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História Doces situações - Atitudes supreendentes


Escrita por: Morticiaddams

Notas do Autor


desculpem pela demora, enjoy

Capítulo 7 - Atitudes supreendentes


Miranda acordou com um desconforto no quadril, abriu os olhos e acendeu a luz do abajur. Sentando-se ereta ela pôde finalmente assimilar tudo oque havia acontecido. Levantando-se com certa dificuldade, ela pegou um rob cinza e o vestiu, procurando o relógio o quarto ainda meio escuro.

 

 

02:19 A.M.

 

 

Miranda foi direto para o banheiro, e assim que abriu a porta, o cheiro de Amélia parecia estar empregado que cada coisa que ela tocara. Fazendo Miranda passar as mãos pelos cabelos, exasperada. Olhando seu próprio reflexo no espelho ela respirou fundo, olheiras cobriam seus olhos, sua testa ainda um pouco vermelha, seus cabelos bagunçados e suas rugas ainda mais esvidentes.

 

 

A editora estava incomodada com o fato da sub assistente tê-la visto daquela forma, sem a capa de rianha do gelo, Miranda achava que a menina havia ficado decepcionada, que por trás de toda a maquiagem e roupas caras, só havia uma Miranda cheia de cicatrizes e velha.

 

 

Miranda nunca se acostumaria com aquilo, mesmo agradecendo por sua boa genética, a editora gostava de parecer jovem, de quando suas rugas não eram percebidas, sua pele era mais firme e suas veias da mão não a faziam parecer uma bruxa antiga.

 

 

Miranda arrumou os fios do cabelo, calçou as sandálias, e abriu a porta do quarto. Ela precisava de um pouco de água, e andar a faria bem, sabendo quê, agora que acordou, demoraria a pegar no sono novamente. Então, a editora seguiu pelo corredor, acendendo as luzes e caminho em passos curtos graças a seu constante desconforto no quadril.

 

 

"Maldita seja a idade" pensava enquanto avistava a escada, mas a mesma parou. Assim que viu o corpo conhecido da morena, descansado sobre o primeiro degrau.

 

 

Amélia tinha as pernas flexionádas para o lado, costas na parede, cabeça enclinada para a direita e olhos fechados, os lábios da mais nova entava entre aberto e sua respiração é pesada. Os fios do seu cabelo que antes estavam presos agora dançam sobre seu rosto, ambas as mãos estavam largadas em seu colo e sua bolsa estava ao seu lado. Miranda estava furiosa, não pela menina ter descomprido suas ordens, mas sim pela mesma estar dormindo desconfortávelmente em sua escada. Tendo no mínimo quatro quartos vagos.

 

 

"Criança tola, imatura e inresposável, sabe a dor que vai adquirir quando acordar? Podendo pegar uma pneumonia ou deus sabe oquê"

 

 

Os olhos de Miranda foram direto para o vestido curto da menina, o mesmo era vermelho, com a saia toda drapiada na altura das coxas, com um decote quadrado e sem mangas. Agora, o vestido estava muito acima das coxas da menina, quase no início de seu quadril. Deixando completamente amostra as pernas torneadas e quem sabe malhadas da menina, a pele era branca como neve. Miranda engoliu a seco, não podia negar que a mais nova era sem nenhuma dúvida, uma bela mulher.

 

 

Não que Miranda tivesse algum tipo de atração por mulheres antes, exceto na faculdade, em brincadeiras com amigas. Mas Amélia? Amélia era o diabo de quente. E a infeliz ao menos se dava conta disso, ela agia, fazia gestos, caras e bocas e ao menos sacava as mordidas de lábios e olhos de Miranda percorrendo seu corpo.

 

 

Miranda estava pensando oque iria fazer, uma coisa era certa, Amélia não poderia passar ainda mais tempo naquela escada dura.

 

 

-Amélia? Amélia, ande, acorde menina- A mão de Miranda segurou o ombro da mais nova, apertando o braço da menina delicadamente. Subindo e descendo a pele exposta da menina.

 

 

Amélia apertou os olhos, piscando em alerta, sentindo uma subta dor nas costas, até finalmente se ajeitar e manter os olhos abertos.

 

 

-Ande, não pode mais ficar um segundo nesta posição, vai acabar com suas costas. Entre em um dos quartos do corredor, amanhã cedo conversaremos sobre seu comportamento. Isso é tudo- tentou soar séria, porém a menina nada fez, se virou e passou as mãos no cabelo

 

 

-como a senhora está?- questionou a menina, mexendo a nuca, massageando o pescoço dolorido

 

 

Miranda arqueou as sobrancelhas, se encostou no corri mão e olhou para o andar de baixo.

 

 

-bem- falou firme, mordendo o interior da boca

 

 

-e porque está acordada as...- desbloqueou o iphone -duas e quarenta da madrugada?- terminou voltando a guardar o celular

 

 

Miranda bufou, como sempre fazia.

 

 

-insônia- respondeu seca.

 

 

Amélia se virou e encarou a mulher, vasculhando o rosto da mais velha, para então negar com a cabeça.

 

 

-quem diria que Miranda Priestly, fosse tão má mentirosa- sussurrou a mais nova, fazendo a editora se espantar, encarando a morena

 

 

-oque disse?- Rebateu a mais velha.

 

 

A morena negou com a cabeça e deu de ombros.

 

 

-nada- sorriu suavemente.

 

 

Miranda sentou ao lado da menina, sentindo o desconforto ainda pior quando sentiu a parede dura sobre as costas, fechando o rob ainda mais contra o corpo e passando o olhar pela menina ao seu lado, Amélia estava supresa e não negava pela sua expressão, fazendo Miranda, pela primeira vez naquela noite, dar um sorriso suave.

 

 

-meu quadril estava me incomodando, novamente- confessou Miranda, suspirando profundamente

 

 

Amélia tinha as sobrancelhas juntas, confusa, Miranda estava mesmo contando algo para ela? Era mesmo Miranda?

 

 

"Oque você está fazendo? Está se expondo assim para uma menina que pode usa-las contra você?"

 

 

Mas no fundo, Miranda tinha certeza que a menina não faria isso. Pelo menos era nisso que a editora preferia acreditar.

 

 

-oque aconteceu com o seu quadril?- questionou a menina, fazendo Miranda encara-la, a morena tinha os olhos cansados e o rosto vermelho

 

 

Miranda passou a mão pelo pescoço, suspirando.

 

 

-em uma outra situação, ele acabou me derrubando- falou cautelosamente, como que medindo as palavras que saiam da sua boca

 

 

Amélia abaixou a cabeça, passando a mão pela testa, dando um riso baixo, triste.

 

 

-é claro, foi totalmente sem querer, asim como ele estava lhe machucando totalmente sem querer a minutos atrás- ironizou a menina, apertando o joelho com a mão direita, mas soltando rapidamente, ao senti-la arder. Soltando um gemido baixo de dor e a sacudindo no ar.

 

 

Miranda logo se pegou, novamente desarmada, pelas palavras da menina. Cobrindo o pulso direito da menina com a mão e a puxando para si, olhando a palma da mão, analisando os pequenos cortes.

 

 

-Doí?- desta vez fora a mais velha quem questionou.

 

 

Amélia buscava os olhos da mais velha.

 

 

-não...- respondeu a mais nova dando de ombros, Miranda parecia realmente adquirido um profundo interresse pela mão da menina.

 

 

"Porque a senhora é tão complida?" Questionou-se a mais nova

 

 

-eu não sei responder essa pergunta Amélia- formulou Miranda, passeando os dedos pela palma machucada da menina.

 

 

-oque?- virou-se assustada para a editora

 

 

Miranda arqueou a sobrancelha, e continuou olhando para a mão da sub assistente em seu colo.

 

 

-sua pergunta, eu não sei porque sou tão complicada Menina, creio que já tenha nascido assim- sugeriu a editora, fazendo a menina sorrir, sorrir de verdade, mostrando os brancos dentes alinhados e fazendo os olhos ficarem menores. Miranda havia perdido o ar, em um ano de convivência com a menina, ela nunca havia visto ela sorrir daquele jeito, não pra Miranda. Era como ver uma flor desabrochar, delicada e ao seu tempo. Desesperadoramente linda.

 

 

"Você está ferrada Miranda, Ferrada" pensou a mais velha

 

 

-porque você sempre me chama de senhora? Nenhuma das minhas assistentes jamais me chamaram assim- questionou Miranda, voltando a olhar para a mão da menina

 

 

Amélia se colocou a pensa, coçou a nuca e bufou.

 

 

-lá no Sul, nós costumamos chamar as pessoas de mais idade que nós de senhora- confessou dando de ombro, fazendo Miranda encara-la novamente, curvando os lábios em um sorriso.

 

 

O silêncio se instalou novamente e Miranda, daria a própria alma, para ler a mente da mais nova, tentando de formular qualquer pensamento possível, que passasse pela mente da sub assistente.

 

 

-a senhora tem que voltar a dormir- confessou a mais nova, retirando a mão do colo da mais velha e cruzando as mesmas em seu próprio colo.

 

 

Miranda acenou que sim.

 

 

-e você, para o quarto de hóspedes- ela completou, e Amélia concordou.

 

 

A mais nova levantou, estendendo ambas as mãos para a editora, que dessa vez, aceitou mais rapidamente. Amélia pegou a bolsa, e seguiu com a mais velha corredor a dentro, deixando Miranda no quarto novamente.

 

 

-eu, estou no quarto da frente. Qualquer coisa, sabe oque fazer- formulou a mais nova, deixando o quarto sem receber resposta da mais velha.

 

 

-Amélia...- chamou Miranda, se sentando na cama.

 

 

A mais nova a encarou, com as mãos pra trás. Miranda novamente buscou no rosto da menina alguma sinal de sentimento, algo que levasse a Miranda a entender tudo oque estava acontecendo ali.

 

 

-Obrigada, por tudo, inclusive por não ter ido embora- concliu a mais velha, olhando para as próprias mãos no colo.

 

 

Amélia juraria que estava dormindo, e quase se beliscou quando percebeu que era Miranda, Miranda estava agradecendo? Miranda sabia oque era obrigada? Amélia concluio rapidamente que estava louca.

 

 

-está me agradecendo, por ter descomprido uma de suas ordens?- questionou curvando os lábios, Miranda rolou os olhos e bufou.

 

 

-estou criança, isso é tudo- terminou Miranda, dando-lhe um olhar sujestivo.

 

 

Amélia sorriu, e acenou que sim.

 

 

Deixando o quarto em seguida.

 

 

Miranda então pode sorrir abertamente, negando com a cabeça e passando as mãos pelos cabelos. Ela estava, realmente feliz pela menina ter ficado, embora tê-la mandado ir embora.

 

 

Miranda gostada da menina, ela admitia isso no fundo do seu corpo, porém, ela demais para admitir em voz alta, e mesmo que admitisse. A menina a chama de senhora, a barreira de idade e de sexo seria inquebrável, Miranda não suportaria o olhar de deprezo da menina quando falasse algo a respeito do seus sentimentos. E ouvir as desculpas mão dadas da menina seria ainda pior, Miranda prefere não ter mais uma dessas mágoas em suas costas, ela realmente prefere guardar todo esse sentimento dentro de uma caixinha em seu peito. E a deixar bem trancada lá.

 

 

Amélia estava impossibitada de dormir, o cheiro de Miranda estava por toda parte, na cama, lençol, travisseiro, móveis. Parecia que ela estava lá, em seu lado, desfilando sua bipolaridade digna de um oscar. A mulher que nunca notou Amélia, que tirou suas esperanças e que não média as palavras para magoa-la, agora estava agradecendo por ela ter ficado? Amélia esperava um surto de grosseria e palavras nada doces.

 

 

Amélia tinha mesmo era vontade de segurar a editora em seus braços, sentie sua pele junto a sua, e seu coração ao lado do seu, Amélia queria proteger Miranda, mesmo sabendo que a editora sabia muito bem se defender, melhor que a própria sulista. Mas a morena sentia uma necessidade tão grande de estar perto da mais velha, mesmo que para isso, ela tivesse que aguentar socos e ponta pés.

 

 

A sulista nunca acreditou muito no amor, ela achava besteira essa coisa de príncipe encantado, mesmo tendo descoberto cedo que sentia mais atração em mulheres, principalmente as mais velha. Mesmo assim, seus namoros e rolos, sempre foram especiais, mesmo não sendo "amor" por parte da menina, Amélia estava feliz com sua vida, e nunca esperou uma paixão arrebatadora que lhe tirasse o coração.

 

 

Quando a sulista conheceu Miranda, ela tinha a convicta certeza de quê odiaria a mulher, com toda a sua força. Porém burlando todas as suas leis, Amélia viu na mulher, coisas que ninguém mais via. Coisas boas, realmente boas na mulher.

 

 

E assim, em meio a dúvidas e respostas, Amélia dormiu profundamente.

 

Sabendo que, de alguma forma muito estranha, de alguma forma "Miranda" a mulher mais velha estava grata, pela morena ter ficado e a ajudado.



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