História Doces, doces e doces - Bolinhos

Ainda estavam abraçados, e ainda havia cheiro de sexo naquele - pequeníssimo - cômodo. 

Mas estava tão confortável, que nenhum dos dois ousavam se mexer - mesmo que fosse minimamente.

- Jinnie? - Namjoon perguntou, acariciando os cabelos do menor.

- Sim... - disse com a voz embargada de sono - parecia estar se segurando para não adormecer ali mesmo.

- Você está muito cansado? - perguntou com certo tom de receio.

- Muito. - Jin - exageradamente - disse.

- Gostaria de ir para minha casa? - indagou inseguro - mesmo depois de transar com o garoto, ele continua tímido QUE LINDINHO.

- Se você me carregar... - disse rindo, fazendo o maior acompanhá-lo da mesma forma. - Eu tó falando sério, quero que me carregue. - disse parando de rir, querendo transparecer - falhamente - um pouco de seriedade.

- Okay... mas eu preciso te vestir antes né... não posso sair com você nu no meu colo... - disse fazendo o menor corar e abaixar a cabeça levemente, tentando esconder os tomates que haviam aparecido em suas bochechas.

Não havia se tocado, mas Namjoon ainda estava dentro de si. Quando Namjoon começou a retirar-se do menor, este sentiu um pouco de semên escorrer por sua entrada, o fazendo arrepiar-se e não conter um breve gemido.

Pôs Jin no chão. Mas logo serviu-lhe como apoio, o mesmo não tinha controle nenhum sobre suas pernas, estavam bâmbas, completamente moles, não ficavam esticadas de forma alguma.

Namjoon deu um jeito de encostá-lo na parede e alongar-se para alcançar uma toalha que havia ali pendurada, limpou Jin - delicada e lentamente - e então limpou-se.

Vestiu a si mesmo, com certa dificuldade, a fina camada de suor que havia em sua tez o atrapalhara. Virou-se para vestir o outro, colocou sua boxer com certa "calma", vestiu-lhe a calça, sem olhar diretamente para Jin, e quando abaixou-se para pegar a blusa, levantou apenas pedaços da mesma, lembrou-se de que havia rasgado-lhe.

- Então Jin... - disse coçando a nuca envergonhado. - Você não tem mais blusa.

- Ai meu deus... eu tinha esquecido... - diz bagunçando os fios de seu cabelo. - E agora?? - desesperou-se.

- Calma, eu acho que tenho um casaco no carro. Já volto. - diz soltando Jin e ficando de frente para porta, mas acabou virando-se novamente ao ouvir um barulho de algo caindo no chão. Era o Jin - coitado.

- Aish Namjoon... - diz ainda sentado no chão.

-AIMEUDEUSMEDESCULPAEUTINHAESQUECIDOJINMEPERDOA - disse barra berrou numa velocidade absurda, desesperado.

- Tá tudo bem... só... só me ajuda a levantar... - Jin disse pausamente - estava sentido um forte dor - naquele lugar lá que você sabe.

- SIM!! - berrou novamente e pôs-se a agachar para dar apoio a Jin, mas, nesse pequeno trajeto, perdeu-se nos profundos olhos castanhos do menor. Não conseguia desviar sua atenção. Não conseguia retomar seu auto-controle. Não conseguia parar de se apaixonar.

Jin o olhava intensamente, não era proposital, apenas retribuia, inconscientemente, o olhar lascivo do maior. Namjoon desistiu de seu objetivo inicial, ajudar Jin a levantar-se, e criou outro, que ainda era bem melhor e bem mais cativante do que o primeiro: Capturar os belos e macios lábios de Jin.

Assim fora feito. Namjoon beijava, chupava e maltratava os lábios do menor. Sua alma parecia limpar-se completamente ao contato daqueles lábios aveludados e atrativos, seria Jin um anjo? Algum ser sobrenatural? Em nenhum momento de sua vida, Namjoon havia se sentido assim, leve, nem quando seu pai foi preso, nem quando sua mãe voltara da reabilitação, - não havia citado - ela havia entrado numa depressão profunda e havia tido uma quase-overdose de antidepressivos, nem quando beijou, pela primeira vez, aquela garota, a qual nem lembra mais o nome, mas, naquela época, a amava, nem quando comprou sua casa, há um ano e sete meses aquilo fora liberdade, mas nesse atual momento, a liberdade, a leveza e a pureza podem ser definidas em uma pequena nome: Jin.

- Acho melhor irmos logo, a soverteria irá fechar. - Namjoon interrompeu o beijo e disse com um sorriso cínico, fazendo Jin bufar mas logo rir depois. Namjoon o levantou e o sentou na privada.

- Eu tenho um moletom no carro, vou buscá-lo. - disse deixando um pequeno selar na testa de Jin, que assentiu e encostou a cabeça na parede, ainda estava cansado. 

E lá se foi Namjoon, até seu carro, que estava apenas do outro lado da rua, mas para ele parecia que estava a quilômetros e quilômetros de distância. Atravessou a rua, deserta, não era noite, mas havia pouquíssimas pessoas na rua.

Chegou em seu carro, era um New Beetle* cinza - um desses fuscas novos -, sua mãe havia lhe dado a quase um ano, mas parecia que havia saído da concessionária a menos de um dia, Namjoon poderia ser desastrado, mas cuidava muito bem de seu carro, tamanho era o carinho pelo automóvel, não deixava-lhe possuir, sequer, um arranhão. 

Enfiou a mão no bolso, não sentiu nada, enfiou no outro e, novamente, nada, bateu por todos os lados da calça, apenas sentia seu celular. Havia esquecido a chave lá dentro.

- puta que pariu - mumurou enquanto revirava os olhos. Voltou a atravessar a rua batendo os pés, parecia até um dinossauro furioso. Entrou novamente na confeitaria.

- Pegou? - ouviu Jin gritar do banheiro, provavelmente ouviu o som do sininho e se tocou que era Namjoon.

- Err... não, eu esqueci a chave do carro na bancada.

- Meu deus Namjoon...- Jin disse rindo.

- To achando muito engraçado, deveria fazer você sair sem camisa.

- NINGUÉM MANDOU VOCÊ RASGA-LÁ!! - berrou.

Namjoon abriu a boca para argumentar algo, mas preferiu ficar em silêncio - ótima escolha.

- Já volto. - disse num tom suficiente alto para que Jin o ouvisse.

Então saiu novamente, atravessou a rua sem olhar para os lados e acabou por assustar-se com uma alta buzina e alguns palavrões despejados em si. 

Num certo flash de memória, lembrou-se do dia em que "quase morreu" para um carrinho motorizado, aqueles que idosos usam. Estava parado na meio da calçada oberservando só deus sabe o que, e apenas saiu de seu transe quando ouviu alguns palavrões sendo proferidos a si, havia um senhor grisalho furioso a sua frente, parecia estar chamando o garoto a muito tempo por estar parado no meio de seu caminho. Namjoon apenas riu ao recordar-se disso. 

Chegou perto do carro, apertou o pequeno botão que havia na chave e o destrancou. Abriu uma das portas dos bancos de trás, havia um pilha de roupas, havia trazido-as da lavanderia, estavam limpas, cheirosas, porém completamente amassadas. Espalhou-as um pouco, procurando algo para Jin, achou um moletom azul escuro, o pegou, então fechou a porta, trancou o carro e virou-se para atravessar a rua. 

Olhou para os dois lados, não queria quase ter um infarte apenas por conta de pessoas apressadas. Não havia nenhum carro próximo vindo, então andou calmamente até a outra calçada. Entrou pela porta, e foi em direção ao banheiro.

- Toma aqui, Kim Seokjin. - disse um falso tom de indignação.

- Muito obrigada, Senhor Kim Namjoon. - disse, também no mesmo tom, e vestindo o moletom.

- Nossa, nem ficou grande. - Namjoon debochou.

- Pois é, ninguém mandou ser um poste. - Jin disse irônico. - Parece até um vestido. Você deveria emagrecer. - disse segurando os lados do casaco e o esticando para ver a largura do moletom.

- Claro que estou gordo, você só me dá doce pra comer.

- Aaaah, então agora a culpa é minha. - Estavam apenas simulando uma briga de casal, Jin segurava-se para não rir e acabar com a brincadeira. 

- A culpa sempre é minha, já percebeu?

- Sim, sempre é sua mesmo, você sempre tá errado e eu to sempre certo.

- Aah claro. - Jin se aproximou do maior. - Vo fazê greve de sexo, vai bater punheta se quiser!!

Namjoom não aguentou-se e acabou rindo, mas foi uma risada tão gostosa, tão contagiante, que Jin pôs-se a acompanhá-lo. 

Os dois idiotas, rindo de idioticies.

- Vamos. - Namjoon disse, ao parar com a pequena crise de risos, e sair andando.

- Escuta aqui meu queriudo, não está esquecendo de nada não? - Jin perguntou, parecia uma patricinha metida (risos).

- O que? - Namjoon perguntou confuso.

- Pode vir aqui e me carregar. - cruzou os braços e empinou o nariz. 

- Já falei pra você o que você tem que empinar...

- Você gosta de mudar de assunto ein... Para de enrolar e vem aqui logo.

- Aish, você é muito reclamão. - resmungou aproximando de Jin.

- Também te amo. - disse rindo e mandou um beijo.

Namjoon deu a chave da porta da frente e a do carro para Jin. Abaixou um pouco a coluna e segurou Jin, o erguendo logo em seguida. Ficaram naquele posição de casal em lua de mel. 

O menor encostou a cabeça no vácuo entre a cabeça e o pescoço do maior e, novamente, aspirou seu cheiro, que, agora, estava mais suave. 

Jin era leve, Namjoon não fazia esforço nenhum. Saiu do banheiro, andou em direção a porta e parou, esperando Jin a abrisse.

- O que você tá esperando? - Jin perguntou levantando o rosto, percebendo a demora.

- Esperando você abrir a porta? - perguntou irônico.

- Atá. - riu e logo abriu a porta. Sairam, Namjoon virou para a porta para que a mesma fosse trancada.

- Aish, tudo sou eu. - resmungou, de brincadeira, pegando a chave.

- Olha aqui meu quieriudo, você está com as mão livres. - disse rindo.

Jin trancou a porta, fazendo um esforço para alcançar a maçaneta, já que estava sendo carregado por um poste (risos).

- Pronto. - disse Jin. - Eu ainda quero sorvete. - fez birra, parecia até uma criança.

- Lá em casa tem sorvete. - o maior disse rindo, ficou impossível saber se era verdade, ou se ele estava jogando uns verdes de que iria "foder Jin até ele esquecer o próprio nome".

Seguiram andando, haviam algumas pessoas na rua, e tais estranhavam a cena que presenciavam. Um cara alto de cabelo branco carregando um cara, também alto, mas menor que o primeiro, loiro, e com um moletom que mais parecia um vestido.

Jin pegou a chave do carro, que também estava consigo e destrancou com o bip. Namjoon deu um jeito de abrir a porta do carona e colocar Jin ali de forma confortável, como se ele fosse uma pequena porcelana frágil. Fechou a porta, deu a volta no carro e entrou, deu partida e saíram daquela rua. Quando Jin ia iniciar alguma conversa, Namjoon parou o carro e proferiu um "chegamos" baixinho. 

A casa de Namjoon era muito perto da confeitaria, tipo, muito perto mesmo, não dava dez minutos andando, não passaram três minutos no carro e já haviam chegado. 

- Namjoon, por quê você não vai andando até a loja? - Jin questionou muito confuso.

- Porque eu não tenho um carro à toa. - disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, puxando o freio de mão.

- Atá, entendi. - disse ainda tentando compreender o que foi dito, rindo logo em seguida.

Namjoon abriu a porta e saiu do carro. Jin tirou o cinto que, bom, nesse trajeto de dois minutos foi bem inútil, e abriu a porta, quando se levantou, não deu nem tempo de pensar em algo, foi ao chão com tudo. Ainda não conseguia manter as pernas firmes.

- Qual o problema da gravidade comigo?? - choramingou.

- Aigo Jin, vem cá. - Namjoon foi até o menor caído no chão, lhe deu a chave e o pegou no colo novamente. - Vamos entrar. 

A casa de Namjoon, por fora é completamente adorável, possui todas as paredes num tom azul pastel. Andou até a porta, então parou, esperando Jin abri-lá. E assim foi feito, a porta fora destrancada e aberta. 

Namjoom entrou e fechou a porta com o pé. Deitou Jin no sofá que ficava num canto da sala que era visível da cozinha, e viu o menor se aconchegar no meio das almofadas. Foi até a cozinha, que era americana, era um lugar bem agradável, paredes num tom vinho, armários cinzas com portas de vidro, geladeira com um branco acinzentado. Foi até a cafeteira, que ficava na bancada.

- Jin? - Namjoon o chamou

- Hmmm? - gemeu um tanto que abafado por conta de estar com o rosto enfiado nas almoçadas, estava sentindo o cheiro de Namjoon que estava impregnado em cada uma das almofadas pelpudas.

- Quer café? - perguntou já pegando duas xícaras nos armários, suas favoritas, ambas eram amarelas e com o formato do Ryan Bear*.

- Quero sim. - disse, ainda abafadamente.

Namjoon abriu um outro armário onde continha alguns vários pacotes de biscoitos/bolachas (fodassi) doces e salgados, com e sem recheio, havia também alguns pacotes com bolinhos recheados, sabor morango e variados. Pegou um dos pacotes de bolinho com sabores variados e fechou o armário. 

A cafeteira apitou, mostrava que já estava pronto. Namjoon colocou as xícaras e o pacote de bolinhos na mesa de jantar, que era de feita de uma madeira preta, com alguns pequenos detalhes prateados e que ficava atrás da bancada divisória da compacta cozinha. Levou o pequeno bule até lá também, e pôs sobre uma mini almofada, que tinha a função de apoiar coisas quentes.

- Venha, Jinnie... - disse, e logo depois tocou-se. - droga - murmurou rindo, já esperando a reação convencida de Jin.

- O que você disse? - levantou a cabeça rapidamente com uma expressão safada desanhada no rosto. - Você me chamou de Jinnie. Que lindinho. 

- Venha logo tomar seu café, Kim Seokjin.

- Kim Seokjin não. - disse e enfiou a cabeça nas almofadas novamente

- Aish, criança mimada - Namjoom bufou. - Venha tomar seu café, Jinnie.

- Agora sim. - disse levantando do sofá e indo em direção a mesa, a qual Namjoon já estava sentado à. - Hmmm, bolinhos!

- Pode comer, quer uma xícara cheia ou metade? - perguntou referindo-se ao café.

- Metade por favor, não sou muito chegado em café.

- Você nunca provou meu. - disse subindo uma sobrancelha. 

Jin bebericou o café que ainda estava quente. E adorou. - É muito bom, de verdade. - disse colocando a xícara de volta. - Talvez eu tome um xícara cheia. - riu.

Namjoon o acompanhou e logo abriu o pacote de bolinhos, pegando um deles e colocando na boca de Jin, que o engoliu de bom grado. Namjoon pegou outro e deu para si mesmo. E assim ficou alternando. Bolinho para si mesmo, para Jin, beijar Jin, para si mesmo, para Jin, beijar Jin.

Lembram que eu havia dito que Namjoon odiava doces? Pois é, Jin o mudou completamente. Ele o viciou em bolinhos recheados e em seus doces lábios.