Naquele mesmo dia não pude ir embora porque disseram-me que eu teria de atender a outro paciente.
Eu deveria ter estudado psicologia e não medicina, já que ultimamente estavam me procurando para resolver os problemas alheios. De curandeiro eu passei pra assistente social.
O meu próximo paciente seria Wu Yifan, não dormia e nem comia direito porque não era aceito pelos amigos na escola. Cara, como assim? Se fosse comigo eu tacava o foda-se pra todo mundo, porque na moral eu sempre fiz isso. E não comer já é demais, quem é que não come por causa dos outros? Ah, mas eu ia meter o loco.
Quando o cara entrou na minha sala, eu entendi bem o motivo dos amigos não o quererem por perto. Por acaso ele fazia parte da Máfia Chinesa?
- O que você tem? - perguntei ao encarar o rapaz mais alto brincando com as próprias mãos.
- Os meninos da minha escola tem medo de mim, então eles sempre se afastam, e isso me deixa desanimado pra tudo - Wu falou com uma voz chorosa, acabei chorando também. Era emocionante ver um muro chorar.
- Vem cá, cara - abri os braços e ele me abraçou, parecia que eu estava carregando uma tonelada de tijolos.
Choramos.
- Sabe qual o meu problema, Doutor?
- Seu problema é ser a cópia da muralha da China. Pode sair.
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