História Doces, doces e doces - Café?

Quando haviam chegado na casa de Jin, o mesmo tomara uma atitude que havia surpreendido a ambos. Jin segurou e puxou, para mais próximo de si, o rosto do maior. Que, em momento nenhum, pensara em hesitar. Beijaram-se, calma e lentamente. 

Todo aquele tempo juntos parecia não ser suficiente. Parecia que os dois não se saciariam com apenas um dia. De mais quanto tempo precisariam? Uma semana? Um mês? Um ano? Ou, quem sabe, uma eternidade. Só eles mesmos e o destino poderia dizer. Quebraram o contato, Jin proferiu algo como um "tchau" e saiu do carro. Deu um último aceno e voltou sua visão para a entrada de seu prédio.

Deixara Namjoon atordoado, sem saber o que havia lhe atingido. Parecia estar embriado. Porém, tinha certeza de que não havia bebido nada alcoolico. Apenas havia tomado uma dose de Jin. O que é suficiente para causar uns certos sintomas que o mesmo considera estranhos.

Se Namjoon não estivesse sentado, com certeza teria caído, seus joelhos estavam fracos.

Não havia andado em nenhum momento, muito menos corrido uma maratona, mas não era isso que seu coração dizia. Estava tão acelerado, parecia querer rasgar seu peito e sair rumo ao mundo.

Havia comido bastante em casa, mas sentia seu estômago remexer, como se ouvessem pequenas borboletas dentro de si.

A noite estava muito agradável, não fazia calor, muito pelo contrário, mas não era isso que seu corpo dizia. Estava suado e completamente ruborizado. 

"Isso é paixão?" Esse era o único pensamento que viajava por seu consciente. Paixão. Seria isso? O que deixava sua mente tão atordoada? Seu corpo tão quente? Seu espirito tão leve? Não tinha certeza. 

Precisava de tempo. Tempo para TENTAR organizar seus pensamentos e TENTAR criar uma afirmação sólida.

Ainda estava ali, no carro, parado, tentando digerir tudo o que ocorrera. Inspirava e expirava. Mas parecia que o oxigênio se recusava a entrar em seus pulmões. 

Todos os sintomas estavam em seu ápice. Tentou de todas as formas se acalmar. Mas algo em si o incendeiava. O deixava necessitado. O enchia de luxúria pura. Seu desejo por Jin, estava insáciavel.

Deu partida no carro e saiu. Sua visão embaçou levemente, ainda estava um pouco atordoado. A brisa oriunda da janela e a baixa música clássica que esvaia do rádio ajudavam Namjoom a acalmar-se, pelo menos momentaneamente. Passou todo o trajeto tentando desviar sua mente de Seokjin, mas era quase impossível. 

Tudo trazia a imagem do loiro à tona em sua mente. Principalmente sua parte física. Namjoon ardeu pensando no corpo escultural de Jin. Seu membro começara a dar sinal de vida. Queria porque queria o loiro consigo.

Quase ajoelhara para agradecer a deus quando havia chegado em casa - Namjoon aqui é ateu, eu não sei se na vida real ele é. Guardou o carro na garagem e entrou em sua casa. Fora direto para o banheiro.

Estava necessitadíssimo, não para urinar, mas para aliviar-se, desfazer-se. E assim fora feito, desfez-se pensando no loiro. Estava menos febril. Resolveu tomar um banho gelado para abaixar um pouco mais sua temperatura. 

Pós-banho, percebeu que nem a água fria fora capaz de amenizar o calor. Percebeu que apenas Jin poderia ajudá-lo num momento desses. Mas onde está Jin? Em sua casa. Distante. Não iria até lá, a essa hora da noite, apenas para saturar seu desejo insaturável.

Talvez ver um filme fosse uma opção. Ligou a televisão e começou a passear pelos canais de modo despreocupado. Resolveu deixar num filme de ação, era a. Boa escolha. Mas acabara por não servir-lhe em nada. Pois havia chegado a parte em que James fica com garota, Madeleine se não me engano, e fora tudo muito rápido, pelo visto havia muito desejo. Namjoon desligou a televisão rapidamente. Não queria que o seu "problema" retornasse.

Talvez dormir fosse uma opção melhor. Ou não. Namjoon revirava-se. O quarto estava extremamemte frio por contado ar condicionado. Mas Namjoon ainda estava quente. Pelando. 

Já era dez para as cinco da manha quando, finalmente, conseguiu adormecer. Para acordar novamente uma hora depois.

Seu alarme tocou, avisando ser seis horas da manhã. Namjoon quase o quebrou. Mas estava feliz. Veria Jin novamente daqui a pouco. Em apenas uma hora.

Tomou seu banho, tomou seu café da manhã, vestiu-se, perfumou-se. Sentou no sofá e pegou o celular para ver a hora. Era apenas seis e meia. O tempo estava conspirando contra si. Começou a pensar sobre como Jin estava. Se havia dormido bem. Se havia acordado bem. Se havia se alimentado bem. Se estava bem. 

Olhou a hora no celular novamente, só haviam passado dez minutos. Desesperou-se. Entrou no chat de conversas, para ver se Jin estava online. E ele estava. Com quem ele está falando? Essa pergunta pairava na mente dele. 

Queria chamar Jin, mas não queria parecer desesperado, embora estivesse. Resolveu esperar. Viu Jin mudar seu status de "Online" para "Digitando...", então "Online" de novo e por fim "Offline". Namjoon sentiu um leve pontada no peito.

Frustrado, bloqueiou o celular e o jogou para o lado, no sofá. Massegeou as têmporas. E ouviu o celular apitar, havia recebido uma mensagem. O pegou, um pouco desanimado. Mas logo reverteu sua expressão ao ver o remetente. Era Jin. Abriu a chat:

Jinnie♡ está digitando...

~Bom diaaaa 💕

Bom dia Jinnie ❤

Dormiu bem?

~Sim amore, e você?

Siim, dormi muito bem

Era mentira, de ambas as partes. Nem Jin e nem Namjoon dormiram bem essa noite. Bom, nem Jin e nem Namjoon dormiram.

Jin estava tão ocupado pensando nos olhos profundos de Namjoon, em seu perfume arrebatador, em seus lábios cheios e macios, em seu tom de voz excitante, em suas covinhas fofas, em cada detalhe que compõe Namjoon, que esqueceu-se de dormir.

Apenas tomou um banho gelado e algumas xícaras de café, para ver se ganhava alguma energia.

À noite, antes de ir para seu quarto, Jin teve de passar por um interrogatório, que durou mais de duas horas. A cada detalhe contado por Jin, um berro era ouvido pelo apartamento e, bom, pelo o prédio inteiro. Tanto que a campainha fora tocada pelo menos umas cinco vezes, e cada uma dessas vezes por um vizinho diferente, mas com a mesma reclamação, Hoseok. 

Yoongi riu abobado de felicidade pelo amigo, até parecia estranho, 'Yoongi' 'riso', duas palavras que não são muito familiarizadas. 

Agora, Hoseok parecia uma criança ao ganhar seu doce preferido. Estava possuído por uma felicidade inexplicável. Hoseok é do tipo de pessoa que se alegra com a coisa mais boba, com o menor detalhe, Hoseok era único.

Quem diria, não é mesmo? Duas pessoas extremamentes opostas. Hoseok era doce, Yoongi era amargo, Hoseok era amigável, Yoongi era reservado, Hoseok era escandaloso, Yoongi era silencioso, Hoseok era hiperativo, Yoongi era priguiçoso de mais para ser tal coisa, Hoseok era Ying, Yoongi era Yang. Se completavam, o que faltava em um, o outro tinha em abundância.

E, voltando a interrogatório, Jin sofreu, sofreu bastante para tentar fugir da conversa interminável. Não que não quisesse compartilhar sua felicidade com seus melhores amigos. Mas é que as perguntas acabaram chegando num nível... é... constrangedor.

- E o pau dele é grande? - Yoongi perguntou descaradamente, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- YOONGI - Jin chamou-lhe a atenção envergonhado e abaixou a cabeça se rendendo. - é... sim... - sussurou, parecia que todo o constrangimento em si foi personificado em Jin.

- Haaaa Jin sabe escolher - Yoongi continuou.

- para, Yoongi... - sussurrou ainda de cabeça baixa.

Jin ia se levantando do sofá sorrateiramente, ainda falando com os mais novos. Ia andando de costas até seu quarto, lenta e calmamente, para não alertar nenhum dos dois curiosos. Quando chegou na porta de seu quarto, despediu-se de seus dongsaengs e deu a desculpa de que estava muito cansado, mentira, e de que iria trabalhar no outro dia mais cedo do que o normal, mentira também. Então os mais novos cederam e deixaram seu hyung dormir em paz. Bom, achavam, eles, que ele iria dormir em paz.

Jin tomou um banho relaxante, quente, bem demorado. Se Yoongi tivesse percebido a demora, já teria arrombado a porta do banheiro para gritar que a água do mundo vai acabar em um só banho. Saiu do box e vestiu seu pijama, que nada mais era do que um short rosa com algumas borboletas brancas e uma regata cinza. 

Deitou-se na cama, esperou o sono vir: nada. Virou-se para esquerda, para direita, deitou-se de bruços, de frente, mas nada vinha. O que estava esperando mesmo? 

Uma imagem de Namjoon apenas de boxer e uma blusa social aberta formou-se em sua mente. Estava iniciando uma fase de delírio. Seu corpo aqueceu-se de modo estranho. Havia ficado doente de uma hora para outra? Questionava-se. Acontece que, havia certos momentos em que Jin era inocente de uma forma extrema, mas só às vezes mesmo. Não tinha se dado conta de que, seu corpo não precisava de um remédio, mas sim de Namjoon. 

Porém, quando sentiu uma fisgada gostosa em seu membro, percebeu o que estava acontecendo. A imagem de Namjoon estava, agora, por todos os lados da mente de Jin. O enlouquecendo, o esquentando, o dominando.

Tentava se acalmar. Fora em vão.

Tentava pregar os olhos. Perda de tempo.

Tentou ler algum livro de sua prateleira recheiada de romances e mistérios. Fracasso total.

Passou, então, a noite em claro. 

Queria porque queria Namjoon.

Jin saiu do quarto quando o sol já estava nascendo, era cerca de cinco horas, os meninos estavam dormindo ainda, nunca acordavam antes das seis. 

Jin tomou banho, secou seu cabelo, e admirou-se no espelho. Sempre fora um tremendo narcizista. Sempre apreciava muito sua beleza. Bagunçou suas mechas loiras e foi para o quarto em busca de algo para cobrir sua nudez, que até o presente momento, só estava sendo escondida por uma toalha, que não se fixava direito em sua cintura por conta de não saber fazer um nó decente.

Abriu seu armário, viu um moletom, pensou se devia usá-lo. Olhou para a janela, viu o sol aquecer sua cortina fina com detalhes de estrelas douradas e achou melhor usar algo mais fresco. Escolheu uma regata preta, uma calça curta e justa e um All Star vermelho. Ficou um pouco receioso por conta da parte da tarde, a qual esfriava, e, então, amarrou um casaco na cintura, era de um tom azul claro e quadriculado. 

Olhou para o relógio e eram seis horas. Voltou para a cozinha e resolveu preparar o café da manhã para si e para seus "filhos". Ligou a cafeteira e foi até a padaria mais próxima para comprar pão, que acabara de sair do forno. Comprou uma boa quantidade deles, e alguns queijos. Já que o senhor Jung Hoseok havia acabado com todo o estoque de queijo mensal. 

Esse garoto tem um certo fanatismo por queijos, principalmente se for o suíço. Ah, Jung Hoseok esquece-se de que é um ser humano, e o devora em alguns poucos minutos. 

Ao chegar em casa, viu que o café já estava pronto e que havia mas alguém consigo naquele cômodo. Ouviu um muxuxo rouco e concluiu ser Yoongi.

- Você quer uma xícara? - perguntou se referindo ao café.

- Eu levantei apenas por isso. - disse um pouco ríspido.

- Então, vá chamar Hoseok, apenas servirei se todos estiverem aqui.

- Aish... estou indo. - disse voltando a seu quarto. Jin sorriu satisfeito vendo Yoongi o obedecer.

Logo após alguns minutos, lá estava todos no mesmo cômodo.

Conversando, rindo, tomando café, devorando todo os queijo, vulgo Hoseok.

Jin sentiu seu telefone, que estava em seu bolso, vibrar, e pegou apressado, achava que fosse Namjoon o mandando bom dia. Mas ao abrir o aplicativo, sua expressão fechou-se em desgosto. Era uma número desconhecido, lhe pedia para voltar para casa. Jin bufou irritado e os meninos já perceberam.

- De novo? - Hoseok perguntou.

Jin apenas o olhou e lançou um olhar que o fez entender que era sim.

Era cotiano para si receber mensagens de números desconhecidos, lhe pedindo para voltar para casa. Seus pais "estavam arrependidos", como sempre diziam nas mensagem. No começo, Jin, inocente, acreditava que os mais velhos haviam mudado, e fugia do apartamento, de volta para casa, para der arrastado novamente ao apartamento por Yoongi, que sabia o quão falsos eram seus pais.

Jin não chegou nem a abrir o chat, apenas bloqueou o número e apagou as mensagens. Abriu o chat de Namjoon, pensou se devia chama-lo, hesitou, mas retornou a ideia original, nunca fora orgulhoso para esperar a pessoa chegar em si. 

Chamou-o, o viu visualizar e responder, sorriu bobo, como nunca antes. E, naquele momento, Namjoon não estava diferente de si.