História Doces, doces e doces - Er...

Já era Natal, cerca de oito horas da manhã, em uma sexta. Jin, quando estava na cozinha, preparando-se para começar a cozinhar, percebeu que a música que estava tocando em seu celular parou, colocou a mão no bolso de seu avental, viu o nome que tanto o fazia cair de amores. Seu coração contraiu-se, mas de uma forma tão gostosa que foi impossível não sorrir, suspirou e pôs-se a admirar um pouco a foto daquele homem tão bem desenhado por deuses, de acordo consigo. Percebeu que se demorasse mais, a chamada seria cancelada. Parou de admirar sua foto, ficou um pouco triste por isso. Mas extremamente por saber que ouvira a voz que tanto gostava de ouvir, que tanto lhe causava sentimentos inexplicáveis.

- Oi, Namjoonie. - Disse da forma mais doce e acolhedora que poderia, Namjoon tremeu um pouco com toda a delicadeza do mais velho para consigo, conseguia perceber mesmo sem gestos ou olhares, apenas seus tom de voz dizia tudo da forma mais clara.

- Por que demorou tanto a atender? Aconteceu algo? - Perguntou, o tom de preocupação era tão nítido em sua voz, que Jin se repreendeu por ter demorado tanto. Ele corou um pouco, não queria dizer a verdade da demora para o mais novo. Poderia pensar que ele fosse um maníaco, um psicopata, ou algo do tipo. Jin costumava ter essas inseguranças com frequência. E ele sabia disso, também tinha medo de que o mais novo se irritasse com isso.

- Nada não... é... estava... estava lavando a louça. - Gaguejou, pensou em algo olhando para os arredores da cozinha, pousou o olhar sobre a pia e então respondeu.

- Estás mentindo. Fala a verdade pra mim. - Namjoon disse como uma mãe que descobre que o filho fez algo errado, mas não quer confessar.

- Não me faça dizer, Nammie... - Sentiu aquela pontada de de insegurança atingi-lo bem no meio do peito.

- Eu preciso saber se está bem. Diga-me apenas isso. - Disse, já um pouco desesperado, temia pelo pior, mas nem desconfiava de que fosse algo como um surto de insegurança.

Será que julgaria ser algo bobo se lhe contasse? Jin se perguntava. Estava hesitante entre contar-lhe o que estava tendo. Acharia-o estranho apenas por ter surtos em momentos tão "simples"? Normalmente é simples para quem apenas observa. Mas será que é para quem sente? Todos aqueles pensamentos deixavam o loiro atordoado, tonto, prestes a desmaiar.

- Eu estou bem. - Disse baixo, agradeceu aos deuses mentalmente por não ter gaguejado e nem falhado a voz.

- Eu ainda não acredito, tó indo ai. - Disse bem rápido, Namjoon tinha uma dicção maravilhosa, conseguia falar as coisas numa velocidade absurda e mesmo assim as pessoas entendiam, mas não se podia dizer o mesmo do raciocínio de Jin, que o fez ficar calado por longos segundos, tentando digerir tudo o que fora ouvido.

- NÃO! - Gritou, finalmente. - Quer dizer... Você vai estragar a surpresa Namjoon... - Seu consciente falou por si e então o mesmo bateu em sua testa por já lhe ter contado sobre a existência de alguma surpresa.

- Nhan, eu falei que não precisava de surpresas. - disse meio envergonhado por ter estragado uma parte dos planos de Seokjin. - Mas enfim, você está bem mesmo?

- Sim, estou, obrigada, Nammie. - falou com um ar aliviado.

- Quantas vezes eu tenho que falar que você não precisa agradecer, seu bobo. - Jin não via, mas Namjoon estava sorrindo da forma mais boba. Namjoon também não via, mas Seokjin estava fazendo cachinhos em seu cabelo, coisa que só fazia quando estava muito feliz.

- Er... então... eu estou meio ocupado agora... tem como a gente se conversar mais tarde? Ah! Já ia esquecendo, tenho algo pra te falar. - disse ao e lembrar que tinha de chamar Namjoon para jantar em sua casa, imagina só se esquecesse, não haveria mais surpresa, nem namoro oficializado, seria uma morte para Jin.

- Eu também tenho algo a te falar. Mas fala você primeiro.

- Fala você primeiro. - disse dando ênfase na palavra "você".

- Vamos falar juntos então. - deu a solução, pois sabia que se não dissesse, iriam ficar o resto do dia ali discutindo sobre quem falaria primeiro.

- Ok. Vou contar. Um...

- Dois... - em uníssono. - Três. 

- Venha à minha casa à noite!

Ambos riram.

- E agora? - Jin perguntou. - Venha à minha casa primeiro, jantamos e então voltamos à sua. Que tal?

- Me parece ótimo. Que horas?

- Às sete horas está bom para você? - perguntou meio apreensivo

- Sim, está ótimo, estarei aí. Até mais, Jinnie. Qualquer coisa fale comigo.

- Sim, o mesmo vale para você. Até mais. - Disse e finalizou a ligação.

Ainda estava com o telefone próximo ao ouvido quando a música voltou a tocar e quase o ensurdeceu. Resmungou e colocou o celular de volta no bolso do avental. Lavou as mãos e voltou ao cortar o legumes que estavam sobre a tábua.

Uma imagem de Namjoon vestido num terno de linho, azul marinho, que veio a mente do loiro, fez o mesmo suspirar, o mais novo realmente ficaria lindo vestido formalmente, com os cabelos alinhados e sapatos sociais pretos. Jin viajou tanto nesse imagem que nem percebeu que havia feito um corte em seu indicador, apenas percebeu quando foi lavar uma cebola, ao cair da água no ferimento, o ardor foi inevitável, e, junto dele, um "ai".

Algumas gotas vermelhas caíam no tapete amarelo sala enquanto Jin procurava um curativo na pequena gaveta que ficava na mesa de decoração. Finalmente achou e colocou em seu dedo. Voltou para cozinhar e retomou ao que estava fazendo. Cortou mais alguns legumes, dessa vez com mais atenção e maestria. Terminou de preparar toda a parte salgada, faria  os doces apenas de tarde.

Era meio dia e meia quando resolveu parar e almoçar. Foi até um restaurante próximo dali, onde ia cotidianamente.

Já era Natal, cerca de oito horas da manhã, em uma sexta. Namjoon estava jogado no sofá ainda tentando acordar, fez o que fazia nos dias em que não tinha de trabalhar, acordava cedo por costume, ficava algum tempo deitado na cama tentando decidir se levantava ou se dormia mais, levantava, ia para o sofá e lá ficava, pelo resto da manhã. Mas naquele dia, ao invés de ficar moscando por algumas horas, resolveu ligar para Jin e ver como o mesmo estava. Namjoon se preocupava com o loiro de uma forma absurda. Sempre perguntava a si mesmo como ele estava. Se tinha dormido bem. O que estava fazendo. O que havia feito no dia. E o que faria no resto dele. Coisas desse tipo. Mas as perguntas foram tantas, que achou que a pessoa que melhor poderia responder, era ninguém menos do que o próprio Seokjin. Pegou seu celular e tocou no ícone de acesso rápido, que possuia como título "Jinnie ♡". Encostou o telefone na orelha e ouviu o primeiro toque da chamada. O segundo. O terceiro. O quarto. No quinto, Namjoon começou a ficar preocupado. Havia acontecido algo de errado? Estava tudo bem? Jin sempre acorda cedo, por que ainda não havia atendido? Será que havia enjoado de si? E se o loiro não gostasse mais de si? E se tivesse feito algo que magoou o mais velho? Perguntas como essa circulavam a mente do maior. E sua mente se nublava a cada vez mais. A cada vez mais. O ambiente de sua sala, parecia cada vez mais silencioso. O toque de chamada parecia cada vez mais alto e agoniante. Estava desesperando-se. Não sabia mais o que fa...

- Oi, Namjoonie. - Uma voz doce e suave interrompeu seus pensamentos à respeito de um possível término. Todos os "E se's" sairam voando para bem longe de sua mente ao perceber o carinho na voz de Jin. Depois da tempestade vem a bonança, certo? -Ditados de novo, Nicole? Saí dessa - Bonança, essa, que só foi possível por conta de Seokjin. Talvez, se o mesmo não tivesse atendido, Namjoon ainda estaria mergulhado em suas preocupações desnecessárias e tolas. Será que eram realmente tolas? Claro que não. Namjoon tinha um medo tremendo de perder Jin. Apenas sentirá esse medo uma vez, fora quando sua mãe entrou em depressão, também tivera medo de perdê-la. Perguntou a Jin o porque de ter demorado tanto. E não acreditou na resposta que lhe fora dada. Ele havia demorado demais para responder. E ainda havia hesitado. Mas logo após mais algumas tentativas de fazê-lo falar, Jin disse que estava fazendo uma surpresa para ele, mesmo ele tendo dito que não era necessário. Então Namjoon aquietou-se e resolveu confiar em Jin, talvez não fosse nada. Apenas tivesse ficado nervoso com a sua ligação tão inesperada a essa hora da manhã. O mais novo lembrou-se então de convidar Jin para vir a sua casa, ora pois não haveria surpresa caso o mesmo não estivesse presente. Mas Jin disse que também tinha algo a dizer. Então resolveram dizer juntos. Ambos estavam convidando o outro para vir a sua casa. Acharam melhor, então ir para casa de Jin antes e depois para a de Namjoon. Então assim seria. Namjoon despediu-se, viu a chamada ser finalizada e, em seguida, bloqueiou a tela de seu celular o colocando sobre seu peito. Olhava para o teto e nele visualizava Jin, talvez devesse comer menos doces, mas era ele, parecia um anjo, com o sorriso mais doce, suas roupas coloridas e pouco despojadas, lhe davam um ar de inocência. Esse que desapareceu completamente quando essa imagem de Jin foi substituída por uma outra onde o mesmo se encontrava com um vestido curto e rosa, com uma calcinha de renda branca, que mal lhe escondia o sexo, presa a uma meia 7/8, também branca, por uma cinta-liga e um salto scarpin rosa choque. E é por isso que eu digo: Namjoon é um tarado de carteirinha. Ele consegue tranformar algo puro em algo devasso. Tsc. Tsc. Tsc. E eu nem contei a vocês sobre a surpresa que Namjoon irá fazer para Jin. Bom... ele comprou brinquedos... muitos brinquedos... não os de criança... os de adulto mesmo... reticências... muitas reticências. ~pigarreia~ Bom, vamos voltar a formalidade. Namjoom havia percebido que Jin acaba meio que se transformando quando está sobre efeito da luxúria, se torna incontrolável. Namjoon queria ver até onde isso chegaria. Talvez fosse assustar Jin, mas nada que fosse realmente sério. Resolveu então entrar na internet e procurar por lojas de Sex Shop, mesmo sendo um tarado e tanto, não teria coragem de ir em uma loja física. Olhou todo o catálogo, do início ao fim. Se interessou por muitos produtos. Comprou todos que haviam chamado sua atenção. E os escondeu em um pequeno armário que havia em seu quarto. Guardou a bebida na geledeira, atrás de algumas garrafas de vinho, outras de refrigerante e duas latas de chantilly. Fechou a porta da geladeira e seguiu para a cozinha, onde, sobre a pia, haviam alguns alimentos para petiscos, frutas e alguns pacotes de jujubas e mais alguns doces. Tinha de cortar os alimentos e as frutas. Namjoon não tinha uma coordenação muito boa, mas tentaria, apenas para orgulhar o mais velho. Seokjin já tentou várias e várias vezes ensinar Namjoon a cortar legumes ou frutas, era sempre um processo complicado, quando o maior não cortava do jeito errado, cortava seu próprio dedo. Até houve uma época em que Namjoon vivia com curativos nos dedos e, na memória, beijinhos doces que foram dados para que os machucados sarassem rápido. Agora tentaria o seu melhor, até porque era para a melhor a pessoa de sua vida, sabia que essa pessoa merece tudo e mais um pouco. A faca estava completamente amolada, parecia poder cortar até ossos, então seria melhor que seu cuidado ao manuseia-lá fosse redobrado. Desemplastificou os alimentos e iniciou o processo de picotar. Até que foi bem, não ficaram exatamente do mesmo tamanho, mas pelo menos cortara sem que seu sangue fosse retirado. Agora era vez das frutas. Desesperou-se um pouco ao lembrar que até Jin sentira um pouco de dificuldade quando lhe fora ensinar a cortar frutas. Mas respirou fundo, pegou uma outra faca, lavou as frutas e pôs-se a cortá-las. O resultado foi melhor do que o dos petiscos. Estava satisfeito. Colocou tudo em travessas diferentes, tampou e guardou-as na geladeira. Deu a volta na bancada principal e sentou-se no sofá, ligou a televisão e ficou mudando de canal aleatoriamente para ver se achava algo no mínino interessante, até que o controle caiu no chão e colocou num canal de documentários sobre animais. Namjoon bufou irritado, detestava esse tipo de programa. Esticou o seu braço minimamente para tentar alcançar o controle, não alcançou. Quis se matar por ser tão preguiçoso, mas simplesmente não conseguia se esforçar mais. Começou então a se convencer de que estava assitindo algo legal. Enquanto o dublador falava algo sobre formigas que viviam no mar, algo assim, seu estômago remexeu-se, indicando estar faminto. Voltou para a cozinha e procurou algo na geladeira, mas só havia as travessas e as bebidas. Abriu os armários e apenas tinha os bolinhos que só Jin gostava, Namjoon havia o comprado especialmente para o loiro, mas esqueceu de dar-lhe. Resolveu sair e almoçar fora. Entrou no carro e saiu à procura de um restaurante aberto em pleno feriado. Ficou tão entretido no rap que estava tocando no rádio que nem se ligou que estava na rua onde ficava o condomínio de Seokjin, andou mais um pouco, passou pelo prédio, ainda distraído, e avistou um pequeno restaurante aberto, estacionou o carro em uma das várias vagas que haviam naquela parte da rua e seguiu para o restaurante.

- Boa tarde, senhor, mesa pra um? - perguntou uma moça que estava na porta, simpaticamente.

- Boa tarde, sim, por favor. - respondeu com a mesma simpatia e sorriu.

- Por aqui, sim? - disse e saiu andando. A moça lhe indicou uma mesa ao lado de um loiro, bonito, muito bonito mesmo, bom, era lindo, na verdade. E quando o loiro virou para ver quem estava se aproximando, abriu um sorriso de orelha à orelha ao ver quem era. Era ninguém menos que Seokjin, o maior ficou um pouco sem reação ao ver seu amado ali, vestido de forma fofa, com um moletom bege e alguns sorvetes cor de rosa espalhados pelo mesmo, o cabelo levemente bagunçado e com as bochechas rosadas. Jin estava com o cardápio na mão quando chamou a atendente e pediu para colocar-lhes numa mesa para dois. Ao se acomodarem, se olharam e sorriram.

- Parece que não importa pra onde eu vou, tudo me leva a você. - Namjoon soltou sem pensar, essa frase estava por toda a sua mente e na ponta de sua língua. Jin corou antes de abaixar a cabeça e aumentar o tamanho de seu sorriso.

- Estou muito feliz por te encontrar aqui, Nammie, eu amo ficar com você, sabia?

- Sim, eu sei, todos me amam, Jin. - Jin apenas gargalhou e deu-lhe um tapa em seu braço.

- Você é ridículo. - Gargalhou mais um pouco.

- E você é lindo e sua risada também, sou apaixonado por ela. E principalmente pelo dono dela. - Disparou todas aquelas informações, mas havia esquecido que Jin não estava de colete à prova de balas, sentiu suas pernas fraquejarem e parecia que havia uma certa movimentação estranha em seu estômago, mas sabia que não era fome.

- A intuição é fazer eu ficar daquela cor? - Perguntou e apontou para uma cortina vermelho-sangue que havia atrás do maior, que riu ao olhar o objeto.

- A intuição é deixar claro que eu te amo. - Pobre Jin, estava sendo baleado de todas as formas possíveis, mas em apenas um lugar, seu coração, que acelerava a cada frase proferida pela boca de Namjoon, se acelerasse mais, poderia jurar ter um infarto.

- Você ta me deixando sem jeito... - disse baixinho, esperando que o outro tenha ouvido. Jin estava com as mãos sobre as pernas e a cabeça baixa, remexia-se numa tentativa de espantar a vergonha, percebemos claramente que foi falha.

- Eu vou parar de te constranger, vamos pedir? - Disse estendendo um dos cardápios a Jin, que assentiu, o pegou e o abriu.

- Já quer fazer um pedido? - A mesma moça que havia atendido Namjoon antes estava novamente aqui, com um bloquinho de papel e uma caneta nas mãos, o botões de sua blusa social pareciam estar mais abertos do que antes, e ela olhava diretamente para Namjoon, ignorando Jin completamente. Coitada da garota, mal sabia que Namjoon apenas tinha olhos para o loiro a sua frente, literalmente, Namjoon ainda não tinha tirado os olhos de Jin desde o momento em que lhe entregara o cardápio, Namjoon queria guardar cada detalhe da fisionomia de Jin, se arrependeria amargamente se esquecesse que Jin tinha um sinal no pescoço, ou que tinha um formato de rosto muito próximo a um feminino. A mulher percebeu e recuou um pouco, já que estava com os seios quase no rosto de Namjoon. Jin apenas observava e estudava a reação do maior.

- O que vai querer, Jin? - o silêncio finalmente fora quebrado e Jin percebeu a inocência de Namjoon para com a mulher.

- Er... eu não sei... talvez... aish, me traz o de sempre. - Depois de algumas hesitações, finalmente disse, todos ali conheciam bem Jin e sabiam o que o mesmo sempre pedia.

- E você, senhor? - a moça perguntou depois de anotar o pedido de Jin no bloquinho.

- Mais um me chamando de senhor...

- Tu ainda não se acostumou com isso, SENHOR? - Jin brincou, dando ênfase na última palavra.

- Aish, Jin... bom... eu vou querer o mesmo, confio no paladar refinado do meu amor. - Disse e fechou o cardápio, o entregando a mulher, e você olhasse para o chão, veria o queixo da moça lá, caiu assim que ouviu a palavra "amor". Anotou, pegou seu queixo e saiu andando em direção a cozinha. Jin riu, mas riu mesmo, riu com força, ao ver a garota sair daquele jeito. Namjoon não entendeu o porque do loiro estar rindo tanto, então apenas o acompanhou com um sorriso amarelo.

- Então, Jin.... O que fará à tarde? - perguntou enquanto brincava com o guardanapo.

- Terminar de cozinhar algumas coisas e você? - Jin, por sua vez, brincava com os talheres, pareciam duas crianças.

- Eu ainda não sei. - Respondeu após deixar os pobres guardanapos em paz.

- Er... se você quiser ir lá pra casa... - Jin falou largando os talheres e coçando a nuca. - É-É só uma ideia, não se sinta obrigado a...

- Eu adoraria. - Namjoom o interrompeu, sorrindo-lhe sem mostrar os dentes, mas mesmo assim fazendo suas covinhas aparecerem.

- Ok, então... - Jin sorriu e abaixou a cabeça. Namjoon estava estranhando o comportamento de Jin, nunca o vira dessa forma, estava escrito "Ansiedade e nervosismo" em sua testa. Namjoon iniciou todo aquele processo de interrogação mental, que deveria ser a Jin, mas fez a si mesmo.

- Tá tudo bem com você? - Entretanto acabou deixando uma das perguntas saírem de sua mente direto para sua boca.

- S-sim... por-por quê? - Jin tentava não gaguejar, mas torna-se impossível.

- Nada, é só que você parece nervoso...

- ER... EU? NERVOSO?? PFFF CLARO QUE NÃO. - Disse, um pouco mais alto que o normal, assustando o maior.

- Er... ok então... - Finalizou, achou melhor não insistir, já estava óbvio que Jin não lhe contaria o que o atormentava.

- Aqui está, senhores. - A mulher se aproximou com duas bandejas e as colocou na mesa. - Aproveitem. - disse e se afastou.

Namjoon agradeceu a todo e a qualquer deus por ter enviado aquela mulher, ela salvou-os de terem de presenciar um silêncio constrangedor.

- Vamos comer, então. - Jin disse, já pegando os talheres.

- Sim, mas... então, o que fez durante esses dias que não nos vímos?

- Nhan. - Encheu a boca. - Nada de mais. - Disse embolando-se nas palavras. Namjoon riu.

- É feio falar de boca cheia. - Brincou.

- Em primeiro lugar, eu sou lindo, não há nada de feio em mim. E, segundo, é você que tá puxando assunto durante a refeição e, como eu sou um menino educado, respondo-lhe. - Pronunciou tudo com o tom de voz mais esnobe que conseguia fazer. Namjoom apenas riu. 

Conversaram sobre coisas aleatórias, coisas que fizeram durante a semana, sonhos estranhos que tiveram, histórias engraçadas que viveram ou participaram.

Já eram três horas da tarde quando Seokjin olhou para seu relógio e levantou-se depressa lembrando que ainda tinha de terminar as comidas. Disse a Namjoon que tinha que ir, mas achou melhor que ele não fosse para sua casa, já que não lhe daria a devida atenção por estar ocupado, até parece, Jin apenas tinha medo de Namjoon descobrir sua surpresa ou perder a sanidade e acabar com todos os seus planos.

Pagaram a conta e, então, despediram-se. Deu um beijo na bochecha de Namjoon e um abraço apertado, que fora retribuído da mesma forma, porém com um pouco mais de força, Seokjin sentiu-se até sem ar. Namjoon  se ofereceu para levar Jin até seu apartamento, mas o mesmo negou, já que era tão próximo dali. Namjoon apenas assentiu e saiu do restaurante, estava muito confuso, será que Seokjin desmancharia consigo? O largaria em pleno Natal?

Namjoon não fazia ideia do que o esperava, muito menos Seokjin.