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História Doce Vingança - The other Side


Escrita por: UchihaSpadari

Notas do Autor


Será que mereço beijo no final do cap????

Capítulo 13 - The other Side





  Suas mãos estavam trêmulas, mas isso era normal, ainda mais por ser quem era. Somente não entendia o porquê daquele tremor gostoso em seu peito quando fora deixada na frente de sua esquina com um sorriso por parte daquele moreno de feições tão enigmáticas quando atitudes misteriosas. 

Por que ele nunca vinha até sua porta? De certo ele estava fazendo até mesmo mais que sua obrigação, a levando até o máximo onde podia. Mas a questão era somente uma, ele aparentava estar estranho sempre que pisava um tanto além das casas a esquina, e isso era até mesmo estranho.

  Girou a maçaneta, e aquilo parecia mais pesado do que o habitual, afinal passar tantas horas ao lado de Sasuke a fazia esquecer toda a escuridão que aquele ambiente impugnava e impregnava em sua mente. Era seu porto, e disso nem mesmo ela mais escondia saber, e até mesmo se o quisesse, ainda não conseguiria, pois nao eram seus lábios que mostravam, mas sim seu próprio corpo.

  Oito e quarenta, silêncio.

  Suspirou assim que fechou a porta, parou e olhou por alguns minutos a superfície de madeira, uma luz vinha diretamente da cozinha enquanto não lembrava com exatidão da última vez em que sua casa aparentava ser feliz. 

Hiaishi na maior parte dos dias não voltava para a mansão, provavelmente gastando econômicas e tristezas em algum bordel ou prostíbulo local. Talvez fosse realmente hora de repensar sua vida, afinal de contas, mesmo sendo primogênita, ainda não possuía qualquer vínculo agradável com todos. Tão descartável, sem valor algum.


     -- Hinata.


  Seu coração, antes muito falho pela presença de Sasuke, apenas duplicou toda a apreensão sentida nas últimas horas. Talvez dentro de tudo aquilo que representava sua família, ele era o único que ainda a fazia sentir qualquer vínculo com a vida dentro de tais parâmetros famiares. 

Logicamente, mesmo com tantos pesares, Hanabi sempre teria um espaço absoluto em seu peito, porém na atualidade estavam um tanto afastadas. E enquanto ela se mantinha longe, ao menos um único famílias mostrou que estaria independente do momento, independente da doença.

  Neji, seu primo.

  O mesmo permanecia inclinado na bancada da cozinha enquanto mantinha os braços cruzados e o olhar direto sobre ela. Sempre fora demasiadamente maduro, isso era fato, mas com o passar do tempo, as situações acabaram por amolecer bastante sua postura frígida e distante. Quando perto de suas primas sempre deixou o lado preocupado falar mais alto, eram sua família, suas favoritas. 

E obviamente após a morte de Hikari, acabou por tentar ser ainda melhor para elas, isto é, quando de fato podia, afinal sua rotina atual até mesmo impedia que cuidasse de si mesmo, quanto mais das primas. Sua total atenção atualmente eram sua empresa aspirantea grandes negócios, e a esposa.

  Hanabi por sua vez, apenas sentada na mesa de vidro da cozinha, se mantinha meio inerente quanto as atitudes do mais velho. Desde o momento em que estavam conversando na rua até aqui, a mesma sequer entendera a maneira estranha que ele passou a agir quando ainda estavam na Time's Square, porém não entendeu pois não conseguira ver aquilo que o maior havia visto.

  Olhares cruzados, e somente um longo suspiro.

  Hinata abraçou o primo enquanto ainda olhava a irmã mais nova um tanto enfadada e aparentemente cansada por ainda estar acordada, e de fato a entendia, a caçula era indiscutivelmente dedicada a empresa. 

Se entreolharam enquanto inevitavelmente seu peito bateu mais rápido, era estranho se levado em conta sua frieza, ou era apenas o que ela pensava ter adquirido de Hiaishi com os anos. O orgulho também era grande, afinal escutar Neji tendia a essa conclusões de erro e arrependimento, o mais velho parecia um ancião em certos momentos, cheio de histórias, lições e conselhos fartos de inteligência.


     -- Passei na empresa, pensei que estaria também.


  Tudo em Hinata estava diferente. Desde a maneira suave como se portava, até a leveza que transmitia em sorrisos e feições calmas e ternas, diferente da Hyuuga cansada e chorosa que deixara antes de partir em sua viagem para o Oriente. Mas não negaria que assim era muito melhor. Contudo, apenas se mantinha focado na questão exata, até onde iria essa felicidade?

  Sasuke era um assassino, um terrorista e irmão de um ainda mais terrível, de fato no dia daquele julgamento, quando possuía ainda dezenove anos, acreditou que o garoto de então quinze anos acabaria sendo enviado ao Colorado para uma execução, ou encarcerado até a morte. 

Porém acabara de vê-lo nas ruas, e ainda pior, ao lado de sua prima. Obviamente estaria a usando para chegar até Hiaishi, e isso apenas acendia ainda mais sua ira, afinal se não bastasse matar pessoas inocentes naquela noite, ainda queria abusar da inocência de uma garota repleta de problemas pessoais. Realmente subestimou a frieza de Sasuke, era absurdamente ordinário e doentio, pelo visto, assim como o irmão.


     -- Encontrei uma pessoa. -- Suas mãos escorregaram pelo copo de vidro enquanto fechou os olhos respirando fundo. Suprimiu os punhos soltando o ar quente pelas narinas em seguida. Mesmo com tudo, mesmo com Sasuke, sua ajuda, seu carinho e suas tentativas em lhe ajudar, ainda era uma doente.

     -- Entendo.

     -- O que faz na cidade? -- Sua atenção voltara para o primo que apenas olhava as debilidades da menor bastante entristecido. Conhecia a situação da prima muito bem, como os doutores diziam, era uma em um milhão, afinal eram praticamente extintas as possibilidades de uma garota tão nova obter tal doença motora que usurpava apenas a precisão dos mais adiantados em idade.

     -- Terminei uns assuntos na França, então resolvi passar aqui pra rever minha cidade, e minhas primas. -- Sorriu sentando na cadeira ao lado de Hanabi e consequentemente afastando uma ao seu lado para a Hyuuga de pé. Percebeu a maneira como ambas se entreolharam e bufou quase que revirando os olhos. Conhecendo Hikari, se a mesma estivesse viva as faria passar a noite inteira sentadas frente uma a outra. E como era o sobrinho favorito da mais velha, faria exatamente o mesmo.







     -- Olha, nem sei o que te dizer.


  Enquanto as lágrimas caíam pelo rosto da Haruno vencida e bastante abalada, Itachi somente olhava para a porta da residência como se pensasse duas vezes em atravessar aquilo para terminar o momento constrangedor. 

De fato, mesmo sendo um exímio pensador e estrategista nato, ainda possuía certas falhas nesses momentos se carência e tristeza feminina, afinal nunca fora muito envolvido com questões emocionais, agindo sempre por meio da razão e ocultando o que sentia.

  Entretanto, olhar a mulher de cabelos róseos daquela forma era entristecedor. Não importava quem fosse a pessoa, qual a índole ou se era gentil ou não, e mesmo que não gostasse de várias das atitudes de Sakura, ninguém merecia a traição, nunca, jamais. E assim fora criado, ensinado pela mãe e até mesmo guiado pelo próprio caráter, era abominável, e de certa forma até sentia vontade de agredir o sueco da instituição.

  Ino estava no carro lhe esperando, e as mesmas fotos que Sakura olhava nesse momento, foram todas tiradas pela Yamanaka até mesmo bastante discreta. Não conhecia esse lado da loira, mas era aceitável mais uma faceta impecável da mulher que a cada dia apenas o deixava mais boquiaberto. Realmente era difícil colocar limites para a facilidade de Ino em lhe impressionar.


     -- Fez seu trabalho. -- Suas mãos afagavam os próprios cabelos um tanto sem jeito, era realmente estranho estar naquela situação, ainda mais levando em conta que seu passado estava longe de ser de igual forma, era acostumado com guerras, balas, lutas corpo a corpo, prisões de facções e afins. Mas agora estava diante de uma mulher ferida pela próprio marido, e de certa forma isso era até mesmo mais deplorável. -- Obrigado.

     -- Sakura. -- Pontuou assim que suas mãos envolveram a maçaneta, pensou bem, era melhor dar essa chance a Haruno, ela merecia. -- Caso queira, soube por dois alunos que amanhã Naruto cuidará da orquestra, formada totalmente de alunas que ele alicia. -- Sorriu para a rosada que apenas manteve um riso de canto assentindo. -- Boa sorte.


  Concluiu praticamente fora da casa, apenas deixou a porta entreaberta para que a mesma fechasse. Deixou a câmera com a Haruno enquanto descia os degraus um tanto exausto, eram quase onze da noite, e recebera a mensagem do irmão alertando que havia chegado às nove da noite. 

Passou os dedos pelos fios lisos até mesmo feliz por ter acaba do tão rápido, e de certa forma teria de agradecer a Yamanaka, afinal a mesma quem conseguiu as imagens dentro da cafeteria e no estacionamento da escola, onde Naruto entrara com uma aluna para ter relações dentro do próprio automóvel. Realmente era um lixo.

Olhou de pronto o automóvel parado frontalmente a residência onde se encontravam, afinal não eram burros, Sakura havia deixado claro que o ponto de encontro entre eles dois seria na casa de sua mãe, para não correr o risco de uma chegada inesperada por parte do loiro.

  Estava cansado, suas costas doíam.

  Contudo, era impossível deixar de sorrir com o olhar debochado da Yamanaka sustentando um buquê de rosas vermelhas em sua direção, como se fosse uma daquelas cenas de filmes velhos. Sorriu fazendo mesuras para a menor que balançou a cabeça com as palhaçadas do moreno que agia como uma princesa pegando as flores. 

Era seu costume, sempre que passava para cuidar de Mikoto acabava levando flores para a mesma, sua paciente favorita como chamava a mais velha. Tinham um grande carinho uma pela outra, e de certa forma, a Uchiha acabava por ser sua confidente enquanto dormia.

  Segurou as flores enquanto sentou no banco do carona, Ino somente deu partida no automóvel fazendo sua típica cantada de pneus com o pinote imediato que ela causou ao acalerar o fazendo afundar as costas no banco. Às vezes até pensava ser proposital vindo da mesma, adorava lhe causar essas coisas, ainda mais sabendo que o mesmo temia quando estava no volante.








  Sasuke, sentado diante da cama onde sua mãe jazia, apenas olhava o livro que estava sustentado por sua mão. Faltavam poucas páginas para o terminar, e a cada segundo se pegava perdendo a leitura e lembrando de quem o fizera apreciar essa obra. 

Poucos dias separavam tantos momentos que vivenciaram até aqui, era como se a conhecesse desde sempre, mesmo sabendo que nem mesmo um mês fazia. Escorou mais as costas na cadeira enquanto apenas olhava vez ou outra o relógio, estava tarde, amanhã teria de trabalhar bem cedo, e logicamente se iniciaria a primeira aula particular de Hinata, sendo assim teria que a encontrar às quatro no mesmo ponto que demarcaram como certo.

  Lembrara da conversa particular que tivera mais cedo, enquanto a perolada se mantinha meio envergonhada mas aos poucos se abrindo com Deidara, Sasori apenas se mantinha na sua típica frivolidade profissional, lhe indagando o porquê de tais coisas. Fora simples para ele saber de quem se tratava, ainda mais pelo fato dela dizer abertamente o sobrenome, e de certa forma, isso deixou o Akasuna totalmente intrigado com Sasuke. Por que ajudar a filha do homem que lhe destruiu?

  Talvez até mesmo fosse compreensível as atitudes dos demais quanto a isso, até mesmo, se fosse alertado sobre isso há dois anos atrás, acabaria debochando e pensando em que maluquice estava sendo tratada. 

Contudo, agora se encontrava mais uma vez naqueles poucos minutos, perdido, extremamente perdido na lembrança que eram aqueles olhos que impossibilitavam sua desatenção. Tentava, persistia, mas não conseguia parar de olhar aquilo.

  Olhar Hinata.


     -- Sasuke.


  Sua atenção fora tomada pela voz fraquejada da mãe que apenas acordara, de certa forma um breve cochilo, afinal haviam passada poucos instantes desde que dera os remédios dela. Se pôs mais perto da cama apertando de maneira cautelosa os dedos da mais velha num misto de carinho e massagem. 

Faltava pouco, apenas a chegada de seu primeiro salário para finalmente darem entrada em algum hospital, mesme que fosse caro, tentaria fazer o possível. Mikoto precisava aguentar um pouco, só mais um pouco.


     -- Está tudo bem? -- Sussurrou alisando os dedos da Uchiha enquanto olhava a fraqueza que ela estampava. Realmente a situação estava bem complicada, os longos cabelos da morena agora pareciam mais ralos enquanto as mãos ressecavam mostrando a falta de nutrientes que a cada dia eles tentavam manter.

     -- Como foi o primeiro dia? -- O moreno sorriu olhando a mais velha com ternura. Não conseguia esperar o momento de vê-la saindo daquela situação, uma clínica, tratos decentes, cuidados.

     -- Ótimo, acabei terminando minha parte no estoque, então me mandaram fazer entregas. Nada muito difícil, só cansativo

     -- Esse não é o rosto de uma pessoa cansada. -- Mikoto sorriu com a voz meio arrastada enquanto fora auxiliada pelo mesmo ao inclinar no travesseiro agora bem colocado. O mesmo silêncio, o barulho das máquinas que Itachi havia comprado com o dinheiro ganhado em atividades obscuras. -- Encontrou Hinata? -- Sorriu consigo mesma da feição dele, apenas comprovou o que acreditava. -- Claro que sim.

     -- Insinuando o que, dona Mikoto?

     -- Não insinuei nada. -- Ela deu uma risada engasgada. -- Mas desde que apareceu com ela aqui, está bem diferente.

     -- Diferente como?

     -- Mais animado, mais feliz. Como o Sasu que eu criei.


  Uma forta agulhada forte tomou seu peito quando sua mãe concluiu a frase com aquele olhar que parecia o deixar sem onde se esconder. Era sua mãe afinal de contas. Com o passar dos anos, aquele pequeno garotinho que corria pelas ruas do Brooklin atrás do irmão mais velho se perdera, se perdera assim que as sirenes da Riker's tocaram anunciando sua chegada, as agressões, as torturas.

  Orochimaru.

  Como o odiava, talvez até tanto quanto Hiaishi. Sua feição sádica que ainda lhe causava arrepios, a maneira caótica como causava confissões por parte de presos, e a maneira absurda com qual lhe torturou buscando informações sobre Itachi. 

Toda a verdade da " maior nação do mundo " era tão obscura quanto qualquer entidade terrorista que eles diziam combater como soldados de luz ao lado do bem. Caso não fossem piores, estariam no mesmo patamar. Sempre colocando cegamente a mentira de " tudo em nome da pátria ", causando caos, sequelas, tormentos, infernos.

  Talvez jamais fosse como antes, e obviamente apenas por ser criado por alguém como Mikoto ele não se corromperia. Mas a verdade era que sempre carregaria uma certa escuridão dentro de seu corpo, dentro de sua mente, uma escuridão que fora presa pelos maus tratos, machucados, feridas.


     -- Se isso a faz feliz, de igual modo me faz. -- Sussurrou beijando a mão da mais velha enquanto olhara a mesma franzinho o cenho. Mesmo em meio a essa situação, Mikoto ainda era extremamente bem humorada e amável, e isso o fazia enxergar a verdade, mesmo sofrendo o que sofreu, ainda percebia nesses detalhes que era possível seguir em frente. Sem ódio, sem rancor, apenas lutando e conquistando.

     -- Eu acho que gosta dela. -- Ela disse com o tom debochado e sugestivo, com as sobrancelhas arquedas e como se dissesse com todas as palavras " isso é óbvio ". Suas bochechas formigaram assim que escutara aquilo tentando não avermelhar, mas fora inevitável esconder ambas as rações. Mantinha os lábios frouxos como um bobo lembrando de ver a Hyuuga coberta de tantas roupas essa tarde. Perfeita.

     -- E eu acho que precisa descansar. -- Retrucou arrumando o lençol da mesma enquanto tomava cuidado para não a machucar. Sua mãe possuía simplicidade e humor, linda e magnífica, tinha orgulho de ser filho dela. E absolutamente sabia, era seu maior exemplo, que transparecia também em Hinata, eram únicas, e iguais em lhe mostrar o caminho certo.

     -- Contanto que não faça igual seu irmão. -- Ela comentou deitada com os braços alinhados e a feição tipicamente debochada para ele. Olhou arqueando a sobrancelha tentando entender aquilo, de certo Itachi era repleto de falhas como acertos. -- Não estou pronta pra escutar reclamações de outra linda moça, ainda mais pela falta de atitude dos meus filhos.


  Sasuke contraiu a face tentando segurar a risada imediata que lhe contagiou, era óbvio, Ino era apaixonada por Itachi. Estava mais óbvio a cada momento, e escutar isso de sua mãe apenas comprovou a situação, afinal apenas a Yamanaka tinha acesso a sua mãe, e era naturalmente muito bela. Cobriu a mais velha segurando a risada enquanto apenas beijou a testa da mesma desejando um bom sono e voltou ao seu livro.

  Em breve mudaria essa situação. Tiraria Mikoto, a levaria para qualquer clínica, o problema seria essa situação, afinal seria difícil manter as visitas constantes sendo um terrorista em liberdade, e ainda mais seu irmão, cuja captura era quase que uma ordem nacional, e absolutamente certa. Coisa que apenas deixava o moreno pensativo, seu irmão era realmente maluco e muito seguro em sair por aí sem medo, afinal poderia ser achado a qualquer momento.

  Voltou sua atenção ao livro tentando parar de pensar um pouco em Hinata, mas a essa altura era impossível, ainda mais por sua mãe fazer o favor de tocar naquele assunto, afinal passara as últimas horas tentando entender as palavras de Sasori, que alegava ser estranho Sasuke querer ajudar a mesma sem qualquer interesse. E de fato era. Contudo, unindo isso com a afirmativa de sua mãe, era nítido que tudo o que pensava estava galgando para a única possibilidade plausível. Sentimento.


     -- Já passou da sua hora de dormir. -- Sasuke saiu de seus devaneios enquanto o mais velho comentou de sua forma debochada, assim que abrira a porta entrando ao lado de Ino, que carregava um buquê de flores vermelhas.

     -- Disse o desnaturado.

     -- Sasuke. -- Saudou a loira que lhe cumprimentara enquanto apenas retrucou o irmão com uma careta contida. Ino se dirigiu imediatamente para a morena tratando das coisas, colocou as flores no jarro enquanto obteve a atenção da mais velha que permanecia acordada desde que falara com Sasuke.


  Sua relação com Ino sempre fora muito saudável, quando novo acabara por ter um relacionamento com ela, um ano antes de ser preso, mas nada muito sério, apenas por ela ser bem chegada a sua família, e bastante aficionada por si na época. 

Obviamente isso mudara, ainda mais pelo fato nítido de tensão entre ela e Itachi, era como segurar vela apenas com a presença deles. O jeito como ela arrumava os cabelos tentando disfarçar o olhar de soslaio sobre ele, e a maneira atrapalhada como o mais velho tendia a abaixar os olhos para o balcão quando enfim encontrava os orbes safira.


     -- Preciso da sua ajuda, Sasuke. -- Sua atenção novamente fora roubada pelo mais velho que retirava o sobretudo andando até o quarto, o moreno o seguiu deixando a Yamanaka sorridente ao lado de Mikoto. -- Você levará nossa mãe pra clínica amanhã.

     -- O quê?

 

     -- Presta atenção, Sasuke. É assunto sério. -- Seus olhos se mantinham sobre o mais velho enquanto o mesmo abria a gaveta de madeira em seu quarto. Guardou o relógio enquanto passava as mãos pela nuca bastante pensativo. Sentou na beirada da cama soltando o ar pelas narinas, estava exausto, e de certa forma bastante pensativo.


     -- Pode falar.

     -- Lembra do acordo que fiz com Sakura? -- Sasuke de pronto assentiu sabendo imediatamente do que se tratava. Bem provável que ambos mantinham assuntos sérios, afinal apenas assim conseguiu o emprego. -- Pois bem, terminei hoje minhas obrigações, e acabei ganhando uma certa quantia com isso. E agora que está de volta da prisão, quero que leve nossa mãe pra clínica, ainda amanhã.

     -- Itachi, o tratamento é absurdamente caro. Sabe di... -- Sua voz parou no instante em que o moreno mais velho puxou uma gaveta de madeira totalmente repleta de notas a lançando sobre a cama. Não poderia contar aquilo, mas era nítida a quantidade exorbitante de cédulas altas.

     -- Eu venho juntando isso desde que voltei da Al-Qaeda. Quando cheguei pensei que deixá-la na clínica, mas você estava preso e eu não poderia acompanhar o tratamento dela de perto. Então pedi que Ino cuidasse dela aqui em casa, e comprei os equipamentos que eram necessários. -- O mais velho comentou meio atordoado, sabia das condições, sabia que se o fizesse não teria mais como ver a mãe, não teria mais a convivência com a Yamanaka, mas tinha de fazer o necessário para que Mikoto finalmente pudesse sair de tal situação. -- Mas agora é diferente mano, você voltou e agora pode estar perto dela, cuidar dela e acompanhar os avanços. Finalmente consegui o dinheiro com Sakura, podemos sair dessa, tirar nossa mãe dessa.

     -- Irmão...

     -- Eu conheço as consequências, Sasuke. O que me diz?

     -- Itachi. -- Respirou fundo olhando o mais velho. Se Fugaku ao menos fosse metade do que seu irmão era, ao menos teriam alguém para chamar de pai. -- É, eu to nessa.

     -- Ótimo! Vou dormir na casa da Ino, os paramédicos não podem me ver aqui em casa, então você cuida dela e da entrada na clínica. Consegue? -- O mais velho sorriu bagunçando os cabelos de Sasuke que apenas afastou meio emburrado, quando mais novos viviam com essas atitudes, isso claro quando estavam perto um do outro.

     -- Claro que consigo. Se cuida.






  Suas costas doíam consideravelmente enquanto as mantinha naquela postura exaustiva e ao longo das várias horas. Era um ultraje sua situação, afinal nunca deixou um capricho de Hiaishi ou Hanabi sem fazer, e agora Orochimaru chegara sem fazer qualquer coisa e roubara seu lugar. 

Se não bastasse o nepotismo barato que Hizashi se apropriava dia a dia roubando suas idéias e chances. Odiava aquela família, odiava toda aquela empresa e principalmente a caçula do presidente Hyuuga.


     -- Lixos.


  Arfou quando a água gélida cobriu suas costas. Os cabelos ruivos eram molhados aos poucos enquanto ele tomava coragem de se colocar totalmente abaixo do chuveiro. Era uma noite de neve rápida e traiçoeira, afinal a mesma se aproveitava das rajadas de vento se espalhando e atrapalhando a visão.

  Humilhado.

  Caso não bastasse Orochimaru e Hizashi, ainda tinha a volta do sobrinho querido e prodigioso para lhe ofuscar ainda mais. Somente ele sabia o quanto pagou para subir naquela empresa, o quanto ralou e fora usado para serviços e que arrepiariam até o mais frio dos promotores de Nova York. 

Caso realmente fosse o caso, poderia entregar tantos segredos de Hiaishi que acabaria prendendo o homem mais imponente dos Estados Unidos por longos anos. Contudo, não era como se fosse se importar com um lixo feito Hiaishi, mas caso ele caísse, junto dele também cairia. Estava afundado em segredos e culpas, então seria melhor apenas deixar essa fase passar.

 

  Socou a parede azulejo daquele box. Tantas horas criando uma campanha descente para Hiaishi e o maldito acatou os pedidos da vagabunda Hyuuga e do gêmeo imbecil. Os odiava, odiava tudo e nesse momento seu ódio apenas aumentava com a constante de pensamentos em enxurrada. Se não bastasse lembrar desse fracasso, ainda tinha de aceitar sua mente o lembrando quando menos esperava, lembrando que fora pisado até mesmo pela Yamanaka médica.


  Ridícula, sua situação era ridícula.







  Logo que empurrara a porta seus dedos instintivamente subiram pela parede até ligar as luzes da casa, estava muito escuro, e ainda mais com o frio absurdo que fazia nas ruas. Nem mesmo era acostumada a ligar o aquecedor, porém essa noite seria inevitável não o fazer, afinal até mesmo as janelas fechadas faziam barulho quando o vento se encontrava as empurrando ou com o atrito das demasiadas árvores na varanda traseira da casa, um barulho às vezes até mesmo assustador, ela diria.

  Itachi colocou sobre o encosto do sofá o casaco que pegara em casa, de fato era uma casa consideravelmente grande levando em conta a solidão em que Ino vivia. Na maioria do tempo ela estava em turnos ou até mesmo em sua casa, então acabava apenas chegando e dormindo. 

Nunca entendeu de fato as atitudes da loira em não encontrar uma pessoa, era linda, inteligente, gentil, completamente amável. Sendo assim qualquer homem adoraria, e até mesmo faria o máximo para uma chance com ela, mas estranhamente tirando Gaara, não lembrava de um outro.


     -- Conhece a casa. Então, é sua. -- Ino sorriu enquanto apoiou as mãos na bancada de madeira da sala. Desatou aquela amarra irritante que prendia seus longos cabelos como se expirasse aliviada com o ato. Observando atentamente, era nítido que os cabelos dela caíam até abaixo da cintura, e frontalmente também eram enormes com aquela franja loira que passava a medida do queixo.

     -- Obrigado. -- Comentou de maneira calma enquanto segurou sua bolsa subindo os degraus para o segundo andar, onde ficava o banheiro.


  Por sua vez, Ino apenas bufou a franja enorme que sempre acabava voltando para o mesmo lugar sobre sua vista. Seguiu para a geladeira e abriu pegando um copo d'água, estava cansada e com as pernas bastante doloridas pelo dia. 

Retirou sua jaqueta enquanto ainda subia as escadas, ter o quarto bem ao final do corredor era bastante cansativo às vezes. Empurrou a porta meio cômica, até mesmo sorria vez ou outra por lembrar que passara o dia ao lado de Itachi fazendo coisas tão errôneas, afinal de contas perseguir e investigar uma pessoa não era algo muito correto.

  Retirou a calça e a camisa apenas entrando em sua suíte para o banho, pelo visto Itachi acabaria demorando. Então tomou um banho rápido. Pensava na situação que o moreno lhe explicou ainda no carro, pelo visto Sasuke levaria Mikoto para uma clínica, então acabaria não tendo mais tempo suficiente ao lado do mais velho. 

Cuidar da Uchiha não era nada demais, gostava da mais velha por tê-la conhecido quando pequena, sempre sendo uma mulher muito querida por onde passava.

  Entretanto, seria mentira dizer que em grande parte a perda seria o tempo com Itachi, afinal, fora apenas por isso que ambos se tornaram tão ligados e íntimos. O tempo os uniu, juntos naquela casa, caso não fosse isso, fatalmente Sasuke sequer teria acabado na prisão, Itachi não haveria sucumbido aos interesses exteriores, e tudo estaria normal, tudo perfeitos. 

Exceto por uma coisa, seria somente uma desconhecida aos olhos do Uchiha, somente a garotinha loira que fora apaixonada por seu irmão quando pequena.


     -- Ino.


  Sua atenção fora totalmente desvirtuada enquanto sabia ter acabado por perder longos minutos nos próprios pensamentos. Mas era aceitável, a água espumada tão quente, pensamentos tão profundos unidos ao seu cansaço, eram a mistura perfeita para longas horas de reflexão. 

Enrolou a toalha ao redor do dorso enquanto passou outra mais curta pelo pescoço, escutava as batidas enquanto acabou saindo da suíte e colocando um short lilás e uma camisa da mesma cor.


     -- Calma, vai quebrar a porta. -- Comentou debochada enquanto enxugava os cabelos. Continuou enquanto deixara a passagem para o mesmo, que entrou usando uma bermuda preta e uma camisa de mangas. De certa forma não gostou, certamente se sentiu envergonhada, mas realmente seria melhor vê-lo como o costumeiro, sem camisa.

     -- Experimenta responder. -- O mais velho comentou enquanto sentou na beirada da cama. Respirou fundo, sabia que estava bastante tarde, ou cedo se certa forma. Duas e meia.

     -- Quanta amargura.

     -- Somente sono. -- Retrucou olhando a loira de soslaio. Ino estava frente a penteadeira guardando algumas coisas, como o relógio que deixara na mesinha, e voltara a pentear os cabelos longos enquanto o moreno apenas não persistia o olhar pelo espelho que vinha diretamente ao seu rosto.

     -- Dorme então.


  Tentou ao máximo não o tratar daquela forma, mas fora inevitável que seu tom não soasse tão decepcionado e farto das próprias ilusões e mentalizações criadas. Olhou o moreno parado como se digerisse a maneira que fora tratado, mas como o costumeiro ele somente abaixou o semblante meio segundo dando aquele sorriso sem mostrar os dentes, estupidamente irritante e perfeito.

  Itachi relaxou os ombros levantando enquanto caminhava na direção da menor. Silêncio. Ino, inerte e agora diante do moreno, apenas deixava o olhar cair na medida peitoral do mesmo, afinal sua estatura era consideravelmente menor de comparada a do Uchiha de mãos ao bolso da bermuda. Outro sorriso. Caso ele continuasse dessa maneira acabaria se trancando em outro quarto para não cometer nenhuma loucura. Mas agora, ele deixou evidente o deboche disfarçado de graça contida, inclinou a cabeça quase que infimamente deixando aqueles dentes alinhados e saírem em meio ao sorriso.


     -- Se quisesse dormir, estaria no quarto de hóspedes.


  Enquanto o hálito quente e denunciante da higiene feita há pouco exalava contra o rosto da menor, Ino apenas pensou duas vezes em recuar enquanto o rosto avermelhava, mesmo sabendo que eram praticamente extintas as chances de um homem lhe causar tal reação. 

Era inevitável, cogitou tantas alternativas que sua mente apenas falhava enquanto olhava nos olhos dele tentando entender se o que ele havia dito, realmente batia com o que pensava.


     -- O... O que deseja então? -- Suas mãos subiam de maneira instintiva aos próprios braços como se tentasse esconder a nudez dos mesmo, era meio constrangedor estar diante dele com roupas tão curtas, levando em conta que na maioria das vezes estava arrumada após o turno, ou como andava na maior parte do tempo, bem vestida, afinal elegância era uma de suas grandes características.

     -- Queria conversar.


  Seus olhos caíram rapidamente até o tapete que tomava o quarto quando enfim o corpo do maior se afastara do seu rumando novamente até a a beirada da cama. Se entreolharam enquanto a menor ruborizada apenas balançou a cabeça se esquecendo por meio segundo do que existia entre ambos. Nada. E pelo visto, nunca mudaria.

  Jamais negaria, ainda mais por enfim estarem voltando ao normal um com o outro, e escutá-lo dizendo que queria conversar era agradável. 

Obviamente tudo que envolvesse Itachi era olhado com ternura e calmaria por sua parte, mas de certa forma estava sendo desgastante para si mesma, observar de tão perto, querer tocar, querer sentir, querer ser, dar e receber.


     -- Sobre Mikoto? Também estou preocupada.

     -- Talvez seja melhor. Terá mais cuidados, um tratamento certo. -- Seu olhar cobriu o ombro quase desnudo da menor, coberto apenas pela alça fina que corria naquela pele sensível e quase bronzeada que ela mantinha. -- Também será melhor pra você, não precisará perder muito tempo, e vai ter mais tempo.

     -- Então acha que é perda de tempo?

     -- Não! -- Sua voz saiu arrastada, todavia rápida. Olhou novamente, entretanto com mais pretensão. Era linda demais, e o aroma daqueles fios até mesmo lhe deixava sem reação, ou até atenção para o que pensava. -- Mas você precisa viver, e isso de certa forma acaba te atrapalhando.

     -- Continuo vivendo, Itachi.


  Bufou enquanto sua entonação mudara novamente, estava farta disso, Itachi sempre comentando dessa maneira, com essa voz, como se insinuasse que não passasse de uma fracassada que sequer sabia o que fazer nas horas livres. Era irritante, revirou os olhos apertando a madeira da cama quase o matando por ser tão deliciosamente lindo e estúpido ao mesmo tempo

  Finalmente tomara coragem de olhar nos olhos dele desde o momento do comentário dito pelo mssmo, estava do seu lado, parado e de maneira branda, o tecido da camisa fina e de mangas apenas deslizava pelo dorso dele, as tatuagens apareciam misturadas aos músculos enquanto olhava de maneira perturbada pela própria atenção dada. 

Quase impossível deixar em silêncio o suspiro que inundou seus pulmões ansioso a sair, se o fizesse demonstraria toda a tensão que era tê-lo ao seu lado.


     -- Não sou uma alienada, se é isso que pensa.

     -- Eu não disse.

     -- Para, Itachi! Só para! -- Suas mãos apertavam aquela madeira como se fosse a única maneira de não levantar de acabar deixando explícita toda sua raiva contida. Seu fom elevou abruptamente enquanto a postura enrijeceu de maneira mais que automática. -- Você me olha, sempre desse jeito estúpido! Dizendo essas coisas estúpidas! O que acha? Que sou uma imbecil sozinha? Deve pensar mesmo!

     -- Ino, eu não enten...

     -- Me trata como se fosse uma criança, e quando não faz isso me trata como se eu fosse uma maluca aficionada por trabalho e sem qualquer felicidade! Só para! Que droga!


  Enquanto a feição sempre calma de Itachi se perdia em uma preocupação iminente, o rosto da loira apenas abaixava tentando conter toda a raiva suprimida, o desejo, os tremores que lhe tomavam por cuspir as verdades que há tanto queria falar. 

Isso lhe corroía, lhe deixava a cada dia pior pelas concepções que criava consigo mesmo, imaginando a imagem que criara sobre si mesma para ele. Fraca, sozinha e cansada, enquanto na verdade nem imaginava ser totalmente o contrário.

  Silêncio, tensão.

  Somente o barulho da saliva que ele digeriu rasgando na garganta, olhares de soslaio por parte dele, exaustão e tristeza por parte dela. Sabia ter chegado ao limite, ter falado demais, sua explosão momentânea, mas era assim afinal de contas, uma bomba que quando cheia tendia a explodir. Engoliu seco e fechou os olhos de maneira breve, seria uma noite ótima, afinal apenas o fato de ter Itachi por perto era perfeito, mas tinha que estragar tudo, como sempre.

  Estragou tudo.


     -- De onde tira essas coisas? -- O silêncio enfim fora quebrado pela voz rouca, mas naturalmente agradável. Itachi sorriu de maneira nervosa enquanto enrolava sozinho os dedos da própria mão, gesto que o conhecendo bem, delatava constrangimento e inquietude.

     -- É o que me mostra, Itachi. Todos os dias, sempre. -- Sussurrou com os ombros mais caídos, sua feição até mesmo se escondia naturalmente para negar qualquer chance do mesmo em lhe encarar, mas seu tom a entregava.

     -- O que quer dizer? -- Olhou por alguns segundos a linha fina do tracejado que chegava até o queixo. Os olhos safira, como queria encarar aqueles olhos nesse exato momento. Tão linda, tão única, quem dera fosse sua. Mas era mais nova, e com um futuro a sua frente.

     -- Você me acha fraca, insegura... inútil. -- Sua saliva parecia engrossar na garganta, talvez pelo embalo que se formava em sussurrar essas palavras que apenas turvavam sua vista e apertavam o peito.

     -- Fraca... -- O sussurro irônico apenas soou como resposta ao que ela dissera. Nada mais fora dito. Somente silêncio após isso, Itachi olhava o tapete deixando o sorriso nascer enquanto a menor se martirizava por estar tão entregue aquela situação efêmera. -- Você cuidou da minha mãe, conseguiu chegar onde sempre sonhou, e acima de tudo, vem sendo meu maior alento nos últimos anos. Como a veria dessa forma?


  Sua mão enrolou na dela enquanto automaticamente o peito de ambos desalinhara, o dela consideravelmente mais pelo contato desavisado e tão carregado de ternura. Os dedos correndo pela palma de sua mão como se acariciasse enquanto apenas sussurrou aquelas palavras a fazendo tremular apenas por aquilo ser dito junto a rouquidão deliciosa há poucos centímetros de seu ouvido.

  Gaguejou, ou melhor, teria gaguejado caso algo houvesse saído de seus lábios. Mas o que defasara sua boca fora apenas um som sôfrego sem denominação ou conhecimento. 

Olhou nos olhos dele enquanto seu rosto apenas avermelhava pela mão dele que correu de entre as suas até cobrir suas coxas desnudas pelo pedaço de pano pequeno e que agora apenas sumia mais se levada em conta a tensão absurda que era ter a mão dele sobre sua pele.

  Olhares intensos, lábios abertos e alinhados.

  Itachi mordiscou os lábios tentado a iniciar aquilo de uma vez, tantos impedimentos, tantas convicções e limitações que deixara na própria mente para nunca tocar em uma garota como ela. Era pouco demais para alguém como Ino, não por ser feio ou sem capacidade para ela, de certa forma entendia que nunca alguém seria mais perfeito para a mesma. 

Entretanto, era péssimo o futuro dela caso estivesse ao seu lado. O medo, temor, limitação, tantas coisas que abalariam essa relação, e entre tudo isso, o fator maior de sua vida repleta de obscuridade que apenas atrapalharia o brilhantismo e sucesso que ela representava e aspirava.

  Sua mente lutava, suas mãos mais ainda. Um simples toque, um tremor absurdo. Sua cintura fora segurada de maneira forte como se ele ainda tentasse entender e controlar o que fazia. Suas mãos eram fortes, pesadas e extremamente perfeitas nesse estado, agarradas a sua pele. Olhou nos olhos dele, suspirou tentando afastar o rubor quente que tomava seu rosto, estavam perto, tão perto, tão quente.


     -- Me perdoa, por favor.


  O sussurro vindo dele soou carregado de temor e receio. Mas fora objetivo, fora convicto. Seus lábios cobriram os dela de maneira tensa e sôfrega a puxando agora com ambas as maos enquanto subia os dedos tentando adentrar o tecido da camisa lilás que parecia apertada demais. 

Uma brecha. Um gemido. Ino suprimiu os lábios dele com a mordida providencial, e sentindo as mãos dele subindo até sua nuca tentando buscar mais do gosto doce e o hálito quente, enquanto apenas voltava sugava aqueles lábios agarrando os dedos finos nuca enquanto espalhava os cabelos dele.

  Seus cabelos puxados, sua cintura ainda mais. Fora inevitável não se posicionar no colo dele quando as mãos grossas afagaram sua nuca puxando mais e mais. Tremores, arrepios. Gemia quando ele enfim retirava os lábios atendendo ao sofrimento do pescoço sem qualquer falha. 

Toda a saliva trocada entre ambos molhava seu pescoço enquanto sentia o membro dele enrijecer pelas nádegas perfeitamente distribuídas sobre o colo. 

Sua cintura era apertada enquanto ele apreciava a fartura que transborava aquele tecido patético e ínfimo do short, ainda menor levando em conta o rebolar que ela iniciava roçando o pano na pele dele.

  Gemidos roncos saíam dos lábios dele enquanto apenas voltava a sugar aqueles lábios rubros e agora mais inchados pela constante de movimentos castos e perniciosos que mantera. Virou rapidamente a posicionado sob seu corpo. Era perfeita desse jeito, vermelha, envergonhada e ofegante. E ainda melhor, debaixo de seu corpo.


     -- Terá que me perdoar também.


  Suas mãos subiram até a camisa dele tentando desesperadamente retirar aquela camisa que cobria toda a sua perfeita visão. Todas as tatuagens que amava, o peito maravilhosamente definido sem qualquer excesso de músculo desnecessário. Subiu aquilo enquanto o mesmo apenas fizera o mesmo a deixando apenas com os seios expostos tentando cobrir aquilo totalmente corada.

  Os cabelos dele caíam pelas costas enquanto subia vagarosamente sua mão pela barriga da menor afastando as tentativas frustrantes da mesma em se esconder. Era até mesmo cômica a situação, ainda mais levando em conta o porquê da mesma em se esconder. Era linda, muito mais do que sonhou ou pensou em seus momentos de puro martírio.

  Guiou lentamente os dedos até os mamilos rosados da pequena que agora parecia ainda mais por se encolher abaixo de seu corpo, totalmente vermelha enquanto puxava seu pescoço para enfim comprimir ambas as peles, os seios fartos espremidos, enquanto suas línguas sedentas e banhadas de fluídos passavam a se trocar de maneira ávida e sem qualquer restrição. Somente o vento daquela janela ao canto resfriava o ambiente mais que fervente.

  Itachi encheu as mãos na região farta da loira que apenas abriu os lábios contendo o gemido alto, acordaria os vizinhos, seu tesão era absurdo. O moreno beliscava seus mamilos alternando em massagens repletas de saliva, apenas melando a região e descendo os lábios até chupar cada uma com cautela, repleto de fome, mas toda calma e atenção possível, era ideal, grandes, deliciosamente quentes. 

Lambeu cada mamilo devagar enquanto olhava a vista da menor, turva e repleta de lágrimas de prazer nos orbes safira. Era apenas o começo. Sugou as mamas dela fazendo a mesma gemer alto com os filetes de saliva se perdendo entre os dentes a cada apertar melado que ele fazia beliscando e puxando devagar, polegares girando lentamente enquanto voltava e afundava a cavidade bucal repleta a hálito quente.

  Corpos suados, tremores e arrepios pelo roçar constante de ambas as peles carregadas de tensão e êxtase. Itachi se ergueu desatando a corda do short enquanto deixara o pênis totalmente exposto diante da Yamanaka que apenas se deliciava com a visão que tantas vezes imaginou nessa mesma cama. 

Rígido, melado pelo constante líquido que parecia inchar ainda mais a glande farta e vermelha. Seus olhos pareciam vidrados sobre o membro do Uchiha apreciando cada veia pulsante, desejando aquilo em cada parte de seu corpo. Cada detalhe, cada fluído pegajoso lhe tomando.


     -- Vamos nos arrepender disso. -- Sussurrou de maneira fraca no ouvido dela enquanto automaticamente passava seu membro pelas coxas da mesma sentindo o arrepio violento que a tomava. Sentia aquilo passar por sua pele melando e esquentando ainda mais.


  O suor descia pelas costas dele enquanto Ino apenas apertava os lençóis ao lado fincando os dentes nos lábios. Os seios dela estavam vermelhos e irritados com tanta saliva que a fazia mexer neles pelo prazer sentido. 

O short lilás fora puxado de maneira vagarosa percorrendo toda sua perna até chegar aos tornozelos enquanto o moreno apenas ergueu sua perna até os ombros retirando o tecido que evidenciava a umidade. 

Ino estava nua, a mulher que o fazia delirar e se esconder estava totalmente exposta a sua frente, enquanto calado ele parecia apenas admirar cada pedaço perfeiro e curvilíneo que compunha aquele poema loira e de olhos safira conturbados de prazer.

  Gemeu alto ao encostar seu pênis na entrada dela, somente um toque os fazia beirar ao caos. Desceu lentamente as costas entre as pernas dela, estavam arregaçadas a cada lateral de seu ombro enquanto calmamente observou o deleite da menor em vê-lo beijar com paixão a pelve suada e beirando ao líquido fluente que deslizava por suas virilhas. 

Um toque. Itachi deslizou a língua quente até dividir sua intimidade com um penetrar demorado que a fez subir as costas empurrando a pelve no rosto dele.

  Indescritível, absurdamente magnífica. Era uma sensação que transbordava seu consciente e paredes mentais. Itachi afundava os dedos com pressão em suas coxas grossas enquanto penetrava a língua quente e o hálito banhava seus grandes lábios quando todo o rosto dele se perdia no gosto, na textura, nos tecidos vaginais que se contraiam a cada afundar de língua e tocar minucioso e cirúrgico de dedos.

  Choques, arquedas. Gemidos altos enquanto suas mãos escorregavam pelas costas largas e suadas deles, tentava o puxar enquanto cravava a unha na carne febria dele, rasgava o corpo repleto a tatuagens meladas de suor que eram desenhadas pelos dedos finos quando ela gemia descontrolada com a língua dele alcançando seu clitóris que parecia enrijecer mais e mais, sangue em demasia deixando o pequeno órgão duro e rígido contra a língua que mais parecia enrolar beirando a sodomia abusiva e caótica.

  Urrou caótico e arrastado, tentando não gritar com os movimentos que ele fazia terminando numa ávida carícia de língua nas virilhas repletas de fluídos vaginais. Os lábios dele melados voltavam a afundar quentes em sua intimidade quando seus olhos repletos d'água pareceram desesperados o puxando e entrelaçando as pernas ao redor do pescoço dele.

  Seu corpo bambeou, na sua garganta o gemido faltou. O orgasmo arrebatou tanto seus ossos quanto seus sentidos a fazendo apenas agarrar os fios lisos tentando sentir a língua dele afundando em sua intimidade agora mais sentida do que nunca. 

Olhava o teto enquanto apenas sentiu as mãos dele em sua nuca num puxar rápido que selou ambos os lábios, os dele estavam melados e quentes. Seu próprio saber, a cremosidade pegajosa que ela possuía acobertou a própria mucosa bucal enquanto escorria pelo queixo dele. Se era saliva unida a isso, jamais saberiam. Somente o fôlego faltava enquanto respiravam com dificuldade ao se soltarem com os filetes unidos e faces ardentes.


     -- Itachi...

     -- Desculpe, Ino. Mas... -- O sussurro saía ofegante enquanto suas mãos massageavam novamente os seios da menor. Olhares apaixonados a tomavam enquanto apenas o queria sentir dentro de uma vez. -- Como eu te desejo... é impossível segurar.


  Suas mãos espalmaram a barriga da menor enquanto ela apenas gemia desconexa e tremula. Olhava nos olhos dele quando enfim sua intimidade melada fora recepcionada pelo pênis inchado que escorregeu em sua entrada apertada e bastante banhada. Seus olhos fecharam quando enfim os lábios mordidos ecoaram um urro tão alto que percorrera por cada cômodo da casa fria.

  Itachi abraçou o corpo da menor entrando totalmente na intimidade brutalmente contraída que apenas o sufocava enquanto os seios melados apenas molhavam mais por seu peitoral suado, cada roçar de pele, cada gemido que ela soltava ganhando a rouquidão branda e deliciada nos ouvidos. 

Os beijos que recebia nos lábios e pescoço. Arfava sentindo o pênis dele sair totalmente para escorregar novamente em um baque estalado pelo suor quando ambas as pelves batiam uma na outra.

  Palavras peridadas em meio ao calor, e um " eu te amo " sôfrego soltado pelos lábios dela que apenas o fez calor aumentando as estocadas que afundavam abruptamente ao chegar ao ponto de prazer máximo da Yamanaka que a essa altura sussurrava todo seu amor contido, com sorrisos ardidos pela face corada e olhos marejados de lágrimas pecaminosas do deleite sexual que era tê-lo batendo a glande em seu ápice prazeroso. 

Outro orgasmo, suas pernas sequer se faziam presentes mais, seus ossos quebrados, sua alma fora levada, jamais imaginara o quanto seria apaixonante ter o corpo dele, seus lábios abriam enquanto seu interior era brutalmente violado com paixão e dedicação.
 

  Sorriu vendo o suor descer pela testa dele, apenas outra estocada dividiu seu urro precisado e o esperma grosso e abundante que penetrou toda sua vagina de maneira quente e abrupta ao entrar. 

Itachi ainda mantinha as estocadas deixando todo o líquido se perder dentro dela, escorregando pelo mastro até cair aos poucos nos lençóis quando o pênis dele saía e voltava com força novamente. Outra ejaculação quente e grossa, o esperma afundou novamente, dessa vez em menor quantidade enquanto o rosto ardido mantinha lágrimas de amor e puro prazer o vendo lançar a cabeça para trás gemendo rouco.

 

   -- Melhor que conversar... -- Ino sussurrou quando enfim ssentir o rosto dele afundar em seus seios.

 

     -- Loira abusada.

 

  Se arrependeriam? Talvez.

 

  Era bem provável que ocorresse, mas apenas amanhã, quando estivessem longe daquela anestesia cruel que os tomara agora. Nessa hora, queriam apenas o calor do outro, a quentura, a febre corporal, o cheiro de sexo que ambos os corpos foram impregnados. 

Suados, ofegantes, quentes e melados. Contudo, juntos e agarrados, como se não fossem mais se soltar nessa madrugada fria.


Notas Finais


Entauummm? Mereço kiss????


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