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História Doces obsessões - Decadências e ascensões


Escrita por: Lithium969

Capítulo 3 - Decadências e ascensões


Bran chegara em casa se perguntando como estava seu pai depois de saber da morte de sua esposa. Júlia chegara em casa cabisbaixa com a situação de Bran e Leo. Leo chegara em casa com a sensação de estar com uma faca encravada no peito. Provavelmente os três estavam pensando, “Mas que droga está acontecendo com minha vida”.
-Pai? – Perguntou Bran enquanto abria a porta de sua casa.
-Filho! Como você está meu amigão? – Pai de Bran estava com mais uma garrafa de whisky em suas mãos, além das outras já vazias.
Pai de Bran não estava sofrendo pela morte de Maria, estava tão afogado em álcool que provavelmente nem se lembrava mais do próprio nome. Estava andando quase caindo enquanto seu filho o assistia, desanimado, estressado.
-Está sabendo da morte de Maria, não está pai? – Arriscou perguntar Bran.
Seu pai mudou de um jeito completamente agitado para completamente triste, tudo graças ao álcool. Começou a ficar vermelho, a chorar, e gritar:
-Eu sinto falta dela! Eu sinto falta dela! Você não filho? Você não se importava com ela não é mesmo?
Bran começou a notar o seu tom de voz mudando de triste e desanimado para raivoso, com ódio, e então começou a se assustar.
-Pai, mantenha a calma, por favor, se lembre de como a mamãe agiu quando com violência contra nós. Não se torne ela, por favor.
O que Valdo ouvia era um monte de chiado e um jovem adolescente lhe enchendo o saco. Seu filho notava que ele estava prestes a ficar agressivo e então saiu de casa. Já estava escurecendo, não sabia onde ia, mas qualquer lugar era melhor do que ficar ali naquele momento. O garoto esperou seu pai cair no sono de bêbado e entrar em silêncio em sua casa para dormir. Ao acordar, Valdo estava amarrado, assim como sua esposa fora, e seu filho estava chorando ao seu lado.
-Consegue ver o que você fez? – Perguntou Bran.
-Me perdoe filho – O pai respondeu ainda rouco e sem muita consciência.
Bran avisou seu pai que estava indo para a escola, e que o deixaria daquele jeito pela própria segurança dele, e Valdo concordou, começando a ter consciência que estava quase se tornando alguém como Maria, e ele não queria isso de forma alguma.
A noite não foi fácil para ninguém. Um peso na consciência estava esmagando Júlia.
Naquele dia, Leonardo não disse uma palavra para sua mãe enquanto voltava para casa após a escola. Sua mãe notou que ele chorava e tentava disfarçar um pouco. Mance estava com medo, Leo ainda não notara a ausência da chave de seu quarto secreto, e sua mãe ainda não sabia o que falaria para ele.
Ao chegar em casa, ainda sem dizer nada Leo subiu as escadas e em menos de dez segundos Mance ouviu uma voz raivosa e grossa vindo do seu filho.
-Mãe, cadê a porcaria da chave do meu cômodo?
Sua mãe respondeu-lhe.
-Eu te mostro, porém você vai ter que conversar comigo.
Leo desceu as escadas para onde ela estava, olhando-a fixamente com seus olhos castanhos e arregalados, parecendo que queria assassinar alguém.
-Diga – Ele disse, curto e grosso.
-Filho, a dois dias atrás você estava animado perguntando de seu visual, ontem você estava mais desanimado, mal quis falar comigo, hoje, você parece que está querendo explodir. A sua chave não está com você desde ontem. Eu sou sua mãe, e necessito entender o que acontece com meu filho. Converse comigo e terá sua chave de volta.
Leo parecia cada vez mais irritado.
-Você viu minhas coisas? – Ele disse
-Filho você... – Mance foi interrompida
-VOCÊ... viu... minhas coisas? - Respondeu Leo de uma forma mais irritada.
-Vi sim...
Leo olhou para o lado, deu um suspiro, e tornou a olhar sua mãe.
-Pergunte o que quer saber – Ele disse.
-Quem é ela? – Perguntou Mance.
-Júlia, menina da minha sala.
-E porque TUDO aquilo? Algumas fotos não seriam o bastante?
-Ela é minha vida. É por ela que me arrumo, que me esforço, que estou em pé. Observa-la dói em meu peito, sentir seu cheiro me faz bater o coração.
Leo dizia tudo com a cara mais fechada do mundo, ainda irritado. Sua mãe ouvia tudo, achava normal se apaixonar por alguém, mas achava uma obsessão o que Leo fazia, o que dizia.
-O que são aquelas manchas vermelhas?
-Às vezes meu nariz sangra quando penso muito nela. Às vezes me machuco batendo com muita força em objetos. Às vezes me corto com cacos de vidro das fotos.
Sua mãe estava cada vez mais assustada.
-Por que passou a ficar desanimado só a partir de ontem?
-Um novo cara. Ela nem sabe que existo.
Leo foi curto nessa resposta pois não queria entrar em detalhes. Sua mãe estava certa em agendar um psicólogo até o final de semana. Era doideira tudo aquilo. Ela tinha certeza que sim. Mance devolveu a chave para Leo ao qual ficou trancado no seu cômodo até o horário de ir para a escola. Durante este tempo, Mance ouvia barulhos, pancadas, vidros quebrando, choro e gritos dentro daquele quarto. Leo saiu com sua face suja de sangue e um leve sorriso no rosto, disse apenas que ia tomar mais um banho antes de ir a aula. Sua mãe o encarou com os olhos arregalados.
Muitos dos quadros de Júlia haviam sido quebrados a murros, estilhaços de vidros estavam por toda parte, alguns quadros inteiros e outros pela metade, papeis de fotos cortados e queimados estavam espalhados pelo chão. Escritas pelo quarto diziam repetidamente “Júlia”.
Após o banho, o garoto parecia um pouco melhor com seu humor, talvez depois de ter descontado sua raiva em diversos objetos, ou talvez depois de ter conversado com sua mãe, que é o mais improvável.
Ao chegar na escola, Leo sentou em um banco perto do portão de entrada, pegou seu livro e começou a ler, até sentir um doce cheiro, o cheiro que fazia o seu coração bater.
-Oi Júlia – Disse ele, com um sorriso simpático.
Alguns do que riram no dia anterior o estavam olhando nesse exato momento.
-Olá Leo.
Quando Leo olhou melhor para frente, ela estava indo em sua direção. O rapaz levou um leve susto e tremeu. Isso já levantou a gargalhada de algumas pessoas lá trás. Leo nunca havia sentido o doce cheiro de Júlia tão bem quanto aquele dia. A garota sentou do seu lado e iniciou uma conversa.
-Tudo bem com você Leo?
-Estou bem, e você Júlia?
Leo estranhava tanto, mas não questionava, estava tremendo um pouco graças ao nervosismo.
-Também estou – Respondeu ela – Você quer falar sobre o que aconteceu ontem?
-Eu prefiro não dizer nada, se você não se importar Júlia.
Quem vira o rapaz naquele momento, jamais imaginaria tudo o que ele fazia quando estava em ambiente privado, nem mesmo Júlia imaginaria.
-Não, tudo bem Leo, não vou insistir. Quer ir à sala comigo?
-Quero sim! – Respondeu
O garoto não sabia muito bem o que dizer, mas Júlia parecia compreende-lo, e Leo nunca parecera de tão bom humor. Entraram na sala e ficaram conversando por alguns minutos, até bater o sinal e chegar todos os outros alunos, assim cada um sentando no lugar de sempre.
Júlia falou com o garoto pois queria anima-lo, e se tudo que Bran disse fosse verdade ele com certeza teria se animado ao falar com ela, o que pareceu realmente dar certo. Ela estava se sentindo muito culpada, e talvez isso ajudaria a passar um pouco essa péssima sensação. Dentre os alunos que chegaram, estava Bran. Leo sabia o que iria sentir e tentou preparar-se psicologicamente para ver Bran conversando com Júlia, o que a princípio estava dando certo. Acontece que apesar de se sentir culpada, Júlia têm sentimentos pelo Bran, e Bran têm sentimentos por ela. A interferência seria Leo também tendo sentimentos por Júlia, e não de uma forma comum, e sim de uma forma absurda.
Porém, apesar de certas interferências, quando duas pessoas têm sentimentos uma pela outra, o que impediria elas de ficarem juntas quando estão tão perto?
Ao tocar o sinal da saída, Leo queria apenas dizer tchau a Júlia, como de costume, mas, mais uma vez, Júlia estava à espera de Bran. Leo então, saiu primeiro da sala, mas ainda esperava a saída dos dois que pareciam estar grudados, e quando eles saíram, Leo os seguiu, sem que eles notem sua presença.
A distância que Leo estava, não era possível escutar o que diziam, mas era possível ver o que faziam. Andaram, andaram, andaram, até ficarem sossegados, ficaram cerca de vinte minutos, sentados, somente conversando, e Leo ficou cerca de vinte minutos, em pé, somente observando. Bran e Júlia decidiram ir embora, e levantaram da cadeira, olhando um para o outro. O sol estava quase se pondo.
Bran olhava os olhos levemente verdes de Júlia, enquanto Júlia olhava os olhos azuis de Bran.
Bran sentia a doce respiração de Júlia próxima de si, enquanto Júlia sentia a respiração mais pesada de Bran, próxima dela.
Júlia sentiu a mão masculina de Bran encostar em seus ombros, e deslizarem para sua nuca, fazendo um pequeno cafuné.
Bran sentiu as suaves mãos de Júlia tocarem seu cabelo, deslizando para seu rosto, até chegarem em seu pescoço.
Houve uma lenta e calma aproximação de seus corpos, até que finalmente seus lábios se encostaram, de uma maneira lenta e carinhosa. Suas respirações estavam ofegantes. Se beijaram por cerca de dez segundos, e finalmente começaram a caminhar para ir embora.
Leo havia assistido toda aquela cena. Do que adianta a garota o fazer sentir bem e depois virar seu mundo ao avesso? O garoto estava, mais uma vez, sentindo um aperto em seu coração. Parecia que dentro de si havia uma mão segurando seu coração, o apertando com toda a força, quase o fazendo desmaiar de dor. Leo correu para o banheiro e começou a vomitar, não conseguia suportar.
Dessa vez, não deixou tão aparente o que estava sentindo, agiu o mais naturalmente possível com todos a sua volta, principalmente com sua mãe, a qual se surpreendera achando que o menino estava finalmente feliz. Mance sentiu-se feliz com isso. Toda a felicidade que Leo havia tido no horário de entrada da escola se tornou montanhas de tristezas e dores no horário da saída.
Voltando da escola, Leo pediu a sua mãe lhe deixar não em casa, e sim em uma rua antes, pois ele queria comprar um presente para uma pessoa. Sua mãe riu animada pensando que o menino estava superando o que sentia.
Leo andou muito tempo, por muitas ruas, investigando como conseguiria o que queria. Chegou em sua casa cerca de cinco horas depois, quase matando sua mãe de preocupação. Já era tarde.
-Filho, estava preocupada, está tudo bem com você? – Perguntou Mance
-Estou bem mãe.
-E então, o que você comprou? Para quem é?
-Ah mãe, isso tudo ainda é um segredo, mas em breve você verá. – Respondeu Leo com um sorriso no rosto.
Bran e Júlia haviam conversado sobre Leo esta tarde, após o beijo. Bran perguntou se ela havia conversado com Leo e ela disse que sim, dizendo que ele parecia ter ficado mais feliz. Bran ficou feliz com a notícia. Perguntou, “o que será que ele faria se visse nós nos beijando?”, Júlia riu ignorando a possibilidade e disse, “somente Deus sabe”.


Notas Finais


Fanfic ainda não completa. =)


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