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História Dois Lados da Mesma Moeda - Detenção


Escrita por: FloresMortas

Notas do Autor


Mais um capitulo como prometido. Como já dito os relacionamentos se desenvolveram lentamente mas será recompensador haha.
Espero que gostem.

Capítulo 3 - Detenção


Draco caminhava para o escritório do Professor Slughorn com uma carranca. Seus pensamentos estavam uma bagunça. Desde a desastrosa aula de Poções o loiro estava tendo problemas em se convencer que a Amortentia não havia cheirado como Ha-Potter. Tudo estava indo muito bem quando o outro garoto teve a coragem de se aproximar dele. Draco não ousou olhar para o Grifinória quando seu cheiro o acertou em cheio. Era algo como grama, suco de abóbora e algum tipo de detergente trouxa (Draco lembrou da sua estadia na casa dos tios do garoto) e claro, era tão Harry. E então o Garoto que Sobreviveu havia falado com ele. Como se não estava claro que o loiro estava o ignorando. A aula havia acabado de forma espetacular com Draco sendo forçado a espalhar sua poção por todo o chão e inventar uma situação, só para assistir Harry ganhar o frasco de Felix Felicius. Ridículo.

     Mais tarde, soube que os convites para se juntar ao clube de Slughorn haviam acabado, o que o deixou literalmente bufando.

     Resumindo, o Sonserina havia tido um dia horrível e detenção com Potter certamente não o melhoraria.

     O grifinória já se encontrava no escritório de Slughorn quando Draco chegou. Ele estava encarando de um jeito que fez o loiro se sentir incomodado, mas absteve-se. Adentrou o escritório e ficou ao lado de Harry. O Professor atribuiu a cada um deles a tarefa de limpar todos seus porta retratos, que estavam autografados por seus alunos preferidos. Depois que explicou o que deveria ser feito deixou a sala para procurar ingredientes para a professora Sprout.

     Os dois alunos trabalharam em silêncio por algum tempo, sentados lado a lado. Então Potter deixou de lado o porta retrato que estava limpando.

     - Voldermort... - Draco estremeceu ao ouvir o nome do Lorde das Trevas - ordenou que você matasse Dumbledore - olhos verdes encararam cinza-prateados e o loiro sentiu seu coração disparar.

     Se ele tinha sido incumbido de uma missão tão importante quanto matar o velho mago, o Lorde das Trevas o mataria se falhasse. Mas sabia que não poderia fazer aquilo. Draco não idolatrava o Diretor mas também não o odiava a tal ponto. Sua fúria e medo estava direcionado para apenas uma pessoa - se aquele monstro ainda pudesse ser chamado de pessoa. O loiro tentou mascarar suas emoções, mas o olhar de Potter transmitia simpatia e por um instante se sentiu fraco e inútil. Odiava se sentir daquele jeito.

     - E ai está. Harry Potter, arruinando minha vida novamente! Se não bastasse eu ter que servir aquele monstro... - o loiro sentiu suas entranhas derreterem e uma enorme vontade de chorar mas usou todo seu auto controle.

     Harry observou enquanto o loiro digeria aquela notícia. Novamente aquela sensação esmagadora de culpa recaiu sobre seus ombros. Após algum tempo, Draco parou de tremer e voltou seu olhar para o garoto que sentiu um arrepio descendo por sua espinha.

     - Bem, uma vez que não planejo matar o velho, o que você sugere? - Harry o olhou com espanto - você pensou que eu ia obedecê-lo?

     - Não, mas achei que eu teria que te convencer ou algo do tipo - disse olhando para o loiro com a expressão confusa.

     - Quantas vezes vou ter que repetir que não sou igual ao meu pai? Que eu nunca quis fazer parte disso? Meu pai... - Draco suspirou se levantando e ficando de costas para o grifinória.

   - Conte-me - O loiro podia sentir os olhos de Harry nas suas costas e apenas imaginou como ele o estaria examinando no momento. Draco respirou fundo, organizando seus pensamentos.

     - Meu pai me criou para eu ser igual a ele. Queria um comensal da morte mas do queria um filho. Mas eu nunca poderia me tornar uma daquelas coisas. Quando contei a ele que não queria seguir o Lorde das Trevas ele não quis escutar. Começou a me treinar com ainda mais determinação depois daquele dia, se tornando cada vez menos o homem que um dia chamei de pai. Quanto mais tempo eu passava na presença do Lord das Trevas mais eu sabia que não queria seguir alguém como ele. Alguém que empunha medo nos seus servos e os trata como lixo. Eu nunca serei um servo - Draco disse encarando o vazio a sua frente, como se estivesse revivendo todas as lembranças.

     O loiro então esperou Harry dizer alguma coisa, o quê demorou alguns minutos.

     - Sempre pensei que estava no seu sangue, odiar trouxas e agir como se fosse melhor que todo mundo por causa do seu nome.

     Draco encolheu os ombros e finalmente se virou, olhando Harry nos olhos.

     - Não vou fingir que não tenho preconceitos. Fui criado por eles. Mas não sou um assassino - disse e sua expressão se suavizou - E Malfoys são melhores que todo mundo. Não preciso sacrificar minha liberdade para provar isso - um sorriso se desenhou no rosto do loiro e Harry o encarou, surpreso pela repentina mudança de humor do rapaz.

     O jovem voltou sua atenção para o porta retrato e começou a limpá-lo. Draco retornou para seu lugar ao seu lado.

     - Acho que devíamos contar para alguém. Dumbledore ou... - Harry disse.

     - Severus - o loiro falou rapidamente. Potter olhou para o garoto como se chifres tivessem nascido em sua testa.

     - Só pode estar brincando... - o grifinória falou, se esquecendo novamente do porta retrato que estava limpando.

     Draco revirou os olhos.

     - Ele é meu padrinho - tecnicamente isso não era verdade. Severus e os pais de Draco eram próximos o bastante para o nomear assim. O loiro adotou o termo com a permissão do Mestre de Poções quando se aproximaram no quarto ano. Snape era o único com quem ele podia conversar sobre seu pai e o Lorde das Trevas. O homem havia acolhido Draco como um filho.

     Harry o olhou com curiosidade e... talvez um pouco de tristeza?

     - Ele é desprezível - disse, olhando para suas mãos. Draco sorriu, e o grifinória o encarou.

     - Assim como eu. Por isso nos damos tão bem - era verdade. Draco sabia que o homem havia cometido erros. Ele era um comensal da morte, e guardava um rancor como ninguém. Mas era por isso que o loiro gostava dele. Snape o mostrava que pessoas cometiam erros mas ainda sim podiam ser boas. Ou talvez ele não era bom. Mas ele não se importava.

     Harry assentiu, parecendo estar pensando em algo.

     - Tudo bem, Dumbledore primeiro, depois Snape. E talvez seria melhor se você falasse com ele sozinho. Porque, como você deve ter percebido, ele não gosta muito de mim - Draco bufou. Harry sorriu ironicamente observando o rapaz.

     - É lógico que ele não gosta. Você é totalmente inepto nas aulas dele.

     Harry sorriu de novo.

     - Na realidade, eu sou ótimo nas aulas dele - Draco se esquecia que Severus lecionava Defesa Contra as Artes das Trevas agora - e se você se lembra, minhas habilidades em Poções melhoraram drasticamente.

     - E se você se lembra, minha poção foi totalmente destruída para nos trazer aqui. Eu nunca perderia em uma competição contra você, Potter - falou com um ar superior. O Grifinória sorriu de um jeito bem Sonserina ao ouvir isso.

     - Isso soou como um desafio, Malfoy - Draco levantou uma sobrancelha.

     - Com medo, Potter?

     - Vai sonhando.

     Os dois riram com isso, retornando para a tarefa de limpar os porta retratos em silêncio. Depois de um tempo, Draco percebeu que o jovem havia parado de trabalhar e encarava uma foto numa mistura de sentimentos.

     - Potter? - o loiro perguntou.

     O Grifinória sorriu distante como se esquecendo de com quem estava conversando.

     - Minha mãe. Aparentemente, ela era aluna do Professor Slughorn - Draco se aproximou para conseguir ver. O garoto de cabelos escuros apontou para uma mulher atraente de cabelos ruivos que sorria lindamente. Harry e ela tinham os mesmos olhos, pensou - eu queria ter tido a oportunidade de conhecê-la, sabe? A Senhora Weasley me considera como um filho mas não é um relacionamento que eu imaginara ter com minha mãe. O único momento que... - o garoto observou Draco com um sorriso triste - O único momento que me senti assim foi com sua mãe.

     Os olhos de Draco se arregalaram em surpresa. Narcissa Malfoy era a mulher mais forte que conhecia. Ela se negou a virar uma comensal da morte, apensar de seu marido e sua irmã terem sido marcados. E ela o amava acima de tudo e de todos.

     O loiro não respondeu, se sentido desconfortável com a familiaridade que Potter havia falado com ele. Eles eram rivais, pelo amor de Merlin. Eles não deviam falar de suas mães como se fossem amigos. Era completamente ridículo. Como Potter não conseguia ver isso? Draco se endireitou e recomeçou a limpar os porta retratos, decido em não falar com o jovem pelo resto da detenção.

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     Quando Slughorn retornou ao escritório, ele encontrou os dois trabalhando em silêncio.

     - Isso é tudo por hoje rapazes. Espero que vocês sejam mais cuidadosos da próxima vez, sim? E por favor não gritem mais na minha aula - os dois assentiram e deixaram a sala.

     O toque de recolher estava próximo. Os corredores do castelo se encontravam praticamente vazios, enquanto se dirigiam para o escritório de Dumbledore. Harry sorriu, apesar do assunto que iam discutir ser grave. Ele e Draco conversaram - realmente haviam conversado! - sem brigar. Pelo menos não literalmente.

     - Você sabe a senha? - Draco perguntou. Harry balançou a cabeça.

   - Deve ser algum tipo de doce - a senha acabou sendo Bertie Botts (feijõezinhos de todos os sabores). Os jovens subiram as escadas discutindo quais os sabores que mais gostavam. Harry ficou feliz ao saber que os dois gostavam do sabor de maçã verde, apesar de Draco insistir que seu paladar era mais refinado.

     - Entre - Dumbledore disse por trás das portas de seu escritório. Os jovens entraram em silêncio - Sentem-se, sentem-se. Gota de limão? - os dois balançaram a cabeça e o velho mago sorriu - o que posso fazer por vocês, garotos?

     Harry se endireitou, olhando o diretor nos olhos. Organizando seus pensamentos.

     - Senhor, é sobre Voldermort. Ele está planejando matá-lo - o jovem continuou a contar toda a estória, começando da troca de corpos. Draco mante-se em silêncio, olhando para as mãos. Dumbledore olhou intencionalmente para o Sonserina quando Harry mencionou o feitiço que dera errado, mas não comentou. Quando o garoto terminou de falar, o velho mago se levantou e Malfoy finalmente o olhou nos olhos.

     - E você tem certeza que não quer seguir com esse plano, Senhor Malfoy?

     Draco o encarou, atordoado pela pergunta.

     - Sim, senhor - Disse e Dumbledore assentiu.

     - Então me parece que terei que rever suas opções. Tente não se preocupar muito. Avisarei quando tiver uma resposta - parou de falar, olhando para cada um dos garotos com... afeto? - e obrigado por virem até mim. Estão dispensados.

 

     - Você está bem? - Harry perguntou, uma vez que saíram do escritório do diretor - você estava muito calado lá atrás.

     - Estou bem - Draco assentiu e endireitou os ombros.

     Quando chegaram ao local onde se separariam, Harry parou, mordendo os lábios nervosamente.

     - Draco, desde que estamos trabalhando juntos, não deveríamos ser mais... inimigos, então eu estava pensando... - o jovem gaguejou tentando pensar em uma maneira de dizer sem que o loiro o contrariasse - podemos firmar uma trégua? Ainda seríamos rivais em público mas...

     - Está bem, só pare de gaguejar coisas sem sentido - disse, interrompendo o Grifinória.

     Harry suspirou em alívio e estendeu sua mão. Draco pausou, olhando e depois encarou o jovem. O moreno assentiu com um sorriso. Sabia que o Sonserina estava pensando no que isso representava. O aperto de mão recusado que iniciou toda a rivalidade entre eles. Draco aceitou.

     - Boa noite, Draco.

     - Boa noite, Potter - aparentemente os primeiros nomes estavam fora de questão. Harry pensou que fazia sentido. Depois do quê havia feito, conquistar a amizade de Draco seria um grande desafio. E por que queria a amizade do loiro?

     Eles seguiram para caminhos diferentes, e Harry não podia tirar o sorriso de seu rosto. Sua mão formigava onde o loiro havia tocado. Tento se convencer que aquilo era normal. Tinha que ser.

     O garoto continuava sorrindo ao entrar na sala comunal da Grifinória. Rony e Hermione estavam sentados em frente da lareira, discutindo sobre algo. Ambos o olharam e sorriram. Sentou-se ao lado deles com uma expressão leve e tranquila. Hermione levantou uma sobrancelha, a garota o encarava com um olhar interrogativo. Mas Ron não percebeu.

     - Por que demorou tanto? - o ruivo perguntou - quase fomos atrás de você.

     - Dumbledore queria falar comigo sobre o Professor Slughorn - Harry disse facilmente. Sentiu um pouco de culpa por mentir para seus amigos, mas empurrou tais pensamentos para longe.

     - Como foi a detenção com Malfoy?

     Harry encolheu os ombros em resposta.

     - Não conversamos muito. O professor nos mandou limpar sua coleção de fotografias - esperando mudar de assunto, perguntou - conseguiram um convite para o clube do professor Slughorn?

     - Ah sim! Ron está chateado por que Gina recebeu e ele não - o ruivo fechou a cara, mas quando Harry e Hermione começaram a rir sua expressão se iluminou. Os três começaram a conversar sobre coisas aleatórias e foram os últimos a irem dormir aquela noite.


Notas Finais


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