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História Doces obsessões - Somente minha!


Escrita por: Lithium969

Capítulo 4 - Somente minha!


Bran teve um dos melhores dias de sua vida, e não é só o dia de hoje, esse é um dos momentos mais felizes da vida de Bran. Estava finalmente com a garota que queria, tem ela para si, e ela o tem. Em casa, seu pai estava finalmente criando maior consciência e cada vez mais, aos poucos, largando o álcool. “Acho que finalmente fui lembrado por Deus”, pensava. Talvez seja difícil para ele admitir isso e jamais diria em voz alta, mas as coisas estavam melhores sem sua mãe. Seu pai se tornara alguém bem melhor, e vezes por dia agradecia a Bran por cuidar dele, e além, disso tudo, Bran estava amando a nova cidade em que estava.
Enquanto o rapaz sentia-se abençoado por Deus, Leo sentia-se beijado pelo diabo. Nada, NUNCA, acontecera como ele queria, e sua obsessão por Júlia não parava de crescer.
Seu mundo havia desabado assim que vira o beijo entre Bran e Júlia, havia enlouquecido por dentro. Ele agir normalmente por fora demonstrava o quão louco ele estava, já que o verdadeiro Leo andaria sempre cabisbaixo.
A Júlia não tinha mais nada do que reclamar também, ela estava com Bran, não sentia que estava causando sofrimento a Leo, não mais, e as situações de Bran terem se estabilizado trouxe maior felicidade ainda à bela adolescente. “Espero que tudo se mantenha como está”, pensava ela.
Mance estava animada, pois seu filho parecia estar animado, sem saber que na verdade ele estava era louco.
Era sexta-feira, último dia antes do final de semana, Leo estava sentado em um banco, perto do portão de entrada, lendo um livro. Então ele sentiu um cheiro doce, o qual fazia seu coração bater. Mas dessa vez sentiu ao mesmo tempo um cheiro não tão suave, e que colocou dor em seu peito.
-Bran – Pensou ele.
Ao olhar para frente viu os dois andando um do lado do outro, como se nada tivesse acontecido no dia anterior. Porém apenas olhou com um sorriso, o que já não era comum em sua pessoa, e disse:
-Oi Júlia!
-Oi Leo! – A garota respondeu sorrindo e estranhando o novo modo como o rapaz agia. Era explícito.
Leo os observou até sumirem do seu ponto de vista, entrando nos corredores da escola.
-Leo estava um pouco estranho, não estava? – Perguntou ela a Bran.
-Está, mas parece que está estranho no bom sentido dessa vez, espero que permaneça assim.
Qualquer um que visse Leo se surpreenderia pelo seu sorriso, não era comum. Se ele continuasse assim por mais uma semana, talvez as pessoas mais distantes dele passariam a parar de dizer que ele é um pouco assustador.
Agora, Bran e Júlia não queriam mais saber de muita coisa, estavam juntos, se sentiam bem, parecia que o mundo girava em torno deles, dificilmente algo ou alguém os afetariam, a maior parte das aulas viraram tempo para eles ficarem trocando mensagens fofas e se acariciando.
No intervalo, Leo passou a permanecer na sala enquanto Júlia e Bran se isolavam para ficar na paz da presença somente deles mesmos. O intervalo daquela sexta fora tirado por eles para colocar a conversar em dia.
-Você imaginou que chegaríamos a isso? – Perguntou Júlia.
-A primeira vez que te vi, pensei que se não chegasse a isso eu enlouqueceria.
Júlia deu um fofo sorriso, encantada pelas palavras do rapaz.
-Eu realmente lembro do seu olhar a primeira vez que me viu. – Brincou a garota.
Os dois riram.
-Júlia, aquele dia, a minha vida estava um inferno. Você lembra com certeza de todos os problemas familiares que te contei. Se você soubesse como me ajudou a progredir, como me deu forças, você estava em minha mente o tempo todo, eu te amo, e sou grato por você existir e eu ter te encontrado. Espero que isso não seja passageiro e dure por mais anos. – Bran se abriu, estava em um momento de carência e queria que Júlia soubesse de tudo o que ele sente por ela. Disse tudo isso enquanto segurava suas mãos e após terminar deu um beijo em cada mão fofa e frágil da garota, enquanto ela o observava com seus olhos levemente verdes e um sorriso lindo e seu rosto, amando a posição do garoto em relação a ela, e apreciando o amor que tem recebido por ele. Em seguida, Bran a encarou com seus olhos azuis esperando uma resposta.
-Você me abriu para um novo mundo. Esta semana já foi uma das mais felizes da minha vida. Também te amo, e espero que isso dure décadas. – Respondeu Júlia.
Bran sorriu de uma maneira linda ao ver de Júlia, os dois se abraçaram por cerca de trinta segundos, e deram um beijo romântico. O momento foi estragado pelo toque do sinal, mostrando que o intervalo havia acabado.
-Não acredito que agora é matemática, fala sério. – Disse Júlia.
-Fica quieta, matemática é a melhor matéria. – Brincou o garoto.
Os dois se entreolharam e riram.
Hoje, Leo fora avisado por sua mãe que não teria como ela busca-lo na escola, obrigando-o a voltar de casa a pé ou de ônibus. Como a distância da escola até a casa de Leo não era das maiores, tomou a decisão de ir a pé. Leo também fora avisado que hoje sua mãe não estaria em casa, e só chegaria tarde. “Hoje era o dia”, pensou ele.
Após algumas horas de contas e equações, era finalmente hora de retornar todos ao seu lar.
Bran saiu da sala junto a Júlia como de costume, e Leo os seguiu até o portão, alcançando-os ao chegar no mesmo.
-Tchau Júlia – Disse Leo – Bran, posso falar com você um pouco?
Como Bran e Júlia não continuam o mesmo caminho após a saída do portão, Bran pediu para ela prosseguir, que eles se veriam no dia seguinte. Bran olhou bem para os olhos de Júlia e vice-versa, dando um tchau carinhoso, demonstrando desejo um pelo outro. Bran então deu meia volta se preparando psicologicamente para Leo.
-Leo, cara, eu imagino...
Bran foi interrompido por Leo
-Não precisa dizer nada, eu só quero te mostrar uma coisa. Pode me seguir?
Ele não queria seguir Leo e estava receoso pelo que viria, mas pensando que ele estava com Júlia e sabendo que era tudo o que Leo queria, o seguiu, procurando amenizar a situação.
Os dois andaram por longos minutos, até que chegaram em um lugar.
-É sua casa Leo?
-É sim – Respondeu – Não será somente minha casa.
Bran não entendeu.
-Por que me trouxe aqui? – Perguntou ele, curioso.
“Você verá” foi a resposta que obteve.
Bran entrou na casa de Leo, e Leo o levou direto para seu cômodo.
“NÃO INCOMODE”, leu Bran, em voz alta.
-Cara, isso está me assustando. – Disse ele.
Leo abriu a porta.
-Nossa, cara, que cheiro, faz tempo que não faz uma faxininha aqui, não é mesmo?
Leo só começou a falar após acender as luzes.
-Olhe – Disse ele.
Bran arregalou os olhos, viu as dezenas de quadros que haviam pela parede, alguns quebrados e alguns inteiros, estilhaços de vidro espalhados pelo chão, algumas manchas de sangue nas paredes, no chão, nos quadros quebrados, mensagens escritas repetidamente “Júlia” na parede, pedaços queimados de fotos pelo chão.
-Vamos, abra a gaveta – Disse Leo.
E lá haviam mais centenas de fotos em álbuns. Todos os quadros, todas as fotos, aquela sala, aquelas manchas de sangue, tudo, por causa de uma coisa. Alguém. Uma menina - Júlia. O quarto parecia uma cena de filme de terror.
Bran não disse nada em voz alta, mas pensou:
-Leo, você é doente.
-Sabe – começou a dizer Leo – Demorei alguns meses para conseguir juntar tudo isso, esse quarto onde posso passar horas pensando na garota que gosto, vendo como ela é bonita, ajoelhando a suas fotos. Não tem ideia do quanto sofri. Você não tem ideia do que eu daria para conseguir tudo o que você conseguiu em cinco dias.
-Você viu... – Leo não deixou Bran falar.
-Vi sim, ontem, vocês dois.
Bran estava sem saber o que dizer, como agir.
-Ontem cheguei em casa bem tarde, andei bastante pelas ruas para comprar um presente.
-E você comprou? – Perguntou Bran.
-Comprei sim.
-É para Júlia?
Leo mudou de assunto.
-Sabe a Júlia, Bran? Ela com certeza é mulher de um homem só.
-Me desculpa por tudo isso Leo, mas acontece cara, você achará alguém que te complete algum dia, não é possível ter tudo o que se quer sempre.
-Ela é bela, não é mesmo?
-Leo, você está me assustando cara!
-Desculpa – Disse ele dando um leve sorriso em seu rosto, porém já dando uma pequena tranquilizada em Bran.
Bran notara que a porta de onde vieram estava fechada agora.
-O presente que comprei está aqui na minha bolsa, ele é para você Bran.
Leo continuou falando enquanto mexia em sua bolsa:
-A Júlia, Bran, é SOMENTE MINHA! – Leo gritou alto essas últimas duas palavras.
Ele finalmente achou o que tanto procurava em sua bolsa. Leo completou:
-Eu disse que minha casa não será somente minha casa – Nesse momento foi possível reconhecer que Leo estava tirando um revolver de sua bolsa.
Bran estava entrando em pânico, começou a gritar, mas ninguém o ouvia. Sua reação então foi começar a correr para cima de Leo, o qual estava no outro canto da sala, segurando a arma.
-Será também um cemitério – Completou Leo.
Bran foi interrompido no meio do percurso, enquanto corria, abrindo um buraco em sua cabeça. Um barulho estridente pode ser ouvido a uma boa distância dali milésimos após o gatilho ter sido pressionado. Muitos dos quadros de Júlia pendurados na parede foram pintados de vermelho, sangue, e alguns preenchidos por partes estilhaçados dos miolos de Bran. Pequenos segundos depois ouviu-se o barulho grave do seu corpo atingindo o chão de madeira. Havia acabado ali uma vida de dezessete anos, o qual sempre foi esforçado, estudioso, carinhoso, e haveriam longos anos de vida pela frente. Um pai alcoólatra não seria mais cuidado e nem veria mais o filho que estava amando cada vez mais. Júlia perderá a primeira pessoa que amou de verdade, em menos de uma semana. Em um piscar de olhos, toda uma vida com tendências a sucesso, voou para o ar, como poeira, e foi levada pelos ventos.
Toda a responsabilidade estava em mãos de Leonardo, o qual estava tremendo após o tiro, quase chorando. Ele se aproximou dos quadros com a foto de Júlia os quais estavam sujos de sangue, e começou a chorar.
-Foi por causa de você, foi tudo por você, você não consegue enxergar? Júlia, meu amor... – Dizia ele, enquanto chorava.
O rastro de três dedos do Leo deixados no sangue de Bran descobria o rosto de Júlia em uma das fotos.
Leo deitou no chão em cima do sangue, com seu rosto também coberto por sangue, segurando ainda a arma, e ficou olhando para cima, observando mais uma foto de Júlia que estava colada no teto, durante horas, até sua mãe chegar.


Notas Finais


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