História Doctor crush - Jungkook imagine - Uma visita inesperada

(Suga POV)

Entrei no apartamento do Nochu querendo fazer surpresa (ou tentar assustá-lo pelo menos), afinal eomma não disse a ele que tinha feito uma cópia da chave. Ainda eram 20hs e as luzes já estavam semi-apagadas. Havia metade de uma pizza mal terminada em cima da mesa e duas garrafas de cerveja.

- Que ótimo exemplo um futuro cardiologista comendo essas porcarias que entopem a veia de alguém… - pensei soltando um suspiro prolongado. - Será que ele já está dormindo?

Da porta do seu quarto entreaberta, escutei sons (horríveis) que ecoaram na minha mente durante semanas (…)

COMO ESSE PIVETE PODE ESTAR FAZENDO ESSAS COISAS? Parece que faz alguns dias que ele vinha chorando em casa depois da escola, com o olho roxo e o nariz sangrando:

“Hyung, me ensine a lutar…”    “Hyung, eu ganhei no campeonato de karaoke da escola”… “Hyung, como se beija alguém?”

A última frase me trouxe de volta pra realidade, aquela cena deplorável do meu irmão “acalmando” seus ânimos. Como todos somos de Deus, esperei o moleque terminar o serviço antes de fazer notar minha presença.

… kkkkkk que merda que eu to fazendo? – conti minha vergonha alheia ... o que eomma ia pensar disso tudo?!

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- E aí broooo! Min Suga chegou na paradaaaaa! – cheguei dando tapas em sua cabeça só observando sua reação assustada.

- Hyung? QUE MERDA VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI? – respondeu o mais novo, tentando tampar suas intimidades.

- Aaah Nochu, pode parar! To aqui desde que você começou essa bagaça, também sou homem, esqueceu?! … Mas me conta, quem é ___ ?

- Não tem graça… - disse corando. – Se lembra quando eu estava no colegial e quebrei a perna?

- Não tem como não lembrar, quem te deu banho o mês todo né?! Queria quebrar sua outra perna por eomma me obrigar a fazer tudo por você! – não queria tocar nesse assunto, pois me levaria a outro bem mais delicado.

- Aquele dia que cheguei em casa quebrando tudo de raiva, e o abeoji … - ele fez uma cara triste, então continuou – eu fiz aquilo por causa de uma menina …

- Pera, quando você diz menina … ___, “aquela” menina, filha da vizinha de casa??? – aos poucos me vinha uns flashbacks na memória.

- Sim … parece que o destino me deu a oportunidade de consertar as coisas e fazer tudo diferente dessa vez… – respondeu sério com a voz um pouco trêmula.

Não sabia o que responder, só lembrava de quando meu irmão chegou possuído naquele dia, atirando qualquer objeto que via pela frente.

Sim, isso incluía meu violão novo.

Era uma cena bem inusitada, porque Jeon sempre foi um menino mimado e retraído no ensino fundamental, até que chegou a puberdade e o transformou num monstro arrasador de corações. Sua popularidade na escola aumentou, mas ele só cresceu na aparência:

“Relacionamentos não me interessam, hyung.” – repetia o mais novo diversas vezes quando era questionado do motivo de ignorar tantas garotas, muitas delas bem bonitas. Além dos estudos, tudo que o interessava eram suas aulas de canto e dança.

- Já se passaram muitos anos … - disse sem resposta.

- Eu sei! Não dá hyung, ela mexe comigo  .. já tentei esquecê-la, mas não consigo.

- Você sabe que não depende só de você né?

- Sim .. Mas chega de falar mim…e você, tá bem? E a gravadora?

- Você está olhando pro mais novo AUGUST D! – disse me gabando.

- DEU CERTO? AAAAAAAAH PARABÉNS! – ele me deu um abraço apertado.

- Cara, você tá pelado, modos por favor… Intimidade é uma bosta mesmo! – respondi empurrando ele no chão sem gentileza.

Mais calmo e com meu irmão decentemente vestido, quebrei o silêncio e entreguei um envelope para ele:

- Eomma me pediu pra entregar isso ... antes que você questione, ela disse que foi o único meio de você receber uma mensagem dela, já que nunca responde seus e-mails ou atende suas ligações…Jeon, você sabe que ela se preocupa bastante e, depois que nosso pai faleceu, sabe que somos a única coisa que resta pra ela …

Jeon pegou o envelope sem jeito e começou a ler em silêncio. Podia ser impressão minha mas, já fazia tempo que não enxergava esse lado mais sensível dele…seus olhos se encheram de lágrimas por um momento, até que ele ficou irritado.

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(Jungkook POV)

“Querido Jeon, tudo bem com você? Aqui está tudo calmo e rotineiro. Me sinto muito sozinha desde que seu pai partiu, ainda tentando me encaixar na sociedade e superar cada dia sem ele. Seu irmão ainda me liga algumas vezes por semana pra contar como ele está, então me sinto mais tranquila, mas me preocupo com você. Está comendo direito? Está bem de saúde? Uma ligação por mês não doeria a ninguém sabe?

Sei que você se culpa pelo acidente do seu pai, mas isso é tudo coisa da sua cabeça, me perdoe …. não se cobre demais …

Mudando um pouco de assunto, sabe a minha amiga, vizinha da casa do lado e mãe da ___? Encontrei com ela outro dia no mercado e adivinha só: a filha dela está trabalhando no mesmo hospital que você! Por acaso vocês conversam?

Sábado, estou indo ai pra Seoul te visitar (nem pense em fugir de mim). Minha amiga vai ver a filha dela então pensei em ir junto…não se preocupe, ficaremos na casa da ___, mas gostaria de te ver … Ela concordou em nos receber de braços abertos e vai fazer um jantar, por favor, esteja lá as 20hs…e leve seu irmão também, já que ele precisa se distrair um pouco. Depois te mando o endereço dela ou você mesmo pode perguntar pessoalmente no hospital okay? Te amo! Beijos, eomma.”

Minha cabeça queria explodir, o que minha mãe vai vir fazer aqui? Ainda não estou pronto pra falar desse assunto … já se passaram 3 anos desde a morte do meu pai, lembrar disso me fazia perder os sentidos. Olhei para meu irmão a espera de alguma ajuda:

- Jeon, sabe que mesmo não sendo filhos do mesmo pai biológico, ainda sou seu irmão. Tudo o que eu faço é pro seu bem .. acho que já está mais do que na hora de enfrentar esse fantasma do passado e partir pra frente. Ainda mais agora … é uma oportunidade de se aproximar da ___ e passar tudo a limpo, esclarecendo tudo.

- Mas hyung, eu ainda não estou pronto … e se ela me odiar? Não quero que ela me culpe também pelo que fiz …

- Só você se culpa por isso, já te disse incontáveis vezes… eu vou contigo, se você quiser dar a louca, te ajudo na sua fuga. – disse ele fazendo piada (como sempre).

- Tudo bem, eu vou me esforçar. – consenti ainda com medo do que poderia acontecer.

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Não encontrei mais a ___ no hospital depois do que aconteceu, queria esclarecer as coisas, mas parecia que ela tinha virado fumaça. Até a Hellen que sabia de tudo estava perdida:

- Juro pra você que não sei onde ela se meteu Jungkook. A única coisa que sei é que ela não me atende e pediu alguns dias de folga do serviço, só. Perdi as contas de quantas vezes fui na casa dela e nunca tinha ninguém, esse jantar de vocês vai rolar mesmo? – disse Hellen indagada.

- Não sei, mas obrigado.

Mais tarde, em casa me joguei no sofá angustiado. Não queria dar o braço a torcer ligando para minha mãe, então fiquei andando em círculos pela minha sala. De repente o meu celular toca, um número desconhecido:

- Jeon? - Pude saber quem era só de ouvir sua respiração ofegante.

- ___? Você está bem? Não te achei mais no hospital …

- Desculpa, eu precisava de alguns dias pra resolver meus assuntos … ahn, estou indo buscar sua mãe e a minha no aeroporto, você vai poder ir em casa mais tarde?

- Ahn, claro! Claro, vou sim, mas o endereço … - respondi nervoso.

- Vou te mandar por mensagem que fica mais fácil, te aguardo lá então…

- Espera! Pequena, não desliga, por favor! Tenho tanta coisa pra te falar …

- Desculpa Kookie, conversamos em casa ok? Traga seu irmão também, avise que a Yasmim também vai, ele vai saber quem é.

- Tudo bem, até daqui a pouco…

Fiquei encarando o celular por alguns segundos até chegar a mensagem dela com o endereço do local ... era perto de casa. Meu peito apertado gritava por socorro.

- Nochu, quem era? –  hyung tinha acabado de sair do banho.

- Era ela, me informando o endereço, dizendo que estava no aeroporto .. pediu pra dizer que uma tal de Yasmim vai, você conhece?

Foi a primeira vez que vi meu irmão corar embaraçado. Aí tem coisa …

Depois do banho, coloquei uma camisa preta de manga ¾, uma calça jeans escura e um tênis branco. Sempre fui sensível a cheiros, então escovei meus dentes e passei um perfume cítrico .. ainda com os cabelos semi-molhados, arrumei-os meio bagunçado e saí, rumo a casa da minha pequena, num jantar que ela mesma faria. Estava feliz e ao mesmo tempo com receio …

Agora é tudo ou nada ...