eu cuidaria de você, eu te protegeria de tudo e de todos, porque te amo, porque você é meu motivo de eu ir naquela lanchonete todos os dias, sem você lá aquela lanchonete não tem sentido ... - pensei voltando para casa
( Pensamento Off )
Ao chegar em casa tentei ter pensamentos positivos, tentei sorrir, mas logo a tristeza me dominava novamente quando me lembrava daquele garoto, sei que sou um pouco dramática e um pouco pegajosa mas não consigo imaginar o que séria de mim sem aquele garoto lá. Poucos minutos depois resolvo tentar me animar, mesmo que eu ao menos tente fingir para mim mesma. Peguei meu telefone e liguei para David e para Suzane, meus melhores amigos. Ao chegarem, Suane já sabia que eu não estava bem: - O que aconteceu dessa vez? - perguntou Suzane - nada. - tem certeza? - sim. - Suzane, você sabe que a Melissa sempre fica assim, ou porque alguém brigou com ela, ou porque não conseguiu comprar o bolinho de creme com morango que ela tanto ama, ou ... - disse David se calando - Ou aquele garoto ficou doente . - continuei com o que ele dizia - ah não! - reclamou Suzane - que Foi? - perguntei sem entender muito - você se importa muito com um garoto que nem ao menos sabe que você existe, ou que nem ao menos sabe aue você gosta dele. - disse Suzane - mas gosto dele mesmo assim, ninguém manda nesse meu coração sabia! - falei tentando ser fofa - Ok, se você continuar assim vou voltar a te chamar de Cake . - disse Suzane - porque? - perguntou David não sabendo sobre o que Suzane estava falando - teve uma época em que a Melissa gostava de um garoto chamado Will, ele era tão lindo e Melissa gostava muito dele, por isso o nome Cake. Ela era tão doce, Will sempre queria um pouco mais de Melissa, mas Melissa não queria isso, então ele parou de insistir e acabou sumindo . - disse Suzane explicando - ainda não entendi. - disse David - o que você não entendeu? - perguntou Suzane - você deu o nome Cake pra ela só porque ela foi abandonada? - perguntou David - na verdade não é isso, tenta entender: ele era um viciado em doces, até que um dia conheceu a menina mais doce que um bolo, ele era muito viciado e sempre queria um pouco mais, ela não quis que ele fizesse isso, então ele... depois de tanto insistir, foi embora. Foi " atrás de outros bolos" . - disse Suzane -ah, entendi! - disse David - mas isso não vai acontecer, pode acreditar. - disse com muita certeza
Pouco tempo depois, David e Suzane vão embora, eu me sentia muito melhor mas não conseguia parar de pensar naquele garoto, ele estava mal e eu não estava perto dele para ajuda-lo. Então resolvi ir até a janela de meu quarto para pegar um ar e pensar em como minha vida está uma droga sem o meu amor, eu já estava acostumada a passar minhas manhãs na lanchonete, quando ele não vai é como se minha vida fosse sugada para debaixo da terra.
Ao abrir a janela reparo que várias pessoas estão se mudando da cidade, talvez por culpa do prefeito que não consegue comprir com suas promessas de eleições, fico triste pois quase ninguém haverá naquela rua de hoje em diante, mas é só eu colocar meu fone-de-ouvido que tudo ficará bem, não sentirei falta de pessoa alguma, mas sinto falta de quando aquele garoto não estava doente, espero que melhore logo.
Ao chegar a noite tento ligar para as empresas em que eu havia levado meu currículo, mas as secretárias apenas dizia: "desculpe, ainda não encontramos as vagas certas mas com certeza daqui a um mês ou dois talvez."
Sempre era assim, mas nunca tive respostas, e eu já estava desesperada com o skate que eu devia aquele garoto.
Apenas me deitei para dormi mas eu quase não conseguia então comecei a pensar no garoto da lanchonete e poucos minutos depois eu peguei em um sono calmo.
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