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História Dois Mundos - Uzumaki Sakura


Escrita por: YoiHon

Notas do Autor


Boa noite, pessoas lindas!

Eu ia demorar um pouquinho mais para atualizar (tem que estocar capítulos pro inverno, esse tipo de coisa), porém a capa que a JulisBW fez ficou tão linda que eu tive que vir atualizar <3 Obrigada, de coração!

Sobre o capítulo: esqueci de avisar antes que o capítulo anterior era um prólogo, hehehe! De regra geral, serão sempre capítulos alternando a história, um pela visão da Uzumaki Sakura e outro pela visão da Uchiha Sakura.

Uma última coisa: não sei terminar capítulos de forma empolgante. Peço desculpas por isso.

E acho que dessa vez não esqueci de nada.

Boa leitura!

Capítulo 2 - Uzumaki Sakura


As sacolas estavam um pouco pesadas. Eu não podia reclamar, pois foi eu quem brigou com Naruto para assegurar a capacidade de andar por aí sozinha. Apesar dele dizer que tudo bem, eu sabia que deveria haver um ou dois ANBUS me vigiando e que eu poderia pedi-los para levarem as sacolas pra mim. Mas esse era o tipo de coisa que meu orgulho não me permitiria, por isso, arrastei minha barriga de oito meses e mais seis pesadas sacolas de compra pela rua de casa.

Naruto andava extremamente ocupado desde que assumiu o posto de hokage, há uma semana, e eu estava de folga do hospital desde essa mesma data, quando completei 34 semanas de gestação. Logo, tinha o dia inteiro pra ficar em casa sozinha e fazendo absolutamente nada. Isso resultava em manhãs fazendo compras, preparando comida para almoçar com Naruto – apenas nos dias que ele tinha tempo – e tardes passadas com Ino ou Tsunade. Cheguei em frente de casa e suspirei, aliviada. Coloquei as sacolas no chão com cuidado e de forma desajeitada, uma vez que minha barriga não permitia movimentos muito bruscos, enquanto procurava a chave de casa na minha bolsa.

A casa estava silenciosa, como estava já há uma semana. Arrastei as compras para dentro, fechando a porta desajeitadamente com meu pé. Caminhei até a cozinha, olhando para os porta-retratos dispostos no corredor - dois de Minato e Kushina, dois do meu casamento com Naruto.

Após guardar todas as compras, senti enfim a dor nas costas, nos braços e nos pés ficar impossível. Deus, carregar uma criança está se mostrando mais complicado que lutar na guerra ninja. Subi para o banheiro, liguei a ducha gelada, tirei com custo toda minha roupa e entrei na água. Meus cabelos longos encharcaram rapidamente e caiam até o alto de meu quadril. Lavá-lo está se tornando cada vez mais difícil, e segurando uma madeixa na mão, pensei em cortá-lo novamente.

Depois do banho, enrolei uma toalha em meu corpo – que mais parecia um barril – e outra em meus cabelos e fui para o quarto. A cama estava no centro do quarto, perfeitamente arrumada. As mesinhas de cabeceira continham uma moringa, um abajur e um relógio. Sobre a cômoda, apenas mais porta retratos. O mais recente – de semana passada – era uma foto minha com Naruto, no dia de sua nomeação, com seus braços ao redor de minha barriga, de forma protetora, e usando sua capa escrita “sétimo hokage”. O nosso mais antigo era a tradicional foto do time 7 com Kakashi-sensei. Havia uma foto linda com Kushina grávida ao lado de Minato e outra comigo de 5 meses ao lado de Naruto. Era engraçado ver como nos parecíamos tanto com seus pais. E, havia uma foto minha vestida de noiva ao lado dos meus pais. Eram todas fotos alegres.

Peguei uma das minhas roupas de gestante – um vestido rosa claro longo, que realçava o tom de meus cabelos. Vesti-a rapidamente, cuidei da higiene básica e peguei minha escova de cabelo. Sentei-me na cama, pois até o processo de me vestir já estava se tornando cansativo. Enquanto desembaraçava os cabelos, pensava o que iria fazer. Ainda era cedo, mas se Naruto viesse almoçar em casa hoje eu deveria começar a preparar o almoço agora. Com os cabelos desembaraçados e soltos para secar, guardei a escova, estendi as toalhas e fui para cozinha, rumo ao telefone.

Disquei o número do escritório do Hokage. Naruto atendeu no terceiro toque.

 - Alô? – perguntou ele, com sua voz cansada. Sorri.

 - Oi querido, tudo bom? – indaguei ao meu marido. Eu não podia ver, mas senti seu sorriso na sua voz.

- Sakura-chan! – ele exclamou, verdadeiramente surpreso. Bufei. Anos de casados para meu marido ainda usar honoríficos para se referir a mim. – Estou bem melhor agora. E você? Cansada? Está tudo bem com você e o bebê? – ele jogou a torrente de perguntas pra cima de mim. Com certeza os ninjas tinham ido fazer o seu serviço e relatar meus passos, e agora ele estava preocupado. Suspirei.

- Estou ótima, e o bebê também. Hoje ele chutou pouco, acho que ainda está dormindo depois de passar a noite toda travando batalhas dentro de mim – disse, com um sorriso. Pude sentir Naruto sorrir do outro lado também. – liguei pra saber se você vem almoçar em casa hoje.

- Não sei, o Shikamaru disse que tem muitos documentos necessitando da minha atenção... – ele pareceu verdadeiramente triste ao dizer isso.

- Tudo bem, não se preocupe. Eu e o bebê levaremos uma marmita para você aí.

- Obrigado, Sakura. Eu amo vocês.

- Também amamos você, querido. Até – disse, desligando o telefone.

Olhei resignada para a cozinha. Eu não via a hora do bebê nascer, pois ficar em casa fazendo nada era inquietante pra mim. Até meu sétimo mês, eu conseguia agir normalmente com tudo, e inclusive conseguia tempo para me dedicar aos meus experimentos na farmacologia e toxicologia. Naruto ainda era professor da academia, e, apesar dele ter mais tempo livre, nossa rotina era apertada. Agora, comigo de licença, ele era um hokage cheio de ocupações e quase não tínhamos tempo para passar juntos. Quanto aos meus experimentos, ficar muito tempo em pé ou muito tempo sentada era cansativo, então quase não trabalhava mais.

Comecei a preparar almoço para mim e a marmita para levar para Naruto. Depois de finalizar o almoço e a marmita, olhei para o relógio. Eram 11:34 da manhã, era o tempo exato de eu almoçar, limpar a pia e sair para encontra-lo. Preparei a mesa para mim e, quando já ia me sentar, o telefone tocou. Fui atender.

- Alô?

- Sakura! Tudo bom? – disse a voz alegre de Ino do outro lado. Sorri.

- Oi Ino! Tudo ótimo, e com você?

- Estou bem. Escuta, estou com um problema aqui no hospital e queria pedir sua opinião. Você pode dar uma passada aqui ainda hoje?

- Claro! Vou só levar a marmita do Naruto e dou uma passada aí, pode ser?

- Sem problemas! Até mais! – disse ela, desligando o telefone.

Pelo menos eu teria algo para fazer hoje a tarde – pensei comigo mesma. Almocei rapidamente, limpei toda a cozinha e quando vi, já era 12:06. Fui para o quarto novamente, prendi meu cabelo num rabo de cavalo alto para não suar, peguei minha bolsa tiracolo, a marmita de Naruto e sai de casa.

Konoha estava toda florida. A primavera havia chegado, e os tempos haviam mudado. As pessoas olhavam para mim na rua e sorriam, e eu lhes devolvia o sorriso amigavelmente. Passando em frente ao mercado, encontrei com Temari saindo de lá, o pequeno Shikadai em seus braços, observando tudo ao seu redor curioso, com olhos intensos e inteligentes. Ela sorriu assim que me viu.

- Sakura! Como vai? – disse ela, alegre.

- Temari, quanto tempo! Estou ótima. E você?

- Estou bem também. Indo ver Naruto?

- Sim, vou levar a marmita dele.

- Ah, que ótimo! Posso acompanha-la? Preciso ver o Shikamaru.

- Claro, vamos indo! – disse, retomando a andar com Temari ao meu lado.

Temari e eu nos tornamos muito próximas. Ela se casou com Shikamaru e veio para Konoha, e como não tinha muitos amigos ou família por aqui, me encarreguei de ajuda-la no que fosse preciso. Nos tornamos muito amigas, e sempre saíamos juntas – ela, Ino e eu. Depois que Shikamaru assumiu a posição de conselheiro, ela passou a frequentar cada vez mais lá em casa, pois se sentia muito sozinha em suas horas vagas. Porém, desde que seu filho nasceu, ela passava o tempo inteiro ocupada com ele. A última vez que eu a vi foi há 2 semanas, quando fui visitar a ela e ao Shikadai.

- E o pequeno Shikadai? – indaguei, brincando com o bebê de cinco meses em seu colo.

- Ele é um amor – disse ela, apertando mais o filho em seus braços – quase não chora. Adora observar o ambiente, as pessoas, o céu... Nem parece o pai – brincou ela, sorrindo. – Me pergunto se vai reclamar bastante quando crescer.

 - Não duvide dos genes do clã Nara – brinquei com ela, e ambas sorrimos.

- E como está o bebê? – perguntou Temari. Sorri.

- Agitado como o pai, porém é madrugador. Agora está quieto e sereno, daqui a pouco acorda e vai até altas horas da noite me chutando – compartilhei um sorriso com ela.

- Bem o filho do camarãozinho mesmo! – exclamou ela, e gargalhamos juntas.

A construção vermelha e familiar já estava na nossa frente. Temari subiu as escadarias devagar, a fim de me acompanhar. Shannaro, subir umas escadas estava me cansando! Eu segurava no corrimão e subia devagar. Quando chegamos, respirei aliviada. Ainda acho que todos os ultrassons que fiz estavam errados e que tem mais de um bebê aqui, só pode!

Caminhamos juntas até a sala do hokage. Bati na porta e ouvi a voz cansada de Naruto convidando a entrar.

Abri a porta animada, disposta a animá-lo.

- Desculpe o atraso querido, trouxe seu... – e me interrompi quando ergui os olhos e me deparei com um par de olhos negros me fitando. - ...almoço.

Ele estava parado em pé ao lado de Naruto, ambos olhando papéis jogados sobre a mesa e algum arquivo aberto no computador. Ele continuava lindo, os cabelos negros e brilhantes que caiam sedosos e escondiam seu rinnengan. O olho que estava descoberto era escuro e profundo – porém triste. Ele sempre teve olhos tristes. Shikamaru estava parado numa estante, e ergueu os olhos quando viu sua mulher e filho.

- Temari! Não sabia que você viria – disse ele, caminhando até a mulher e tomando o filho nos braços.

Todos trocaram cumprimentos. Shikamaru virou-se para Naruto.

- Enquanto você almoça, vou sair um pouco. Não enrole com esses documentos, Naruto – disse ele, e Naruto fez uma careta.

- Tá, tá... – meu marido disse, enquanto o conselheiro saia com sua esposa e filho da sala, deixando apenas o time sete dentro da sala.

- Sasuke-kun, quanto tempo - puxei o assunto. Ainda me era constrangedor olhar para ele, por algum motivo. – Como você está?

- Sakura – disse ele, como um cumprimento. Eu ainda não havia me acostumado com o tom intenso de sua voz. – estou ótimo. Você está bem? Já está quase nascendo, pelo visto – ele comentou. Faziam 9 meses que eu não vira Sasuke-kun, porém Naruto contou a ele por uma carta.

- Sim. Nasce em até 6 semanas – respondi, levando minha mão a barriga, por impulso.

O bebê chutou minha barriga onde estava minha mão naquele exato momento. Isso fez com que eu me sentisse muito melhor, mais calma.

- Parabéns!

- Sasuke, nós gostaríamos de falar com você a respeito disso... – começou Naruto, sorridente.

Sasuke-kun sempre se disse feliz pelo meu casamento com Naruto, mas apesar de tudo, ele não apareceu na cerimônia. Ele disse que estava investigando por ameaças em outras dimensões, e passava a maior parte do tempo fora da vila, assim quase não nos víamos. Porém, ele era uma pessoa muito importante na minha vida – e na do Naruto.

- Sobre o que?

- Estive conversando com a Sakura-chan, e nós queremos que você seja o padrinho do nosso filho – pediu Naruto, com um sorriso enorme. Sorri também, para mostrar que eu também desejava isso.

Sasuke-kun olhou para nós dois, chocado. Seus olhos estavam arregalados de surpresa e sua boca abriu ligeiramente.

- Vocês... tem certeza disso? – indagou Sasuke-kun. Senti como se a pergunta fosse dirigida a mim, e lancei um sorriso ainda maior, aproximando-me de Naruto e dele.

- Claro, Sasuke-kun. Você é como da nossa família, e não consigo pensar em ninguém melhor para nos ajudar a ensinar tudo de bom para nosso filho – disse, colocando a mão na barriga novamente, de forma involuntária. O bebê chutou, e dei um sorriso. – olha, ele também concorda! – disse, constrangida. Naruto também sorria abertamente, esperando pela resposta de Sasuke.

- O que você acha, Sasuke? – perguntou meu marido.

- Eu... é claro que... eu... quer dizer... sim, eu aceito. Me sinto honrado – disse ele, ainda surpreso com nosso convite inesperado. – Qual o nome dele?

- Ainda não sabemos se é ele ou ela – respondi, sorridente. – Mas estivemos pensando em alguns nomes... Não somos muito bons nisso – meu marido deu uma risada nervosa, e Sasuke deu um meio sorriso triste. – por enquanto, só o chamamos de bebê.

- Eu... entendo... – disse Sasuke, por fim.

 Seu olhar me deixava inquieta, e aproximei-me de Naruto por trás, apertando ligeiramente seu ombro. Naruto sempre conseguia me acalmar. O silêncio constrangedor que se instalou ali me deixou desconfortável o suficiente. Ficar perto de Sasuke-kun ainda era desconfortável demais pra mim, por algum motivo desconhecido. E nosso silêncio desconfortável sempre despertava lembranças em mim.

 Achei que, quando ele voltasse a Konoha, traria Karin a tiracolo consigo, porém isso não aconteceu. A primeira vez que ele voltou, eu já havia aceitado ser a namorada de Naruto. Ele não demonstrou nenhum sentimento com a novidade, apenas nos parabenizou e disse que tinha que voltar para suas viagens. Sua indiferença me doeu na época, porém foi quando eu definitivamente enterrei meus sentimentos por Sasuke-kun no fundo do meu coração.

Naruto era um namorado gentil e carinhoso. Passava sempre no hospital para ver como eu estava, era idolatrado e ao mesmo tempo odiado pelas mulheres que trabalhavam no hospital. Ele era companheiro, amigo, fiel, romântico. Durante nosso tempo livre, deitávamos em uma clareira na floresta – ele deitava em meu colo e eu alisava suas madeixas louras e macias. Era caloroso e agradável estar ao lado de Naruto. Me fazia muito feliz. Não era o turbilhão de sentimentos intensos e profundos que eu sentia ao lado de Sasuke. Gostar de Naruto era claro e tranquilo, como uma brisa de verão. Gostar de Sasuke foi como noites de tempestade com fortes rajadas de vento que destruíam tudo que ficasse em seu caminho. Eu era uma das coisas destruídas. Talvez houvesse um arco-íris me esperando no final da tormenta, porém tive medo de não sobreviver para vê-lo.

- Sakura-chan? – a voz de Naruto me despertou do meu devaneio. Corei, envergonhada.

- Desculpe querido. Eu estou um pouco cansada, e ainda tenho que ir dar uma ajuda para Ino no hospital – Naruto e Sasuke me fitavam curiosos.

- Não se sobrecarregue. Quer que eu te acompanhe até o hospital? – indagou Naruto, os olhos azuis preocupados e gentis. Sasuke também me fitava, preocupado. Suspirei.

- Estou ótima, não se preocupe – eu disse, me dirigindo a porta – Foi ótimo revê-lo, Sasuke-kun. Espero que fique mais tempo em Konoha dessa vez.

- Não se preocupe – disse Sasuke – esperarei o bebê nascer. Quero conhecê-lo antes de voltar a missão. – sua voz soou desanimada. Naruto não percebeu, pois me encarava ligeiramente preocupado. Dei um sorriso apagado.

- Que ótimo! Apareça lá em casa, farei uma comida especial para comemorarmos seu retorno. Até mais – disse, fechando a porta após ouvir as despedidas.

Com um suspiro pesado, me encaminhei para o mais longe do escritório do Hokage. As lágrimas caiam fluídas pelo meu rosto. Droga de hormônios! Secando as lágrimas com o dorso da mão, caminhei o mais rápido possível rumo ao hospital. 


Notas Finais


Bom, foi isso!

Desculpe pela formatação! Não consigo copiar e colar o texto sem mudar as conformações.

Até a próxima!


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