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História Dois cubos de açúcar - Amargo


Escrita por: hollyshit-

Notas do Autor


Olá pessoinhas do my heartu desune<3

Essa fic seria uma oneshot, mas decidi dividir em duas partes e em breve postarei a próxima parte!!

Bjs mores e até as notas finais :3

Capítulo 1 - Amargo


Fanfic / Fanfiction Dois cubos de açúcar - Amargo

 

 

Jessica não estava feliz. Muito pelo contrário, estava irritada, muito irritada! A incompetente da sua secretária parecia não entender que organizar as fichas de seus clientes em ordem alfabética era a mais pura e patética perda de tempo. O correto seria organizá-las nos conformes dos horários das consultas e a frequência com que cada paciente fazia suas seções. Dessa forma sim, estaria em plena ordem. E ordem era uma coisa indispensável para Jessica Jung.

 

Essa não era a primeira vez que Yuri deixava as coisas fora do lugar. O maldito hábito da moça de não apagar as luzes irritava Jessica ao extremo. Além, do pior de todas as suas falhas, Yuri era incapaz de conseguir acertar a quantidade correta de açúcar a ser colocada no café. Mesmo Jessica salientando que o certo eram apenas dois cubos de açúcar, Yuri, muitas vezes, por pura distração, colocava um a mais ou um a menos. Chegando ao cúmulo de não ter colocado açúcar algum, desta última vez.

 

Irritada, e aproveitando que não havia nenhum cliente na sala de espera – fato extremamente raro – Jessica gastou uns bons minutos repreendendo a moça. Que, ao final do sermão, apenas utilizando um gesto mínimo de cabeça, concordou com tudo que sua chefe lhe dissera, calada. Mesmo sendo obrigada a suportar humilhações piores do que essa Yuri nunca retrucava. Apenas inclinava-se enquanto murmurava um pedido inaudível de desculpas, este era aceito pela Jung com xingamentos contidos pela mesma.

 

O motivo para Yuri suportar tudo sem dizer uma palavra? Simples, não tinha escolha, era o único emprego em que conseguira durar mais do que três meses, além disso, o mercado de trabalho estava muito concorrido, até mesmo os trabalhos mais insignificantes exigiam uma certa qualificação que a morena ainda não tinha. Até terminar suas especializações, pelo menos, teria que aguentar Jessica e seus joguinhos.

 

Mesmo reclamando dia e noite de sua secretária desastrada, Jessica não escondia o desejo que tinha pela mesma, desejo esse que era suficiente para a Jung não despedi-la. Quando tinha plena certeza de que a Kwon estava absorta em seu balcão, do outro lado da porta de vidro que separava o consultório da doutora da sala de espera dos pacientes, Jessica gastava seus preciosos minutos de tempo livre observando atentamente Yuri. Indagava consigo qual seria a textura dos lábios da morena, quão macia sua pele poderia ser, como seria seu sabor? Essas perguntas vinham a mente da jovem psicóloga mais vezes do que ela queria em apenas um dia.

 

Porém, mesmo dando sinais de seu interesse, Yuri simplesmente não os via ou apenas fingia-se de desentendida ignorando-os. Jessica estava cada vez mais convencida de que a possibilidade certa era a segunda, por isso, estava apenas esperando uma oportunidade.

 

Oportunidade essa que lhe caiu perfeitamente em uma sexta feira fria e chuvosa de março, a qual a maioria de seus clientes preferiu não sair de casa e dessa forma, adiar suas seções. Jessica estava lendo um artigo sobre os distúrbios psicológicos mais comuns que afetam adolescentes em uma revista que lhe fora emprestada por um colega quando as duas batidas na porta, característica de Yuri, a fez levantar os olhos na direção da porta de vidro.

 

– Lee Chayeol e  Kim Minjong desmarcaram as seções de hoje, Kang Minwoo ligou pedindo para remarcar a seção das cinco e meia. – Yuri anunciou sem tirar os olhos da pasta que tinha em mãos.

 

– Então tenho o resto do dia livre. – Jessica murmurou, sem a intenção de que Yuri escutasse, esta porém não apenas ouviu como indagou timidamente logo em seguida.

 

– Nesse caso, posso ir para casa?

 

A psicóloga encarou a morena por alguns segundos ponderando depressa sua resposta antes de declarar polidamente.

 

– Antes traga café para mim.

 

– Com licença. – Yuri assentiu já se retirando.

 

Ao pegar seu casaco que deixara no cabide dentro do pequeno banheiro do consultório notou outro dos muitos bilhetes que apareciam misteriosamente em seus bolsos desde que viera trabalhar no consultório. Esse seria o terceiro do mês. Exatamente na mesma fonte que os bilhetes anteriores este dizia:

 

 

Não insista em fugir do que já te capturou.

 

 

Yuri balançou a cabeça negativamente várias vezes enquanto amassava o papelzinho. Já estava cansada disso, óbvio que notara os olhares nada castos de Jessica para si, também entendera o real significado dos pedidos da Jung para que ficasse até mais tarde. Porém insistia em fugir de ambos, da mesma forma que recusava com uma desculpa qualquer as ofertas de hora extra, também deixava passar as frases de duplo sentido e fingia não notar os olhares luxuriosos que sua chefe lhe direcionava descaradamente quando pensava não ser notada.

 

Estes últimos olhares luxuriosos e carregados de segundas intenções, não eram porém, de apenas uma das partes, mesmo não assumindo por nada nesse mundo Yuri sentia uma atração inexplicável pela doutora. Não sabia dizer se era porque quando irritada Jessica se tornava sexy ao extremo ou se era quando a psicóloga ficava muda, quieta, quase invisível, os olhos fixos em algum ponto indefinido, seu rosto adotava uma expressão única, indecifrável, que atraia não apenas a curiosidade mas também o desejo de Yuri. Queria conhecê-la, desvendá-la, queria mergulhar no mar de interrogações em que se tornava o olhar Jessica.

 

Yuri perdera a conta das vezes em que flagrava a si mesma observando sua chefe nesse estado imóvel enquanto pensava coisas indecentes que não fora ensinada a pensar, ainda mais sobre outra mulher. Quando isso acontecia, corava inevitavelmente e abaixava a cabeça, tentando apagar aqueles pensamentos impuros de sua mente. Jessica já havia percebido isso, e quando tinha o prazer de ver sua secretária nesses momentos em que o rubor aparecia em suas bochechas, sorria consigo mesma imaginando quase a mesma coisa que Yuri pensava segundos antes de corar involuntariamente.

 

 

A morena entrou na cafeteria que estava localizada em frente ao consultório. A cafeteria fora fundada muito antes deste último ser inaugurado ali. Como Jessica pedia café todos os dias, Yuri já conhecia os atendentes, e um rapazote pálido de cabelos descoloridos estava sempre lá, com um donut extra que passou a incluir clandestinamente no pedido da Kwon.

 

– O de sempre? – ele perguntou, mal ela havia colocado os pés no estabelecimento.

 

– Vou querer um macchiato para variar um pouco. – Yuri entregou a ficha que havia recebido, mesmo só havendo mais duas pessoas ali. – Estou tomando expresso já faz três semanas.

 

– Com chantilly?

 

– Dispenso dessa vez.

 

Yuri sorriu para o rapaz, esperou as bebidas ficarem prontas encarando a fronte do prédio onde ficava o consultório, era um prédio simples, com a fachada pintada de branco e os detalhes em azul-claro. Cada andar abrigava um consultório ou um escritório jurídico como acontecia no quarto andar, alguns fregueses exaltados do pobre advogado faziam-se ouvir do calmo consultório da psicóloga. Por causa disso Yuri saberia muito bem, dizer como andam as negociações do divórcio de uma certa senhora que deve considerar não gritar ao falar um pecado digno de fogueira.

 

– Aqui está! – o chamado do rapaz a resgatou de seus pensamentos a respeito do divórcio daquele conturbado casal.

 

– Colocou um donut de novo? – disse Yuri ao conferir o pacote antes de caminhar até o caixa. – Já disse que Jessica não gosta deles e eu sou obrigada a comer.

 

– Já disse que não é para Jessica! – o rapaz piscou. – Vá logo ou você vai se atrasar dois minutos!

 

Com uma gargalhada contida em um sorriso de canto Yuri saiu da cafeteria. Esse diálogo com o atendente da cafeteria se repetia, com poucas variações, quase todos os dias. Protegendo-se do vento frio e da chuva que agora ficava mais forte com o capuz do casaco a Kwon atravessou a rua desviando de algumas poças enquanto driblava pedestres mais lentos.

 

Mesmo assim chegou um ou dois minutos atrasada, antes de adentrar o consultório novamente deu-se conta de que havia esquecido de pedir que o rapaz colocasse dois cubos de açúcar no expresso de Jessica, fazendo o café vir, mais uma vez, sem açúcar. Suspirou pesadamente enquanto fechava a porta atrás de si. Atravessou a sala de espera cabisbaixa já prevendo a repreensão que receberia assim que a Jung provasse o café.

 

– Você demorou três minutos a mais do que o normal. – Jessica proclamou assim que a morena bateu na porta de vidro encarando os ponteiros do relógio de pulso.

 

– A chuva está mais forte. – disse simplesmente, ignorando a sutil acusação de sua chefe.

 

– Você veio de ônibus para o trabalho não? – esta replicou provando o café.

 

“Sem açúcar.” Constatou colocando o copo de isopor novamente na mesa.

 

– Vim. – Yuri abaixou o olhar.

 

Sabia que Jessica já havia tomado conhecimento de seu esquecimento. Era apenas uma questão de segundos para a psicóloga repreendê-la.

 

– Não pode ser molhar nessa época, vai ficar doente, eu te dou uma carona.

 

– Mas

 

– Não me agradeça! – Jessica cortou-a antes que ela retrucasse. – Vamos aproveitar para ir agora antes que o trânsito piore.

 

Levantando-se e deixando implícita a ordem para Yuri segui-la Jessica pegou seu casaco, seu café sem açúcar, sua bolsa, alguns papéis e fechou o consultório. A morena adentrou o carro de sua chefe em silêncio, incumbiu-se de bebericar seu café o caminho todo, para evitar ser obrigada a encontrar um assunto em comum e manter uma conversa. Jessica não conseguia evitar olhar de soslaio para os lábios da Kwon, úmidos de café, assumiram uma coloração vermelho-escuro. Nunca antes sentira tanta necessidade de prová-los.

 

– Não estamos na minha casa! – Yuri exclamou quando o carro parou em frente a uma residência que, com certeza, não era a sua.

 

Ignorando a afirmação da mais nova Jessica apertou o controle remoto fazendo o portão da garagem abrir, estacionou o carro, indiferente aos protestos de sua secretária indócil.

 

– Desça. – ordenou polidamente.

 

Encolerizada Yuri obedeceu, seguiu Jessica até a sala, onde esta pediu que sentasse no sofá. Ainda com a expressão fechada e irritadiça Yuri obedeceu.

 

– Sabe que posso denunciá-la por sequestro. – avisou enquanto sentava-se cruzando os braços e as pernas simultaneamente.

 

– Você não tem esse direito. – Jessica respondeu rispidamente. – Te trouxe aqui porque temos assuntos pendentes.

 

– Me desculpe, mas não temos nenhum assunto em comum que não seja relacionado ao trabalho! – Yuri afirmou convicta, mesmo sem conseguir tirar os olhos dos ombros e pescoço desnudos que a Jung agora exibia ao se livrar do casaco que utilizava no trabalho, ficando apenas com uma camisa frouxa e decotada.

 

– Você se engana, mas seus olhos não. – a americana sorriu maldosa. – Vê esse café?

 

Apontou para a bebida praticamente intocada que havia deixado em cima da mesa da sala. Yuri assentiu muda. Jessica pegou a bebida e estendeu à Kwon.

 

– Prove e me diga o que há de errado com ele!

 

Ainda calada Yuri obedeceu. Tomou um longo gole, ignorando o gosto amargo e a temperatura fria do café. Passou a língua pelos lábios ao devolver o copo para a Jung que a observava ainda em pé.

 

– Está amargo. – anunciou, encarando pela primeira vez sua chefe.

 

– Exatamente. – Jessica concordou.

 

– Eu esqueci o açúcar, me desculpe, vou prestar mais atenção da próxima vez. – Yuri engoliu em seco quando Jessica sentou em seu colo.

 

– A questão Yuri, é que você tem sido uma péssima secretária, e está na hora de ser punida. – as mãos da loira invadiram a camisa da morena, deslisando livremente pelo abdômen e seios da mesma, ao contornar estes últimos Yuri gemeu entredentes.

 

– Seu coração está acelerado e sua pele está quente. – constatou arranhando o abdômen definido da mais nova, esta negou com a cabeça freneticamente tentando de forma inútil controlar seus batimentos cardíacos e sua respiração ambos acelerados. – Você ainda vai negar que quer isso?

 

 


Notas Finais


Foi isso <3 <3

Pretendo atualizar em breve, já comecei a escrever a continuação mas não vou colocar prazos ;) espero que vcs tenham gostado, comentários são sempre bem vindos :3 bjs mores e até o próximo <3


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