História Dois mundos e uma paixão - 2 Temporada - A chegada

POV Frisk

  Após comer os lanches que me ofereceram no avião, decidi que estava na hora de relaxar a aproveitar o vôo. Eu estava bem ao lado da janela, olhar pro horizonte me fazia imaginar situações fantasiosas, até mesmo fantasias que envolviam o Sans, mas prefiro não comentar sobre tais pensamentos. Senti meus olhos se fechando aos poucos, estava um pouco cansada. Quando voltei à realidade percebi que já havia chegado ao aeroporto... Eu dormi a viagem inteira.

  Assim que todos desembarcaram, segui com o grupo até o local onde iríamos pegar nossas bagagens. Minha mala foi uma das primeiras a ser colocada na esteira, ela era uma linda mala azul com um grande coração vermelho, Toriel a encomendou para mim. Assim que saí daquela área, avistei um homem alto e forte que trajava um terno elegante e segurava uma placa com o meu nome. Caminhei até ele e o mostrei minha identificação, ele assentiu e pediu que eu o acompanhasse.

  Fomos até um carro, era uma BMW com sua lataria em um preto fosco maravilhoso. O homem colocou minha bagagem no porta-malas e abriu a porta para que eu entrasse. Já dentro do carro, dei uma olhada ao redor e fiquei maravilhada com a beleza daquele carro. O homem se sentou no banco do motorista e ligou o carro, saindo do aeroporto logo em seguida.

  Estava maravilhada pela cidade, era bem movimentada, mas tinha certo nível de organização. As ruas eram decoradas com outdoors coloridos, as pessoas trajavam roupas elegantes, as lojas eram de renome... Aquele lugar era diferente de tudo que eu já havia visto, era incrível. Após alguns minutos me deparei com uma construção imensa, seu design era elegante e um grande robô imponente decorava a entrada do lugar, creio que aquela seja a central da A.A.T.

  Ao invés de entrar no território da empresa, o homem continuou dirigindo até um prédio pequeno e fofo, a entrada era decorada por várias flores. Foi um pouco desconfortável, o homem desceu do carro, pegou minha bagagem e entrou no prédio, tudo sem dizer palavra alguma. Ele caminhou até o balcão, passou algumas informações e recebeu uma chave, a recepcionista disse que ela pertencia ao quarto 22, este ficava no segundo andar. Pegamos o elevador até lá e, assim que as portas de abriram, o homem me acompanhou até o quarto indicado pela recepcionista.

– Senhorita Frisk, este é o hotel onde passará sua semana, tudo foi reservado e pago pela empresa.

– Obrigada.

– Não me agradeça, não fui responsável pela reserva, apenas enviado para ter certeza de que chegaria aqui em segurança – Ele levou a mão à gravata e a afrouxou um pouco.

– Então também devo lhe agradecer, afinal, gastou seu tempo para garantir minha segurança.

– Estava apenas cumprindo meu dever, nada de mais – Ele virou em minha direção – Virei buscá-la amanhã às 7:30 em ponto, esteja pronta.

– Estarei, não se preocupe. Obrigada novamente.

– Como lhe disse, estava apenas fazendo o meu trabalho – Ele se curvou fazendo uma leve reverência – Aproveite sua estadia. Tenha uma boa noite.

– Você também.

  Eu o observei enquanto ele caminhava rumo ao elevador, mas, antes de entrar, ele parou e olhou de relance para mim. Assim que percebeu que eu o havia visto olhando para mim, virou o rosto rapidamente e entrou no elevador. Aquilo foi um pouco estranho, mas vou ignorar.

  Destranquei a porta e entrei no quarto, tudo estava em seu devido lugar e era extremamente aconchegante. Organizei minhas roupas no armário, tirei meus sapatos e me joguei na cama, logo me embolando no edredom branco enquanto apreciava o fato da cama ser muito confortável.

– Devia mandar uma mensagem para dizer que a viagem foi tranquila, Sans e Toriel devem estar se corroendo de preocupação enquanto Asgore ri.

  Peguei meu celular, ativei a tela e escrevi uma mensagem carinhosa para eles dizendo que tudo havia dado certo e que os testes começariam no dia seguinte. Assim que enviei a mensagem, fui até o banheiro e apreciei um banho com água quente para preparar-me para dormir.

  Acordei no dia seguinte com meu despertador tocando, definitivamente não estava com vontade de levantar, mas sabia que era preciso. Tomei uma ducha e coloquei meu conjunto clássico, blusa de frio azul com listras cor de rosa, colar e brincos de coração, botinas... A única coisa diferente foi a calça Jean preta que coloquei.

  Assim que meu relógio marcou 7:30 ouvi leves batidas na porta. Eu a abri e lá estava o homem da noite anterior, ele trajava um terno diferente, mas ainda elegante.

– Suponho que a senhorita esteja pronta para partir.

– Sim, de fato estou. Apenas espere eu pegar minha mochila.

– Uma bolsa não seria mais adequada e prática de carregar? – Ele engoliu seco, respirou fundo e fechou os olhos – Peço perdão... Não devo interferir em suas escolhas, use aquilo que lhe parecer apropriado. Perdoe minha inconveniência.

– Relaxa, não precisa se preocupar com isso. Não há necessidade de ser tão formal e sério comigo, pode ficar à vontade – Ele não me respondeu, apenas aguardou até que eu estivesse pronta.

  Tranquei a porta do quarto e o segui desde o elevador até o carro, era a mesma BMW que ele havia utilizado para me buscar no aeroporto. Ele abriu a porta para que eu entrasse e assim eu fiz. Ele disse que poderia guardar minha mochila no porta malas caso eu quisesse, mas neguei dizendo que não me incomodava em segurá-la, ele assentiu e também entrou no carro. O clima estava realmente sério, chegava a ser incômodo, decidi quebrar o gelo com uma conversa.

– Então, qual o seu nome? Buscou-me no aeroporto, levou-me até o hotel e não me disse como se chama.

– Max, senhorita, Max Dallas.

– Muito prazer, Max.

– O prazer é todo meu, senhorita Frisk.

  Ficamos calados por alguns instantes, não conseguia pensar em um assunto para conversar. Estava com a cabeça nas nuvens quando o ouvi chamando meu nome, voltei à realidade para dar-lhe atenção.

– Disse que estava tudo bem em eu não ser tão formal, correto?

– Sim.

– Posso conversar contigo sobre assuntos aleatórios?

– Fique à vontade – Ele parou o carro ao ver que o semáforo à frente havia ficado vermelho, aproveitou para olhar para mim.

– O que você busca para o seu futuro? – Ele retirou seus óculos escuros revelando um lindo par de olhos da cor verde limão.

– Bem, por ser especializada em tecnologia, pretendo trabalhar com avanços tecnológicos. Caso eu consiga, me esforçarei ao máximo para ter uma boa renda e tentar comprar uma casa própria.

– Entendo – Ele voltou a prestar atenção no trânsito assim que o sinal abriu. A brisa gelada de inverno entrava pela leve abertura na janela e balançava o liso cabelo negro dele. Ele usava o cabelo mais curto nas laterais e um pouco maior no topo da cabeça, chegava a ter um topete estiloso – Tem alguém para te acompanhar em seu futuro?

– Além dos meus pais, tenho meu companheiro – Pude ver que a expressão dele havia mudado, seus olhos haviam perdido o brilho.

– Compreendo – Ele colocou os óculos escuros novamente e se concentrou no trânsito.

  Creio que entendi o que estava acontecendo, mas era um tanto duvidoso. Ele parecia estar interessado em mim, mas definitivamente não seria correspondido. Se tem algo que posso garantir é que sou leal, Sans é o único para mim.

  Tentei parar de pensar na possibilidade do segurança estar interessado na minha pessoa e me concentrei no teste que faria logo em seguida. Estava apreensiva... E se algo der errado? E se não me aceitarem?