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História Doente de Amor - Hipnose cor de carvão


Escrita por: Black-World

Notas do Autor


Hey peoples.
De novo, não respondi todos os comentários por falta de tempo, mal estou tocando no computador, ai as vezes vo e respondo um pelo celular, mas odeio fazer isso. Não nasci para escrever pelo celular.

Capítulo 11 - Hipnose cor de carvão


Fanfic / Fanfiction Doente de Amor - Hipnose cor de carvão

   Uma corrente de vento frio me atingiu, enviando arrepios dos meus pés à cabeça. Entrei para pegar minha blusa de moletom, daquelas cinzas que todo mundo tem, e sai de novo para voltar a esperar o taxi junto com Sakura. O céu lembrava uma placa de chumbo e o sol não estava em nenhum lugar para ser visto, sinais de chuva eminente. Eu nem reparei quando o dia começou a fechar, de manha o sol brilhava a todo vapor. O clima dessa cidade é bipolar. 

    Assim que o carro amarelo parou na porta da minha casa meu peito se apertou desconfortavelmente. Tinha sido chato passar a tarde vendo televisão com Sakura, mas passar a noite nós quatro era uma perspectiva pior. Eu tentava em vão me convencer que nós colocaríamos um fim ao teatro e tudo voltaria a ser simples e normal, que eu estava nervoso sem razão.

   Primeiro passamos para pegar a Hinata, depois o Sasuke, que entrou no carro sem fazer mais que balançar a cabeça para nós. Sakura nos salvou de um clima tenso falando sobre um livro que ela leu e adorou, nós três entramos na conversa como nada estivesse errado, embora tenha sido um pouco estranho no inicio.

   Sasuke não estava agindo diferente, ou me olhando diferente. Analisando ele ninguém diria que algo anormal aconteceu. Sendo assim, realmente não significou nada, não é? Afastei a conversa confusa que tive com Sakura e tentei não pensar nele me beijando, tarefas árduas.

   _Seja agradável com minha mãe. _Sakura avisou quando chegamos na casa dela, apontando para a mulher na casa dos quarentas que esperava na entrada, ela possuía uma aura tranquila e serena diferente da filha. Eu a conhecia das poucas vezes que visitei a casa da Sakura, ela era bastante agradável e gentil.

    Eu estendi a mão para a mãe de Sakura e disse um “bom dia” com um enorme sorriso no rosto, Sasuke invocou todo o seu carisma gentil e Hinata deu um abraço rápido nela. A Sra. Haruno fez uma serie de perguntas sobre nossos estudos e nossas famílias enquanto entravamos.

    Os pais de Sakura moravam em uma casa quase tão glamorosa quanto a de Sasuke, porém era mais agradável porque seu estilo era moderno, sem aquela aura austera e opressiva da mansão Uchiha. Havia varias paredes feitas inteiramente de vidro azul e as restantes eram brancas, de modo a destacar nos arredores feitos de pedra escura. Não havia um pátio ou uma área para entretenimento fora de casa, qualquer evento era realizado no terraço, sei disso porque aconteceu assim no aniversario da Sakura do ano anterior.  

   _Eu preparei um lanche para vocês crianças. _A mãe de Sakura anunciou enquanto abria a porta de correr feita de vidro, para que entrássemos na enorme sala colorida. O sofá de canto era vermelho, a estampa do tapete era abstrata em preto e branco, as paredes de um amarelo clarinho e pinturas em variados tons de azul enchiam as paredes. _Se sirvam na cozinha.

   _Obrigado. _Eu disse.

   _A senhora é muito gentil. _Hinata complementou.

   _Sei que vocês querem ficar sozinhos, então vou deixá-los em paz. _Ela girou, mas não deu dois passos antes de decidir voltar. _Devo preparar o quarto de hospedes para os garotos?

   _Não. Vamos dormir os quatro na sala. _Sakura respondeu.

   _Tudo bem. _Ela sorriu gentilmente. _Se divirtam.

   Na cozinha, que era toda branca para contrastar com a casa, nos deparamos com dezenas de tipos de rosquinhas, salgados e bolos sobre a mesa. Eu e Hinata nos entreolhamos sorrindo de orelha a orelha e corremos para atacar a comida. Sasuke e Sakura eram educados, e menos mortos de fome, então comeram um pouquinho enquanto conversávamos. Por outro lado eu e Hina enchemos as barrigas até que elas ficassem abarrotadas. Hinata não costumava ser gulosa, mas ela tinha um enorme fraco por doces.

   Depois de comer nós pegamos alguns jogos de tabuleiro, pois Sakura tinha uma coleção deles. O primeiro escolhido foi ImagemAção, nos dividimos por casal e começamos as mímicas e os desenhos. Claro que em poucos minutos estávamos gritando uns com os outros sem parar, fomos tão escandalosos que a mãe de Sakura retornou para perguntar se não tínhamos matado ninguém ainda. Sakura disse que seria um saco limpar sangue do tapete e por isso iríamos conter nossos instintos assassinos. Sasuke e Sakura venceram a primeira rodada e eu iniciei uma briga porque as cartas que eles tiraram foram na sua maioria fáceis, era obvio que eles iriam ganhar. Apesar da revolta de Sakura, que levantou para pegar uma faca na cozinha, nós fizemos um segundo jogo, que eles ganharam de novo.

   Mal percebi durante o jogo que a estranheza desapareceu entre nós. Voltamos a agir como se o “incidente” não tivesse acontecido.

   Depois de guardar os jogos de tabuleiro nós tomamos banho e depois fomos à cozinha estourar pipocas para vermos filmes. Estávamos discutindo porque eu queria ver um filme de aventura ou ação, Sakura um filme de comedia, Hinata um filme de romance e Sasuke um de terror. Percebendo que brigar era em vão, porque ninguém estava disposto a se render, fizemos papeizinhos e sorteamos. O vencedor do sorteio foi o papelzinho no qual Sasuke escreveu: “Terror, muahahahaha”, quando ele queria ele podia ser o maior dos idiotas. Eu devia ter previsto isso, visto que os deuses que regem nosso mundo são cruéis e sádicos, além de que eles têm uma rixa pessoal contra mim. Eu rezei para que esse filme me proporcionasse pesadelos por poucos dias.

   Quando terminamos de preparar as pipocas e arrumar nossos colchões sobre o tapete da sala nos instalamos para ver o filme “Quando as Luzes se Apagam”. O maldito filme era assustador desde as primeiras cenas, serio, em dois minutos de filme eu e Hinata já estávamos agarrados um no outro como se nossa vida dependesse disso.

    _Parem de drama. _Sasuke resmungou. _O que vocês dois são? Crianças de cinco anos?

   _Cala a boca Sasuke! _Joguei uma almofada dele. _Filmes de terror devem ser mortalmente chatos até mais ou menos o meio. Isso é tipo uma obrigação. Esse filme esta quebrando todas as regras assustando no inicio! Meu coração não estava preparado.

    _Seu coração é fraco.

   _E o seu coração é maligno igual o demônio desse filme.

   _É um espírito.

   _Calem a boca os dois! _Sakura gritou do nada, eu quase pulei no teto de susto. _Eles estão fingindo medo para ter uma desculpa para se agarrar, pare de encher o saco Sasuke.

    Eu queria dizer que eu estava com medo de verdade, mas Sakura fixou aqueles olhos verdes e aterrorizantes em mim e eu fiquei quieto. Além de que era uma boa desculpa.

   _Eu não estou com medo Hina. _Sussurrei no ouvido dela. _Eu só estou usando isso como desculpa para te agarrar.

   _Aham. _Hinata soltou o som com ironia. _Eu sei que você tem mais medo do que eu, o Sasuke e a Sakura sabem, você sabe, todo mundo sabe.

    Hinata estava certa, porque quando o filme acabou e Sasuke falou para irmos dormir porque nós teríamos aula no dia seguinte, meu terror aumentou. Ao menos iríamos dormir nós quatro juntos, isso fazia a noite ser suportável, embora não amenizasse meu medo. Eu deitei em meu colchão e me cobri por inteiro, deixando uma brecha pequena para respirar. O espírito do filme existia no escuro, desde que as luzes estivessem apagadas ele poderia estar em qualquer lugar, então eu fiquei encarando cada canto daquela sala, meus olhos vidrados temendo seres escondidos no breu.

   Eu me conhecia bem, com o terror firmemente agarrado em meu coração não havia chances de que eu iria dormir. Cobri minha cabeça e peguei meu celular, eu iria ver animes até amanhecer, não seria a primeira vez que eu viraria a noite tendo aula no dia seguinte.

    Em pouco tempo um temporal despencou. Eu quase gritei quando veio o primeiro flash que mergulhou a sala inteira em ofuscante luz branca. Não sou uma criança, não tenho medo de raios e trovões, acontecia que eles serviam para impulsionar meu estado de estresse amedrontado.

   De qualquer jeito, eu devia estar cansado, porque cai no sono sem ver em algum momento com os fones no ouvido e um anime rodando durante a madrugada.  

    Sonhei que eu estava dentro daquele maldito filme, lutando para ascender alguma luz que me salvasse, a energia elétrica tinha caído e eu estava tendo problemas para fazer uma lanterna funcionar quando “aquilo” surgiu bem na minha frente. Acordei suado e ofegante, meu coração soando como tambores de guerra na sala silenciosa.

    Fitei a chuva que se chocava contra a parede feita de vidro para me acalmar, por vezes um raio riscava o céu iluminando o mundo fora da casa como se fosse dia. Durante um desses clarões eu vi que ambas as garotas dormiam feito anjinhos, enquanto o colchão de Sasuke se encontrava vazio. Afastei as cobertas e coloquei os pés para fora do colchão, sentindo o chão gelado. Então, dormente de sono, eu cocei meus olhos e soltei um bocejo.

   Escutando o barulho continuo da água caindo eu andei arrastando meus pés para a cozinha. A luz estava acessa, pintando um retângulo de claridade no piso de cerâmica. Eu parei um pouco para minha visão se acostumar e entrei, encontrando Sasuke mexendo em alguns utensílios sobre a bancada. O cabelo dele estava bagunçado apontando para todas as direções o que me fez rir e revelar minha posição.

    _Seu cabelo me lembra um porco espinho. _Zombei. Depois do dia divertido que tivemos eu coloquei o que me aborrecia para trás, as pessoas dizem que eu sou irritantemente simples por isso, mas eu não consigo me agarrar aos problemas e magoas por longos períodos.

   _O seu me lembra um ninho de rato. _Ele retrucou, passando distraidamente a mão boa em suas mechas negras para deixar elas apresentáveis.

   _O que esta fazendo no meio da noite? _Indaguei me aproximando do balcão no qual Sasuke dispunha alguns ingredientes: Uma panela cheia de leite, achocolatado, leite condensado, amido e canela. Meu estomago protestou para me mostrar que percebeu a presença de comida.   

   _São seis e meia da manha, as nuvens de chuva estão impedindo o sol de nascer.

   Virei minha cabeça para a janela, a camada de nuvens precisava ser bem espessa porque eu podia jurar que era de madrugada. Como eu podia arranjar animo para ir à faculdade nesse tempo horroroso? Suspirei e voltei meu foco para a comida.

   _O que quer que você esteja fazendo, faz para mim também.

   Eu apoiei minhas mãos no balcão ao lado para me impulsionar e sentei nele, deixando minhas pernas balançando no ar alegremente. Quando Sasuke olhou para mim eu abri um sorriso brilhante que o induziria a preparar comida para mim sem duvidas. Um risinho contido saiu dele antes que ele bufasse para mostrar que me achava um idiota.

   _Eu iria fazer chocolate quente para nós quatro de qualquer maneira.

   _Chocolate quente, huuuuuum. _Eu adorava chocolate quente. _Que garoto prendado você é.

   Sasuke me ignorou, continuando de cabeça baixa, cortando com dificuldade a caixa de leite condensado. De alguma forma ele estava se virando com o braço quebrado, já conseguia fazer de tudo sozinho. Eu fiz um calculo mental para saber quanto demoraria para ele terminar  de preparar as bebidas e servir, sendo que o leite teria que ferver. O resultado do meu calculo foi mais tempo do que meu estomago estava disposto a suportar. Sasuke se encontrava absorto em sua tarefa, o que foi a deixa para eu arriscar roubar uma colherada de achocolatado. Me inclinei por sobre a bancada dele e estiquei minha mão em um movimento fluido e veloz. 

    Sasuke capturou meu pulso no ato. Encarnando um daqueles mestres de artes marciais de filmes asiáticos. Eu abri a boca para indagar se ele era parente do Jack Chan (relevem a piada tosca) e Sasuke se ergueu para me lançar um olhar afiado, porém acabamos com as faces a centímetros uma da outra e tanto minha pergunta, quanto o olhar ameaçador dele, desapareceram no ar.  

   Eu me sobressaltei e logo abri a boca para soltar um palavrão, mas Sasuke não estava reagindo como deveria. Em vez de se afastar ele ficou imóvel e me encarou vidrado. Aqueles orbes negros me hipnotizaram, tomando o controle de minhas ações, me impedindo de falar ou de me mover. Meu corpo deixou de estar sob o meu comando.

   Os ruídos da tempestade e a cozinha de Sakura desaparecem sem aviso, eu não estava mais consciente do que ocorria ao meu redor. Me vi afundando naqueles olhos que se aproximavam mais e mais. Eu estava em queda livre, sem chances de me salvar.

   Aqueles lábios pálidos e bem desenhados estavam quebrando a distancia, convidativos apesar da ferida que os cortava. Meu coração batia em intensidade dolorosa. Nossos narizes se tocaram suavemente. Sentimentos gritantes emergiam para bagunçar minha cabeça.  

   Eu podia sentir sua boca quase roçando na minha.

   Então Sasuke me empurrou com brutalidade.

   Eu me agarrei na borda da bancada para evitar uma queda, completamente alarmado.

    O que estávamos fazendo?

    Nós ficamos alguns momentos imóveis, cada um preso em sua própria cabeça, incapazes de cruzar nossos olhares. Eu não ousei pensar na razão para meu coração estar batendo tão rápido que eu podia sentir a pulsação em meus ouvidos. Não ousei arriscar saber qual era a expressão que Sasuke portava.   

    _Vá acordar as meninas. _Ele ordenou, um pouco ríspido. 

    Sem responder eu saltei do balcão e sai da cozinha em passos largos. 


Notas Finais


Wooon essa cena final é uma das minhas favoritas, amo ela. (*-*)


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